O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 25
Capítulo 25 - Os horários não batem


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Como vão?
Chegamos ao capítulo 25! E sabem o que isso significa? Muitas coisas. Mas a que eu quero levar em conta é: 1/3 da fanfic já foi postada, e os calculistas de plantão entenderão o que eu quero dizer.
Mas enfim, aproveitem o capítulo e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/654433/chapter/25

Faziam 19 graus lá fora e haviam muitas nuvens no céu. Pouquíssimos raios solares alcançavam a cidade e provavelmente choveria mais tarde. O quarto estava escuro e as cochas da cama quentes. Dia de folga para Luana, que dormia tranquilamente antes das 8:00. Foi acordada pelo toque do celular. Com os olhos entreabertos, ela alcançou o aparelho do outro lado da cama.

Daniel Nascimento: Está dormindo?

Luana Bell: Não mais.

Daniel Nascimento: Desculpa por isso.

Luana Bell: Tudo bem. Já está na hora de eu acordar mesmo.

Daniel Nascimento: Você pode sair hoje?

Luana Bell: Sim, estou de folga o dia todo.

Daniel Nascimento: E quer ir no Museu de Arte?

Luana Bell: Adoraria.

Daniel Nascimento: Às 9:00

Luana Bell: Da manhã?

Daniel Nascimento: Sim. É quando vou estar disponível.

Luana Bell: Pois bem, Sr. Nascimento. Pode me buscar?

Daniel Nascimento: Com muito prazer, nobre donzela.

Luana Bell: Então até logo.

Ela olhou as horas, teria pouco menos que uma hora para se arrumar. Pulou da cama e foi direto para o banheiro. Minutos depois voltou para o quarto. Olhou para a cama bagunçada, e mesmo que suas mãos estivessem coçando para arruma-la, ela conteve-se, pois não teria tempo pra isso. Escolheu um vestido de alças, azul escuro e com pequenas flores cor de rosa. Prendeu o cabelo em um coque e foi para a cozinha.

Como as horas voam, já eram 8:52 e ela teria que comer as pressas. A primeira coisa que viu na geladeira foi leite. Pôs em uma tigela e misturou a cereais. Sentou-se na bancada e começou a comer. Ellen ainda estaria em sua cama dormindo. Como não queria atrapalhar seu sono, Luana escreveu um bilhete e colocou sobre o criado mudo pouco antes de sair.

Bom dia, bela adormecida. Fui ao Museu de Arte e não sei que horas volto. Como eu te amo, deixei minha louça na pia pra você lavar.

Beijo, Lua.

Após o aviso do porteiro, Luana conferiu rapidamente sua aparência, mexeu um pouco no cabelo e saiu.

Quando desceu, viu de longe o barbixa conversando algo com seu Gil. Não pôde ouvir bem do que se tratava, pois assim que a viram chegando, pararam de falar.

– Linda. – Disse Daniel ao tê-la em seus braços. Inesperadamente, ele beijou seus lábios com vontade, entretanto ser vulgaridade. Ela arrepiou-se, e um tanto avermelhada, sorriu.

– Podemos ir?

– Claro.

Quando chegaram ao museu, logo avistaram as grandes colunas vermelhas e os espelhos que cobriam quase todas as paredes externas da grande construção. Estacionaram o carro e entraram no lugar, que era bem amplo e espaçoso.

Se puseram a observar detalhadamente todas as obras, quadros, esculturas e peças arqueológicas. Para muitos o museu seria considerado um lugar chato e sem graça, mas para ambos era um lugar de plena calmaria, sossego e artes ilustres, além de um ótimo local para conversarem a vontade e curtirem um ao outro.

– Sabe uma coisa que me chamou atenção? – O moreno disse olhando para uma escultura alva e antiquada.

– O que? – Ela perguntou também apreciando a obra.

– É que você não costuma usar maquiagem. – Ela direcionou seu olhar a ele, que já a fitava com um sorriso. De repente, começaram a gargalhar no meio do museu. Talvez ela esperasse um comentário dirigido à escultura, e por isso os risos.

– É verdade. – Ela disse tentando conter-se.

– Eu gosto disso, da naturalidade.

– É bom saber disso. Nunca fui muito fã de produtos de beleza mesmo. – Eles continuaram andando pelo lugar. – Posso perguntar uma coisa?

– Sim. – Ele respondeu indiferentemente.

– Por que de manhã?

– O passeio?

– É.

– Já disse: por que hoje só estou disponível nesse horário. E além do mais, deu vontade.

– Deu vontade?

– Deu vontade. – Ele arqueou as sobrancelhas como costumava fazer. Luana estava tão distraída que sequer percebeu que estava de mãos dadas com ele. Quando notou, sentiu-se um pouco envergonhada, mas não tirou a mão. – Eu estava com saudade de você, sabe? – Ele disse olhando para o chão enquanto andavam lentamente.

– Eu também.

– Olha... me desculpa pela discussão, por ter ficado tanto tempo longe.

– Você já pediu desculpas umas cem vezes. – Ela disse acariciando sua barbicha, fazendo-o voltar a olhar em seus olhos. Ele sorriu. Era bom saber que ela compreendia.

– Sabe que... – Ele ia dizer algo, porém pode-se ouvir o toque de seu celular. Tirou-o do bolso e leu “Jeff”. – É... pode me dar licença?

– Claro.

– Só um minuto. – Ele distanciou-se dela e foi para um dos cantos da grande sala. – Oi, Jeff.

– Dani? Ei cara, onde você tá?

– No museu. O que era?

– Desculpa aí, Dani, mas você tem que estar no aeroporto daqui a uma hora.

– Como é que é? Mas o voo não era só às onze da noite?

– Sim mas eu me enganei. Não são onze da noite. É agora, onze da manhã.

– Caramba, Jeff! E como eu vou chegar aí a tempo? – Ele disse já preocupado. Olhou para Luana do outro lado e viu sua expressão confusa, afinal de uma hora para outra o barbixa começou a falar de forma exaltada enquanto falava ao celular.

– Não sei, mas vem rápido que é pra dar tempo.

– Jeff, isso é inaceitável. Não se pode confundir os horários dessa forma e ainda mais quando se trata de turnê.

– Desculpa, não vai acontecer de novo.

– Espero que não. Te vejo daqui a pouco.

Desligou o aparelho e voltou para onde Luana estava.

– Aconteceu alguma coisa?

– Aconteceu, mas temos que ir, te explico no caminho.

Somente ao dar partida no carro, Daniel começou a explicar.

– Desculpa por isso, mas é que o produtor confundiu os horários do voo da turnê e eu tenho que ir agora pro aeroporto.

– Tudo bem, eu entendo.

– Obrigado por ser tão compreensiva, isso ajuda bastante. – Ele sorriu enquanto mantinha o foco no trânsito.

– Quando podemos sair com mais calma?

– Bem... agora só vou estar livre na quarta. Provavelmente ainda vou estar bem cansado mas dá pra gente se ver.

– Tem certeza? Trabalhar tanto cansa muito. Podemos encontrar um dia em que você esteja mais disposto.

– Não dá. Tem que ser quarta, por que quinta já tem mais treino e mais Improvável, e outra sexta eu já viajo de novo e só volto segunda. Se não for quarta, ainda vai levar muitos dias pra nos vermos outra vez.

– Se você insiste, tudo bem. – Ele respirou fundo enquanto direcionava o volante para esquerda. – O que foi?

– É que... nossos horários não batem.

– Eu sei. Minha rotina já é corrida, imagine a sua.

– Esse é o preço da fama. – Ele disse sorridente e irônico. Sempre achava que a saída para as situações complicadas seria uma dose de humor, por mais que fosse a menos adéqua. Quando chegaram ao prédio, despediram-se ainda dentro do carro. – Não vou ter tempo para te deixar até a porta.

– Não tem problema. – Ela então tirou o cinto de segurança, podendo locomover-se com mais facilidade e inclinou-se até ele. Lhe deu um beijo no canto da boca enquanto o puxava pela gola da camisa. – Até quarta.

– Até quarta. – Respondeu com o mesmo gesto, indo embora logo em seguida. Se tivesse sorte, daria para passar em casa e ainda chegar ao aeroporto no horário certo.

A ruiva subiu os nove andares pelo elevador e não encontrou Ellen, que por certo estaria no trabalho. Sentou-se no sofá delicadamente e apoiou os cotovelos na coxa, entrelaçando as duas mãos voltadas para baixo. Começou a olhar para o chão de cerâmica branca e se pôs a pensar em Daniel.

A cada dia a rotina de trabalhos se tornava mais intensa e cansativa. Certas vezes, ele não tinha tempo sequer para sair. Ao menos fazia o que gostava, pois se não tivesse nenhum afeto pelo teatro, certamente a rotina seria ainda mais esgotante.

Ela lembrou do que ele disse: “Nossos horários não batem”. Afinal, como fazer para que eles tivessem mais tempo juntos? Era uma missão praticamente impossível. A prova disso é que passariam mais uma semana sem se ver. E quem sabe mais uma, outra, e mais outra, até que fosse o bastante para separarem-se de vez. “Não, não pensa nisso, Luana. São só cinco dias, só cinco” ela repetia mentalmente.

Levantou-se e pegou seu fone, conectou ao celular e pôs uma música qualquer. Foi para a varanda e viu o céu ainda nublado. Pôs as mãos sobre o parapeito que tinha altura um pouco acima de sua cintura e se apoiou ali. Ficou apreciando a vista da avenida dali de cima, até sentir a leve garoa que insistia em fazê-la entrar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu olho pra estes quadros brancos, onde há "Notas do capítulo" e "Notas finais do capítulo", e geralmente, não sei o que escrever.
Tudo bem, sei que é opcional, mas me sinto no dever de escrever aqui, pois considero uma forma a mais de me comunicar com vocês e acho isso ótimo! Não devemos desaproveitar as oportunidades que o site nos dá. (e isso vale pra vida também. Leve na poesia).
Muitíssimo obrigada por lerem e até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O que o destino aprontou dessa vez?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.