O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 16
Capítulo 16 - Vida que segue


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
Primeiro capítulo de 2016! E coincidentemente, este é o capítulo 16! (palmas)
Acomodem-se, comam ou bebam alguma coisa, sintam-se a vontade e boa leitura.



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Era manhã, e o sol reinava. As ruas estavam movimentadas, as pessoas andavam para lá e para cá, as árvores balançavam e faziam cair suas folhas, se sentia o cheiro de pão fresco, os pombos estavam no alto dos prédios, carros e mais carros circulavam pela avenida. Tudo perfeito, como de costume e em seus conformes.

Porém uma nuvem preta cobriu o céu de repente. Todos ao redor pararam para testemunhar a escuridão e o breu. Das nuvens carregadas, choviam cinzas. As pessoas corriam desesperadas com as vestes sujas, as árvores secaram, os pombos voaram para longe, os carros batiam-se, e se via o horror.

Luana corria em meio a multidão, em desespero e tomada pelo medo. Chegou em uma rua. Horrorizada, entrou nela. Mas logo viu que não estava sozinha. Algo ou alguém lhe avistou e começou a se aproximar. Ele vestia uma capa escura e tinha as vestes sujas de sangue. Lhe lançou um olhar sorrateiro e lhe encurralou.

Sem qualquer motivo aparente, atravessou algo no pescoço da outra, e mesmo com tanta maldade no olhar, ele sorriu, como se o que acabara de fazer lhe trouxesse prazer. Por que ele estava fazendo isso? Por que com ela? A ruiva enfim, caiu, largada. Não pertencia mais ao mundo dos mortais.

...

– Lua. – Ela ouviu, porém não se testemunhou. – Lua, acorda. – Quando enfim abriu os olhos, notou que ainda estava deitada no colo de Daniel e o olhou com um certo espanto. – Você estava sonhando? – Ao ouvir, ela saiu daquela posição e sentou-se ao seu lado.

– Na verdade, pesadelo. – Ela respondeu, tentando arrumar os cabelos e a roupa levemente amassada.

– Eu dormi também, mas acordei com você se mexendo e gemendo muito, então decidi te acordar.

– Você fez bem. Obrigada. – Ela parou para pensar um pouco, lembrando-se de cada detalhe. Sua pausa já tinha sido muito longa, porém, como bela distraída que era, ela não notou.

– Lua?

– Oi?

– Ficar lembrando só piora.

– É que foi tão estranho que é inevitável não lembrar.

– Então me conta com o que você sonhou.

– Com nada.

– Jura? – Ele a olhou com uma expressão um tanto irônica. – Jura que depois de ter aquela reação toda, você ainda vem dizer que não sonhou com nada?

– Claro que sonhei com alguma coisa. Mas não foi nada demais. Afinal foi só um sonho ruim, não é mesmo?

– Se você diz...

– Meu Deus!

– Que foi?

– Já tá de noite! Que horas são?

– Dez e dezoito. – Ele disse olhando no celular.

– Caramba, tenho que ir. Já é tarde.

– Tem razão. Acho que dormimos muito.

Ambos levantaram-se, e ele se dispôs a acompanha-la até seu carro.

– Olha, muitíssimo obrigada por tudo. Desculpa pelo incômodo e pela preocupação.

– Você não incomodou em nada. Muito pelo contrário. Ah e não precisa agradecer.

– Lógico que precisa. Você alegrou meu dia. Bem, tirando a parte da briga e do pesadelo, foi sim um dia feliz.

– E quero fazer seu dia feliz mais vezes. – Ambos trocaram os mais sinceros sorrisos.

– Assim espero. – Meio avermelhada, Luana deu um beijo em sua face.

Só ela sabia o quanto queria bem mais que um simples beijo no rosto. E ele? Logicamente desejava o mesmo. Luana entrou no carro, deu partida e foi embora. O deixou sozinho na calçada observando sua ida. Quando enfim perdeu-a de vista, ele voltou para dentro e jogou-se no sofá da sala. Estava contente. Afinal, havia tido outra oportunidade de vê-la, e isso era mais que gratificante.

...

O que Luana podia esperar ao chegar em casa? E se Lucas ainda estivesse lá? Como explicaria todo o ocorrido para Ellen? E afinal, onde iria morar agora? Haviam perguntas e mais perguntas em sua cabeça, porém nenhuma era respondida.

Quando finalmente chegou no apartamento, abriu a porta e encontrou a morena falando alterada no telefone.

– Espera. Ela chegou. Eu te ligo depois, Fernando. – Por fim, Ellen desligou o celular. – Tá querendo me matar?!

– Matar?

– É! Me matar de preocupação! Eu já tava doida de tanto ligar pras pessoas pra saber onde você tinha ido!

– Desculpa, ok?. Eu sei que devo explicações.

– Lógico que deve.

– Mas também não precisava se preocupar tanto né, Ellen. Eu já sou bem grandinha pra cuidar de mim mesma.

– Como você não queria que eu me preocupasse? Eu cheguei bem tarde e não tinha ninguém aqui, fui no quarto do Lucas e encontrei o guarda roupa aberto sem uma roupa sequer, e...

– Espera aí. Nenhuma roupa sequer?! – Luana a interrompeu.

– Exatamente.

Luana então correu para o quarto de Lucas e abriu as portas do guarda roupa. Realmente. Não havia nada que pertencesse a ele. Não sabia se sorria ou se chorava. Sorrir por que ele foi embora antes mesmo dela e portanto ela não precisaria deixar o apartamento que morava há anos. Chorar por que talvez isso não traga a amizade deles de volta. Na confusão da própria cabeça, seus olhos marearam-se de lágrimas.

– Viu?! Agora me explica o que tá acontecendo, Lua!

– Sinceramente, nem eu sei mais o que está acontecendo. – Ela disse se esforçando para que não caísse uma lágrima sequer. – Eu não precisava ter dito aquilo. Não precisava.

– Ah então isso é culpa sua?!

– Não exatamente.

– Pois agora você vai tratar de me explicar. Tim tim por tim tim.

– Veja bem, depois que você saiu, o Lucas apareceu na minha frente dizendo um monte de coisa. Que há muito tempo gosta de mim, que tinha medo de falar isso comigo antes, que se arrependeu, que tem ciúmes, e disse até que me amava.

– O Lucas disse isso? – Ellen sentou na cama e puxou a amiga para baixo, para que sentasse também.

– Disse.

– Mas como assim? Não faz sentido nenhum. Ele sempre...

– Ellen, eu sei que não faz sentido. Mas por que ele falaria isso se não fosse verdade? Não se brinca com essas coisas.

– E o que você disse pra ele?

– Eu disse que... ah nem me lembro mais. Só sei que eu neguei tudo que ele disse, pois gosto dele apenas como amigo e nada mais. Mas a coisa piorou quando eu meti o Daniel na história.

– E o que o Daniel tem a ver com isso? – Ellen perguntou encabulada.

– Tudo e algo mais. Eu gosto dele e não do Lucas, e o Lucas precisa se conformar com isso. Maldita hora que eu citei o nome do Daniel. Ele virou um bicho comigo. Nunca vi ele daquele jeito. Chegou até a me machucar.

– Ele te machucou?!

– No braço.

– Ele não faria isso.

– Tem certeza? – Luana disse mostrando a marca avermelhada em seu braço. Ellen ficou sem palavras. Lucas não era do tipo de pessoa que fazia isso. Não mesmo. – Depois da confusão toda eu peguei meu carro e saí daqui.

– Você não podia ter feito isso. Não nesse estado. Já imaginou se você sofresse um acidente?

– Nem pensei nisso. Só sei que quando me dei conta, já estava na frente da casa do Daniel e fiquei por lá até agora. Ainda estou bem confusa. É muita coisa pra acontecer assim, de uma hora pra outra. – Disse com a voz falha, foi quando enfim deixou uma lágrima solitária rolar por sua face.

– Então por essa discussão toda Lucas foi embora?

– Com certeza. Mas por mais que tudo isso esteja acontecendo, eu não queria perder ele, sabe? Já faz tantos anos que nos conhecemos... e agora...

– Vem cá, Lua. – Ellen estendeu os braços e a acolheu, abraçando-a fortemente. – Escuta: eu estou seu lado, tá? E vou te ajudar. Mesmo que seja difícil, tenta esquecer isso, tenta esquecer o Lucas, ele é passado. O futuro está ali. – Ela apontou para um pôster. Pôster que estava no quarto de Lucas há muitos anos, foi uma das únicas coisas que ele não levou. E nele um símbolo e algumas fotos dos ídolos de tantos anos. – Tá vendo aquele cara ali? – Ellen apontou para o barbixa de óculos. – Aquele ali é o seu futuro. E sabe por que eu tenho certeza? É por que não tem como aquele cara não gostar de você. Você é uma pessoa maravilhosa. Se o Lucas foi embora, deixe. Daqui a algum tempo ele já não vai mais fazer falta. Então para de chorar. – Ellen secou o rosto da amiga com as mãos. – Sem dúvidas o destino ainda tem muitas coisas boas pra te oferecer, e você, minha cara, vai agarrar com as duas mãos.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem e até o capítulo 17!



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