– Hey Jack! Acorda! – ouço logo após alguns cutucões.

– To acordado! – resmunguei levantando o capuz que me cobria o rosto. – Que foi?

– O Professor já chegou... – respondeu Thomas,um corvino medroso. Olhei ao redor e percebi que metade da turma já estava em classe,diferente de quando eu havia chegado.

Naquela manhã havia acordado cedo, tinha esquecido a graça de acordar no castelo, não que fosse muito diferente da minha casa,rs, mas o cheiro de orvalho,madeira e colcha de gente idosa. Respirei fundo e inalei mais uma vez aquele “perfume” embriagante. Eu já disse o quanto a comida dos elfos são gostosas? Não?! Beleza,vou dizer agora, a comida dos elfos é simplesmente maravilhosa! Enquanto caminhava para a mesa da Sonserina onde já havia alguns alunos vi algo que me puxou o interesse.

– Onde a senhorita estava? – perguntei me sentando ao lado de Rapunzel e lhe dando um beijo no rosto.

– Jaaaaaaaaaaaaack! – ela gritou me dando um abraço de urso. Como uma menina de 1,50 pode ser tão forte de braço?!

– Sabia que ficamos preocupados quando você não apareceu ontem? Onde estava afinal? – perguntei pegando um prato de panqueca.

– Desculpem HAHA! Cheguei ontem, perdi o trem rsrs... Não ouse me perguntar como! – ela falou risonha.

– E zuar? Eu Posso?

– Isso você já está fazendo... rum! – ela falou me dando um soco de leve no braço. – Rs, enfim.. O que aconteceu de novo?

– De Novo? Ah,os irmãos da Mérida estão em Hogwarts! – falei dando uma garfada na panqueca que a propósito estava ótima. Enquanto Rapunzel tagarelava sobre os irmãos peste de Mérida, um caminhar elegante chama a minha atenção.

– Bom Dia,Rapunzel ! – Elsa fala se sentando no lado em frente a mesa, havia esquecido que as duas eram da mesma casa. Rapunzel responde com um sorriso e Elsa lhe entrega mais outro. Essa mulher não é pra mim.

– Bom dia, Elsa! – falei sorrindo de forma discreta.

– Jack?! Era você? Perdão,eu não te vi... Não é contra as regras se sentar em outras casas? – ela perguntou. Dei uma risada baixa,tão certinha.

– Não que eu saiba, mas se for.. Eu não conto se você não contar! – falei lhe dando um piscadela lhe fazendo corar. Ela riu um pouco.

– Não direi nada...

– Então,será nosso segredinho... – falei me levantando. – Tchau loirinha, Até mais Elsa.

Sai enquanto eu poderia dizer que estava ganhando o jogo,rs. Já poderia ir pra sala, então subi as escadas e fui para o segundo andar onde a primeira aula seria de feitiços.Sono.

Quando chego na sala,para minha sorte,a aula nem havia começado e o Senhor Flitwick ainda lia um livro virado para a lousa. Andei, ao meu pensar, de forma silenciosa até o terceiro lugar da fila do meio,onde fui colocado específicamente pelo próprio Professor Flitwick.

– Bom dia Senhor Frost… - ele fala assim que eu me sento,ainda virado para a lousa.

“ Como é que ele me viu? " penso,revirando os olhos.

– Bom Dia Professor! - falo em um tom que demonstrava mais animação do que eu realmente sentia. Como ele não prolongou o assunto,eu também não me senti na obrigação de faze-lo. Aos poucos os alunos começam a aparecer para a aula. Me cobri com o capuz da capa e apaguei e logo após acordado por Thomas.

" Vamos Começar! " A aula começa e todos se calam.No decorrer da aula,observo pela janela o guarda-caça lá fora erguendo algumas toras de arvores.

“Toc.. Toc.. “

– Licença professor. – uma voz medrosa emerge da porta e ao perceber quem era me seguro para não soltar risada.

– Bom dia Senhor Spantosicus! Que bom que se juntou a nós, Já estava imaginando se deveria chama-lo em seu quarto... – o professor usa todo o poder do sarcasmo para ensinar uma lição para Soluço. Começo a rir e abaixo a cabeça para não dar tão na cara,mas a turma toda ria.

– Não é necessário... – ele falou corando ao perceber que Astrid estava na sala,mas a turma toda estava ali, e riamos.

– Entre, mais tarde discutiremos seu castigo... – ele falou enquanto um Soluço cabisbaixo caminhava envergonhado para o meu lado. Por motivos que para mim foram poucos,o Professor mudou eu e Soluço do fundo para a frente. “ Onde eu posso ver! " .

– Comente qualquer coisa e eu te mato. - ele falou irritado assim que se sentou ao meu lado.

– Não ia... – comentei rindo.

– Mas estava pensando! – ele falou me empurrando. E a aula seguiu,depois de uma hora de aula sobre como transforma objetos domésticos inanimados em animados seguimos para a aula de Artes das Trevas no terceiro andar.

– Soluço,resolveu dar as caras! – Mérida falou rindo logo em que saímos da sala.

– Vocês não estão compreendendo a força que eu fiz para não rir! Hahahaah – falei.

– Ele tem mania de dar uma humilhadinha mesmo... – Rapunzel comentou rindo. – O que aconteceu?

– Enrolei no café... – resmungou. Olhei pra ele e logo para as meninas que arquearam a sobrancelha.

– Lógico! É pelo fato de você comer tanto que ta gordo desse jeito! – falei sarcástico.

– Conta logo a verdade,Hip.. – Rapunzel falou.

– Mas foi isso mesmo... – ele falou um pouco mais alto.

– Então ta... – falei descendo as escadas. – Se não quer contar não conta...

Enquanto caminhávamos passamos de frente a sala de troféus, onde estava o meu nome e da Mérida,Quadribol.

– Eu simplesmente amo esse lugar! – falei assim que eu vi o Troféu de melhor artilheiro da temporada o qual ganhei no Segundo ano.

– Também... - Mérida falou orgulhosa olhando para o seu de Batedora.

– Quando vão começar os jogos? – Rapunzel pergunta.

– Eu acho que só mês que vem! Os treinos nem começaram ainda... – Respondi.

– Não importa quando vai começar,vamos arrasar com vocês como em todos os anos... – Mérida falou provocando.

– Esse é um ano novo,princesa... – Falei lhe dando um esbarrão proposital.

– Por essa razão é uma nova derrota!

– Com certeza! Agora vamos ver pra quem! – falei saindo da sala, ela riu curtindo a brincadeira. Mérida e eu éramos duas faísca em constante curto,tínhamos que nos provocar senão não tinha graça.

Quando chegamos na sala a aula já havia começado.

– Mas que bosta,hein?! – Mérida fala fazendo careta. – Temos que parar de andar com o Jack, ele ta levando a gente pro mal caminho!

– Ei! – falei em protesto, ela fez uma careta.

– Agora me complicou a vida! É o Noel não é? – Soluço falou.

– Jack,você não é amigo do Noel? – Rapunzel sussurrou,estávamos do lado de fora da sala e a qualquer momento algum monitor ou até mesmo o zelador-mumia poderiam aparecer a qualquer momento e a punição seria muito maior.

– Ele é meu “padrinho” mas isso não me livra da punição... Já tenho histórico... – falei fazendo as aspas com os dedos. – Quer saber? Tão afim de fugir?

– Sério? Assim que vamos começar o ano? Achei que seriamos normais esse ano... – Soluço declara fazendo gestos esquisitos com as mãos.

– Ta bom,vocês que sabem! Se quiserem um ano sem-graça e sem nenhuma aventura podem entrar! Mas se quiserem um ano emocionante... – falei sorrindo.

– Jack,nós vamos ficar encrencados.. – Rapunzel fala. Sorri para ela.

– Nós vamos nos divertir! – falei rindo. Não sei exatamente o poder da palavra “divertir” mas sempre que eu a falava as pessoas se animavam e esqueciam seus problemas.

– Então vamos logo! – Mérida falou rápido. E seguido de risadas e uma certa adrenalina nos cercava enquanto corríamos em direção a Porte Coberta.

– Otiiiiiiiiiimooo! – falei enquanto corria com os meus livros e dava pequenos pulos na ponte. O som da ponte velha protestando contra os meus atos era totalmente acusador, mas terrivelmente delicioso. – Gente,faz mó tempão que eu não saio assim sabe?

– Que? Escondido? Haha eu também! – Rapunzel falou rindo até que paramos em um canto da ponte.

– Uma hora e meia aqui agora,precisaremos ser cuidadosos... – Soluço resmungou olhando ao redor, lhe dei um pequeno empurrão.

– Puts, Hip.. Teria como você ser menos bundão! Nós não nos vemos as férias inteiras... – reclamei.

– Por que não respondeu as cartas que eu mandei? – Mérida falou. Franzi o cenho, não sabia daquelas cartas,morar com outras pessoas era horrível pela falta de privacidade.

– Foi mal.. Er,nem sempre tenho como mandar... A Luna não pode voar nas férias... – dei uma quase desculpa, não gostava de citar o fato de que o histórico da minha família na historia da magia seja lá muito boa. Então...

– Ah ta... Bom, Soluço mora no meio do nada, Rapunzel no centro... Não conseguimos nos ver! – Mérida fala rindo.

– Falou a menina que mora numa das vilas de bruxas mais esquisitonas do mundo! – Soluço se defendeu rindo.

– Cala a Boca! Ao menos lá faz sol de vez em quando... – Mérida fala rindo.

– Escuta,minha cidade só chove tanto porque um mago amaldiçoou a terra que tinha uma rixa com meu tatataravô... Isso acontece...O Pai ta trabalhando para quebrar isso... – Soluço argumenta.

– HAHAHAHAHAAHA – Mérida dispara a rir e eu a acompanho.

– Não dá pra acreditar! É por isso que chove tanto?! Puts cara! – Falo me apoiando em Mérida que estava sem fôlego de tanto rir.

– Parem já! Rsrs! Cadê a educação de vocês! – Rapunzel fala segurando a risada. – To contigo,Hip!

– Vocês são impossíveis... – ele resmungou caminhando pela ponte e nos o seguimos a gargalhadas formando um combo meu e da Mérida com piadas e trocadilhos sobre a cidade de Soluço e Astrid, sim,nós somos demais.

Após ouvir o terceiro sino,voltamos para o castelo para o almoço antes de seguirmos para o restante das aulas.

– Escuta só, o segredo para nunca ser pego e fingir que nada aconteceu e seguir no naipe... – falei assim que passamos pelos portões do castelo.

– Como assim? – Soluço pergunta.

– Naipe? – Rapunzel fala em tom cômico. Reviro os olhos e Mérida também, nem parece que andam com a gente.

– Não estávamos juntos, ninguém trouxe ninguém, foi só um conhecidencia e a melhor de todas, sou inocente. – Mérida fala rápida. Os dois inocentes acenam a cabeça e cada um segue para sua mesa.

Sentei discretamente na mesa da minha casa, ao lado de alguém do sétimo ano e comecei minha refeição calado. Ao menos dessa vez,ninguém fora explodido,abduzido, raptado ou ferido, Nós só cabulamos a aula,ninguém nem percebeu.

– Muito bem,Jack... Onde você e o Soluço estavam? – uma voz feminina mais dura fala ao meu lado,baixo mas audível.Astrid.

– Ah,oi Astrid... Você comeu do molho de semente de abóbora? Experimenta... Está bom.. – falei fitando apenas o meu prato. – Muito bom mesmo...

– Não muda de assunto não,platina... Vocês não apareceram para a aula do Noel... – ela falou se virando para mim. Olhei para seu rosto branquelo.

“Platina? De onde ela tirou isso? “

– Por que ta ligando? Até onde eu sei você não ta nem ai pra mim ou pra ele... – falei dando um colherada no prato.

– Pra você não to mesmo não,mas.. para o Soluço... – ela falou hesitante. Estranhei a sua forma de falar,normalmente ela é curta e grossa, tirei os olhos do meu prato para poder encara-la e ver algo que me chocou a níveis extremos. Ela corou. Astrid Hofferson, a batedora-monstro da Sonserina, estava corada. Podia deixar a comida em minha boca cair sobre as minhas vestes. – Ele é bobo e inocente... Não pode andar com sujeitos como você.

Astrid voltou.

– Não aconteceu nada... – falei voltando pro prato.

– Bom mesmo... – ela falou se levantando da mesa.

“ Rabugenta” .

– Ei,Frost! O Professor Noel pediu pra te chamar... – um monitor me avisa. Estranhei, se bem que já esperava. Me levantei e fui para a sala do professor, lá Rapunzel,Mérida e Hip também estavam.

– Eu disse que ia dar bosta. – Soluço declara.

– Não ta ajudando não! – Mérida fala irritada.

Um velho gordo e de olhos enormes desce as escadas e ajeitando as calças enormes se senta na mesa.

– Vocês pensam que eu sou idiota né? – ele falou assim que sentou.

– Profe..

– Quieta... – ele falou antes que eu pudesse argumentar. – Jack,você acha que eu não sentiria falta de um dos meninos mais bagunceiro da escola?!

– Tinha esperanças... – admiti.

– Agora vamos discutir a punição de vocês... – A frase mais temerosa desde do meu primeiro ano de Hogwarts.