Crests of Waves escrita por Blair Herondale


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá gente linda. Eu sei que demorei, disse que ia postar...nem me lembro mais quando eu ia postar, mas aconteceram diversas coisas que me impediram de escrever. A primeira delas, eu esqueci meu Ipad em casa quando fui passar uns dias com minha avó (sempre prefiro escrever no Ipad, do que no celular); a segunda coisa, foi o aniversario da minha irmãzinha mais nova (ela fez 8 anos! nem acredito, um dia desses era menor do que o meu braço e agora fez 8 anos!); minha irmã me chamou para fazer maratona de filmes do Wes Anderson com ela e lá fui eu. Porém, a quarta e mais importante coisa, é que estou tendo muita dor de cabeça esses dias (por exemplo, agora) e ela não me deixava pensar direito, tive que assistir os filmes dublados (apesar de odiar) porque não estava suportando ler aquelas letrinhas, além disso, se eu fico com dor de cabeça não consigo ter criatividade, muito menos escrever bem.
Mas aqui está o capítulo, espero que gostem e que ele possa compensar o tempo perdido.



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Catherine acordou sentindo dedos tocarem sua bochecha e irem em direção ao seu pescoço. Inconscientemente se encolheu, aninhando-se ainda mais na cama e no cobertor.

–Vamos acordar, bela adormecida. -alguém falou com um traço de risada na voz.

Nathan.

Ela quase podia senti-lo sorrindo.

–Não. -resmungou com a voz rouca e baixa por estar acabando de acordar, tentando se encolher ainda mais, como um meio de reforçar sua palavra.

Pelas pálpebras viu o quarto ser todo iluminado, enquanto escutava alguém abrindo a cortinha.

Que péssima maneira de se acordar uma pessoa, resmungou mentalmente, enquanto fechava ainda mais os olhos tentando se manter na escuridão. Agradeceu também ao seu cabelo por ajudar a impedir a luz de incomodá-la.

–Vamos, vamos, Cath. -uma voz bem mais fina, porém animada, falou- Já são três horas da tarde, você já dormiu demais. Se continuar assim, iremos perder o dia! Não podemos deixar isso acontecer. Os Tanners não perdem dias de verão para ficar dormindo.

Ainda bem que eu não sou uma Tanner, Cath quis dizer, mas a preguiça era grande demais para deixá-la abrir a boca e resmungar qualquer coisa.

Sentiu os dedos de Nathan tirarem delicadamente os fios de cabelos que caiam sobre o seu rosto e colocarem atrás da sua orelha, causando-lhe um arrepio que ela sinceramente esperava que ele não tivesse notado. Depois, surpreendentemente, sentiu novamente o carinho em sua bochecha.

–E então, bela adormecida, continuará deitada até seu príncipe encantado chegar? Se for esse o caso, será que devo chamar aquele albino da festa? -perguntou, ainda com um riso na voz, mas Cath, por algum motivo, sentiu um pouco de raiva vir de Nathan ao ouvi-lo falar de Arthur. Entretanto, como, para ela, não havia nenhum motivo lógico para aquilo, descartou o pensamento poucos segundos depois e culpou o sono. Sempre ficava com um raciocínio mais lento ao acordar e um pouco antes de ir dormir.

–Que albino? -Anne perguntou animada, sua voz aumentando de volume a medida que se aproximava da cama.

Cath soltou um resmungo.

–Cala a boca, Nathan. -pediu, não querendo que Anne começasse o interrogatório tão cedo.

–Que albino, Nathan? -Anne perguntou novamente, dessa vez mais incisiva. A curiosidade pingando da voz.

–Por favor. -pediu, resolvendo abrir um olho, deixando o outro propositalmente fechado, afinal, era claridade demais de uma vez só- Será que vocês poderiam achar outro assunto que não seja eu?

Nathan a olhava com um sorriso maligno no rosto, o que deixava bem claro para Cath que a resposta da sua pergunta era não. Pode ver Anne se inclinar para cima do irmão com os olhos brilhando.

–Albino é um menino que Cath ficou na festa. Devo dizer que ela parecia bastante feliz perto dele, não pareceu se incomodar em fazer um show na minha frente, teve até - desviou o olhar de sua irmã para encará-la e demorou mais uns segundos, fazendo um suspense, antes de completar sua frase- gemidos.

–Urgh! -Cath disse com uma raiva misturada de vergonha. Sentindo seu rosto ficar vermelho, pegou um travesseiro e o cobriu, fazendo-a parecer ainda mais uma garota mimada.

Não tinha sido um gemido! Tinha sido apenas uma exclamação de prazer! E nem tinha sido tão alto!

Ela pensara que Nathan não tivesse escutado e já estava feliz com aquilo, mas depois dessa frase, era bem claro que se enganara.

Ouviu Anne soltar uma gargalhada de divertimento. Poucas vezes ela ria daquela maneira e Cath odiava especialmente essa gargalhada, porque ela estava rindo dela.

–Não acredito, Cath! Você está se mostrando cada vez mais destruidora! Não te conheci assim! Sabia que você aprontava, mas se agarrar ao ponto de gemer na frente do meu irmão. Essa realmente me surpreendeu.

–Não foi um gemido! -Cath praticamente gritou, tentando se defender, enquanto jogava o travesseiro na cama e se sentava -Eu nem ao menos me agarrei com Arthur dessa forma que Nathan fez parecer -lançou um olhar afiado para o garoto, esperando que ele pudesse, de alguma forma, se machucar com aquilo. Quando viu o sorriso de Nathan aumentar ainda mais, virou o rosto para a melhor amiga, evitando ficar ainda mais irritada com o menino- Foi apenas um beijo. Nós tínhamos que procurar por você e Arthur não iria embora enquanto eu não o beijasse, apenas apressei as coisas. Estava pensando em você quando fui obrigada a fazer aquilo.

–Cath, sei muito bem no que você estava pensando e não era em Anne. -Nathan comentou com o sorriso de lado apenas para continuar com a discussão.

Cath estreitou os olhos para ele.

–Ainda não entendi o que você tem a ver com isso, porque continua trazendo esse assunto? Eu fiquei com ele, e ai? Você não vai mudar o fato implicando com Arthur e outra, você não tem o direito de vir me criticar por isso quando você saiu com aquela quase prostituta do quarto! -soltou se levantando e apontando um dedo para Nathan, não entendendo o porquê de ter colocado a loira na conversa.

–Prostituta?! -Nathan ergueu o tom de voz- Não a chame de prostituta apenas por usar um vestido mais colado do que você é acostumada. Julgar as pessoas é feio.

–Hipocrisia também é. Eu pararei de chamá-la de prostituta quando você parar de chamar Arthur de albino, ele tem um nome e você sabe qual é.

Ela pôde vê-lo abrir a boca pronto para retrucar, porém, pareceu pensar sobre o assunto e a fechou. Após respirar fundo e mexer, inconscientemente, no cabelo, respondeu por fim:

–Tudo bem, Cath. Eu vou parar de chamar Arthur de albino. Agora se sente para almoçar. Trouxemos seu almoço.

Cath ficou tão surpresa com a última declaração que não teve outra escolha, a não ser se sentar. Como Nathan continuava na mesma posição, olhou para Anne que ficava variando o olhar dela de Cath para o irmão, depois de volta, do irmão para Cath.

Abriu um sorriso que parecia dizer mais coisas que Cath podia extrair, o que a deixou curiosa, porque normalmente Cath entendia todos os sorrisos e olhares de Anne.

Franziu as sobrancelhas.

Não fazia muito sentido a amiga estar sorrindo, afinal, Nathan e ela haviam tido uma briga bastante desconfortável na frente dela. O esperado era ela estar no mínimo chateada por aquilo...ou confusa.

–Bem- Anne começou a dizer, enquanto pegava uma bandeja com um prato já feito- Isso foi...intenso. Aqui está o seu almoço, Srta.Arthur.

Ela revirou os olhos e aceitou a bandeja, colocando-a cuidadosamente no colo. Tudo era tão mais fácil quando era Anne falando, talvez essa fosse mais uma das razões dela ser a melhor amiga de Cath.

–Podemos não falar dele, Anne? -pediu Nathan voltando a encarar as duas- Vamos manter o foco, o motivo de termos acordado Catherine.

Catherine. Ele quase nunca a chamava de Catherine.

Reprimiu a vontade de continuar a discussão anterior e manteve o olhar na amiga.

–Ah! Sim! -Anne bateu palminhas e deu alguns poucos pulos- Hoje, iremos andar de moto! Vai ser tão legal! Tem uma cidade aqui perto que de noite, é...maravilhosa. Nós -olhou para o irmão dando uma piscadinha, recebendo de volta, um afirmativo com polegar, o que pareceu ser suficiente para ela continuar o que tinha para falar- temos esse costume e queremos que você faça parte disso também.

–Claro que tem o pequeno problema de não ter moto para nós três, então você terá que ir com um de nós dois. -Nathan puxou a cadeira de couro que ficava na frente de sua mesa de estudos, onde tinha vários livros, dentre eles o que estava lendo pela manhã, seu computador, alguns cd's, lápis e canetas, e se sentou.

–Esse alguém será Nathan. -Anne continuou a frase de seu irmão, fazendo tudo aquilo parecer ensaiado. Entretanto, Cath sabia que não era. Sabia que, quando juntos, era assim que os irmãos Tanners agiam, como se fossem um só, como se completassem. Era divertido ver a forma como se relacionavam, eles eram tão próximos e companheiros, que aquilo ficava claro desde a forma como se olhavam até a forma como falavam -Minha moto é bem menor do que a dele e como eu sei que você tem esse pequena apreensão a motos, achamos que você ficaria mais confortável com Nathan.

–Tudo bem. -Cath, respondeu, se apressando a começar a comer, para poderem sair logo. Tanto Anne, quanto Nathan já estavam arrumados, pareciam esperar somente por ela.

Que vergonha, pensou, deveria ter colocado o despertador antes de dormir de maneira tão relaxada na cama de Nathan.

–Além do mais, você ficaria bem mais estilosa na minha moto do que na de Anne. Principalmente porque estará na minha companhia e vamos combinar, eu faço tudo ficar mais estiloso. -Nathan falou inflando o peito, com um sorriso convencido no rosto.

–As vezes eu me esqueço do quanto você é ridículo, Nate. -Ann disse, revirando os olhos, e se sentando, com as pernas cruzadas, no chão.

–Não role os olhos para mim, mocinha!

Outra revirada de olhos por parte de Anne, Nathan se fingiu chocado, levando uma mão ao peito e jogando seu corpo para as costas da poltrona.

–Inacreditável, minha própria irmã, rolando os olhos para mim. -olhou para Cath, que continuava comendo seu almoço e continuou com o tom brincalhão- A culpa é sua, ensinando esse tipo de coisa para a minha irmãzinha. Você que tem a mania de a cada frase minha, revirar os olhos.

–O que eu posso fazer se 90% das coisas que você fala é besteira? Talvez você devesse considerar que o problema não sou eu, é você.

Dessa vez, Nathan levou as duas mãos para o peito, como se tivesse levado um tiro e a bala estivesse se espalhando e estilhaçando dentro de si.

–Outch. Cath, você realmente sabe como me destruir.

Ela deu uma piscadinha e disse algo como "anos de prática", antes de voltar a comer.

–Cath, enquanto você termina de almoçar, vou explicando logo o que iremos fazer. -disse Anne, enquanto prendia o cabelo castanho em um coque- Vamos pegar a estrada até a cidade vizinha, Nathan gosta de cortar o caminho indo pela areia em alguns pontos, mas ainda estou pensando nisso. Vamos tomar banho de mar lá, então vá com biquíni embaixo. Já estou com o meu -falou, baixando a blusa branca de renda que usava e deixando um biquíni rosa a amostra- Depois aproveitaremos para jantar logo na cidade, não quero dar mais trabalho para mamãe, ela parece bem ocupada naquele trabalho, né, Nate?

–Sim. -respondeu ele, parecendo mais concentrado em continuar girando a cadeira de couro, do que em qualquer outra coisa.

–Tem um restaurante adorável que fica no píer da cidade que tem as melhores comidas. Sei que você irá amar. Depois...o que a gente vai fazer depois? -perguntou, olhando para o irmão.

–Normalmente vamos para alguma festa que estiver acontecendo, mas você falou algo sobre uma exposição.

–Ah! É mesmo, tem uma exposição de fotografia que está ocorrendo no centro da cidade e acho que vai ser legal.

–Melhor do que a festa? -Nathan perguntou duvidoso.

–Sim. Depois daquela festa de ontem, preciso descansar um pouco. Eu bebi tanto que achei que fosse entrar em coma alcoólico, me impressiono de ter acordado antes de Cath.

–Né! -Cath concordou- Quando te achamos, pensei que você estivesse morta, quase não respirava direito.

–Pois é! Por isso, devo dar um tempo e vai ser legal essa exposição, vocês vão ver.

–Ainda estou achando que a festa vai ser melhor. -ele retrucou.

–Então vá! - Anne disse irritada- Ninguém esta te impedindo de ir ou te obrigando a nos acompanhar, depois que terminarmos de jantar você pode ir direto para a festa e morrer de beber com Asher. -vendo o olhar surpreso do seu irmão, explicou acidamente- Como se eu não soubesse que você quer ir para essa festa apenas para encontrar seu parceiro em bebedeiras.

–Ei. Calma ai. Nossa, parece que vocês duas resolveram tirar o dia para brigar comigo.

Ou você resolveu tirar o dia para ser irritante, Cath pensou, ajeitando os talheres no prato, ao terminar de comer.

–Claro que irei com vocês, Ann, não sou louco de deixá-las sozinhas no meio da noite.

–Não iremos ser assaltadas, sequestradas ou estupradas, se é isso que está lhe preocupando. A cidade tem uma boa segurança, obrigada.

–Anne! Eu não vou deixá-las sozinhas, porque primeiro, eu não confio em qualquer um para ficar com vocês e segundo, porque eu quero estar com vocês. Vamos para a cidade passar um tempo juntos e é isso que faremos.

Nathan explicou estendendo uma mão para a irmã pegar, como se estivesse oferecendo um sinal de paz. Por um minuto, Cath pensou que Anne continuaria emburrada, mas viu um pequeno sorriso aparecer no canto direito dos lábios da garota, até estar completamente claro que ela estava sorrindo.

–Tudo bem, Nate. Desculpe por ter sido tão...dura com você. É só que...só a ideia de você com aquele Asher, já me deixa nervosa. Ele não é boa companhia.

–Anne, o rapaz já melhorou bastante, e ele é um cara legal, você sabe disso.

–Quem é Asher? -Cath perguntou ao se levantar da cama com a bandeja nas mãos.

–Um amigo idiota de Nathan. -Anne respondeu, também se levantando.

–Ele não é tão idiota assim, apenas tem um problema com bebidas, mas ninguém é perfeito.

–Ele é um idiota.

–Você só está dizendo isso, porque teve uma quedinha por ele quando eram pequenos e foi rejeitada, sempre soube que você nunca tinha superado isso.

–Não, Nathan. - Anne disse parecendo, para Cath, séria pela primeira no dia- Não sou tão fútil a esse ponto. Eu estou dizendo isso porque ele já te fez passar a noite na cadeia dois verões seguidos, me desculpe se não gosto de ver meu irmão com más companhias.

Nathan fez uma careta, como se tivesse comido algo muito azedo.

–Você já foi preso?! -Cath perguntou surpresa e curiosa, se virando completamente na direção de Nathan, esse apenas deu de ombros e tomou a bandeja das mãos dela.

–Longa história, o importante é que é passado e que nunca voltou a acontecer.

–Porque você foi preso?

–Já disse, longa história. Não posso contar agora porque você ainda tem que se arrumar e ainda está de pijamas. Quer que a gente se atrase?

–Anne! -Cath disse se voltando a olhar para a melhor amiga e ignorando a pergunta do menino- Porque você nunca me contou isso?

–O que acontece no verão dos Tanners, permanece no verão dos Tanners. -responderam ambos os irmãos em coro, de maneira cansada e absurdamente clara, como se tivessem falado aquela frase para outras pessoas, várias outras vezes.

Cath se perguntou pela primeira vez, quantas coisas haviam acontecido com Anne nesses verões que ela não tinha falado para ela.

–Tudo bem. -disse simplesmente, tentando esconder toda a chateação que sentia. Mais do que chateada, se sentia magoada e excluída. Não era acostumada a não saber de aspetos da vida de Anne.

Como não tinha nada a se fazer, tentou tomar a bandeja de volta das mãos de Nathan, a fim de ir tentar achar algo para beber na cozinha.

–Não precisa se preocupar, Cath. Eu levo.

–Eu já vou para a cozinha de qualquer maneira. -respondeu colocando mais força na bandeja, porém, não pareceu surtir nenhum efeito.

–Eu já disse que levo.

–Tudo bem então. -respondeu Cath, tirando suas mãos da bandeja sem fazer muito caso, se virando e saindo do quarto, não se preocupando em olhar para trás.

–Vou avisar a mamãe que iremos andar de moto. -ouviu Anne dizer para Nathan.

Catherine não podia se importar menos.

Uns poucos segundos depois, sentiu Nathan ao seu lado.

Continuou andando, tentando ao máximo, ignorar aquela presença e se manter concentrada em seus pensamentos, que consistiam basicamente em hipóteses do que poderia ter levado Nathan a ser preso e o que mais poderia ter acontecido em todos esses verões que Catherine não soubesse.

–Gostou da comida? -Nathan perguntou ao chegarem na cozinha.

–Sim. -respondeu da maneira mais ríspida possível, enquanto pegava um copo limpo no armário.

–Eu que fiz para você.

–Foi? Impressionante. -respondeu fingindo indiferença, mesmo que por dentro, estivesse surpresa com aquela revelação.

–Escolhi aquele macarrão porque sabia que gostava, também optei por molho branco, frango e queijo, porque sei que são seus adicionais preferidos.

–Parabéns. Quer um balão por isso?

Sabia que ele estava tentando ser legal, sabia também que era surpreendente e adorável da parte dele ter tomado cuidado em fazer tudo da sua preferência, porém estava tão magoada com a forma ríspida que os irmãos falaram aquela frase, que queria, mais do que tudo, fazê-lo se sentir da mesma forma que sentiu. Nem que, para isso, precisasse ser uma completa megera.

Nathan soltou a bandeja na pia com uma expressão de cachorro que caíra da mudança e se virou para encarar Cath.

Cath... - ele disse seu nome com tanta suavidade, que ela se irritou. Nathan devia estar brigando com ela como haviam feito mais cedo, afinal, ela o estava tratando pessimamente, não devia estar falando seu nome com uma leveza daquelas, como se ela própria pudesse se quebrar se ele usasse um tom de voz mais alto- Se você faz tanta questão em saber porque eu fui preso, eu posso lhe contar.

–Eu não faço tanta questão assim.

–Então por que está tão chateada? -ele perguntou confuso, se aproximando.

–Eu não estou chateada por causa disso, estou chateada porque...-ao ver o que ia falar, se corrigiu- Eu não estou chateada.

Então, ambos ficaram em silêncio por uns dois minutos, até Nathan se aproximar e perguntar em um sussurro.

–Porque estamos fazendo isso?

–Isso o que? -perguntou confusa, também na forma de sussurro.

–Isso de brigar. É normal você retrucar algumas frases minhas, mas isso, aquela briga mais cedo...nós nunca fomos disso.

–Eu sei...não sei porque disse aquelas coisas sobre a loira que você dormiu, você sempre fica com várias meninas, eu já sou acostumada com elas. Acho que...sei lá, as vezes imagino elas apenas como ficantes de Nathan e esqueço que elas são pessoas reais, humanas.

–Ficantes de Nathan? -uma risada escapou de seus lábios e Cath conseguiu sentir o clima ficar um pouco mais leve com aquilo- Essa foi boa. Bem, acho que você também merece minhas desculpas, né? Não devia ter falado para Anne sobre o albino - ao receber um olhar duro de Cath, se corrigiu- desculpe, sobre Arthur, você merecia contar no seu tempo. Acho que...não sei, eu sempre te vi como simplesmente Cath, sabia que você vivia ficando com meninos porque, bem, você e Anne sempre estão conversando sobre algum caso das duas, mas nunca foi tão real, e achei estranho porque você, pra mim, sempre foi apenas a Cath, a amiga da minha irmãzinha e vê-la com aquele cara, me fez olhar para um outro lado seu que eu nunca nem ao menos considerei.

O que?, Cath pensou, sobre o que Nathan estava falando?

–Do que você está falando?

–Eu devo estar ficando louco por pensar nisso. -sussurrou a frase mais para si mesmo do que para ela. Enquanto colocava mecha de cabelo que vivia fora do lugar, atras da orelha dela. Aquilo parecia estar começando a virar um hábito dele.

–Nisso o que? -Cath perguntou ainda confusa com o fluxo da conversa, seu sussurro quase ficando preso na garganta de tão baixo que estavam falando.

Desde quando haviam ficado tão próximos?

Automaticamente o olhar de Cath foi para os lábios de Nathan, que tinha os lábios entreabertos. Ela pôde ver o momento em que ele os umedeceu, o que a fez repetir o gesto. O que diabos estava acontecendo? Sentia sua mente entrando em curto circuito, enquanto o via se aproximar ainda mais. Ele realmente ia beijá-la? Aquilo não fazia o menor sentido.

Se forçando para ser o mais racional possível, colocou uma mão no peito de Nathan, impedindo-o de se aproximar. Aquilo pareceu chamar a atenção dele, que desviou o olhar de sua boca para sua mão, até parar em seus olhos. O âmbar estava mais escuro que o normal, chegando próximo de um castanho claro.

–Você está bêbado? -ela perguntou. Afinal, aquela era a única explicação plausível para tudo aquilo. Por deus, ele realmente ia beijá-la?

Nathan soltou uma risada nervosa e se afastou de Cath, até estar a uns três passos de distância.

–Eu provavelmente devo estar, tomei uma cerveja na hora do almoço e ela deve estar fazendo efeito agora.

–E você vai dirigir assim? -Cath perguntou preocupada com a segurança dos dois.

–Não estou bêbado a ponto de bater a minha preciosa moto, foi só uma cerveja afinal. -deu de ombros- Enfim, você tem que se arrumar, não é mesmo?

–Ah sim. Se eu demorar demais, daqui a pouco Anne descerá batendo os pés e enfiará qualquer roupa em mim.

Quando Cath estava na porta da cozinha, pronta para sair, chamou pelo rapaz.

–Nate. -ele, que antes olhava para o chão parecendo confuso, levantou o rosto e deu um sorriso de lado.

–Diga.

–Muito obrigada por ter tido o cuidado de fazer um macarrão do jeito que eu gosto.

–De nada. -ela lhe lançou um sorriso e já ia se arrumar, dessa vez, sem mais demoras, quando Nathan disse -Desculpe por termos dito aquilo, sobre o verão dos Tanners, para você. Podemos falar aquilo para todo mundo, menos para você. Já faz parte da nossa família. É só que..eu fico chateado quando esse assunto da prisão surge, assim como Anne e acabamos descontando em você. Desculpe por isso.

Ele realmente estava sendo sincero ao dizer aquilo e foi o que bastou para diminuir, em parte, a chateação de Cath.

–Tudo bem, Nathan. Está tudo bem. Agora eu tenho que me arrumar, se não, só sairemos daqui, quando o sol se por. -disse com um sorriso no rosto, antes de se virar e subir as escadas para o segundo andar, o mais rápido possível.


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Notas finais do capítulo

Gente. Esse foi um dos capítulos mais demorados de escrever. Eu escrevi e apaguei milhares de vezes antes de chegar a isso. Claro que deve ter muitos erros ortográficos, porque ainda não corrigi o capítulo. São duas e quarenta e cinco da manhã, eu estou morta, minha dor de cabeça continua me matando, mas eu estou aqui.
Espero que tenham gostado. Espero que não tenha sido rápido demais (por deus, que não tenha sido rápido demais).
Ah! E não posso deixar de comentar, gostaria de mais comentários. Eu só tenho recebido reviews de três pessoas, muito maravilhosas por sinal (adoro ler o comentário de vocês, meninas). Entretanto, há uma diferença gritante entre o numero de reviews que recebo e o número de pessoas que acompanham a fanfic. Tudo bem, a história não é movida a reviews, mas isso não significa que eu não goste de recebê-los, certo? Eu quero saber o que todos acham do andamento da história. Se algo tiver incomodando vocês, eu nunca saberei se não me contarem. Então ok. Era isso que eu tinha para dizer.
Até o próximo capítulo, gente!



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