Verdade ou Desafio? escrita por Iuajen


Capítulo 1
Verdade ou Desafio?


Notas iniciais do capítulo

Ahm, eu tava com vontade de escrever um romance curto. E está ai meu trabalho.



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Ela era... como um pedaço do céu, sabe? Aquele pedaço onde somente uma estrela brilha, que nem mesmo a lua é capaz de ofuscar seu brilho e as nuvens são incapazes de esconder.

E assim como a aurora e sua utopia de cores, permaneço a olhando, completamente indiferente a vulgaridade do mundo ao meu redor. Pois ela é a beleza e a pureza que meu coração tanto deseja.

Gustav.

- Quantas as vezes eu já te disse para prestar atenção na minha aula!

Meu caderno fechou, no exato momento que a professora parou em minha frente me apontando um giz e chamando minha atenção.

- Foi mal fêssora, é que é você já explicou isso, tipo, umas cem vezes, eu entendi na primeira... E eu não sou tão burro quanto eles.

Meu olhar pairou em um certo grupo de alunos que comentavam como a festa de sábado tinha sido "foda". Foda era como conseguiam tirar menos de três em uma prova tão ridícula com as desse colégio.

- Gustav! Eles não são burros!

- Ah claro. E eu não sei o motivo de se preocupar tanto comigo... Eu fecho todas as suas provas, assim como a de todos os outros professores, não incomodo ninguém.

- Esse não é o problema, seus pais nun...

- Não me venha com essa história de papais e mamães preocupados. Respeito não é algo que obriga alguém a ter, é por merecimento, se não fosse...

De longe ela me encarava com uma expressão furiosa. É... se não fosse por ela...

- Nada... me desculpe professora, irei prestar atenção em sua aula, foi insensível da minha parte.

- Tudo bem.

A professora voltou para a frente do quadro, e as cabeças dos outros alunos incompetentes também, provavelmente covardes o suficiente para continuar me encarando.

Dei um aceno para a garota do outro lado, tentando lhe dizer "Satisfeita?", e continuei olhando para capa do meu caderno. O conteúdo era tão entediante que o sono veio e logo adormeci ali mesmo, na mesa da escola.

A aula já havia acabado, quando uma mecha ruiva se apresentou na minha frente, eu sentia leves golpes de cabelo no rosto e provavelmente foi por isso que acordei.

- Sabrina! Para!

- Por que você respondeu a professora daquele jeito?

Eu levantei a cabeça e vi aqueles olhos verdes me perfurando e fazendo com que meu corpo inteiro parecesse estar em chamas.

- Porque eu quis.

- Olha como você fala comigo! Sou sua única amiga desde o maternal.

- É, e eu nunca entendi o porquê. Você é louca?

- Claro que sou!
Disse ela, com uma risadinha zombeteira. Depois apontou o dedo indicador para mim a milímetros do meu nariz.

- Você também é. Só porque é inteligente fica desprezando os outros. Seus pais não gostariam de te ver assim.

- Mas eu não tenho pais, tenho? Eu, não tenho ninguém, e é melhor assim. Assim não preciso de me preocupar com ninguém além de mim.

- Você tem a mim, seu idiota! Para com isso e vem me ajudar a resolver o exercício e não ouse me chamar de burra.

- Não preciso.

Peguei minha mochila, e sai da sala junto com ela. E logo na saída encontrei com o diretor e lancei um olhar provocativo que para a minha alegria fez com que ele respondesse com um "tch" de desaprovação.

- Um dia você acaba sendo expulso.

- Naaah. Nem vai rolar. Por eu estar aqui, o colégio ganha um prestígio a mais, mais dinheiro para eles, porque o garoto de quatorze anos com o Q.I maior que de duzentos está matriculado aqui. Imagine o problema louco que ia dar se me expulsassem.

- É, tem razão, mas por que você veio pra cá mesmo?

- Por sua causa.

- Não, sério... Porque você resolveu vir pra cá?

- Por você. Não sei quantas vezes eu já lhe disse isso, mas sou apaixonado por você.

- Tá! Se não quiser me contar não conta, mas para com essa brincadeira de estar apaixonado.

É, parece que um ser tão racional como eu, visto por outras pessoas é incapaz de sentir. Tem uns quatro anos que eu venho me declarando, só que na primeira vez eu fiquei tão envergonhado que disse "Te amo" em umas oito línguas diferentes, menos o inglês. Quando expliquei para ela que eu gostava dela, ela apenas riu e me disse para parar de brincar e que eu não podia estar apaixonado por ela, eramos como ela mesma disse, apenas crianças, apesar disso quatro anos se passaram, e ela ainda acha que estou brincando.

- Tá... enfim, eu vou na sua casa ou você na minha? Seus pais não gostam muito de mim. Eles não te pediram para não andar mais comigo?

- Sim, sim. Já ameaçaram tirar eu do colégio, mas eu disse que não importava, aonde quer que eles me colocassem eu continuaria vendo você.

E como é que ela acha que eu não sou capaz de amar uma coisa como ela?

- Ei! Uns amigos meus, vão brincar de verdade ou consequência depois da última aula de hoje, quer brincar com a gente?

- Da última vez que você me chamou para brincar com seus amigos, aquele pretinho quase me bateu, três garotas choraram e o outro garoto simplesmente foi embora.

- Mas tudo isso foi sua culpa! Por que falar aquele tanto de coisa para eles? E de qualquer jeito, são outros.

- Não tenho culpa não. Só porque todo mundo é imbecil, eu não preciso ser também.

- Ah, vai, vem, se cair nós dois eu juro que eu peço desafio e você pode me pedir o que quiser.

O QUE QUISER?!!! SÉRIO?

- Bora! Mas a gente vai ter que despistar os coordenadores que nem da última vez. Aquele bando de lesados que ficam me seguindo, para eu não brigar com ninguém.

- A gente não pode usar truque da voz do celular no banheiro não?

- Eles já caíram nessa uma vez, duvido que vão cair de novo. Mas eu tenho uma ideia.

- E qual é?

- Ahm... Tá vendo aqueles dois ali?

Apontei para dois adultos que claramente estavam seguindo a gente desde que saímos para o intervalo.

- Tô, que tem eles?

- São coordenadores do colégio e estão me seguindo, provavelmente vão ser eles também que vão me seguir até que eu saia do colégio após o término das aulas.

- Idai?

- Estou com uma blusa de frio com capuz, você da ela para algum dos seus amiguinho burros, e o convence sei lá de um brincadeira que ele só pode olhar para o chão e não falar, a gente troca de mochila, para achar que você está carregando a minha e deixa a mochila dele comigo, enquanto você carrega a minha e ele a sua.

- Tá... é fácil de fazer, e como eu te aviso que eles tão seguindo a gente?

- Taca a borracha para dentro da sala, ou qualquer coisa pequena.

- Tá bom. Agora vamos ali na mesa do refeitório para você me ajudar com isso aqui.

- Tá...

Era tão engraçado ver os alunos me ignorando. Mas eles são tão idiotas... quando você ignora alguém, você não para de falar quando se aproxima dele, é como se você estivesse se contradizendo, e era todos, sem exceção que se aproximavam de mim, viravam os olhos e paravam de falar qualquer merda que estivesse falando.

Explicar a questão no nível dela foi difícil, eu até entendo que eles não são como eu. Mas se eu tivesse o Q.I deles eu seria tão burro que teria dificuldade em algo como isso? Na verdade é difícil para mim acreditar.

- É isso. Não é tão difícil né?

- Com você explicando, é mais fácil mesmo.

- Podemos voltar para sala? Esse bando de inútil, que acha que ignorar é simplesmente parar de falar quando se aproxima de mim ou desviando o olhar, tão me enchendo o saco. Bora subir? Se der sorte eu encontro com o professor de matemática antes de entrarmos na sala.

- E por que isso seria sorte?

- Porque ai eu poderia fazer a mesma coisa que o diretor. Já que a tese de doutorado dele foi refutada por mim.

Dito e feito. O homem com não mais que seus vinte e nove anos estava se preparando para entrar na sala, olhando os alunos, quando me viu, sua expressão de raiva mesmo que escondida, foi refletida naquele olhar e na força que ele botou para abrir a maçaneta.

- Cuidado para não quebrar eim!

Sabrina entrou logo atrás de mim, e se sentou lá do outro lugar da sala. Malditos lugares. Por que escolheram para mim um lugar tão longe do dela? Do meu lado só tem o nerdinho viciado em anime, puta, puta, puta, puta, o carinha que acha o máximo estar no meio das putas, e três caras que não param de falar de futebol.

Tenho certeza que qualquer um deles, quer me importunar, me bater ou fazer alguma coisa. Mas fazer o que? O primeiro cara que me deu um pescotapa foi expulso no mesmo dia, o caso ficou conhecido no colégio e ninguém mais fez nada. Vou ficar escrevendo mesmo, provavelmente ele vai ensinar como fazer umas equações toscas mesmo...

Ò Rubi que...

Naaah. Peguei a borracha e apaguei. Estava sem ideia para escrever. O que era bem estranho, porque todos os dias, eu escrevia pelo menos uma estrofe por aula, e além de só ter conseguido escrever duas nas três primeiras, eu não tinha ideia do que fazer nas três últimas. Até o final das três aulas eu tinha escrito:

É doce e cruel. Aquele teu rosto angelical, com a risada que ilumina mais do que mil sóis, e a presença serena e pacata que deixaria até o mar com inveja.

Gustav.

- Ei! O que tá escrevendo?

Dessa vez Sabrina estava ali, quase com o pescoço em meu ombro, debruçada em mim. Eu pude sentir o perfume doce de seu pescoço assim com o shampoo com cheiro de coco de seus cabelos.

- Não é da sua conta.

Assim como da outra vez, sentir meu corpo quase que em chamas e com certeza alguém tinha ligado o aquecedor na sala, mesmo que esteja no horário de todo mundo ir embora. Nunca vi sentido no que fazem mesmo...
Fechei o caderno, e o guardei na mochila.

- E ai? Pronta para enganar os coordenadores?

- Sim, sim.

- Então toma aqui.

Dei minha mochila com todos os meus materiais, menos o caderno, assim como minha jaqueta. E recebi as do garoto que por um acaso me encarava, diferentemente de todos os olhares, não era nem de descaso e nem curiosidade, era mais como se ele estivesse interessado em alguma coisa.

- Ele é gay?

- Quem?

- O garoto que você pediu para trocar de mochilas.

- Mario?

- O nome dele é Mario? Sério?

- É idai?
Ela que pareceu logo entender o perigo de um nome Mario e relacionando com a pergunta sobre sua sexualidade, fez uma cara feia pra mim.

- Não o pergunte se ele saiu do armário!

- Não... não, claro que não.

Sorri para o garoto que sorriu de volta, enquanto Sabrina levava o nosso plano a diante e saia com o garoto já encapuzado pela sala. Um pouco depois algo amarelo bateu na porta de leve e caiu no chão. Era uma borracha em formato de abelha, com uma estampa de abelha.

Será que ela não cresce?
Peguei a borracha e vi que na parte de trás havia algo escrito: "3-B", sorri e guardei, ainda pensando se a garota não tinha percebido que eu deixei o mesmo caderno que não era da conta dela junto com o material dela.

Beleza, acho que já da pra sair.
No corredor não havia ninguém, então fui para o terceiro andar e bati na porta da B. Mas não houve resposta.

- Sou amigo da Sabrina, ela me chamou para brincar de verdade ou desafio depois da aula com os outros amigos dela.

A porta abriu e lá havia dois garotos e duas garotas que me olhavam, o que abriu a porta simplesmente me deixou entrar sem falar nada. Já o outro garoto parecia conversar com as duas garotas.

- Vocês sabem que a gente só deixou ele vir, porque Sabrina nos obrigou né?

Foi em alto e bom som, uma indireta para mim.

- É mesmo é? Se não fosse por ela, eu também não estava aqui.

Calado, ele e as garotas ainda pareciam cochichar, já o garoto que abriu a porta ainda me olhava.

- "Qui que ce quer?"

- Quando que Sabrina chega?

- Já, já. Ela só ta despistando os coordenadores com o amigo gay dela.

Alguns minutos depois de puro silêncio se não fosse aqueles três cochichando sem parar, a porta abriu e a garota adentrou o lugar irradiando sua beleza, e com uma garrafa de pepsi dois litros vazia.

- Iai?

- Deu certo. Mario disse que devolve suas coisas amanhã.

- Ele teria que levar mesmo pra casa, para não causar suspeitas...

- Então tá, vai sentar uma garota e um garoto, com um espaço considerável para a garrafa conseguir acertar os dois.

Me sentei ao lado das duas garotas, de frente a Sabrina, a posição dos outros dois pouco me importava. Ela pegou a garrafa e girou no centro do circulo, e:

"Sabrina pergunta para Gustav."

- Verdade ou desafio?

- Verdade.

- O que está escrito nas quatro linhas do caderno que eu vi você pegar e esconder antes de me dar seu material.

- Não é da sua conta.
O que era verdade. Não era da conta dela, sendo assim... sendo assim...

- Não é assim que o jogo funciona Gustav. Me conte.

- Tá! Tá!

Sem tirar o caderno da mochila, comecei a recitar bem baixo no ouvido dela a estrofe que havia escrito.

- E Pra quem foi que você escreveu?

- É só uma pergunta por turno pelo que eu saiba, mas é claro que foi pra você.

- Tá! Da próxima vez que cair a gente, eu te pergunto e não vale mentir!

Eu peguei a garrafa pet, e a girei.

"Carlos pergunta para Lucas"

Alguém fez o desafio de beijar alguma das garotas e esse beijou uma das duas do meu lado.

- Quais as regras desse verdade ou desafio?
Me interessei até que ponto a gente poderia levar esses desafios.

- Não há regras.

- O que?

- Não tem regras, a gente só leva o bom senso aqui, então...

Que se foda o bom senso. Em mentes de garotos e garotas de catorze anos, só rola putaria, até mesmo quando estão dormindo. Em que merda ela tava pensando em participar de um jogo assim.

Um dos garotos girou a garrafa, enquanto, apesar de achar o jogo muito pervertido, até mesmo eu poderia tirar vantagem daquilo.

"Amanda pergunta para Gustav"

- Desafio.

- Tire a blusa e permaneça dessa forma até o fim do jogo.

Tirei minha blusa, olhando feio para a garota, o que tinha de interessante nos meus mamilos e barriga?

- Até para um cara hiper inteligente você tem um corpo legal.

A outra garota disse casualmente. Puta! Já Sabrina parecia estar evitando me olhar. Continuando o jogo, girei a garrafa.

" Larissa pergunta para Sabrina"

- Desafio.

- Beije o peitoral de Gustav.

EITA POXA! Já sei quem eu vou transformar na minha amiga do coração depois que esse jogo acabar. Mandei um joia para a garota que sorriu e me devolveu o joia com um sorriso. Desculpa ter te chamado de puta no meu pensamento.

Sabrina que ficara tão vermelha quanto os cabelos, se aproximou de mim, imagino se ela foi capaz de ouvir as minhas batidas quando foi se aproximando com os lábios rosados, até que ela os encostou e beijou.

Dessa vez eu tinha que admitir que fiquei bastante corado, talvez tanto quanto ela, meu corpo arrepiou por inteiro e eu não conseguia olhar ela nos olhos, o que era bem difícil pois estávamos na frente um do outro. Mas ela olhando para baixo, ainda vermelha, girou a garrafa de novo.

"Larissa pergunta para Amanda."

- Verdade ou desafio?

- Verdade.

- Quem você acha que é o garoto mais bonito entre os três daqui?

- Gustav.
Disse a menina corando, e olhando para mim com aquela cara de puta dela. Vadia. Não quero nada com você não. Mas Larissa com certeza iria ganhar espaço no meu circulo de amizades, serei eternamente grato.

A garota girou a garrafa.

"Amanda pergunta para Sabrina"

- Verdade ou desafio?
Provavelmente temendo outro desafio das garotas, ela agora preferiu escolher verdade.

- Verdade.

- Como que você consegue continuar sendo amiga dele. (Apontando para mim) Depois de tudo que ele faz e diz pra você?

Apesar de ser um claro insulto a mim, a pergunta dela era uma das coisas que eu também gostaria de saber. Então, você vai continuar como Puta. E eu não vou precisar de baixar o nível.

- A gente se conhece desde o maternal. E ele... ele... sempre me defendia quando os garotos ficavam implicando com meu cabelo. E depois... e depois, ele gostava de brincar comigo, já que ninguém gostava. E agora, que o mesmo tá acontecendo com ele, eu... eu não podia deixá-lo assim.

- Ah... então era para devolver um favor. Se fosse assim eu não precisava disso. Ser digno de pena. Por favor?!

- Eu não terminei!
Disse ela com uma cara vermelha. E me mandando calar a boca com apenas um olhar, isso era uma certa habilidade dela.

- E... e... porque ele é uma pessoa especial para mim. Eu não quero deixar de continuar a conversar e ser amiga dele.

Ela ficou olhando para baixo. E com a brincadeira se seguindo por algum tempo, eu fui percebendo que os desafios e perguntas para Sabrina, eram todas relacionadas a mim, enquanto os garotos, só queriam aproveitar das outras duas, a beijando ou fazendo elas se despirem. E ainda assim, não teve uma vez que eu perguntei para Sabrina.

Quando já estava anoitecendo, e as três garotas só de calcinha e sutiã, e os garotos de cueca, todos vermelhos e arrepiados, talvez de frio, Sabrina disse que aquela rodada ia ser a última e talvez por milagre, quando Larissa rodou a garrafa a sorte parecia sorrir para mim.

" Gustav pergunta para Sabrina"

- Você disse que ia pedir desafio, então aqui está o meu, me deixe lhe beijar. Você pode decidir onde.

A garota ficou escarlate, e o resto do grupo pareceu impressionado com minha ousadia. Obviamente eu não ia deixar aquela oportunidade passar, mas, ainda assim não gostava de forçar alguém, então pelo menos deixei ela escolher aonde.

- M-m-minha sombra!!!!!

A garota gritou. E eu sorri.

- Tudo bem.

Eu aproximei dela pouco a pouco, e aproximei a mão de sua testa, fazendo uma sombra. E então eu a beijei ali onde a sombra se formou.

- Ei! A- a sombra era sua! N-não minha.

E assim que ela levou o braço para colocar a mão na testa, este fez uma sombra na boca da garota. E nesse instante eu a beijei. E o mais incrível de tudo, ela retornou meu beijo de forma que ficamos ali por um bom tempo, até que um dos garotos cutucou Sabrina.

- Tá na hora de ir...

A gente se separou e olhou no rosto um do outro, pelos olhos dela, eu pude perceber que eu estava muito vermelho, assim como ela. Mas ela logo me afastou, apontou para mim e gaguejou.

- V-v-- você já tinha me beijado!

- Quem disse que o primeiro beijo foi do desafio?
Rá! Um urro de vitória ecoou dentro de mim.

- E você retornou meu beijo. O que que há com você, eu já me declarei uma porrada de vezes para você, e agora eu descubro que você gosta de mim também!

- Mas... mas... é porque eu sempre pensei que você tava brincando. E... e... esse tipo de coisa só acontece em histórias nos livros... e... e... era bom de mais para eu acreditar que era verdade!

Os garotos e garotas se vestiram. Larissa por outro lado sorrindo disse.

- Até quando vocês vão ficar semi-nus? Não que me importe, mas, vocês já vão para a terceira base?

Tanto eu quanto ela, nos apressamos para nos vestir e quando terminamos, Amanda, Larissa, Lucas e Carlos já haviam saído da sala.

Eu a olhei nos olhos, nossas cores voltando ao normal, coloquei a minha mão em seu rosto e a beijei novamente.

- Eu tenho algo a lhe entregar.

Tirei o caderno da mochila enquanto, ela olhava curiosa por cima do meu ombro.

- Bem, tudo o que escrevi aqui foi pensando em você. A aula era bem chata, e você era bem mais interessante de se olhar do que aquela velha chata e o professor de matemática burro.

Ela pegou o caderno e abriu, leu alguma das estrofes e parágrafos que escrevi e abaixando a cabeça, em um movimento de concordância, ela olhou para baixo, mas tentando manter o meu rosto na linha de visão, a garota corou e sussurrou algo incompreensível, mas eu meio que entendi o que ela quis dizer, e dei minha mão para ela segurar.

- Ei, Gustav.

- Que foi?

De mãos dadas, descíamos as escadas para ir embora para casa.

- Me promete que vai ser mais legal com as outras pessoas?

Parei um tempo. Eu sabia que ela não gostava da maneira que eu tratava as pessoas, mas... apesar de ter gostado de jogar, e de jurar meu eterno agradecimento a Larissa. Pessoas ainda me causavam aversão.

- Vou tentar. Mas é com o tempo, você sabe... eu não consigo me acostumar com a imbecilidade e a burrice das pessoas. Para mim elas são todas um bando de imprestáveis que ou invejam minha inteligencia, ou querem me usar para alguma coisa.

- É. Mas você confia em mim não é?

- Claro que sim.

- E provavelmente nós temos que agradecer as garotas por nos ajudarem a ficar juntos.

- Não sei bem quanto a Amanda, mas a Larissa com certeza.

- Viu?

- Tá bom... tá bom... vou me esforçar por você ok? Juro que tento manter os meus pensamentos para mim mesmo.

- Então tudo bem.

E ela me deu um beijinho na bochecha, e apertou mais minha mão fazendo carinho com o dedão. Chegando na saída, nos separamos, demos tchau um para o outro com um "Até amanhã", mais um beijo bem demorado e um abraço.

Fui para casa finalmente feliz com o fato de que após todos esses anos, consegui finalmente o que queria. E sorrindo feito aqueles idiotas que comemoravam a festa de sábado fui para casa rindo.


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Notas finais do capítulo

Para quem quer saber o que aconteceu com o Mario e os coordenadores.
Mario não é gay. E os coordenadores, realmente não perceberam a diferença entre os dois.



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