Crests of Waves escrita por Blair Herondale


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Eu fiquei incrivelmente feliz com todos os comentários. De verdade. Nos vemos lá embaixo.



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Já passava das 5 horas da manhã e muitas pessoas continuavam na festa, entretanto, Catherine podia ver que a maioria se entregara ao cansaço. Pessoas deitadas nos sofás, no chão, até mesmo sentadas com as cabeças encostadas no balcão da cozinha. Tinham latas de cerveja por todos os cantos, copos vermelhos jogados desorganizadamente em lixeiras e a maioria, no chão. Catherine sentiu pena da pessoa que teria que limpar toda aquela bagunça.

Porém, pensar no trabalho que daria para limpar todos os vômitos e lavar todos os lençóis dos quartos que os casais haviam feito sexo não era sua prioridade. Tinha se perdido de Anne depois das quatro da manhã e agora que precisavam voltar para casa, não conseguia a achar em lugar nenhum. Nem ela, nem o irmão.

Malditos Tanners.

Ela estivera tão ocupada beijando Arthur, um rapaz britânico adorável que era primo de alguém que conhecia um dos Bennets, que não vira o tempo passar.

–Como ela é? -Arthur perguntou ao seu lado. Sua roupa estava uma bagunça, assim como seu cabelo loiro, Cath sabia que a culpa daquilo era totalmente sua, uma prova concreta era uma marca vermelha no pescoço quase albino do rapaz. Ela precisava se controlar mais, pensou.

–Ela...ela tem cabelos castanhos e está usando um vestido preto e dourado completamente colado ao corpo. -péssima descrição, quantas pessoas com cabelo castanho e vestido preto haviam naquela festa? -O vestido tem um decote nas costas. Que droga, não acredito que a perdi.

–Calma, Catherine, nós iremos achá-la.

–Se eu ao menos tivesse trazido meu celular. -resmungou. Ela sempre era a responsável, tudo bem, talvez não pudesse ser usada como um símbolo de responsabilidade, mas entre as duas, Catherine sempre fora a mais racional e lógica. Sempre era a responsável por pensar na forma que as duas voltariam para casa, as maneiras de se comunicarem nas festas e até mesmo, as desculpas que dariam para as suas mães, caso elas parecessem relutantes em deixá-las ir. Era seu papel considerar que pudessem se perder uma da outra naquela mansão -Vamos procurar no segundo andar. Ela provavelmente está em algum quarto.

–Sim, provavelmente. Ela não trouxe celular não? Porque estou com o meu aqui.

–Não, já disse. -respondeu de maneira um tanto ríspida, então respirou fundo e tentou falar outra vez, com mais leveza na voz- Não, viemos de vestido, não é como se tivesse vários lugares onde pudéssemos colocar um celular, né?

Sorriu para o menino, que, em resposta, passou o rosto pelo seu corpo, parando nos seios.

–Ei, meu rosto fica um pouco mais em cima. -falou com um cansaço na voz. Arthur beijava maravilhosamente bem, até ela ficara surpresa, mas estava começando a se cansar dele, já que o rapaz não conseguia desviar o olhar de seus seios. Ela entendia que estava com decote e que chamava um pouco a atenção, mas isso não justificava que a cada segundo ele ficasse verificando se seus seios continuavam no lugar.

Estava cansada, com as pernas doendo de tanto pular, a garganta seca de tanto beber, e apenas queria ir para casa dormir e nunca mais ter que encarar Arthur. A noite foi boa, muito obrigada, pensou, mas já deu.

–Desculpe. -respondeu.

–Sem problemas.

Catherine começou a abrir todas as portas que encontrava pelo caminho, esperando encontrar Anne em uma dessas. Estava em um corredor enorme, cheio de quadros espalhados de maneira metódica. O papel de parede era vinho e isso lhe dava um ar meio medieval. Era tão comum ver filmes onde os grandes castelos possuíam quartos decorados com papeis de parede, roupas e tapetes vermelhos, que ver isso, de maneira tão delicada em uma casa tão espaçosa, era estranho para ela.

–Arthur. -disse o nome do garoto para chamar sua atenção- Você sabia que antigamente era muito raro achar roupas que não fossem de tons claros? Apenas os reis e os nobres mais ricos podiam ter uma roupa vermelha. Por isso que era considerado o símbolo da realeza. Peças de roupas com essa cor, eram caríssimas, chegavam a ser quase impossíveis de serem obtidas...

–Não sabia disso.

–Pois é, minha mãe gostava de me contar curiosidades como essas quando eu era criança.

Catherine não sabia porque estava falando aquilo, apenas queria manter sua mente ocupada com qualquer coisa que não fosse Anne, e, como aquela decoração a lembrava das constantes curiosidades que sua mãe contava em momentos aleatórios, resolveu falar com Arthur sobre isso. Não que ele parecesse interessado, pois mantinha agora o olhar em sua bunda, já que ela estava andando na sua frente.

Uma porta abriu abruptamente e um casal saiu correndo abraçado de lá. O volume da música começava quanto mais adentravam o corredor e isso ajudava a acalmar Catherine.

Não havia dado mais nem dois passos, quando outra porta se abriu e uma loira saiu do quarto. A moça vestia um vestido vermelho tão colado, que fez Catherine se questionar como ela respirava. Seus seios estavam praticamente saindo para fora e a maquiagem era tão pesada que Catherine, maldosamente, a achou parecida com um palhaço.

Deu de ombros e teria continuado com a procura à Anne, quando um Nathan, completamente descabelado saiu, um pouco depois da loira, e fechou a porta do quarto. Ele ainda não a tinha visto e Cath aproveitou o curto tempo para julgar sua aparência. Podia ver o moletom aberto, a boca borrada de batom vermelho e, por deus, aquilo no pescoço era um chupão?

Estreitou os olhos e, inconscientemente, se inclinou para perto, em uma tentativa frustrada para ver melhor. A iluminação do corredor era amarelada e Cath ainda estava bêbada o bastante para não conseguir focalizar bem.

Entretanto, esse pequeno movimento feito por Cath, foi o suficiente para chamar a total atenção de Nathan para si.

Fez-se um silêncio tenso pelo que pareceu minutos para ela, até que a mesma resolveu dizer:

–Nathan, estava procurando por você. Já está tarde e não conseguia te achar em lugar nenhum.

–Eu estava ocupado. -disse com um sorriso largo, se virando para olhar a loira, que prontamente retribuiu o sorriso.

Bom e velho Nathan, pensou Cath, ao revirar os olhos.

–Claramente. -respondeu e deu um sorriso simpático para a garota, que não fazia a mínima ideia que aquela seria a ultima vez que veria Nathan- Agora que te achei, só precisamos achar sua irmã.

–Ele é o irmão de Anne? -Arthur perguntou, se aproximando de Cath e colocando o braço em seu ombro, um ato que pareceu querer marcar território, como se dissesse a todos que estavam no corredor, que ela pertencia a ele e mais ninguém. Isso a irritou e ela, educadamente, retirou o braço dele de si.

Porém, aquilo também pareceu fazer Nathan notar Arthur pela primeira vez, pelo canto do olho ela pôde ver ele cruzar os braços e estreitar os olhos para aquele estranho.

–Sim, Arthur, ele é irmão dela. Muito obrigada por me ajudar a procura-la, mas se você quiser ir para casa, como disse que estava querendo, pode ir.

–Ai, que triste. Eu estava tão ansioso para lhe deixar em casa. -sussurrou com um sorriso malicioso, ao se aproximar dela e colocar as mãos em sua fina cintura- Queria ver o que você faria quando eu lhe deixasse na porta.

Catherine ouviu as palavras sussurradas com o sotaque britânico, que era tão incrivelmente sexy para ela, viu os olhos brilhantes do rapaz, os cabelos loiros que ainda estavam um pouco molhados de suor e se sentiu mal por estar sendo tão impaciente com ele, apenas estava cansada e não podia descontar nele. Entretanto, ela não percebia apenas as ações e reações de Arthur, ela conseguia sentir o olhar de Nathan em sua nuca e isso a deixava desconfortável de tantas inúmeras formas, que ela não conseguia explicar. Nunca ficou com um menino na frente de Nathan, quando ia para uma festa que ambos os irmãos Tanners iam, era raro encontrar com Nathan quando estava em momentos mais íntimos com garotos. O via no começo e no final da festa, ponto. Estar naquela situação era estranho para ela e não sabia como reagir, por um lado queria beijar o rapaz, estava com pena dele e bem, o seu beijo era realmente bom, mas por outro lado, não queria estar fazendo aquilo na frente de Nathan. Por deus, era o irmão de Anne!

Por isso, resolvera terminar logo com aquilo e colara seus lábios no de Arthur, que pareceu contente para retribuir da melhor forma possível. Ele aprofundou o beijo, a aproximou de si e apertou ainda mais sua cintura, o que a fez soltar um pequeno gemido de prazer. Isso foi o suficiente para afastá-lo de si, envergonhada por ter reagido daquela maneira na frente de Nathan.

–Gatinha, se você tivesse me beijado dessa maneira no começo da festa, já teríamos ido para um quarto a muito tempo. -Arthur disse com um sorriso malicioso no rosto.

–Menos, Arthur. -respondeu rolando os olhos, sentindo sua bochechas voltarem a cor normal. Odiava corar, principalmente na frente dos irmãos Tanners. Ambos adoravam brincar com o fato dela ficar vermelhas com várias situações, somente com os anos conseguiu controlar aquilo, depois de muito esforço e tempo na frente do espelho -Seu celular esta tocando.

–Eu sei.

–Não vai atender?

–Estou esperando você me falar quando a gente vai se encontrar de novo, para eu poder ir embora.

–Arthur, eu realmente preciso ir. -respondeu vendo Nathan ficar impaciente e trocar o peso de um pé para o outro- Se for para a gente se encontrar, iremos. Nunca assistiu Escrito nas estrelas? Serendipity?

–Por favor, Cath, não se faça de difícil. -pediu, voltando a se aproximar, mas ela deu um passo para trás.

–Talvez, Arthur, ela não queira voltar a se encontrar com você. Já pensou nessa possibilidade? Ou seu ego é grande demais para nem ao menos considerar a possibilidade dela lhe dispensar? -Nathan disse acidamente, se aproximando de Cath e a trazendo mais para perto de si, ao puxa-la, delicadamente, pelo cotovelo.

–O que? -Arthur perguntou confuso e um pouco assustado com a expressão irritada de Nathan e talvez, com a altura dele.

–Ele esta brincando. -ela disse revirando os olhos e pegando no braço de Nathan, como de fosse uma forma de tentar conter o que parecia ser raiva, mas não podia ser raiva, podia?

–Não estou não. -respondeu, interrompendo tudo que ela ia dizer.

–Ah ta, tudo bem, já entendi. Ele é seu namorado.

–O quê?! -Catherine riu, realmente gargalhou com aquela possibilidade -É claro que não Arthur, ele é praticamente meu irmão e eu nunca ficaria com você se estivesse namorando. Olha, eu não ia dar meu celular, mas você conseguiu me convencer.

Cath estendeu o braço e pediu o celular de Arthur para gravar seu número. O rapaz ainda demorou alguns segundos antes de deixar de olhar o quase guarda costas que permanecia com expressão fechada e braços cruzados ao lado dela e tirar o celular do bolso para lhe entregar.

–Tanner. -a loira falou e tentou puxar o Nathan para falar alguma coisa. Enquanto Cath salvava seu número no celular de Arthur, podia ver Nathan dispensar a garota e continuar no lugar. A loira saiu de perto deles quase batendo os pés, como uma garota mimada.

Desnecessária essa proteção dele, mas bem, ele não faria isso com Anne?

–Está aqui. -disse estendendo o celular para Arthur- Agora, eu realmente tenho que ir, procurar Anne, sabe?

–Sei e entendo. Tchau, Cath. -respondeu com um sorriso convencido por ter conseguido seu número.

–Tchau.

Ela pôde ver ele saindo e quando, por fim, virou o corredor, ela se encarou Nathan, dizendo o que estava preso em sua garganta.

–Qual seu problema hoje?

–O quê? -perguntou com sua melhor cara de garoto inocente, dando de ombros. Ela estreitou os olhos.

–Não acredito, Nathan. Você é impossível.

–Eu sei. -seu clássico sorriso de lado já estava de volta ao rosto.

–Você realmente vai fingir que você não fez uma cena aqui? O coitado do rapaz quase se encolheu com essa sua encenação de irmão preocupado.

–Não foi uma encenação. -resmungou, tirando o sorriso do rosto- Eu estava mesmo preocupado. Ele quase lhe comeu no meio do corredor e ainda praticamente lhe forçou a dar o seu número! Por que você deu?

–Nathan! Primeiro, a gente não praticamente se comeu, nós demos um beijo, duas coisas completamente diferentes. Segundo, eu dei porque ele não ia embora enquanto eu não desse e realmente temos que procurar Anne, eu me perdi dela.

–Mas você não queria dar.

–Mudei de opinião depois.

–Cara chato, tanta pessoa para ficar e você foi ficar com ele.

–Ah! Nem precisei ouvir ele falar, estava mais ocupada fazendo outras coisas. E ele beija tão bem. -disse a última frase apenas para irrita-lo.

Deu certo.

Nathan começou a fingir que estava vomitando. Ela riu e deu um pequeno empurrão nele, que a essa hora, já havia suavizado a expressão irritadiça.

–Desnecessário, Cath.

–Eu sei, mas você não pode falar nada porque eu sei bem o que você estava fazendo naquele quarto. -deu uma piscadela e voltou a andar pelo corredor.

–Você é impossível. -disse usando a frase que a mesma tinha usado para lhe descrever.

–Eu sei! -disse rindo- Agora podemos ser a equipe dos impossíveis.

–Apenas nós nos aturamos. -falou colocando o braço nos ombros de Cath, e diferente de Arthur, ela não se importou- Agora me explica uma coisa, por que você está abrindo todas essas portas?

–Estou procurando Anne, Nathan! Já disse! Por que ninguém me escuta?

–Eu não estava entendendo. Desculpe. Pode parar de incomodar as pessoas nesses quartos. Anne está na biblioteca, quando ela se cansa, ela sempre vai para a biblioteca dessa casa. -vendo o olhar confuso de Cath, continuou- Todos os verões nós vamos para as festas dos Bennets, conhecemos esses corredores de olhos fechados e sempre que queremos cair bêbados em algum lugar dessa casa, vamos para um canto em que não há a mínima possibilidade de alguém nos encontrar, ou até mesmo, nos procurar. Vamos para a biblioteca.

–Eu não acredito! -Cath falou exasperada olhando para Nathan por cima do ombro, ele estava realmente próximo e dava para ver seus olhos âmbar brilhando- Eu preocupada e a procurando feito uma louca e ela estava esse tempo todo na biblioteca.

–Pois é, quem você seria sem mim?

–A mesma pessoa de sempre -disse tentando soar grossa- apenas um pouco mais atrasada.

E então riu.

Riu de alivio, riu por saber que já poderiam ir para casa descansar, riu até mesmo pela própria situação.

–Vamos pegar o terceiro membro da equipe dos impossíveis.

–Vamos. -Nathan respondeu sorrindo- Aquela louca vai ter uma puta dor de cabeça amanhã.

–Com certeza.


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Notas finais do capítulo

Gente. Como prometido, aqui está o capítulo!! Eu sei que deve ter vários erros de gramática e por isso, hoje de noite irei corrigir os erros de TODOS os capítulos! Todos! Todos!
Espero que tenham gostado desse, dessa cena entre a Cath e o Nathan. Acho eles tão fofinhos. Tentei fazer o capítulo maior dessa vez, espero que tenha conseguido (eu escrevo pelo IPad, por isso não tenho como saber quantas palavras escrevo).
Muito obrigada por todos os comentários e espero que também comentem o que acharam desse, me sinto bem mais motivada quando vejo a opinião de vocês. Então é isso. Beijinhos.



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