Pode Me Chamar de Lina escrita por Tira os oios


Capítulo 5
O Verdadeiro Show [Final]




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— Sabe o que mais, Violette? O show da primavera não é a única possibilidade do mundo para eu me apresentar como cantora. A partir de agora quero manter só um pensamento em minha cabeça: evolução.

—Pode contar comigo para o que precisar!

—Sei disso. —disse abraçando a amiga.

Desse dia em diante, todas as tarde Lina se dedicou a praticar suas habilidades com o violão e vocais, nos fins de semana recebia a “aula de beleza” de suas queridas amigas. Todo mês selecionavam um dia para visitar o karaokê, quando a azulada sempre se apresentada dando tudo de si. Nesses dias o local lotava, e por isso elas tornaram muito bem vindas pelo proprietário, além de contribuir para deixar a garota cada vez mais confiante e desinibida no palco.

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[Aproximadamente dois anos desde a audição]

As meninas estavam reunidas e entediadas em uma cafeteria, até serem surpreendidas com a notícia que Peggy encontrou no tablet.

—Pai amado! Vai haver outra audição para a banda do show da primavera!

— O que?! — Lina a olhou interessada.

— Esta dizendo aqui que procuram um novo vocalista. Pelo jeito a tal da Debra foi para o ralo...

— Não... A maldita se deu bem... De novo! — disse Lina. Todas a olharam estranhando e ela contou o que a Debra aprontou em relação ao empresário que deveria ser de toda a banda.

—Aquela pilantra! — Rosaya socou a mesa como da última vez.

—Ao menos agora você pode fazer o teste tranquilamente.

—Quer saber, vou fazer essa audição... Não acho que vou entrar na banda depois do vexame de dois anos atrás, mas quero encarar essa mágoa de frente.

— Você está certinha. — disse Rosaya, orgulhosa— e com a revolução que você deve até aqui, emocional, física e profissional, tem força para conquistar o que quiser.

Todas as garotas concordaram.

— Muito obrigada gente... A verdade é que, nada teria mudado que o destino não fosse tão generoso de colocar amigas como vocês em minha vida. — as garotas fizeram um “ownn” e Kim bagunçou seu cabelo.

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Enfim estava ela, diante da porta que levava para a sala do auditório. A sala que lhe trazia as piores lembranças. Mas estava prontas para as desafiá-la frente a frente.

Girou a maçaneta e entrou na sala silenciosamente. Ficou diante dos jurados, que aparentemente não a reconheceram. E sim, lá estava Castiel, sentado na cadeira com as pernas encima da mesa, cruzadas. Diferente da outra vez, nenhum deles pareciam entusiasmado com as apresentações, e não havia ninguém além dos membros da banda a assistindo.

— Diga seu nome e pode começar a tocar. — disse um deles.

— Prefiro não dizer, tem problema?

O rapaz olhou para seus companheiros e nenhum parecia se importar. Fez sinal positivo para a garota e assim ela começou a tocar.

Sem medo, arriscava falsetes e outros caprichos. Conforme cantava, sentia como se botasse para fora o universo que havia dentro de si. Os garotos se entreolharam com cara de espanto. No refrão, se remexiam na cadeira dançando e estralando os dedos no ritmo da música. Tinham vontade de cantarolar junto, mas não podiam intervir na apresentação da garota. Ao final da música, se levantaram para aplaudi-la.

— Bravo! — disse um deles — qual o seu nome?

A garota fechou a cara. Tinha medo de que a reconhecessem. Percebendo isso, o garoto insistiu.

— Porque não quer nos contar seu nome?

— Eu sou Adelina Mansol. Mas prefiro ser chamada de Lina... — ela por fim falou.

Castiel, mais do que os outros, arregalou os olhos.

— Você é a menina que teve o violão sabotado na última vez... — disse ele.

—S-sou... Espera, então vocês acreditam agora?

— Claro que sim!— ele se aproximou um pouco — Aquela maldita tirou a máscara no final, e arruinou a chance de um futuro para nossa banda...

—Nos devemos mil desculpas a você. — disse outro.

— Não devem... Não foi culpa de vocês.

Eles sorriram.

—Bom... Podemos ter a honra de recebe-la em nossa banda?

— Com toda certeza!

Os garotos pularam de alegria e a pegaram lançando para cima, a não ser Castiel por não era de seu perfil fazer esse tipo de coisa, porem a encarava no fundo dos olhos com um sorriso galante.

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E lá estava ela, dando um show com a tão sonhada banda que a muito almejava entrar. Todas suas amigas assistiam pulando e gritando horrores, até a Violette. Quando terminou, Lina foi para o terraço do teatro, apreciando o friozinho da noite. Ela estava com um vestido preto e cheio de pedrinhas brilhantes, contratava com seu longo e liso cabelo azul. Sua maquiagem era marcante, para fazer jus ao visual rockeiro do show.

Ouviu passos de alguém se aproximando. Era Castiel, vestindo uma calça cinza folgada, uma camiseta preta com o símbolo de uma banda de rock uma corrente prateada. Parou ao seu lado e ficou observando as estrelas.

— Você arrasa, gata...

— Você também.

— Nunca vou me perdoar pela forma que lhe tratei no passado... Só me resta esperar que você me perdoe...

— Não se preocupe com isso... Essas coisas ficaram para trás, Castiel.

— Você sabe meu nome?!

Ela riu.

—Sim. Também sei que você sempre fica de bom humor quando brinca com seu cachorro Dragon, tem um pouco de amizade com minha amiga Iris, é fã da banda Winged Skull, odeia o loirinho da mansão de lá perto do seu antigo condomínio e mora sozinho. Ou morava, não soube de muito desde que você se mudou...

Ele estava com as sobrancelhas erguidas e a boca aberta. Ela riu bastante dessa expressão de espanto.

—Você deve ser gamada em mim, brincou.

— E era mesmo — ele se surpreendeu mais uma vez— embora nossas personalidades sejam tão diferentes, temos gostos bem parecidos. Isso fez com que eu tivesse uma queda por você desde criacinha.

—Eu ganhei na loteria e joguei o bilhete fora sem saber... — brincou — será que ainda tenho chance?

— Talvez...

Ele sorriu, levantou seu queixo e arriscou um beijo e a garota correspondeu.

Fim.


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