E se eu ficar? escrita por Day Real


Capítulo 26
Somos só eu e você!


Notas iniciais do capítulo

Àquele momento em família. Dentre tantos outros nos geram grandes surpresas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/652968/chapter/26

Nada é propriamente fácil nessa vida. Lidamos com dores, perdas, traições e chantagens ao longo de nossa jornada mas mantemos toda a nossa fé de que dias e pessoas melhores sempre virão para preencher o que nos falta.
Se formos falar de amor, verdadeiramente é algo que nos faz suspirar todas as vezes que lembramos de algo bom, e mesmo havendo uma tristeza em certos estágios que sofremos. O importante é seguirmos em frente todas as vezes em que as circunstâncias nos impor a tal coisa. Acoplando tudo isso à vida de Mike surge até a alegria em dizer o quanto os ensinamentos que sua mãe soube muito bem frisar, em saber que o mais puro e genuíno sentimento pode transformar a vida das pessoas totalmente sem esperanças e frias. Mesmo sendo ele sendo muito bem educado, por dentro de si há uma raiva guardada de seu pai por ter se afortunado do egoísmo e o poder priorizando sua vida profissional mais que a família. O que o torna um ser com diferencial, é sempre procurar pegar a visão errada das pessoas que cometem o mal e as cobri com sentimento bondoso, querendo em que elas tenham uma chance de encontrar o caminho da redenção. A fé no ser humano é o que o move. Mas será que ele perdoará a tal ciumes doentios e as maldades em que o pai armou contra a sua pessoa?

Enquanto isso não se sucede Mike se encontra livre da prisão. A alegria de poder estar aqui fora é inibida pelo fato do beijo repentino em que Spivot lhe deu. Se sente fracassado por todas as vezes do o fatídico momento estar sempre martelando em sua mente, já que prometeu incansavelmente só ter olhares para Olivia. O ex-sargento da UVE vive um pesadelo por isso ter violado seus princípios e se sente totalmente sujo por tal acontecimento. Ainda se corroendo, seu coração grita por muitas saudades dos conselhos de sua mãe quando enfrenta uma situação embaraçosa como esta. Há alguns anos em que não a via, desde que se mudou para NY ao tentar alavancar sua carreira policial. Especialmente hoje recorreu ao colo de quem mais o ama nessa vida. Mike sabia como estava o estado da saúde de Annelyn. Sobretudo, não fazia ideia concreta do quão fraca ela se encontrava. Como um bom filho lá estava ele na porta da casa onde passou toda a sua infância. O imóvel continuava perfeito pois sabia exatamente que sua mãe tinha um toque requintado e cuidadoso quanto as coisas que obtinha.

Mike dá suas tradicionais batidas à porta, em que lhe identifica perfeitamente. Três ao todo. Bem suaves. Pacientemente espera. Não tira o olho da porta e o sorriso do rosto para quem o receba, veja sua total alegria.
Lá dentro, Annelyn faz questão de atender a porta, vindo cuidadosamente na direção dela. Ela já sabia muito bem quem seria seu convidado. Quando abriu, se surpreendeu ao ver Mike sustentando uma alegria seguida de lágrimas ao abraça-la impetuosamente.

— Meu menino. Você não sabe o quanto a mamãe sentiu sua falta. Se fosse para morrer hoje, iria feliz... - não esconde a emoção, deixando as lágrimas escorrerem por suas bochechas e pingar na blusa dele à altura do ombro. Sente os braços fortes de seu filho lhe envolvendo com muito cuidado e carinho.

— Dona Annelyn. Meu primeiro amor. Meu melhor presente, meu tudo. Não faz ideia da onde vim e o por que quero que continue me abraçando muito forte... - soluça bastante ao chorar e continuando a abraça-la, a envolvendo cada vez mais e a puxando mais próxima de seu corpo.

Por muito tempo ficaram bem juntos e chorando continuamente. Se admiravam e se tocavam muito estarrecidos de que jamais voltariam a se reencontrarem novamente. A emoção era tamanha. Annelyn não queria deixa-lo na entrada de sua casa e logo o trouxe para dentro. Acomodados ao sofá puderam desfrutar de uma boa conversa que não tinham há bastante tempo.

— Meu amor, por que deixou a mamãe esperando por todo esse tempo? - indaga com certa ternura em sua voz ao olha-lo piedosamente.

— Me desculpe, mãe... Nunca quis abandoná-la. - se sente arrependido e abaixa a cabeça em frente a ela. Sente sua mãe beijar sua cabeça como forma de consolo. Logo, torna a olha-la, muito sentido.

— Não sinta-se culpado. O melhor foi você ter me procurado em vida, meu filho. Você, Olivia e os meu netos são os únicos motivos que me fazem estar vida. - logo abstém de transparecer certa tristeza, se orgulhando e expressando o que a mantém de pé. Beija a bochecha dele, ainda banhada de lágrimas demonstrando que seu sentimento é incondicional.

— Eu te amo muito, minha Annelyn. A senhora esse tempo todo soube ser meu pai e minha mãe ao mesmo tempo. Mesmo errando tanto e sendo um completo inútil, percebi ao tempo que você sempre foi a minha rocha e hoje tenho essa grata oportunidade de me declarar à você . - sorri timidamente e passa as mãos sobre seus olhos impedindo que a lagrima torna-se a se fazer presente.

— Sabe, meu filho, seu pai não foi um dos melhores maridos pra mim. Mesmo estando doente ainda o amo, acreditando que ele possa mudar um dia. Querendo ou não, você tem algumas características físicas dele mas se superou em ser diferente e ter aprendido como valorizar as pessoas. - ainda continua ao elogiá-lo, mas em seguida ver Mike sério como nunca tinha visto. Começa a estranhar tal mudança dele se errou em ter dito algo sobre o pai. Ele se levanta e fica parado a frente dela.Por fim, não se engana ao observá-lo e sentir que seu filho quer revelar algo muito importante.

— Mãe, cometi uma besteira e falhei feio com as pessoas que mais confiavam honestidade em mim... Enfim, queria ser esse ser humano tão perfeito para todos, sabe... - revela por altos, lamentando muito por seus atos já cometidos e não se especificando corretamente. Avista certa tristeza e desapontamento ao olhar de sua mãe, enquanto em sua mente há dois pesos; o beijo que aconteceu com Spivot, traindo à Olivia, e sua prisão armada por seu próprio pai. Nenhuma e nem outra, preferiu manter-se quieto para não aumentar sua dor.

— Não somos perfeitos, Mike. Cabe a nós desviarmos do caminho que nos conduz a machucar as pessoas que mais amamos. Se errou, tente outra vez. Mas nunca persista no erro! Eu te amo! - dá um conselho em tanto ao filho e em seguida, mesmo se levantando com dificuldades, recebe a Mike com o seu aconchegante abraço.

Tudo estava se instaurando maravilhosamente bem à casa dos Dodds. Pelo menos com dois deles. Lin, a enfermeira, estava prestes a chegar. A campainha toca misteriosamente e Mike vai atender rapidamente a porta. Annelyn continua sentada ao sofá mas reparando a qualquer movimento da entrada - o lugar lhe dava uma visão privilegiada ficando a par de tudo que ocorre. Mike abre e se depara com seu pai segurando um buquê de flores e sorrindo, tornando a voltar na casa, depois de anos de abandono, como se nada tivesse acontecido. A raiva se instaurou em Mike ao vê-lo de forma tão fingida estar surpreso.

— Oi, filho! Não fiquei sabendo que tinha saído da prisão. Vim ver sua mãe. - sorri e tenta olhar sobre os ombros de dele para dentro do imóvel querendo avistar se Annelyn estava em casa. Ameaça dar um passo a frente e entrar, mas Mike põe as mãos ao peito dele e o afasta.

— Você não ficou sabendo que eu estou livre?! Me conta outra. Mas veio provocar, a mim e a minha mãe. Se você ameaçar dar mais um passo, não respondo por mim. - diz com muita raiva, demostrando estar descontrolado a ponto de explodir a qualquer momento. Dodds o encara e o responde dando mais um passo.

— O que você ta pensando em fazer, Junior? Melhor não encarar seu próprio pai. - segue o provocando e debochando do próprio filho.

Annelyn tenta ver quanto ao desagrado na entrada de sua porta, imaginava o que está se sucedendo mas optou por permanecer afastada. Era um mal estar entre pai e filho. Enquanto isso, lá fora, Mike ameaça entrar e sente Dodds querendo fazer o mesmo, desacatando suas ordens. Com muita raiva ele se vira e o empurra ao chão fazendo-o machucar a palma de suas mãos ao tentar amortecer a queda. Dodds e o buque estraçalhado de flores na berlinda. O ex-sargento se descontrola totalmente partindo agressivamente pra cima de seu pai, que mesmo em desvantagem, tentava se defender das bordoadas ferozes do filho que estava lhe abafando por cima. Os vizinhos vêem tal movimento e tentam se aproximar, mas quando avistam já era tarde demais: Mike o dominou e só se sentiu satisfeito quando quase terminou o seu trabalho. Não o matou. Mas expeliu toda a sua raiva ao deixa-lo estirado ao chão, com o rosto coberto de sangue e gravemente desacordado.

— Liguem para emergência para remover esse mal elemento daqui. Vocês têm quinze minutos se quiserem salva-lo ou não. Como já conhecem a história dele e o que fez com a minha mãe, aposto que não moverão nenhum dedo! - age naturalmente com certa calma em sua voz ao se dirigir as pessoas que ao redor estavam. Tira a camisa e, com a mesma, limpa o sangue dele que estava em suas mãos e volta para a companhia de sua mãe.

Annelyn não o questionou. Viu Mike subir ao andar de cima completamente sujo, deduzindo que ele fosse tomar um banho. Lin chega em disparada e muito assustada. Parecia ter se deparado com algo aterrorizante no caminho.

— Dona Annelyn, o seu ex-marido está estirado ao chão aqui na frente de casa. Está sabendo de alguma coisa? - a questiona muito nervosa e curiosa.

— Eu sou cega, surda e muda, Lin. Nada vi. - a responde vagamente, pega a sua revista preferida e vai folheando-a tranquilamente


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agiria da mesma forma que Mike?
Seria possível, alguém ter sangue de barata o tempo todo?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "E se eu ficar?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.