Viajantes - O Príncipe de Âmbar [HIATUS] escrita por Kath Gray


Capítulo 10
Capítulo IX


Notas iniciais do capítulo

Heey!
Desculpe a demora para postar. Às terças e quintas vou estar postando mais tarde porque só chego em casa umas 8h30, mais ou menos. Mas aqui está ^^
Muito obrigada a todos que estão comentando nos últimos capítulos... não sabem a diferença que é para um autor perceber que os leitores gostam do seu trabalho ^^
Bom, divirtam-se com minha Cidade Erguida ♥



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Em momento algum Dean deixou de se surpreender com a beleza da floresta.

Após separarem-se de Katherine, Dean e Ty mal perderam tempo ao dirigir-se ao paraíso de árvores e natureza. A 'casa' da mãe de Rowan era uma das últimas na praça. A mulher que os recebeu, de nome Lucy, era extremamente gentil e de estrutura robusta, como quem trabalhou a vida inteira no campo - o que não deixava de ser verdade. Ela os cumprimentara, da forma alegre e radiante que todos os moradores dali pareciam fazer as coisas, sorrindo um monte ao parabenizá-lo pela recuperação, e ofereceu aos dois um punhado de frutas roliças e de aparência suculenta que Dean nunca tinha visto. Ty recusou, sorrindo um pouco em agradecimento à oferta, mas Dean estava faminto e pegou uma delas sem hesitar. Ele não fazia ideia do que era, mas aquela não era hora de ser exigente, e ele não se arrependeu: ele nunca sentira fruta mais doce e de sabor mais agradável do que aquela.

Logo em seguida, entraram na floresta, em uma caminhada tranquila e descompromissada. Ty parecia transbordar energia, mas se continha, talvez receando que Dean ainda não estivesse bem o suficiente para agitar-se além do necessário.

As folhas das árvores tinham cores vivas e brilhantes, como as folhas do jardim mais saudável. A terra era úmida, macia e fofa. Sempre havia alguma ave por perto, cantando ou piando, e a luz do sol que atravessava as copas das árvores era brilhante e de uma bela matiz.

Enquanto andavam em uma discreta trilha de terra floresta adentro, Dean prestou atenção em cada detalhe.

Depois de mais ou menos dez minutos, as árvores, que pareciam aumentar em tamanho conforme eles adentravam a floresta, chegavam a mais de vinte metros de altura facilmente.

– Chegamos - anunciou Ty.

Ahn? Chegamos?

Dean olhou em volta. Ele não via nenhum sinal de cidade alguma.

– Mas... onde está essa... ''Cidade Erguida''?

– Não é óbvio? - disse uma voz atrás deles.

Katherine veio correndo pela trilha e parou ao seu lado.

Dean ficou um tanto surpreso e um pouquinho admirado. Ao andar por aquela terra de folhas e galhos caídos, ele mal conseguia dar um passo sem fazer barulho, ao passo que, se ela não tivesse gritado, ele nunca perceberia que ela estava ali. Além disso, mesmo correndo o caminho inteiro, ela sequer ofegava.

Seu cabelo estava novamente preso num rabo de cavalo, mas uma mecha singular caía sobre seu olho direito.

– O nome é 'Cidade Erguida' - disse ela, divertindo-se. Então, ela tocou o queixo de Dean com sua mão e o ergueu, fazendo-o olhar para cima.

– ...Uou.

Em várias árvores, quase no topo de tão alto, Dean viu várias construções.

Eram exatamente como as cabanas da praça, com algumas poucas diferenças. As paredes pareciam ser feitas com mais esmero, e as paredes eram feitas por tábuas de madeira, lixadas do lado de fora e, provavelmente, também do lado de dentro. O chão parecia surpreendentemente firme. Bem no meio de cada construção passava o tronco de uma árvore, como se a cabana fosse um brinquedo que fora espetado verticalmente com um graveto, ou como se as árvores tivessem crescido debaixo das casas e ninguém tivesse se incomodado em impedí-las. O mais estranho era que, apesar de não ter uma base fixa em que se apoiar, nenhuma das casas fazia menção de cair. Na verdade, pareciam bem firmes e seguras.

O chão terminava uns dois metros depois das paredes, oferecendo apoio para quem quisesse sair e caminhar fora de casa, como uma espécie de varanda. Em cada varanda, Dean via pendurados uma corda de nós e uma escada de corda, ambos tão longos que alcançavam o chão da floresta.

Além disso, várias pontes de cordas com tábuas de madeira em cima, como escadas de corda verticais - além de cordas dos lados servindo de corrimão - passavam entre as cabanas, conectando-as. Cada cabana tinha pelo menos três pontes dessas, ligando-a a três outras cabanas diferentes.

Além disso, onde três ou mais pontes convergiam, havia uma espécie de praça com o formato de uma rosquinha - inclusive com o buraco no meio - de tamanhos variados.

'Cidade' não era apenas uma alcunha.

Alguém fica mesmo ali?, Dean se perguntou, incrédulo.

– Como é que vocês sobem lá? - perguntou.

– Pelas escadas e cordas de nós - respondeu Katherine. Ela parecia orgulhosa da própria cidade.

– Mas... e as crianças? E os mais velhos?

– As crianças sobem pela escada de cordas - disse Ty. - Mas os mais velhos vêm pelas escadas esculpidas dentro das árvores.

– São como escadarias em espiral - completou Katherine.

– Por que vocês têm casas aqui e lá na praça perto do penhasco?

– Lá são apenas casas provisórias - explicou a garota. - Para visitantes com medo de altura e coisas do tipo. Além do mais, é na praça que a gente comemora à noite. Aqui é onde moramos. Dormimos, vivemos, tudo isso. Esta é a verdadeira cidade.

Ainda meio incrédulo com tudo, Dean balançou a cabeça, sinalizando que entendera.

Katherine aproximou seu rosto do de Dean, examinando-o. Então, sorriu.

– Quer dar uma olhada mais de perto?

.

Dean amarelou.

Ele estava morrendo de medo de subir vinte metros de escada de corda sem equipamentos de segurança, e deixou claro que nem equipamento nem milagre seriam capazes fazê-lo subir pela corda, de forma que Ty guiou-o por uma das escadas em espiral. Katherine subiria pelo outro caminho.

– Falando sério, a Katherine vai mesmo subir por aquela escada de corda frágil? - perguntou Dean a Ty, mais ou menos no meio do caminho. Ele se surpreendeu com a rapidez com que estava se tornando próximo dos dois irmãos.

Ty riu como se ele tivesse contado uma piada engraçada.

– Não, não! A Kath? - se divertiu ele. - Essa aí vai pela corda, mesmo!

– O QUÊ?

Dean empacou de repente, e Ty quase esbarrou nele.

Enquanto andava, Dean olhou em volta. Apesar da garota ter dito que a passagem era esculpida, e de ele mesmo estar andando dentro de um buraco no tronco, o corte era tão sutil e impecável que ele não conseguia ver ao menos um sinal de que fora uma ferramenta humana a fazer o trabalho. Parecia tão natural quanto a própria árvore.

Quando finalmente chegaram ao topo, Dean saiu por uma abertura no tronco. Estava dentro da casa.

Katherine já estava lá.

– Que demora! Achei que não fossem mais chegar! - ela brincou.

Dean meio que perdeu a fala quando viu suas mãos vermelhas.

Ela realmente havia subido pela corda.

Durante mais ou menos meia hora, eles caminhamos entre casas e pontes. Durante o trajeto, eles acabaram encontrando alguns moradores, que os cumprimentaram com a alegria costumeira do lugar.

Dean sempre tremia quando chegava a hora de atravessar a ponte. Ao passo que as casas eram firmes, sem ao menos chacoalhar não importando o que você fizesse lá dentro, as pontes balançavam de um jeito assustador, aparentando fragilidade. Elas davam a impressão de que iam desabar assim que alguém pisasse... ou talvez fosse apenas sua mente tentando pregar-lhe peças.

Quando os irmãos o chamaram para ir até a praça em forma de rosquinha, Dean bateu o pé e recusou-se a ir. Mesmo depois de eles brincarem de pega-pega à sua volta, mostrando que era seguro: nada o convencia.

Quando voltaram à primeira cabana que haviam visitado, Dean já se sentia mais confortável em relação a eles. Confortável o suficiente para perguntar tudo aquilo que lhe atormentava havia tanto tempo.

– Ty, Kath... - começou, hesitante, enquanto descia pela escada espiral. Dessa vez, Katherine e Ty o acompanhavam, ela à frente e ele atrás. Era a primeira vez que chamava Katherine pelo apelido, reparou, mas não prendeu-se muito a esse fato. - Eu já... quer dizer, já faz horas que estamos andando, e vocês já me mostraram toda a Cidade Erguida... ou quase toda...

– Sim? - disse a garota, serena e pacientemente.

– Eu... queria saber se vocês poderiam responder às minhas perguntas.

– Pergunte - respondeu ela, em tom de incentivo.

Dean quase tropeçou em um degrau, mas Katherine, que ia à sua frente, segurou-o. A passagem era suficientemente larga para eles passarem com certo conforto, mas não havia muita folga. Além disso, os degraus eram ao mesmo tempo achatados e tortos por causa da curva, e Dean não estava acostumado a descer degraus tão finos.

– Bem... - ele tentou organizar os pensamentos. Tinha tanta coisa a perguntar que temia que as palavras se atropelassem em sua garganta, como acontecera nas outras vezes em que tentara falar a respeito. - ... Onde eu estou? Que lugar é esse? E como eu cheguei aqui? O que foi aquela luz no espelho?

Katherine ficou em silêncio. Ela parecia estar pensando na resposta. Por fim, respondeu, com ar ponderado:

– Olha, Dean, nós vamos responder qualquer coisa que quiser. Tem a minha palavra. Mas... - ela olhou para ele por cima do ombro, com um sorriso que refletia um pouco seu estado de reflexão. - Você escolheu algumas coisas complicadas para começar. São as perguntas mais óbvias, é claro, e nada mais justo do que você ter suas respostas tão breve quanto quiser. Mas isso pode tomar um dia inteiro. Ainda mais se você tiver dificuldade para processar tudo. É muita informação, e muito pouco tempo. - ela tornou a se virar para a frente e recomeçou a descida. - O que acha de se divertir primeiro? Hoje é o dia da Festa da Fogueira, e seria um grande desperdício se você o perdesse por algo como preocupações e nervosismo. Vamos fazer um trato: a festa começa em poucas horas. Nós vamos ao festival, nos divertimos e, se mais tarde você ainda quiser suas respostas, as terá. O que acha? Pode ser? Pode mudar a sua primeira impressão sobre o resto da sua nova vida.

Ao fazer essa última proposta, Katherine novamente sorriu por sobre o ombro.

Dean hesitou. Havia muito tempo que ele corria atrás de respostas. E, recentemente, mais de uma vez ele havia visto a oportunidade para logo depois perdê-la.

Mas o sorriso de Katherine era tão espontâneo... tão sincero... que, por algum motivo, o fazia confiar plenamente na promessa da garota.

Além do mais, ele já estava ali. Que diferença faria esperar um pouco mais?

– Tudo bem - concordou, por fim. - Me mostrem então o que é essa tal de Festa da Fogueira.


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