Viajantes - O Príncipe de Âmbar [HIATUS] escrita por Kath Gray


Capítulo 20
Capítulo XIX


Notas iniciais do capítulo

HEEY!
Cheguei com o capítulo XIX!!! Tenho que admitir que estou esperando esse capítulo há muito tempo... ♥
Espero que vocês gostem dos novos personagens! ^^
Além disso, resolvi fazer uma experiência com os banners de capítulo. É apenas um teste, então, se ficar estranho, eu provavelmente vou tirar depois.
E, para terminar, gostaria de comemorar o MEU NOVO LEITOR! *-*
Esse capítulo é dedicado a Maurício!
Bom, aproveitem! ^^



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Ao se aproximar das entradas da cidade, Dean sentiu-se um pouco intimidado com a grandeza das passagens.

Já lá dentro, porém, a situação era diferente.

Lá se via uma cidade em pleno funcionamento. E, para Dean, ela parecia ter congelado pouco depois da época medieval.

A entrada parecia ser a parte mais movimentada da região: logo de cara podia-se ver inúmeras casas de madeira, com decorações e ornamentos de pedra e outros materiais. As estradas eram pavimentadas com pedra, mas a região em volta permanecia em terra nua.

Do lado direito do caminho pétreo havia algo que lembrava vagamente uma feira: diversos estandes de frutas e alimentos variados, além de algumas coisas que Dean não conseguiu identificar, dispostos em uma ruela relativamente larga e extensa. Os vendedores gritavam o nome de seus produtos, em busca de compradores entre as muitas pessoas que andavam pelas proximidades, várias delas com um ar apressado ou objetivo.

A feira não era o único lugar onde você poderia comprar coisas. Intercalando as casas da avenida, vários imóveis pareciam ter sido reorganizados para venda. Diferentemente dos estandes, Dean viu mais utensílios e artesanatos do que alimentos nas fachadas.

– Vamos - chamou Kath, arrancando Dean de sua contemplação. - É por aqui.

Katherine parecia ser a que melhor sabia o caminho pelas ruas implexas, de forma que ia na frente, liderando-os por aquele complexo de avenidas. Ty andava um pouco atrás, e Dean, no fim da fila, esforçava-se para não se perder, mantendo-se sempre o mais próximo possível dos irmãos.

Seu destino final era uma livraria de aspecto um tanto antigo e convidativo na esquina de um quarteirão não muito movimentado.

Kath bateu duas vezes à porta, com os punhos fechados. Quando não obteve resposta, girou a maçaneta e entrou.

O lado de dentro era surpreendentemente bem-iluminado. Graças à poeira, Dean podia ver com clareza os raios de sol que entravam pela janela.

Katherine e Ty deixaram cair as mochilas com cuidado e colocaram-nas junto à porta. Dean fez o mesmo.

Kath pôs-se a andar à volta, chamando 'olá?'. Ty permaneceu em silêncio, olhando em volta sem se afastar muito da porta.

Dean ficou deslumbrado.

Estantes tão altas e extensas que encobriam as paredes, alcançando o teto. Cheias e cheias de livros, como um labirinto de literatura e conhecimento.

Apesar do ar de relativo mistério, todo o lugar possuía uma inesperada aura agradável e reconfortante, como uma tranquilidade familiar.

O garoto se aproximou de uma das estantes e passou o dedo pelos títulos. Eram escritos em uma língua estranha, de símbolos elegantes e de aspecto grandioso. Todos os livros eram encadernados em brochura com capa dura de algo semelhante ao couro, quase todos com ornamentos gravados em dourado.

Dean nunca gostara muito de ler, mas aquele era definitivamente um lugar do qual gostava, de uma maneira vaga e incompreensível.

– Katherine?

Os três rostos se viraram para a voz.

Seu dono era um senhor um tanto baixo, que parecia ter crescido para os lados em vez de para cima. O casaco bege desbotado, quase apertado, só não se soltava pelos últimos botões de baixo, que, sendo os únicos fechados, lutavam para manter-se no lugar. Seus cabelos já tinham sido loiros em algum momento, mas agora começavam a clarear pela idade. Tinha uma discreta calvície fazendo-se notar no topo da cabeça e um rosto arredondado que lembrava a Dean o tio que ele nunca tivera. Os óculos de lentes perfeitamente circulares pendiam sobre seu nariz de tamanho um pouco acima da média.

Após um primeiro momento de surpresa, seu rosto se iluminou.

– Katherine! - exclamou, radiante.

Ele atravessou rapidamente a distância que os separava e ergueu-a do chão em um abraço apertado. O que era ainda mais engraçado porque ele não era muito mais alto que ela.

– Que surpresa agradável! Por que não avisou que estava vindo?

Katherine estava sem fôlego.

– Olá, Henric - ela esforçou-se para cumprimentar, com um sorriso torto.

Quando ele soltou-a e virou-se para abraçar Ty, a garota recompôs-se, recuperando o ar. O garoto loiro gemeu com o aperto esmagador.

– Tivemos uns imprevistos no meio do caminho - disse ela, sorrindo. - Acabei me esquecendo.

Terminados os cumprimentos, Henric pareceu notar o visitante inesperado.

– Quem é esse? - perguntou, curioso, olhando para Deaniel.

– Esse é o Dean. - respondeu Kath. - Ele vai passar um tempo com a gente.

– Prazer em conhecê-lo, Dean - Henric estendeu a mão. - Meu nome é Henric. Eu e Kath somos velhos conhecidos.

– Você se subestima, doutor! - riu a garota, enquanto Dean apertava a mão estendida do homem. - Sabe que eu o considero mais que um conhecido.

– "Doutor"...? - repetiu Dean.

Ty abriu um ligeiro sorriso.

– É o nosso apelido carinhoso para ele - explicou.

Henric se afastou de Dean e olhou mais uma vez para os três, levando as mãos aos bolsos.

– Ah... - suspirou ele, sorrindo. - Shira vai adorar te ver! Ei, Shira! - chamou ele por cima do ombro. - Olhe só quem está aqui!

Alguns segundos se passaram até Shira aparecer.

O garoto que surgiu nos fundos da loja era poucos anos mais velho que Dean. Seus cabelos castanho-escuros, quase negros, tinham a exata tonalidade dos olhos de Katherine, e sua pele era um pouco mais clara que a de Ty.

Seus olhos claros, de um suave steel blue ou cinza pálido, tinham um ar gentil, assim como sua face. Uma pilha de livros pesava em suas mãos.

Quando seus olhos pousaram nos recém-chegados, seu olhar se iluminou.

– Katherine!

– Shira!

O garoto só teve tempo de apoiar os livros em uma das mesas antes de Katherine saltar sobre ele, abraçando-o com força.

– Que surpresa! - exclamou ele. Ele, sim, era mais alto do que Kath, e até um pouco mais alto do que Dean, e não teve dificuldades em mantê-la erguida enquanto ela se agarrava em seu pescoço, esmagando-o.

Quando ela finalmente soltou-o, aterrissando no chão, ele virou-se para Ty e acenou, sorrindo. Ty, um pouco mais recatado que a irmã mais velha, apenas acenou de volta, longe de querer mais um abraço. O de Henric valia por cinco. Shira já o conhecia bem, e, longe de ficar incomodado, até riu um pouco da reação.

– Já faz quanto tempo? Um ano? - disse ele, virando-se para Kath.

– Por aí - respondeu ela, sorrindo e brincando com os cabelos da nuca, como parecia fazer com alguma frequência. - Foi um ano bem complicado. Até pensei em fazer uma visita, mas acabei não tendo tempo.

– Deixa disso - respondeu ele. - O que importa é que você está bem.

Dizendo isso, ele esfregou os cabelos dela, como um jovem adulto que brinca com uma criança pequena. O gesto carinhoso fez a garota rir, um riso pueril e jovial.

– Meu nome é Shira - apresentou-se ele, virando para Dean e estendendo a mão. - Prazer em conhecê-lo.

– Meu nome é Dean - respondeu Deaniel, apertando-a. - O prazer é meu.

Naqueles poucos segundos em que olhou nos olhos de Shira, Dean pôde perceber facilmente alguns traços de sua personalidade. Quase tudo nele indicava uma calmaria suave, uma gentileza modesta e serena.

– Shira é o sobrinho de Henric - explicou Kath. - Ele o ajuda com a livraria.

– E como! - acrescentou Henric, sorrindo.

Shira sorriu timidamente.

– Um dia, pretendo herdá-la. - afirmou ele, com uma expressão que quase exibia uma certa expectativa quanto o futuro que imaginava.

De repente, Katherine se aproximou e, ficando nas pontas dos pés, deu-lhe um peteleco no olho.

– Ei! - reclamou o garoto, meio sorrindo. - O que foi isso?

– Cortesia de Rowan - respondeu ela, com um sorriso largo. - Você estava começando a divagar.

Shira riu.

– Ela nunca muda, não é? - comentou, em um tom de falsa bronca. - Vocês duas, aliás.

– Mas, mudando de assunto... - interrompeu Henric, rindo um pouco. - O que os trás aqui?

Katherine virou o rosto para ele ao responder.

– Estou procurando por Elliot - explicou. - Eu tenho uma proposta para ele. Como já estávamos vindo para o Norte, resolvi aproveitar para dar uma passada. Dean está curioso para saber como o nosso mundo funciona, e achei que vocês pudessem ajudá-lo com isso.

– Mas é claro! - afirmou o doutor, sorrindo. - Eu adoraria. Vocês vão ficar algum tempo por aqui?

– Talvez - respondeu Ty, se aproximando do núcleo da conversa. - O Povo do Oeste sentiu uma energia estranha vindo da Ilha do Gelo, então talvez tenhamos que investigar isso depois. Mas, por enquanto, vamos descansar um pouco da viagem.

– Vão dormir aqui? - perguntou o homem.

– Podemos? - respondeu Kath, com outra pergunta.

– Mas é claro! - ele sorriu. - Vocês são sempre bem-vindos! Vão querer camas?

– Acho que não será necessário - agradeceu Ty. - Viemos com nossos sacos de dormir. Ficaremos bem aqui no chão, mesmo.

– Então, pelo menos usem o segundo andar - sugeriu Shira. - Lá é um pouco mais arrumado e espaçoso. Já faz algum tempo que não temos visitas, mas tenho certeza de que será mais confortável do que esse chão de pedra fria.

– Ahh, acho que vamos aceitar a sua sugestão - respondeu Kath. - De madeira para pedra não há tanta diferença, mas vai ser bom dormir em um lugar protegido para variar. Não que as florestas sejam muito perigosas por aqui. - acrescentou.

Shira riu.

– É... definitivamente não são.

– Ty, Dean, querem ir levando as coisas lá para cima? - sugeriu Kath. - Eu já vou.

Os dois concordaram com a cabeça e pegaram as mochilas. Ty levou a de Kath. O garoto menor guiou Dean pela escada até o andar de cima, e de lá pelo corredor até a porta que dava para o quarto onde ficariam.

O aposento de piso de madeira era quase totalmente vazio. Ty pressionou um botão ao lado da porta para acender as luzes.

Quando uma lâmpada no teto se acendeu, Dean olhou interrogativamente para Ty.

– Não é luz elétrica - respondeu ele. - É um cristal canalizador de energia. Você carrega durante o dia e ele dura por algumas semanas. É ativada por uma vibração liberada pelo botão... - Quando o garoto moreno encarou-o com uma expressão confusa, ele balançou a mão, como quem diz 'esqueça'. -... Deixa para lá. O doutor pode te explicar melhor do que eu.

O único móvel ali era uma singela mesinha de cabeceira, sobre a qual repousava um objeto que lembrava a Dean uma obra de arte abstrata, mas que ele logo percebeu tratar-se de um abajur, muito provavelmente do mesmo cristal que a lâmpada no teto.

Ty ajeitou seu saco próximo à parede, do lado oposto à porta, e o de Katherine logo ao lado. O de Dean ficou separado dos irmãos pela mesinha.

Quando tudo já estava mais ou menos ajeitado, os dois desceram novamente as escadas de encontro aos outros três.

Quando se aproximaram, Katherine virou-se para eles e para pô-los a par de tudo.

– Aparentemente, nada estranho tem acontecido aqui já faz algum tempo - disse ela, resumindo. - Pelo menos, não nessa parte da cidade.

– E Elliot? - perguntou Ty.

– Da última vez que soube, estava indo em direção a leste pela fronteira norte - respondeu Shira.

– Como você sabe? - perguntou Dean, curioso.

Henric riu com gosto.

– Acredite, não é difícil de saber - respondeu ele. - Vai entender quando o vir.

Dean não entendeu o que ele quis dizer com isso.

– Então, vão começar por ele? - perguntou Shira.

– Acho que sim - respondeu Kath. - Como ainda é cedo, talvez consigamos ir hoje à tarde.

Shira e os irmãos continuaram a discutir os detalhes do planejamento da viagem, quando, de repente, Dean sentiu um tapinha amigável nos ombros.

– Garoto, - disse Henric, sorrindo. - espero que seja bom de desviar.

.

Ty ficou na biblioteca. Quando Dean perguntou o porquê, ele apenas respondeu:

– Não estou com energia para isso agora. Divirtam-se vocês dois.

Dean não entendeu a resposta.

O estabelecimento ficava do lado de fora dos muros, um pouco afastado de uma das entradas da cidade e rodeado por algumas dezenas de metros de gramado.

Dean não precisou nem chegar perto para enxergar o núcleo do problema.

Ele olhou para Kath, hesitante.

–... Você tá brincando... certo?

A garota sacudiu a cabeça entusiasmadamente.

– Nope. Vamos lá?


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? O Shira é legal? :3 E o Henric? XD Ficaram curiosos quanto a Elliot?
Comentem o que acharam e não hesitem em me corrigir caso haja algum erro no texto!
Até mais! o/



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