New Secret Avengers escrita por Daredevilosa


Capítulo 62
Capítulo 62




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S: SARA! SARA!

Steve andava pela sala com o telefone sem fio e o celular nas mãos. Sara desceu correndo as escadas.

Sara: O que foi?

S: Eu estou tentando ligar pra sua mãe, mas dá desligado ou fora de área. Me dá uma ajuda aqui.

Sara: No que eu posso ajudar? Ela não chegou na Itália ainda.

S: Já tem 5 horas.

Sara: Pai, Itália fica do outro lado do oceano! Ela vai levar mais do que cinco horas para chegar!

S: Quando eu viajava para a Europa, em 4 horas eu estava lá.

Sara: É nos seus jatos especiais da SHIELD e do tio Tony. Pai, será que você pode não me chamar a cada 30 minutos? Eu estou ocupada.

S: Fazendo o quê?

Sara: Estudando?

S: Ah sim. Tudo bem. Quando você quiser sair para o shopping...

Sara: Ah sim, mais tarde.

S: Okay. James está no quarto dele?

Sara: Eu sei lá aonde aquele idiota está.

Sara subiu as escadas, e Steve colocou o telefone de volta no lugar. Steve subiu as escadas e bateu na porta do quarto de James.

Steve abriu a porta e James estava no computador.

S: James.

James olhou para o pai.

S: Você quer jogar basquete?

J: O que?

S: Já tem tempo que não fazemos algo juntos.

J: Pai, eu não jogo basquete.

S: Você ama basquete.

J: Quando eu tinha 10 anos. E eu estou preocupado com Lina.

S: Ela ainda não ligou?

J: Não.

S: Nós dois estamos sentindo falta das nossas garotas... Talvez possamos jogar para se distrair, até conseguirmos falar com as nossas garotas, então o que me diz?

J: Ah pai...

S: Okay, filho. Tudo bem.

Steve estava saindo do quarto, quando James se levantou.

J: Pai? Eu vou. Talvez seja melhor.

Steve sorriu. James não estava com vontade nenhuma de jogar, ele apenas sabe que o pai está sofrendo com a ausência da mãe dele por lá.

S: Vamos.

Steve e James desceram e foram para a frente da casa, mais precisamente de frente para a garagem onde tinha um cesta de basquete pendurada em cima do portão.

James pegou a bola no armário da garagem, depois encontrou com Steve do lado de fora.

Os dois jogaram bola por quase uma hora, ambos gostam de se exercitar e o dia estava quente, James tirou a camisa e caminhou para o gramado para descansar.

Steve estava ensopado de suor.

J: Pai, pode ligar a mangueira?

S: Sim, eu estava pensando nisso.

Steve abriu o portão da garagem e puxou a mangueira para o jardim, ele ligou a torneira e jogou água sobre a cabeça.

J: Pai, tira a camisa, já está toda suada mesmo.

James pegou a mangueira para se molhar e Steve ficou parado pensando se devia tirar ou não.

S: Sua mãe não gosta quando eu fico sem camisa aqui fora.

J: Ela não está aqui, pai.

S: Eu sei...

J: As vizinhas já estão olhando do mesmo jeito.

Steve olhou para as vizinhas na janela e riu.

S: Eu acho que estão olhando pra você.

J: Eu?

James foi reparar e de fato estavam olhando pra ele, ele está bem mais crescido agora, ele sempre teve o corpo definido, porém era muito magro, agora ele já está mais parrudo com músculos e abdômen definido.

Steve riu.

S: Você gosta da atenção...

J: Eu? Mais ou menos.

James riu.

S: Não negue, está estampado no seu rosto.

...

No final da tarde, Sara desceu até a sala.

Sara: Paizinho?

Steve olhou para Sara.

S: Você já está pronta?

Sara: Sim. E eu estive pensando, talvez você esteja cansado, eu vi você e James jogando e...

S: Não, eu posso ir.

Sara: Pai, eu não quero que se canse por mim, você pode me dar o dinheiro e eu vou sozinha para o shopping.

S: Sara.

Sara: Eu não quis dizer totalmente sozinha, minhas amigas estão indo também.

S: Eu achei que íamos passar um tempo juntos.

Sara: Nós podemos passar um tempo juntos, quando eu voltar. Achamos algum filme no Netflix.

S: Não posso deixa-la ir sozinha.

Sara: Eu sei! Você pode me levar e me buscar mais tarde, você fazia isso com o James quando ele tinha minha idade.

S: Ele é homem.

Sara: Se minha mãe ouvisse você dizer isso.

S: Sara, não estou querendo dizer que você não tenha mentalidade para andar sozinha até o shopping e ficar lá com suas amigas, mas as mulheres costumam ser alvos mais fáceis, eu não queria que fosse assim. Gostaria que você pudesse sair, com a certeza que ninguém tentará nenhum mal com você.

Sara ficou emburrada e suspirou.

S: Podemos fazer assim... Nós iremos para o shopping, eu vou sentar em algum lugar e você pode rodar com suas amigas e marcamos um horário para você me encontrar. Pode ser?

Sara fez positivo com a cabeça.

S: Eu vou pegar as chaves.

Sara: Aqui.

Sara jogou as chaves para Steve.

S: E a minha carteira.

Sara jogou a carteira para Steve.

Sara: Eu já esperava!

Sara riu e saiu com o pai para o shopping.

Assim que chegaram no shopping, Steve disse que ficaria na praça de alimentação e que aguardaria por ela lá. Sara teria até 3 horas para rodar com as amigas e depois se encontraria com o pai para ir embora.

S: Não gaste mais que 50 dólares.

Sara: 50? O que eu vou comprar com 50 dólares? Uma calcinha?

S: Quanto você precisa?

Sara: 200.

S: O que? Que roupa custa 200 dólares?

Sara: Pai! Por favor...

Sara indicou as amigas com a cabeça.

S: 200 e agora roupa nova só ano que vem, escolha sabiamente.

Sara abraçou Steve e beijou o rosto dele.

Sara: Obrigada, pai.

Steve sorriu e entregou o cartão para Sara. Sara se afastou com as amigas e Steve foi em direção da praça de alimentação, ele comprou uma garrafa de água e se sentou em uma das mesas.

Depois de dez minutos, um homem com dois garotos da idade de James se aproximaram da mesa.

— Com licença. Você é Steve Rogers, não é? O Capitão América?

S: Ex-Capitão América e sim, sou Steve.

— Viu só crianças, eu disse que era ele. Você sempre será o Capitão América pra mim, sou seu fã, eu e meus filhos.

Steve sorriu para os meninos.

— Você se importaria de nos dar um autógrafo?

S: De forma alguma. Tem uma caneta?

— Sim, sim. Aqui.

S: Quer aonde?

— Nas nossas camisetas mesmo.

Steve assinou as camisetas de cada um deles, o que atraiu a atenção de outras pessoas que se aproximaram.

— Ele é famoso?

— Como assim? Ele é o Capitão América.

Uma criança de 5 anos olhou para Steve e franziu a testa.

— Ele não é. Esse é o Capitão Amélica.

O menino mostrou o boneco do Sam Wilson como Capitão América.

S: Você está certo, ele é o Capitão.

A mãe do menino encostou a mão na cabeça do filho e depois olhou para Steve.

— Ele é o antigo Capitão, filho. Ele também salvou o mundo, inclusive ele salvou seu pai na batalha de Nova York, quando ele estava dentro de uma lanchonete. Eu achei que nunca teria a oportunidade de te ver de perto e agradecer por isso.

Steve sorriu sem jeito.

S: Eu só estava fazendo meu trabalho.

A moça abraçou Steve no impulso e ele ficou totalmente sem saber o que fazer.

— Me desculpe, eu tinha que te abraçar.

S: Sem problemas.

O celular de Steve começou a tocar, ele viu no visor que era Natasha e se levantou imediatamente.

S: Me desculpem, mas preciso atender, é a minha esposa.

— A Viúva Negra! Vocês são o casal mais bonito que já vi.

S: Obrigado.

Steve atendeu a ligação e se afastou do grupo de pessoas.

S: Nat?

N: Está sentindo minha falta?

S: Você não precisa perguntar.

N: Eu preciso porque eu quero saber o quanto você ainda pensa em mim.

S: Você sabe que o tempo todo. Como vocês chegaram?

N: Bem, os gêmeos ficaram acordados durante todo o voo, agora estão dormindo.

S: E Maggie?

N: Eu a fiz dormir também, amanhã teremos que estar nos locais das filmagens e é melhor que ela esteja descansada. E Sara e James?

S: James está triste em casa porque ainda não conseguiu falar com a Lina.

N: Não? Estranho. Eles são tão grudados.

S: Até levei ele lá pessoalmente, mas não tinha ninguém em casa.

N: Ninguém? Estranho. E a Sara?

S: Eu estou no shopping com ela, mas ela me fez ficar afastado para não deixar ela constrangida com as amigas.

Natasha riu no telefone.

S: Eu sinto falta da minha princesa.

N: Eu sei, 13 anos é uma idade difícil, mas... Você tem a Charlotte.

S: É.

N: Você não consegue esconder seu favoritismo pela Sara.

S: Nem você com o James. E não é favoritismo, é que éramos mais apegados.

N: Eu entendo.

Steve caminhou para perto do guarda-corpo da praça, que dá vista para uma praça central do shopping. A praça de alimentação aonde Steve estava fica no quarto andar, e enquanto Steve falava com Natasha no telefone, ele viu Sara e as amigas lá no 1º andar, perto de um chafariz.

...

— Sara, nós temos que te contar uma coisa.

Sara: O que?

— Nós convidamos os meninos.

Sara: O que? Que meninos?

— Nós somos quatro meninas, e nós chamamos quatro meninos, sabe o que significa?

Sara franziu a testa e imediatamente ficou nervosa.

— Você está toda vermelha, Sara.

— E os meninos ainda nem estão aqui.

Sara: É que... Eu... Eles não vão gostar de mim.

— Do que está falando?

Sara deu de ombros.

Sara: Eu sou gorda.

— Você não é mais, só está ainda cheinha, mas você está linda e Johnny disse que quer ficar com você.

Sara: O que???

Sara arregalou os olhos.

Sara: Isso não é verdade. Você está zoando comigo.

— Eu não estou.

Sara: Eu não acredito em você.

— Olha, eles estão chegando.

Os meninos se aproximaram delas e cada um veio cumprimentar as meninas e Sara, que não conseguia sorrir, nem se mover, ela estava vermelha feito um tomate e olhando para todos os lados. Ela esqueceu de como deve se comportar.

...

S: Ué, quem são esses meninos? Sara não disse nada sobre meninos.

N: O que?

S: Nada, é que os amiguinhos de Sara chegaram.

N: Está espionando ela?

S: Não! Eu só vim até o guarda corpo e vi ela lá embaixo.

N: Steve... Não faça isso.

S: O que? Eu só estou olhando.

N: Não olhe. Ela tem 13 anos, é normal ela sair com meninos.

S: Eles só vão conversar, né?

N: Claro. Por que você não vai comprar um sorvete?

S: Eu irei.

Steve disse, mas permaneceu no mesmo lugar, observando lá de cima, mas como tinha mais amigos por perto, ele não se importou, até ver uma das amigas de Sara se pendurar no pescoço de um dos meninos e beijar ele na boca.

S: Isso não vai dar certo.

N: Steve eu estou falando com você! Deixa ela.

S: Eles são crianças e estão beijando! Na boca!

Natasha suspirou por telefone.

S: Eu vou descer lá.

N: Steve, não!

Tarde demais, Steve desligou o celular e correu para as escadas rolantes.

...

Enquanto isso, o crush de Sara, o Johnny se aproximou e ficou ao lado de Sara.

Johnny: Oi.

Sara esqueceu como se falava, ela não conseguia nem mover o pescoço para evitar de olhar ele nos olhos.

Sara: Oi.

A voz de Sara nunca saiu tão fina na vida.

— Sara, eu achei que não era tímida, o que está esperando? Beija ele.

— É, beija ele.

A respiração de Sara acelerou tanto que ela achou que ia desmaiar, todo o corpo dela estava tremendo.

— Ela está congelada. Ela nunca beijou ninguém.

Sara agora queria morrer. Que espécie de amiga diz que você é BV na frente do garoto que você gosta.

— Johnny, ajude ela, beije ela. Você disse que queria.

Johnny não tirou os olhos de Sara e Sara ainda estava congelada e com vergonha. Johnny mexeu numa mecha do cabelo de Sara e colocou atrás da orelha dela, ele aproximou o rosto do dela e colocou os lábios na bochecha de Sara, que prendeu a respiração e fechou os olhos.

Johnny: Você não tem que me beijar, se não quiser.

Sara abriu os olhos e finalmente olhou pra ele.

— Ai Johnny, como você é lerdo.

Johnny: Você quer?

Sara: Eu...

Johnny aproximou os lábios dos de Sara e antes que ele encostasse os lábios nos dela, Sara colocou as mãos sobre os ombros dele e o afastou.

Sara: Desculpe, eu não posso.

Johnny franziu a testa, frustrado e fez positivo com a cabeça.

Sara: Tem muita gente aqui, eu não me sinto confortável. Me desculpe.

Steve estava chegando no momento que Sara estava com as mãos sobre os ombros de Johnny, mas ele não sabe que ela rejeitou o rapaz.

S: Sara!

Todos olharam para Steve.

Sara tirou as mãos de Johnny.

Sara: Pai.

— Pai?

Os meninos riram e Sara suspirou, ela caminhou até Steve.

Sara: O que está fazendo? Você disse que ficaria lá em cima.

S: Eu estava, mas eu vi você.

Sara: Estava me espionando?

S: Não, eu só não sabia que viria meninos para cá.

Sara: Eu não sabia. Eles apenas apareceram por acaso.

S: E vocês vieram para cá só para ficar de namoro, você mentiu pra mim, disse que faria compras.

Sara: Pai! Não foi isso. Eu... Eu não ia beijar ele.

S: Eu vi vocês dois bem próximos.

Sara: Você não confia em mim. Eu estou dizendo a verdade.

Sara caminhou para a saída do shopping com os braços cruzados. Steve a seguiu correndo.

Sara foi até o carro e esperou Steve chegar.

S: Sara?

Sara: Abra a porta e vamos embora.

Steve abriu a porta do carro e os dois entraram. No caminho, Steve viu Sara limpar algumas lágrimas e se sentiu péssimo, ele odeia ver ela chorar.

S: Sara? Me desculpe pelo jeito como me aproximei.

Sara: Eu não o beijei, eu disse que não queria! E eu estava me sentindo uma boba por isso e aí você veio e eu me senti mais estúpida ainda. Todos me acham uma idiota agora.

S: Eles não acham, filha.

Sara: Eles acham sim e Johnny também, eu gosto dele.

S: Se você gosta dele, por que não o beijou?

Sara: Porque eu não queria que meu primeiro beijo fosse assim, eu não queria na frente de todo mundo.

S: Você está certa. Eu sinto muito, filha. Muito mesmo. Sua mãe disse que você está crescida, mas eu não consigo imaginar você com algum garoto, meu coração dói de imaginar. Além do que, nós já falamos a respeito disso. Você e Maggie, vocês tem que se dedicar aos estudos, eu não quero que namorem tão cedo assim.

Sara: Eu não vou namorar ninguém nunca.

S: Você irá no seu tempo.

Ao chegarem em casa, Sara subiu direto para o quarto. Steve retornou a ligação para Natasha.

A primeira coisa que Natasha fez foi suspirar.

N: Deixe-me adivinhar, você a fez chorar.

Steve ficou em silêncio.

N: Eu disse e você não ouviu. Steve?

S: Oi?

N: Não fique assim...

S: Eu sinto sua falta aqui.

N: Tem menos de 24 horas.

S: Eu sei, mas é difícil.

N: Eu sinto sua falta também. Esse lugar é bem você.

S: Por que?

N: É romântico, eu estou imaginando...

S: O que?

Natasha falou mais baixo, apesar das crianças estarem dormindo.

N: Nós dois juntos aqui, nesse quarto.

S: Você só está dificultando as coisas pra mim.

N: Não consigo evitar, eu queria você agora, demais.

S: Eu vou comprar uma passagem agora mesmo.

Natasha riu baixinho no telefone.

N: Primeira noite... Ainda faltam 59...

Steve suspirou no telefone.

N: Mas eu acho que podemos fazer algo.

S: Como?

N: Pelo telefone...

S: Pelo telefone?

N: Sim. Não hoje, amanhã.

S: Pelo telefone?

Natasha revirou os olhos.

N: Não me faça desistir da ideia. Eu tenho que desligar, daqui a pouco amanhece e eu não dormi nada.

S: Okay. Durma bem. Nat?

N: Hum?

S: Eu te amo.

N: Eu te amo também, soldado. Boa noite.

S: Boa noite.

James vinha descendo as escadas, enquanto Steve desligava o celular.

J: Era a mãe?

S: Sim.

J: Eles chegaram bem lá?

S: Sim. Por que está acordado?

J: Eu não consegui falar com a Lina, eu estou pensando em ir até lá.

S: A essa hora, James?

J: Eu estou preocupado.

S: Então, eu te levarei lá, mas deixa só eu tomar um banho. A Sara parou de chorar?

J: Chorar? Ela estava chorando?

S: É. Eu estraguei o dia dela, é só o que faço.

J: O que houve?

S: Eu pensei que ela ia beijar um menino, mas ela não ia e eu julguei mal, a deixei envergonhada na frente dos amigos e ela está muito triste. Eu vou subir e saímos em quinze minutos.

James concordou com a cabeça.

Enquanto Steve estava no banho, James foi até o quarto de Sara e bateu na porta.

Sara: Eu não vou comer, pai.

J: Sou eu.

James abriu a porta e entrou.

Sara: Vai embora.

James fechou a porta atrás dele e se aproximou da cama de Sara.

Sara: Eu já tive um péssimo dia, James, não começa a ficar me zoando, eu não quero.

J: Eu sei, meu dia está péssimo também.

Sara olhou para James.

J: Estou brigado com a mamãe, ela viajou com nossos irmãos, não me deixam ser um Vingador, Lina sumiu...

Sara: Ela sumiu mesmo?

J: Eu não sei. Eu acho que sim.

James sentou no tapete ao lado da cama de Sara.

J: Pai disse que você está chateada com ele.

Sara: Eu estou chateada comigo mesma.

J: Por que?

Sara: Porque... Porque o garoto que eu gosto, ele parecia querer ficar comigo.

J: Parecia?

Sara: É. Parecia, porque eu não acredito nele.

J: Por que não?

Sara: Por que quem ia querer ficar comigo? Ele provavelmente só estava me zoando, na frente de todas as minhas amigas. Acho que ele ia só fingir que ia me beijar e depois ia rir da minha cara.

J: Por que você pensa isso?

Sara: É como você sempre disse, ninguém vai me querer porque eu sou gorda. Eu me odeio.

Sara suspirou e escondeu o rosto no travesseiro para não chorar.

J: Você não está mais gorda. Não como era antes.

James respirou fundo.

J: Me desculpe, Sara, quando você era mais nova era engraçado fazer piadas do seu peso, eu gostava de te apertar, porque fazia você rir.  Aí você começou a crescer, eu também, e eu vi como os rapazes olhavam para Torunn, eu olhava pra ela assim também.

James riu.

J: Eu comecei a pensar se você crescesse e os meninos começassem a olhar pra você assim também. Eu teria que socar cada um deles, para que não te olhassem.

Sara: Que estúpido.

J: Eu sei, eu penso como o pai. Eu não acho que nenhum deles te merece, eu não quero nenhum deles te namorando, a menos que... A menos que você os queira. Se você gosta desse cara, você devia ficar com ele.

Sara: Mas eu não sei se ele...

J: Ele gosta de você, Sara. Eu vou dizer algo agora pra você, mas eu nunca, jamais, direi isso de novo, sob hipótese nenhuma, então preste bem atenção... Eu acho que você é linda. Quando você estava mais gorda como um botijão...

Sara bateu na cabeça de James e ele riu.

J: Mesmo quando você estava mais cheia, eu sempre te achei linda, agora você está ainda mais e nunca deixe que ninguém te diga o contrário, exceto eu. Eu posso.

Sara: Não, você não pode. E eu gravei o que você disse e eu vou mostrar para o papai e a mamãe.

J: Não, você não gravou.

Sara riu.

Sara: Isso foi muito legal. Obrigada, Jamie. Eu te acho um pouco, bem pouquinho menos babaca agora.

J: Ah é?

James levantou e fez cócegas na barriga de Sara, ela riu e tentou se defender.

S: JAMES!

Steve gritou James do corredor.

J: Estou indo.

Sara tacou o travesseiro em James e por ter bom reflexo, ele segurou e arremessou de volta.

J: Comporte-se.

James saiu do quarto e foi até a casa de Lina com Steve.

Cerca de quinze minutos depois que Steve saiu com James, a campainha da casa tocou. Sara estranhou pelo horário e achou que era o pai voltando, ela já estava de pijama e desceu as escadas para atender a porta.

Sara abriu a porta e quase teve um treco ao ver Johnny na porta dela.

Johnny: Oi.

Sara: Eu achei que era meu pai ou meu irmão.

Johnny: Esse é um pijama muito legal.

Sara ficou completamente corada e se encolheu um pouco.

Sara: O que veio fazer aqui? Caçoar de mim?

Johnny: Por que eu faria isso? Eu estou gostando de você, quer dizer, acho que estou apaixonado por você.

Sara: O que???

Johnny: Eu não consigo parar de pensar em você, eu ia confessar hoje no shopping, mas eu fiquei com medo, daí seu pai chegou e o meu coração estava muito acelerado, não consegui dizer nada.

Sara: O meu também!

Johnny: Mesmo?

Sara fez positivo com a cabeça.

Sara: Eu achei que meu coração ia sair pela boca.

Sara riu.

Johnny: Bem, eu queria saber se você quer ser minha namorada.

Sara arregalou os olhos novamente.

Sara: Namorada? Eu acho... Meu pai... Eu não posso.

Johnny abaixou a cabeça.

Sara: Eu quero! Eu realmente quero, mas meu pai me proibiu.

Johnny: De namorar?

Sara: É... Um saco. Ele diz que tenho que terminar a escola, primeiro.

Johnny: Será que... Eu posso ao menos te dar um beijo?

Sara: Um beijo? Na boca?

Johnny fez positivo com a cabeça.

Sara fechou a porta na cara de Johnny e começou a pular sozinha, enquanto sorria, depois ela ajeitou o cabelo e voltou a expressão normal. Sara abriu a porta.

Sara: Espere aqui, por favor.

Johnny ficou confuso, enquanto Sara fechava a porta novamente e correu até o telefone da sala, ela ligou para a mãe, três vezes até Natasha atender.

Sara: Mããããeeee!

N: Sara, o que houve? Por que está sussurrando? Tem alguém aí? O que está acontecendo?

Sara: Não, eu estou sozinha.

N: Sozinha? Essa hora? Onde está seu pai?

Sara: Foi levar James na casa da Lina, mãe, me escuta, é importante.

N: O que?

Sara: Lembra do Johnny?

N: Sim...

Sara: Ele está aqui.

N: Está? Vocês estão sozinhos em casa?????

Sara: Não! Ele está do lado de fora e eu entrei para te ligar.

N: O que você quer?

Sara: Ele disse que quer me namorar.

N: Sara, o seu pai...

Sara: Eu sei! Mas eu gosto dele! Mesmo assim eu disse não.

N: Hum.

Sara: E ele perguntou se podia me beijar.

N: E você?

Sara: Eu te liguei para saber se pode.

N: Você quer beijar ele?

Sara: Muito!

N: Então... Beija ele. Lá fora, nada de meninos em casa sozinha.

Sara: Eu estou nervosa, mamãe.

N: Meu Deus, Sara... Relaxa, se você sente que deve esperar um pouco mais...

Sara: Não, não. Eu não vou esperar, eu vou beijar ele!

N: Apenas beijar. Sem mãos...

Sara: Okay. Me deseje sorte.

N: Boa sorte. Eu te amo, Sara.

Sara: Eu amo você também, mãe. Tchau.

Sara desligou o telefone e respirou fundo três vezes até finalmente abrir a porta da sala.

Johnny a olhou.

Johnny: O que estava fazendo?

Sara: Pensando... E eu decidi que você pode me beijar nos lábios, mas sem as mãos.

Johnny: Por que eu usaria minhas mãos?

Sara: Eu não sei, mas essa é a regra.

Johnny: Ok.

Sara: Devo fechar os olhos?

Johnny: Sim.

Sara: E abrir a minha boca?

Johnny: Sim.

Sara: Muito ou pouco? Ou médio, o que eu faço com a minha lín...

Sara não terminou a frase, porque Johnny colou os lábios nos dela e a beijou. O beijo teve muito pouco de língua e durou menos de dois minutos, mas pareceu uma eternidade para Sara.

Steve e James estavam chegando de carro nesse exato momento e observaram os dois se beijando.

J: PAI!

Steve tampou a boca de James.

S: Eu não sei o que está acontecendo, mas nós conversamos cedo, talvez seja só um beijo.

J: E se eles entrarem em casa?

S: Eles não irão. Ela sabe que não pode namorar e que não deve ficar sozinha com garotos em casa.

J: Por quanto tempo estivemos fora? Talvez eles já...

S: James!

J: Me desculpe, eu estou nervoso.

S: Eu acho que foi só um beijo, eu não quero arruinar isso pra ela.

E foi só um beijo, o primeiro beijo de língua de Sara, ela não sabe que o pai e o irmão presenciaram isso, caso contrário, morreria.

Johnny: Então...

Sara: Isso foi... Legal.

Sara sorriu.

Johnny: Mesmo?

Sara fez positivo com a cabeça.

Sara: Eu acho que eu quero fazer de novo....

Johnny sorriu e aproximou os lábios de Sara e Steve buzinou, o que fez os dois pararem.

James e Steve desceram do carro.

J: Vamos pegar esse moleque, pai!

Sara olhou para Steve, com um certo desespero. Steve se aproximou dos dois.

S: Johnny?

Steve estendeu a mão pra ele, Johnny cumprimentou Steve e tentou soltar a mão dele, mas Steve segurou com mais força.

S: Escuta, Johnny... Está tarde, você não devia vim falar com ela tarde da noite e quando os pais dela não estão em casa.

Johnny: E-eu n-não sabia, eu...

Sara: Pai...

S: Você pode voltar, se você quiser, durante o dia, comigo em casa. Mas não será um namoro, ela ainda está estudando.

Johnny: Sim, senhor.

S: Tenha uma boa noite.

Steve soltou a mão dele. O menino até esqueceu de se despedir de Sara.

Sara: Pai, eu não o chamei aqui e ele não entrou, eu juro, a gente...

S: Eu sei. Acredito em você.

Sara: Você acredita?

S: Sim. Eu tenho uma filha boa.

Sara sorriu.

Sara: Vocês acharam a Lina?

J: Não, tem algo de errado!

S: Eu estou achando isso também. Ninguém some assim do nada.

O telefone da casa começou a tocar e Steve achou que era Natasha, pois era tarde da noite.

S: Alô?

Clint: Steve? Natasha está com você?

S: Não, ela foi para Itália com os gêmeos e a Maggie.

C: Ah sim para a campanha comercial.

S: É um pouco tarde, Barton. Algo aconteceu?

C: Na verdade, sim. Nós precisamos voltar.

S: Voltar? Voltar pra onde.

C: Voltar a ser Vingadores.


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