Proibido Para Mim escrita por Sweet Girl


Capítulo 4
The best person.


Notas iniciais do capítulo

OLHA ELAAAAAAAAAA!
Chegou toda animada porque hoje é quarta-feira e tem capítulo novo ~dancinhasensual~

Boa leitura, meus amores ♥



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Um som estridente e irritante preenchia o meu quarto naquela manhã de terça-feira. Já era de manhã, pois claramente a luz matinal entrava pelas brechas das minhas cortinas, mas aquilo não era um fato que incomodava ao ponto de me acordar. Novamente o barulho foi ouvido pela minha audição e pude perceber que era o meu celular que tocava furiosamente. Bufei estressada e tateei o aparelho que estava em cima da mesinha de cabeceira, onde o atendi imediatamente.

— Alô? — minha voz saiu rouca e totalmente diferente, sendo perceptível que eu havia acabado de despertar.

— Elena? — uma voz masculina foi anunciada do outro lado da linha, a qual possuía um tom de familiaridade — É o Damon.

— Damon? — meu coração pulou assim que reconheci a fala do moreno. Meus olhos se abriram em profundo alerta e um sorriso idiota estampou o meu rosto — Ah... Oi.

— Eu te acordei? — perguntou preocupado — Me desculpe. Eu pensava que você estava acordada, enfim. Depois eu te ligo. Desculpa mesmo.

— Calma! — elevei minha voz, assustando-me com o meu desespero repentino — Eu já estou acordada... Pode falar por que você ligou.

— Então, eu queria te convidar para um programa especial — ele iniciou suas palavras receosamente — É meio bobo, confesso. Mas vai ser divertido, e eu pensei que você gostaria de me acompanhar.

— Que programa seria esse? — tentei parecer não desesperada em aceitar, até porque eu não poderia deixar claro o quanto meu desejo em encontrá-lo novamente era incontrolável, independente do momento e do lugar.

— Será um evento de leituras para crianças lá no Central Park — Damon iniciou sua explicação completamente animada — Os organizadores montam alguns Stands e disponibilizam livros de todos os estilos e alguns contadores de histórias para lerem ao vivo. Fui chamado para fotografar e pensei logo em você quando soube do que se tratava.

— Lógico que eu vou! — confirmei alegre — Você sabe que eu amo a leitura.

— Sei sim — Damon riu diante do meu entusiasmo — Vai ser às quatro horas da tarde. Você quer que eu te busque em casa?

— Você vai de moto? — perguntei receosa.

— Sim.

— Não sabia que já estava liberado para pilotar.

— E realmente não estou liberado. Mas como é na cidade e o trânsito vai estar tranquilo, não vejo problema em andar de moto. Até porque não é uma viagem, apenas um passeio.

— Tudo bem — suspirei vencida — Mas eu posso ir com o meu carro? É porque eu tenho certo medo de andar de moto...

— Claro — Damon transpareceu boa aceitação em sua voz, o que aliviou uma repentina tensão em meu corpo — Sei que é perigoso... Mas eu adoro riscos.

— Percebe-se — disse rindo, enquanto brincava com a ponta do short do pijama — Enfim, quando eu chegar lá, ligo pra você e nos encontramos.

— Certo — sua voz grossa ficou incrivelmente rouca e sensual em sua última fala — Estarei esperando ansiosamente.

— Eu também, Damon.

Desliguei a chamada assim que retruquei as últimas palavras, torcendo para que um sorriso se formasse no rosto de Damon, assim como se formara no meu. Não estava conseguindo compreender essa sensação gostosa e inovadora que aflorava em meu peito, fazendo com que um misto de sensações invadisse os meus pensamentos. Beijei poucos garotos e nunca tive um relacionamento sério, os meninos me viam como a puritana e sem graça, mas a verdade é que eu estava esperando alguém que transformasse o meu estômago em uma moradia de borboletas. E parecia que eu finalmente havia encontrado.

Levantei da cama completamente animada, correndo em direção ao meu closet e iniciando uma profunda pesquisa em qual roupa eu iria vestir. Procurei por longos minutos e estava quase chorando, ao ponto de desistir do "encontro". Parecia que existia realmente mil opções de peças, mas nenhuma se encaixava com o meu humor ou com o evento. Eu queria algo leve, divertido e que evidenciasse o meu corpo, mas sem deixar de ser sensual.

Foi quando uma ideia passou pela minha mente e eu caminhei imediatamente aonde o meu telefone fixo se encontrava no quarto, discando o ramal da cozinha e chamando imediatamente o comparecimento de Rose ao cômodo. A senhora era governanta da minha casa desde o nascimento de Kath, sendo minha fiel companheira e amiga desde sempre.

— Leninha? — sua voz dócil foi ecoada pelo quarto e rapidamente seus olhos verdes me observavam atentamente.

— Rose! Eu preciso muito da sua ajuda! — gritei alarmada, segurando em sua mão e puxando-a para dentro do quarto, trancando a porta logo em seguida — Preciso de uma roupa para um local que eu vou hoje à tarde. Não pode ser nada muito sensual, mas também nada como se eu fosse para a igreja. Algo leve e que me deixe bonita.

— Tudo que você coloca a deixa incrível, querida — ela fez um carinho em meu rosto, colocando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha — Mas vem, eu vou te ajudar nisso.

Sorri satisfeita e fomos em direção ao closet, onde Rose passou a analisar e vasculhar todas as minhas roupas. No final, ela escolheu um short de cintura alta azul marinho, uma cropped colada e de manga, a qual possuía listras brancas e azuis marinhas também, assim como a peça inferior. Nos pés, eu iria calçar vans vermelhos e deixaria meus cabelos soltos, como de costume.

Agradeci a adorável senhora pela grande ajuda e ela saiu do meu quarto para continuar com sua rotina. E assim que fiquei sozinha novamente, uma sensação gostosa e inebriante tomou o meu corpo, fazendo com que eu ficasse ansiosa e extremamente feliz. Não estava acostumada com aqueles sentimentos e por isso eles pareciam tão inovadores e interessantes.

O dia se arrastou de maneira lenta, afinal, minha ansiedade não permitia que o tempo corresse da maneira que eu gostaria. Acabei almoçando sozinha, já que nenhum dos integrantes da minha família compareceu para a refeição, e decidi tirar um cochilo logo depois.

À tarde, acordei em um sobressalto, acreditando fielmente que havia perdido a hora. Mas, felizmente, ainda restava um bom tempo para que eu me arrumasse com tranquilidade e disposição. Afinal, gostaria de estar apresentável nesse evento, principalmente porque certas pessoas estariam marcando presença.

Tomei um banho morno e relaxante, começando a me arrumar logo em seguida. Vesti as roupas que Rose havia escolhido, calcei os tênis, fiz minha maquiagem de costume e sequei os cabelos. Procurei minha fiel bolsa tiracolo preta e joguei alguns itens que eu poderia precisar, como o celular, a carteira e o batom que eu estava usando.

Peguei a chave do meu carro e um arrepio gostoso percorreu minha espinha, evidenciando o quanto eu estava ansiosa com algo tão bobo. Naquele momento, percebi o quão inocente eu estava sendo, já que para Damon aquele "encontro" provavelmente não significaria nada a mais, apenas dois amigos dividindo um momento legal. E eu, como uma garotinha boba e inexperiente, transformava aquele singelo passeio em algo totalmente triunfal.

Tentei afastar aqueles pensamentos diminutivos e saí do meu quarto, decidida a encarar o presente e aproveitar ao máximo os momentos maravilhosos que o destino estava me proporcionando, mesmo que isso fosse algo iludível. Assim que desci o lance de escadas, encontrei minha mãe sentada na mesa e rodeada de papéis, concentrada em um caderno que ela escrevia ritmicamente.

— Oi, mãe — disse sorridente, aproximando-me dela.

— Olá, querida — Miranda ergueu o olhar assim que ouviu minha voz — Vai sair?

— Sim — balancei os ombros em sinal de normalidade — Vou me encontrar com a Care.

— Ah, certo — ela sorriu satisfeita — Mande lembranças a ela.

— Pode deixar.

Virei o meu corpo e segui rapidamente em direção à garagem, entrando em meu carro e o ligando quase que automaticamente. Suspirei pesadamente e fechei os olhos, tentando afastar aquela sensação fria que pesava o meu coração quando eu mentia para alguém. Sim, eu odiava mentiras. Sempre julguei que a verdade deveria prevalecer em todos os momentos, mas, infelizmente, eu não poderia pregar a realidade com a minha mãe. Se eu assumisse que me encontraria com Damon, ela reproduziria uma terceira guerra mundial e faria o possível para que eu não saísse de casa. E eu não poderia deixar de ver Damon novamente, não poderia.

Abri o portão elétrico e passei a dirigir tranquilamente, observando as casas luxuosas que contemplavam minha vizinhança, as crianças sapecas que brincavam nas calçadas e o céu que estava incrivelmente limpo naquele dia. Liguei o som e a voz de Colbie Caillat foi rapidamente ecoada pelo veículo, tornando o espaço mais aconchegante e leve.

Depois de dirigir por alguns minutos, avistei o Central Park e passei a procurar uma vaga para estacionar. Com facilidade, a encontrei e parei o carro, discando o número de Damon e torcendo para que ele atendesse a chamada logo. Por sorte, ele atendeu no segundo toque e me informou onde estava. Saí do carro, completamente nervosa, e passei a andar descompassada até o local onde estava acontecendo o evento.

Pouco tempo depois, avistei os Stands coloridos e cheios de crianças ao redor. Vários balões e fitas coloridas enfeitavam o local, tornando-o mais criativo e convidativo para os pequenos. Passei a procurar quase que freneticamente a figura a qual era o motivo de eu estar ali. Foi quando eu o vi. Damon estava de cócoras e de costas para mim, enquanto manipulava a lente da sua câmera. Um sorriso idiota formou-se novamente em meu rosto e eu acabei correndo em sua direção segundos depois.

Assim que o alcancei, levei minhas mãos até o seu rosto e tampei sua visão, percebendo que ele havia retesado um pouco. Podia sentir facilmente as batidas do meu coração acelerado, enquanto esperava o momento em que ele descobriria que era eu.

— Olá, Elena — sua voz gostosa saiu da sua boca, produzindo uma corrente elétrica em meu corpo.

— Olá, Damon — sussurrei perto do seu ouvido, depositando um simples beijo em sua bochecha.

Retirei minhas mãos da sua face e assim ele virou a cabeça, fazendo com que nossos rostos se encontrassem, mesmo que houvesse um óculos empatando a visão da cor de sua íris. Levantamos ao mesmo tempo e ele seguiu o seu olhar por todo o meu corpo, abrindo um adorável sorriso logo em seguida.

— Você está incrível! — comentou ainda sorrindo.

— Obrigada — corei violentamente — Você também está maravilhoso.

E realmente ele estava. A camiseta branca simples, junto com a quadriculada aberta e a calça jeans, o deixava com expressões mais jovens e despreocupadas. O cabelo desgrenhado como sempre, emoldurava o rosto alvo e bonito. Além do sorriso branco que poderia iluminar a cidade por inteira.

— Vou tirar algumas fotos das crianças lendo, mas já registrei a maioria — Damon anunciou tranquilo — Se você quiser, pode dar uma olhada pelo local. Tem alguns escritores espalhados pelos Stands, mesmo eles não compartilhando do mesmo estilo de escrita que o teu, vai ser legal conversar com algum.

— Certo. Vou procurar mesmo.

Ajeitei a bolsa em meu ombro e lancei um sorriso para o homem maravilhoso ao meu lado, recebendo outro olhar apaixonante de volta. Não sabia ao certo se era a luz do parque ou a alegria presente em seu rosto, mas quando ele retirou os óculos, percebi que seus olhos azuis estavam mais claros e brilhosos do que nunca. Suspirei pesadamente e passei a caminhar em direção a um local aonde existia uma menina lendo sozinha, a qual tinha provavelmente por volta dos seis anos.

— Olá — aproximei-me da pequena, sentando-me ao seu lado na grama cortada.

— Oi — a linda menina desviou o olhar do livro colorido, lançando-me um sorriso com o dente da frente faltando.

— Você está lendo que livro? — perguntei interessada.

— É o livro do Cão e a Raposa — ela respondeu alegre, mostrando-me as figuras que representavam a história.

— Posso ler pra você? — passei as mãos em seus longos cabelos dourados, enfeitados com uma tiara cor de rosa no topo.

— Sim — respondeu simples.

Tomei o livro em minhas mãos e passei a narrar à história infantil para a adorável criança. Seus olhos castanhos brilhavam em admiração, ansiada pelo desfecho previsível de uma fábula. Seus pequenos dentes apareciam graciosamente quando algo engraçado era contado, fazendo com que eu percebesse em como as pessoas deveriam ser mais como aquela menina, feliz com algo tão puro.

— Tia? — ouvi sua adorável voz me chamando, desviando-me do transe que estava enquanto observava Damon tirar fotos das famílias.

— Desculpa, minha linda — sorri amarela, voltando minha atenção para a página abandonada do livro — Eu me distraí.

— Ele é seu namorado? — ela me perguntou com uma expressão sapeca.

— Quem? — indaguei curiosa.

— O moço bonito que está tirando as fotos.

— Por que você acha isso? — perguntei com um sorriso nos lábios, tentando afastar a linda suposição que era ser namorada do Salvatore.

— Porque você tava olhando pra ele, como a minha mamãe olha para o meu papai — a garotinha respondeu simples — É tão bonito.

— Entendi — fiz um carinho em sua cabeça, desviando o meu olhar novamente para onde Damon estava — Acho que você está certa.

— Você gosta dele? — a menina perguntou com o olhar brilhante, deixando de lado o livro não finalizado.

— É complicado, linda — a olhei tristemente — Mas posso dizer que sim...

Entreguei o livro inacabado para a criança e depositei um beijo em sua cabeça, levantando-me do chão e limpando as possíveis sujeiras que poderiam ter se impregnado em minha roupa. Joguei os meus cabelos para trás e passei a caminhar tranquilamente em direção a Damon. O vento estava mais intenso, fazendo com que seus cabelos ficassem mais bagunçados ainda. Soltei um suspiro e tentei conter aquele sentimento que se formava em meu coração a cada vez que eu o via.

— Damon? — me posicionei perto dele.

— Oi, Lena — ele ergueu o rosto assim que ouviu seu nome, deixando transparecer um sorriso em seu rosto — Já terminei de tirar todas as fotos. Agora posso dar atenção pra você.

— Ah sim — sorri satisfeita, envolvendo o meu corpo com os meus braços — Muito legal esse evento, incentiva as crianças a terem o hábito da leitura. Acabei de ler uma fábula para uma garotinha, inclusive.

— Sério? — ele perguntou surpreso, guardando sua máquina em uma mochila e pendurando-a em suas costas — Bom, fico feliz que tenha gostado... Eu estou com vontade de tomar um sorvete, o que você acha?

— Adoraria — respondi simples, mas glorificando internamente a proposta. Meu estômago parecia um buraco fundo de tanta fome, como se eu não tivesse colocado um pedaço de alimento fazia séculos.

Ajeitei a bolsa tira-colo e para a minha surpresa, Damon se aproximou mais de mim e passou seu braço livre por cima do meu ombro, depositando um beijo em meus cabelos. Não consegui disfarçar o sorriso que se formara em minha boca e a vermelhidão que se instalou em minha pele.

— Seu perfume é muito cheiroso — ele comentou calmo, nos conduzindo para o outro lado do parque.

— Obrigada — agradeci envergonhada, aproximando-me mais dele — Sempre importante andar perfumada, não é?

— Claro que sim — ele riu levemente — Se isso fosse um teste, você estaria aprovada.

— Fico feliz por isso.

Fomos andando e conversando ao mesmo tempo, coisas bobas e coisas mais sérias. O legal era que Damon era muito flexível em relação a tudo, então era totalmente agradável conversar com ele sobre qualquer assunto, pois o mesmo sempre teria alguma opinião própria. E confesso que a cada instante que se passava, o Salvatore me encantava cada vez mais. Só não sabia dizer se aquilo era algo seguro de se sentir...

Encontramos um sorveteiro e Damon comprou duas casquinhas para nós dois, não permitindo que eu pagasse de jeito nenhum a minha.

— Damon, pare de besteira — retruquei enquanto ele não aceitava o meu dinheiro — Estamos no século XXI. Você não precisa pagar tudo o que formos fazer ou comer.

— Eu sei disso, Elena Gilbert — ele pegou a nota de um dólar que eu havia entregado e a introduziu no meu bolso traseiro — Eu só estou pagando um sorvete barato.

— Tudo bem, então — balancei os ombros e peguei a casquinha, provando do sorvete delicioso logo em seguida.

— Vem, vamos nos sentar ali — o moreno apontou para uma parte aberta, onde várias pessoas estavam fazendo piquenique e onde podíamos observar o sol se pondo.

Nos sentamos na grama e passamos a tomar o sorvete, enquanto conversávamos tranquilamente. Várias pessoas passavam por nós e cravavam os olhos no Salvatore. Mas isso não deveria ser uma surpresa, afinal, a beleza de Damon era de encantar qualquer um. E o mais incrível de tudo, era que seu interior era mais belo que o seu físico. Ele era perfeito. E, infelizmente ou felizmente, cada molécula do meu corpo estava se apaixonando por ele.

— Posso fazer uma pergunta indiscreta? — ele falou cauteloso, já comendo o final da casquinha.

— Pode — respondi receosa, terminando o meu sorvete e o olhando atentamente.

— Por que você nunca namorou? Sabe, você é tão linda, simpática e inteligente... Não é possível que nenhum homem do seu "nível" não tenha se interessado por você.

— Obrigada pelos elogios — comentei rindo, recebendo em troca outra risada dele — Mas, respondendo à sua pergunta, nunca me apaixonei... Aquela paixão que deixa a gente pronta pra fazer loucuras e que não nos deixa dormir. Já gostei de alguns, é claro, mas nada muito extraordinário.

— Não conheceu caras muito legais, presumo — ele deduziu, levando sua mão até o meu rosto e colocando para trás da orelha alguns fios que se mantinham em frente ao meu rosto.

— Sendo sincera? Não — respondi cômica, arrepiando-me com uma rajada de vento que passou pelo local.

— Está com frio? — ele perguntou preocupado, passando os dedos pelo meu braço, deixando-me mais arrepiada ainda.

— Sim — sussurrei a resposta, ficando um pouco paralisada com o seu olhar penetrante.

— Vem aqui.

Um meio sorriso abriu no canto de sua boca, onde ele estendeu sua mão em minha direção e minha pele foi em contato com a sua quase que automaticamente. Ele abriu um pouco as pernas e o meu corpo estreito ficou entre elas, fazendo com que minhas costas encostassem-se a seu peitoral firme, mesmo que coberto pelas roupas. Seus braços me rodearam e o seu calor deixou-me totalmente mole.

— Está melhor assim? — Damon sussurrou em meu ouvido.

— Com certeza — respondi sincera, soltando a respiração e encolhendo-me visualmente — Posso te fazer uma pergunta indiscreta também?

— Acho justo — sua voz saiu suave. Suas mãos faziam um carinho gostoso em minha pele, deixando-me tonta.

— Você me perguntou sobre namorados... Queria saber em relação às suas. Se você já se apaixonou, já fez loucuras e tudo mais — perguntei como se fosse uma questão qualquer, mas que no fundo, tinha uma importância para mim.

— Eu já me apaixonei sim, uma única vez — Damon suspirou pesadamente, como se aquelas palavras trouxessem várias lembranças a ele — Mas já faz anos. Foi no tempo em que morei na Itália.

— Ah sim... — crispei os lábios, nervosa — Você ainda gosta dela?

— Não, não — ele respondeu depressa, voltando a fazer o carinho em mim — Eu gostei muito dela na época, até porque ela dividia comigo a paixão da fotografia, mas várias coisas aconteceram. A garota era muito complicada, cheia de defeitos que não poderiam ser driblados. E para completar, eu voltei para Nova York.

— Entendi — virei o meu rosto em sua direção, encontrando seus lábios próximos aos meus. Minha pele formigou e o sangue em minha corrente sanguínea correu aceleradamente. Eu queria beija-lo. Simples assim.

— Não fique com isso na cabeça, Elena Gilbert — ele sorriu sorrateiramente, tirando-me do meu transe — Eu estou aqui. Agora. Isso que importa.

— Tem razão, Damon Salvatore — sorri satisfeita, balançando minha cabeça e jogando esses pensamentos para bem longe. Voltei meu rosto para o meu lado frontal e encontrei o céu praticamente escuro — Acho que já está na hora de irmos embora.

— Também acho.

Nos levantamos rapidamente e Damon novamente me puxou de encontro ao seu corpo, mas dessa vez, sua mão foi parar em minha cintura, ao invés dos ombros. Caminhamos tranquilamente até onde o meu carro estava, conversando sobre coisas simples e rindo de bobeiras.

— Obrigado por ter vindo — Damon disse assim que alcançamos o carro estacionado — Foi incrível ficar com você, como sempre.

— Obrigada você — sorri satisfeita, enquanto suas mãos brincavam com os meus dedos — Todos estão muito ocupados para mim, então provavelmente eu passaria todas as minhas férias trancadas em casa. Você está alegrando meus dias...

— Fico feliz por isso, Elena — ele sorriu maroto, depositando um beijo casto em minha mão. Mas, para a minha surpresa, ele puxou o meu braço de encontro ao seu corpo, fazendo com que nos esbarrássemos. Seus olhos que antes eram incrivelmente azuis, naquele momento estavam em um tom de cinza — Se cuida.

Dito isso, ele levou os lábios macios até o canto da minha boca, onde beijou a pele por um bom tempo. As borboletas que agora moravam dentro de mim, se agitaram com aquele gesto. E, por um momento, fiquei pensando em como as coisas haviam mudado em questão de dias.

— Pode deixar — soltei suas mãos assim que nos separamos — Depois nos falamos.

— Com toda a certeza.

Ele piscou o olho esquerdo e abriu um sorriso encantador novamente, dando as costas e seguindo em direção até onde sua moto provavelmente estava estacionada.

Com as pernas ainda trêmulas, tateei a chave dentro de minha bolsa e felizmente a achei rapidamente. Destranquei o carro, entrei no veículo e o liguei quase que automaticamente. Apertei o play no meu álbum de John Mayer, escolhendo Your Body Is A Wonderland, começando a cantar a música freneticamente enquanto dirigia. Enquanto as palavras pulavam de minha boca, vários pensamentos rodeavam minha mente: Será que eu estava fazendo a coisa certa? Será que eu estava dando um passo maior que minhas pernas? Será que tudo estava acontecendo realmente muito rápido? Será que eu estava me apaixonando pela primeira vez na vida? Será que Damon ainda nutre algum sentimento, mesmo que escondido, em relação à ex-namorada? E principalmente, será que o que eu sinto por ele também é recíproco? Será... Será... Será?

As perguntas não paravam de perambular minha cabeça, fazendo com que eu entrasse em um estado de loucura repentina. Respirei fundo, aumentei mais ainda a música e tentei me concentrar nela, afinal, não poderia me cobrar daquela maneira.

Em questão de minutos, cheguei a minha casa e estacionei o carro na garagem, percebendo que todos os veículos da minha família estavam lá. Ou seja, meus pais, Katherine e Jaremy estavam em casa, evidenciando um momento único.

Entrei no local tranquilamente, mas assim que percebi que todos estavam na sala com expressões indecifráveis nos rostos, juntamente com uma Caroline envergonhada sentada no sofá, percebi que a minha mentira havia ido por água a baixo.

Merda... A briga ia ser muito grande.


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Notas finais do capítulo

Estão sentindo? É o cheiro da tetra uehuehuheuheuhe
Falem o que acharam nos comentários e um cheiro no canto do olho