Nove Meses. escrita por MissDream


Capítulo 8
Sétimo mês: a surpresa está no bolo.


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas!!!
Voltei com mais um cap grandão para vocês, tomem isso como uma forma de me redimir pela demora. Quero dedicar o de hoje a cada uma que vem me acompanhando desde o começo e mesmo com os atrasos, continuam aqui, comentando, se dedicando, mostrando que gosta. Mas tem uma leitora em especial que é uma naja no wpp e mesmo assim me mandou uma recendação maravilhosa, Natty amiga, esse cap é dedicado a você ❤
AGORA, EU GOSTARIA DE ESCLARECER ALGUNS PONTOS IMPORTANTES:
A fic é uma shot, acredito que o titulo dos capítulos deixa meio obvio, ainda assim quero dizer que por esse motivo, os capítulos são escritos como resumo dos meses. Outra coisa que eu gostaria de esclarecer é que pelo notebook não está aparecendo a caixa de texto para postar, o que me faz postar pelo celular, logo peço desculpa se a estrutura do texto ficar um pouco bagunçada. Por ultimo peço que tenham paciência, nesses últimos dias eu estou com uma zica de quebra quebra danada. Mas enfim, boa leitura e desculpa qualquer coisa, espero vocês nos comentários 😘😘



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Então eu preciso te dizer
Que agora eu sei que até mesmo grande amor
Pode não bastar
Aprendi com você que no dia-a-dia o grande amor
Abrange sonho e vida real
E eu quero te dizer que eu mudei
Que já cansei de fingir, fugir, mentir, sumir
Não encarar

Não tenho dúvida, é com você
Que eu quero viver
Mas outras dúvidas eu tenho
E elas me atrapalham
Não é um conceito ou defeito
É só o meu jeito de ser
Sou um sujeito imperfeito
Mas o lado esquerdo do peito
Por inteiro te ofereço
Meu coração vago.

(Nando Reis).

~~OQ~~

Duas semanas. Felicity havia voltado para o apartamento dela, o que significa que eu não tinha mais que dividir a cama nem estava mais sendo acordado com cantorias, não tinha uma cozinha bagunçada por suas tentativas frustradas de cozinhar, e o principal: eu não tinha minha mobília e decoração toda modificada. Eu deveria estar contente certo? Então por que essa sensação de que falta algo? Entrei no quarto e passei a observar aquelas paredes brancas, quase sete meses e ainda não o tínhamos dado cores ou formas. Senti uma paz enquanto imaginava como ficaria aquele lugar em algumas semanas. Ali seria o quartinho dele ou dela.


̶ Oi Oliver. – vi a figura magra parada na minha porta. – Podemos conversar?
̶ Oi Laurel. – eu estava surpreso por ela estar ali àquela hora. – Claro, entra. – ela fez sem hesitar assim que concedi espaço.
̶ Felicity está ai? – neguei com a cabeça.
̶ Ela não mora mais aqui. – era um fato, mas me ouvir falando fazia parecer incomodo. – Mas o que você tem pra falar.
̶ – Queria falar sobre a gente, sobre a noite da festa, sobre toda essa bagunça entre nós.
– ela parecia sincera. – Oliver, eu... Sinto muito por tudo que vem acontecendo.
̶ Não sente Laurel. – seu rosto estava surpreso com minhas palavras. – Nós dois sabemos muito bem que no fundo você não sente.
̶ Isso não é verdade. – tentou argumentar.
̶ Sim, é verdade. Eu não estou te julgando Laurel, eu não tenho esse direito. No fundo eu sempre soube que você não me amava.
̶– Não é verdade Ollie, eu te amei, amei muito.
–Somos adultos, não vamos nos enganar certo? – pedi. – Sabe, as vezes somos tão egoístas que na gana em não nos machucar, acabamos por machucar os outros. Eu sempre soube que Tommy gostava de você, mas pus meus sentimentos na frente de tudo, fui egoísta com meu melhor amigo, o feri, o trai e menosprezei nossa amizade. Porque esse sou eu, eu afasto as pessoas, eu firo sem me importar. – senti o nó se formar na minha garganta. – Talvez você só tenha se acostado com a ideia de me amar.
̶ Por que Felicity se foi? – ela perguntou baixo.
̶ Nós brigamos. – eu não queria tocar naquele assunto, não com Laurel.
̶ Qual é Oliver, nos conhecemos a quanto tempo? – permaneci quieto. – Certo, vou reformular minha frase: por que você a deixou ir?
A pergunta em sua superfície era fácil de responder, mas no seu profundo tudo era tão mais complicado. Talvez eu tenha deixado Felicity ir para não ter mais a oportunidade de machucá-la, ela era tão delicada aparentemente, mas Deus sabe o quão forte aquela mulher era. Felicity conseguia trazer vida para tudo que tocava, ela transpirava vida, estar junto dela despertava o melhor de mim, ela era minha melhor amiga, minha parceira. Perdi a conta de quantas vezes estive ansioso por um sorriso seu ou para lhe contar uma novidade, ela sempre estava lá por mim e saber disso me dava segurança, Felicity acreditava em mim, não sei como, mas de alguma forma ela tinha fé em mim. Nesse momento percebi o quanto sentia sua falta, eu estava me sentindo perdido, como se algo não estivesse no lugar. A verdade veio como um estalo. Nunca foi Laurel, nunca foi pelo sorriso dela que eu ansiava todos os dias, nunca foram suas palavras a me tirar de orbita ou seus olhos foram capazes de ler minha alma. Passei tanto tempo concentrado em me convencer de que Felicity não era para mim e que eu amava outra que acabei acreditando na minha própria mentira. De repente tudo parecia fazer sentido.
̶ Porque eu sou um completo idiota. – por fim respondi sua pergunta. – Por que eu sou covarde demais para lutar por algo que realmente valha a pena.
– Feliciy falou algo naquela festa que não sai da minha cabeça. Ela disse que estava cansada de te ver quebrado por mim, eu te causei tanto mal assim Oliver?
– Talvez antes, vamos se honestos, nossa relação nunca foi algo que se pode chamar de saudável. Sempre um de nós saia magoado em todas as vezes que tentamos. – fui honesto. – Acho que nos acomodamos com uma relação falida, passamos tempo demais tentando concertar algo que não tinha mais jeito, eu passei todo esse tempo fugindo de algo e a rota até você parecia sempre a mais obvia.
– Em que ponto dessa fuga a gente se perdeu, Ollie? – ela perguntou melancólica. – Sempre fomos amigos antes de qualquer coisa, quando começamos a mentir tanto um para o outro?
– Não sei Laurel, talvez nós não soubemos separar as coisas e estragamos o que tínhamos de mais bonito; nossa amizade. –Eu sinto muito por isso, acredito que é algo que já não se possa concertar.
– Uma vez que você se acostuma a mentir para alguém, não tem mais volta. – falar aquilo me fez por na balança minha relação com Laurel, tão afundada em mentiras e desonestidades e minha relação com Felicity, a segunda era tão solida e honesta, tínhamos uma base de confiança, talvez por ela saber do arqueiro ou apenas por eu sempre querer ser honesto com ela.
– É ela não é?
– Sempre foi. – me surpreendi com a facilidade com que as palavras saíram de meus lábios. – Seja honesta com Tommy Laurel, antes que seja tarde e ele escape por entre seus dedos.
– Será que um dia você me perdoará por tudo?
– Sinceramente Laurel? Não sou eu quem tem que te perdoar, a peça jogo desse tabuleiro foi o Tommy e você sabe bem disso. Talvez Felicity esteja errada, a questão não é você não saber quem quer você só esteve acostumada esse tempo todo a ter todos a seus pés, mas eu nunca me importei, no fundo não, mas isso acabou.
̶ Já entendi. – falou se dirigindo até a porta.
̶ Laurel. – a chamei antes que ela fosse embora. – Tente ser feliz por conta própria, as vezes só precisamos nos encontrar na felicidade e não buscá-las nos outros. Tente ter um relacionamento consigo mesma para só então com outro alguém.
– Sermão?
– Experiência própria. – não era mentira. – Você só conseguirá ser sincera em seus sentimentos com alguém se antes for honesta consigo mesma.
– Obrigada Oliver. – ela me lançou um sorriso.
– Seja feliz, Laurel.

Conversar com Laurel me fez ver tanta coisa, parecia que um peso tinha sido arrancado de meus ombros.

– Bom dia Mr. Queen. – ouvir a voz dela me dava uma sensação de estar em casa. – Mr. Palmer ligou para lembrar que hoje temos aquela visita a ala infantil no hospital dos Glades.
–A que horas será essa visita? – perguntei só para ter mais de sua atenção.
̶ As 15:h especificamente. – ela mantinha distancia, eu podia sentir seu afastamento.

A manhã estava se passando de forma arrastada e eu só queria que o dia chegasse ao seu fim de uma vez, aqueles malditos papeis embaralhando minha vista só piorava. Eu lia, relia, mas não prestei atenção em nada escrito ali, eu só conseguia pensar em Felicity e em como aquelas palavras haviam me afetado. Soltei o ar frustrado por ter parado no tempo com aqueles pensamentos, o que diabos ela estava fazendo comigo? Desde quando eu desaprendi a manter o foco?

̶ Hey. – ouvi a voz de Thea atravessar o ambiente com animação. – Eu vim falar com Felicity sobre o chá de bebê e resolvi passar para te dar um beijo.
̶ Oi Speed, senta. – levantei beijando sua testa para em seguida tornar a sentar.
̶ Como você está? – a voz da minha irmã era serena e preocupada.
̶ Cansado dessa jornada dupla. – relaxei sobre a cadeira. – Você sabe, a empresa está se reerguendo e tenho tido muitos trabalhos, hoje mesmo estou indo visitar os hospital geral dos Glades.
̶ Não estou falando disso. – ela deu uma rápida olhada em direção à parede de vidro onde dava para ver a loira concentrada em alguma coisa. – Como está sendo sem ela por lá?
̶ Ah você sabe, tudo voltou ao normal. – tentei soar natural. – Sem cheiro de queimado, sem música alta, sem bagunça feminina.
̶ Claro, sem falar na mania dela em querer mudar os moveis de lugar e deixar seu toque em tudo, ou cabelos no ralo da pia, ou bagunça na sua cozinha.
̶ Exatamente, parece que agora tudo voltou ao normal. – afirmei.
̶ Que bom que tudo voltou as mil maravilhas, Ollie.
̶ Droga, então porquê sinto como se algo estivesse fora do lugar? – vi o sorriso convencido de Thea e suspirei frustrado.
̶ Você sempre soube não é? – eu sabia exatamente o que ela queria dizer. – Mesmo sem perceber, no fundo sempre foi ela. A forma como você a olha, você nunca havia olhado para Laurel daquela forma, é como um pintor admirando sua melhor tela. – ela estava certa. – Eu ia dizer que só você não percebia, mas acho que no fundo você tenha sido o primeiro a notar, talvez não quisesse admitir que em tão pouco tempo Felicity conseguisse o que nenhuma outra conseguiria em mil anos, ela te arrancou daquela ilha, ela te trouxe a luz e a alegria de volta, e isso te assustou, então você fez o que Oliver Queen sempre faz quando se sente encurralado, você se fechou em copas.
̶ Como minha irmãzinha pode ter amadurecido tão rápido? – tentei mudar o rumo da conversa, eu não queria admitir, mas Thea estava certa.
̶ Eu apenas te conheço Ollie, e apesar de você dizer que a ilha te mudou, no fundo ainda é o Ollie protetor e humano. – ela tragou o ar. – Preciso ir agora, tenho um chá de bebê para finalizar, mas pensa no que eu te falei. – levantou indo em direção à porta. – Eu te amo Oliver.
̶ Eu também te amo Thea. – sorri sincero para ela.
̶ E não esqueça, seja qual for sua decisão mamãe e papai estariam orgulhosos de você.

A conversa com Thea me deixou mais leve, ela não me forçou a conversar nem a confessar meus sentimentos, Thea apenas falou o que eu já sabia, mas que precisava ouvir de outra pessoa, em outra perspectiva. Depois disso a manhã pareceu passar mais rápida e sem mais visita ou imprevistos, Felicity só falava comigo o necessário e eu estava ficando irritado com isso, até mesmo tocar em sua barriga me fazia falta.

̶ Oliver, Ray disse que nos encontraria no hospital, você está pronto? – ela falou pelo o telefone.
̶ Sim, podemos ir agora mesmo.

O caminho até o hospital foi perturbadoramente silencioso e eu estava em agonia por não ouvir Felicity tagarelar como de costume, ela realente estava se mantendo afastada. Vi seu semblante suavizar assim que chegamos à ala infantil do hospital, ali tinha algumas crianças internadas por diversos problemas e algumas até se recuperando dos tremores.

̶ Olá Oliver. – visualizei Ray se aproximar. – Felicity.
̶ Olá Ray, e então quando podemos começar? – ela parecia tão a vontade com ele que eu me senti incomodado por isso, mas vê-la animada com o projeto aniquilava todo resquício de mau humor que eu tinha.
̶ Então, a ideia é fazermos um tuor por todo o lugar e ver o que precisa, você trouxe seu tablet? – ela afirmou. – Poderia olhar a planta do local e então teríamos noção do que precisa ser reformado para acomodar os novos aparelhos.
̶ Acho ótimo, podemos começar então?

Logo que começamos a andar pelo local Felicity se encantou com algumas crianças, ela parecia tão à vontade com aqueles pequenos que ninguém era capaz de tirá-la daquela bolha. Ray nos apresentou a uma equipe de médicos e assistentes sociais responsáveis pela ala que nos mostrou os casos mais críticos e as crianças que necessitavam de mais ajuda, eles nos levaram até a sala de brinquedos o que fez me lembrar dos objetos que comprei e que estavam no carro. Sai para buscar e quando voltei vi uma cena engraçada e linda ao mesmo tempo: Felicity estava com a blusa levantada e várias mãozinhas cobriam sua barriga enquanto podia se ouvir gargalhadas deliciosas. O bebê parecia dar um show para seu publico.

̶ Pai de primeira viagem? – saltei com a voz que se aproximou de supetão.
̶ Por que acha que eu sou o pai? Quero dizer, poderia ser o Mr. Palmer. – falei pondo a caixa no chão.
̶ Até poderia, mas a forma como o senhor a olha é diferente. – a mulher parecia certa do que falava. – Era assim que meu marido me olhava quando estava grávida dos nossos filhos.
̶ Sim. – ela me olhou confusa pela forma curta com que respondi. – É meu primeiro filho ou filha. – olhei para ela sem conseguir deixar escapar um sorriso.
̶ Vocês ainda não sabem o sexo? – ela parecia divertida. – A ouvi dizer que estava no sétimo mês.
̶ Felicity tem essa ideia de manter o sexo uma surpresa até o chá de bebê que por acaso será no sábado. A principio achei uma loucura, mas agora é divertido ver a forma com que ela deixou todos curiosos. – direcionei meu olhar a Felicity que permanecia sentada no chão, enquanto ajudava algumas crianças a pintar. Ela era adorável.
̶ Você precisa dizer que a ama antes que seja tarde. – deixei um como disse surpreso escapar pelos meus lábios. – Você sabe do que falo. – vi a medica se afastar para atender o chamado de alguma criança, me deixando totalmente embasbacado.
̶ Você parece aéreo. – Felicity estava parada ao meu lado com um sorriso espontâneo.
̶ Você sabe, sou observador. – olhei para ela rapidamente.
̶ Tia Liz. – ouvi uma voz fina chamar por ela, era uma garotinha fofa que deveria ter no máximo quatro anos. – Eu fiz um desenho para você.
̶ Me mostra? – a garotinha acenou com a cabeça, mas logo seus olhos grudaram em mim. – Oi, quem é você?
̶ Esse é o tio Ollie, Sophie e ele veio comigo e com o tio Ray. – Felicity respondeu por mim.
̶ Ele é bonito. – era adorável a forma ingênua com que Sophie falara. – Ele é seu príncipe tia Liz? Toda princesa tem um príncipe.
̶ Sophie, você é muito linda sabia? – me adiantei vendo o rosto de Felicity ruborizar com a pergunta ingênua da garotinha. – O que acha de fazer um desenho bem bonito para mim? – ela concordou e saiu saltitante.
̶ Obrigada. – Felicity parecia aliviada.
̶ Achei que você não gostasse do meu apelido. – provoquei divertido, me lembrando de quando ela disse odiar meu apelido e que nunca me chamaria de Ollie.
̶ Não gosto quando pronunciado por Laurel. – confessou e só então pareceu perceber o que falou. – Quer dizer...
̶ Relaxa, eu entendi. – a tranquilizei antes que ela se embaralhasse nas palavras.

A tarde foi agradável, depois de passarmos um tempo com as crianças e distribuirmos brinquedos, falamos com o diretor do hospital para acertar todos os detalhes da obra, Ray havia arrecadado fundos para custear o tratamento das crianças que seriam transferidas para outros hospitais, enquanto a reforma era feita. Terminamos nossa pequena reunião por volta das 16:h e então resolvemos que era hora de ir, não sem antes voltar até as crianças para se despedir.

̶ Tia, seu desenho. – Sophie entregou um papel para Felicity e me olhou em seguida. – E esse é o seu tio Ollie.
̶ Obrigado Sophie, será que eu mereço um beijo de despedida? – me agachei até a altura dela e ofereci a bochecha, onde ela depositou um beijo estalado. Suspendi-a até a altura do rosto de Felicity para que ela repetisse o gesto.
̶ Tio Ollie. – ela me chamou. – Quando o bebê nascer eu pode conhecer?
̶ Claro querida, você pode tudo. – ela se afastou depois de nos dar mais um beijo e um abraço.
̶ Ela é linda não é? – Felicity parecia emocionada. – É triste que tão pequena já esteja enfrentando uma doença tão cruel como a leucemia.
̶ Ela é forte, o que só a torna mais especial. – falei alisando suas costas passando apoio. – Ei não chore, ela vai ficar bem, você vai ver.

O caminho de volta foi tranquilo e já não tinha mais aquele clima pesado entre Felicity e eu, resolvi a deixar em casa já que o horário de expediente estava perto de acabar.

̶ Boa noite Oliver. – ela falou retirando o cinto quando estacionei em frente ao seu prédio.
̶ Espera Felicity, eu... – ela me olhou em expectativa. – Queria te pedir uma coisa.
̶ Pode falar.
̶ Eu sei que você pediu espaço e voltou para o seu apartamento para se manter afastada de mim, mas eu queria pedir para que você não me afastasse de você. – tomei um segundo para respirar. – Por favor, não me afaste de vocês, não me deixe excluso desse momento, eu não quero ficar longe... Do bebê.
̶ Oliver. – ela me ofereceu um sorriso confortante. – Eu não quero que você se afaste, pelo contrário, sempre que quiser nos visitar sinta-se a vontade, será sempre bem vindo. – ela segurou minha mão. – Não quero que se afaste ele é tão seu quanto meu e no que diz respeito a isso, vou sempre querer você por perto.
̶ Obrigado. – senti um alivio tomar conta de mim. – Boa noite Felicity.


Sabe quando você chega em casa e sente uma sensação de lar? E então seus filhos correm na sua direção e abraçam suas pernas e em seguida sua esposa lhe beija os lábios de forma tão casta, mas reconfortante? Ou quando você a busca no trabalho ou vão juntos buscar as crianças na escola? Esses gestos simples que te faz sentir em família, eu tinha isso quando criança e sabia que era real. Minha mãe pode ter guardado seus segredos enquanto viva e meu pai pode ter deitado em outras camas em seus momentos aventureiros, mas eles souberam nos dar uma família, aquela sensação de lar e instabilidade, aquela segurança. E agora eu queria isso de volta, em circunstancias diferentes, mas eu queria.


̶ Felicity vai sair com o Ray. – despertei do meu devaneio com a voz de Diggle.
̶ Como assim ela vai sair com ele? – senti meu sangue esquentar, mas a risada de John me deixou confuso.
̶ Olha para você com ciúmes dela. – ele cessou a risada quando percebeu a carranca que eu aderira. – Certo, foi uma brincadeira para te acordar dos teus pensamentos. Você sabe o que tem que fazer Oliver, então vá e faça.
̶ Não posso John, simplesmente não posso trazer Felicity para o meu mundo, é perigoso e você sabe. E agora tem o bebê e eu não me perdoaria se alguma coisa acontecesse.
̶ Então a deixe ir Oliver. – olhei incrédulo para o que ele disse, onde estava o Dig que me mandaria lutar por ela. – O que? Você esperava que eu mandasse você lutar por ela? – desde quando John Diggle lia mentes? – Eu já fiz isso, na verdade varias vezes, mas se você prefere continuar nessa coletânea arranhada de não posso, ela corre riscos e blá blá blá, eu não posso fazer muito a não ser pedir que você a deixe ir. Oliver, se você tem tanta certeza de que ela ficará melhor sem você, ou melhor, que eles ficarão melhor sem você, então pare de se aproximar e se afastar, ela não merece isso. Você a ama, mas é covarde demais para admitir.
̶ Não é covardia, e cuidado. – tentei argumentar.
̶ É covardia sim Oliver, ou você já esqueceu que ela está em perigo desde o começo dessa jornada? Não banque o tolo amigo, pare de arranjar desculpas falidas para não tê-la, ou acabará perdendo sua mulher para o Palmer.
̶ Pelo visto te devo mais essa não é?
̶ Disponha. – ele me lançou um sorriso convencido. – Precisando de uma voz sabia, estamos ai.


~~FS~~

O sábado chegou tão ensolarado que eu podia jurar que a Thea fez uma reza forte para isso, já que a festa seria no jardim da mansão sem uso dos Queen. A principio, seria apenas uma festinha para os íntimos onde eu revelaria o sexo do bebê, mas Thea resolveu fazer disso um evento e do jeito que os Queen são teimosos, resolvi nem contrariar muito. Thea era jeitosa e alegou que deixá-la organizar tudo era o mínimo que eu podia fazer para redimir a omissão do sexo do neném.

̶ Bom dia Liz, você poderia abrir essa porta? – sim, Thea estava me ligando do outro lado da porta.
̶ Bom dia meninas. – falei vendo Sarah ao lado dela.
̶ E ai mamãe canguru, animada? – Sarah perguntou enquanto abria a geladeira.
̶ Na verdade tensa, não sei o que esperar.
̶ Da Thea você deveria esperar tudo, afinal é a Thea.
̶ Vocês podiam parar de implicar e confiar mais um pouco no meu bom gosto.
̶ Seria mais fácil se você não fizesse do chá de bebê uma festa surpresa. – ralhei.
̶ Só entrei no clima da mamãe canguru. – ela estava tentando se vingar por não saber o sexo do bebê.
̶ Só espero não me deparar com uma enxurrada de azul e rosa, seria clichê demais.

Cheguei ao local da festa acompanhada por Thea e Sarah, e confesso que fiquei impressionada com a simplicidade e delicadeza do lugar. Ri com a presunção do tema que era realeza.
̶ Você não presta Thea Queen. – falei a abraçando. – Mas está tudo lindo e o melhor, nada de azul e rosa. Obrigada.
̶ Não por isso, sua surpresa deve chegar por em alguns minutos, enquanto isso vamos circular para dar uma olhada no lugar.
Estava tudo realmente lindo, num tom de amarelinho claro com alguns detalhes dourados, Thea havia feito um bom trabalho ali, cada detalhe tinha realmente me encantado. Logo os convidados começaram a chegar, reconheci alguns sócios e funcionários da QC, outros que deduzi serem amigos de Oliver e alguns amigos da faculdade que eu não sabia como, mas Thea conseguiu contatar. Cumprimentei a todos, animada, apesar de tudo que vem acontecendo na cidade e esse afastamento que eu impus a Oliver, hoje eu apenas me divertiria e aproveitaria minha festa.
̶ OH MEU BEBÊ, COMO VOCÊ ESTÁ LINDA. – ouvi o grito de Donna Smoak e não consegui esconder a felicidade de ver minha mãe ali, não sei se era pelos hormônios ou apenas saudade, mas a abracei o mais apertado que consegui.
̶ Mamãe, que saudade.
̶ Você está tão linda, meu amor. Olha essa barriga que linda, a vovó já ama tanto você bebê. – sim, ela estava falando com minha barriga.
̶ Pelo visto minha surpresa chegou. – vi Thea se aproximar e cumprimentar minha mãe. – Como vai Donna?
̶ Bem e você? Tem cuidado bem dessa mocinha?
̶ Sim, ela está em boas mãos. – logo vejo John chegando com Layla e a pequena Sara.
̶ Mãe, vamos cumprimentar o John? – ela logo que viu a Sara foi correndo em direção.
A festa estava divertida, os presentes que o bebê ganhou foram lindos e apesar de eu estar feliz, faltava algo, faltava ele. Oliver não havia chegado ainda e algumas pessoas já tinham notado, ouvi um amigo dele questionar Thea sobre sua presença, o que me deixou desconfortável.
̶ Ele vai vir, Felicity. – Sarah parou ao meu lado.
̶ E quem disse que eu estou pensando nele? – ela me encarou desafiadora. – Tudo bem, eu estou. É que todos estão percebendo a ausência dele e...
̶ Ei, não esqueça que estamos falando de Oliver Queen, já esqueceu quantas desculpas precisou dar por seus atrasos?
̶ Você está certa. – suspirei.
Eu estava conversando com Sarah que alisava minha barriga e comentava sobre o quanto estava bonita, mas parei de prestar atenção quando meus olhos bateram nele. Oliver estava tão lindo e relaxado, ele trazia um embrulho nas mãos e um sorriso que tocava os olhos, aquele sorriso ainda acabaria comigo.
̶ Hey, você veio. – falei assim que ele chegou perto, mas me surpreendi quando ao invés de simplesmente me cumprimentar, ele me abraçou. Um abraço tão caloroso que eu poderia permanecer ali para sempre.
̶ Você acredita mesmo que eu faltaria? Só tive um atraso.
̶ Você está machucado. – só quando ele me olhou percebi um pequeno corte na altura da sobrancelha e então entendi o atraso.
̶ Eu estou bem, depois falamos disso. – ele beijou minha fronte. – Preciso cumprimentar os convidados, a propósito esse é para você. – peguei o embrulho abrindo e vendo duas camisetas com estampa de duas corujas uma grande e outra pequena, assim como as camisetas que deduzi ser uma para mim e outra para o bebê. Era tão fofo.
̶ Que lindo Oliver, eu adorei. Obrigada. – ele piscou para mim e por Deus, por um momento achei que fosse babar. Controle seus hormônios, Felicity.

Vi Oliver cumprimentar alguns sócios e funcionários, depois alguns amigos dele o lançarem para o alto numa típica comemoração de homens. Logo Thea chamou atenção para si.

̶ Pessoal. – ela bateu com um garfo numa taça. – Agora que o papai mais atrasado chegou, podemos por fim ir aos finalmente. – todos riram. – Serio ta tudo muito bom, mas ninguém aguenta mais de curiosidade Felicity, então venha cortar logo esse bolo.
̶ É, revela logo. – ouvi mamãe gritar e algumas pessoas concordarem.
̶ Tudo bem. – falei me aproximando do bolo. – Oliver vem aqui, eu quero que você parta o bolo comigo. – senti meu rosto formigar com o coro de “awn” ao meu pedido. Oliver parecia se divertir com tudo.
̶ Então, vamos logo cortar esse bolo. – ele falou divertido. A cada centímetro que a espátula descia eu me sentia em expectativa, Oliver parecia nervoso. Só precisei de segundos para ver o rosto dele se iluminar, ele estava radiante e acredito que eu não me encontrava diferente. O sorriso de Oliver chegou aos olhos, ele estava bobo. – É uma menina.

Apenas essa frase curta fez o local estourar em palma e gritos comemorativos, mas Oliver parecia inerte a tudo. Ele estava tão emocionado quanto eu.
̶ Obrigada. – ele disse me abraçando. – Obrigada por nossa garotinha.


~~OQ~~


“Você sabe que eu descobrirei sua identidade, você com certeza deve ter alguém que ama muito, mãe, pai, amor... Filho. Eu vou destruir tudo o que você ama se preciso, e no fim você vai ser meu”.

Eu tinha encontrado com a cupido, ela havia deixado um recado perto da cave pedindo um encontro. A principio, seria apenas uma conversa e eu entraria num acordo com ela, tentaria fazer com que ela parasse com todas essas mortes, mas devo ter sido ingênuo ao pensar dessa forma. Ela tentou me seduzir e quando viu que não resultaria em nada resolveu partir para ameaças e chantagens, sempre fui de manter o controle, mas as palavras dela ecoavam na minha cabeça, eu sabia que ela poderia descobrir sobre Felicity e o bebê. A luta corporal terminou comigo desacordado após bater com a cabeça, ela tinha fugido e eu acabei me atrasando para o chá de bebê de Felicity.

Uma menina. Eu estava no céu com essa noticia saber que em pouco tempo minha garotinha estaria aqui nesse mundo precisando do meu carinho e proteção só fez meu coração se aquecer mais ainda. Felicity estava tão linda e radiante que eu poderia compará-la com o sol, eu mesmo não sei o que aconteceu comigo, mas quando a vi a minha única vontade era abraça-la, eu precisava desse contato e foi o que eu fiz. Ter Felicity em meus braços só me dava mais certeza da decisão que eu tomara, e agora mais ainda, eu enfrentaria vilões e demônios, mil ilhas e soldados mirakuru se no fim tivesse aquele sorriso me esperando.

̶ Oliver. – ela estava surpresa, não é pra menos. Eu estava estacionado na porta do seu apartamento as 21:h.
̶ Oi Felicity, será que a gente pode conversar? É que você disse que eu poderia vir aqui quando quisesse.
̶ Oh claro Oliver, entra. – ela estava vestida com uma calça de moletom e uma camiseta qualquer. Linda. – Eu já estava indo dormir, mas tudo bem.
̶ Me desculpa, eu deveria ter imaginado que está tarde é melhor ir embora.
̶ Oliver. – ela segurou meu braço com tanta gentileza que todo nervosismo pareceu se esvair de mim. – O que você tem para dizer?
̶ Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

E então? Não me matem, eu sei que parece tudo muito precipitado, mas o próximo explicará muita coisa. Bjs