Malditas Kankers! 2 serie; Nostalgia escrita por Dyryet


Capítulo 7
Du, Dudu e Edu. (extra)


Notas iniciais do capítulo

(Foi muito mais fácil fazer o das kankers do que o do Edu O_O)
Só quero agradecer a todo apoio e ideias que me deram *-*
Qria por o relacionamento de outros personagens mas realmente n coube kkk



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As vitrines vibrantes das mais opulentas vestes.

Adornos de ouro e prata.

Um mundo de glamour pelo qual as três irmãs eram fascinadas.

Mas apenas atrás de vidros, e olhares famintos, admirados e cobiçoso.

Não possuíam status para tais coisas, ficando somente em seus sonhos.

Pintavam as unhas usando a tinta velha que não havia sido usada pelos visinhos, faziam o que podiam para poderem se manter bonitas e na moda. Mas acima de tudo mantinham os corações fortes e apaixonados.

Apaixonados por três amigos que desde sempre se mantinham fortes e unidos.

Garotos que em hipótese alguma olhavam para elas; então com o tempo o acumulo de magoas em relação a repudia dos jovens fez com que as mesmas desistissem de seus príncipes seguindo assim suas vidas.

Mas sem deixar de “brincar” com os mesmos.

Mesmo que isso as magoasse, seria muito pior não manter o ego e o orgulho.

Eram Kankers.

Fortes.
E assim seguiram suas vidas.

Ate que em um belo dia sem mais nem menos logo o mais simplório dos Du’s resolve demonstrar algo pela jovem loura; que mesmo ao demonstrar força, por dentro estava amolecida.

Um sanduíche de galinha com quiabo e beijo simples em uma arvore na escola e pronto. O mundo estava diferente e mudado.

Aquela noite ela chegou em casa desgovernada, sonhadora e sem saber como reagir. Contaria a suas irmãs que havia beijado o amor de sua vida?

Não dava.

Sua mãe estava revoltada com alguma coisa e elas tinham que acatar com o caso.

Mas nenhum chilique do mundo iria fazer seu humor decair, estava flutuando no céu relembrando aquele beijo com o sabor do sanduíche.

–--- Tudo bem. O que ouve? ---- a voz forte da irmã mais velha a traz de volta a o chão e logo ela se vê sendo encarada pelas duas. ---- Você esta no pais da paçoca amanteigada desde que chegou. Aquele cretino te pediu desculpas? Não... foi algo muito melhor, conte.

–--- O Du me beijou. ---- as ordens da mais velha eram irrevogáveis, e se não fosse pela costumeira franja que cobria os olhos da ruiva, a loura teria certeza que a mesma teria arregalado os mesmos.

–--- O Du? O grandalhão dos Du’s? ---- a caçula questiona curiosa e animada. ---- Meu deus! Vocês estão namorando?

–--- Eu não sei. Ele ficou de vir aqui para fazer mos o trabalho e...

–--- Tudo bem nós saímos e enrolamos a mamãe. ---- a mais velha se senta sobre um sofá ao analisar a casa. ---- Vai fazer algo bem gostoso para comerem amanha e vamos arrumar esta casa. Se você estragar tudo eu te mato!

O apoio da primogênita era bruto mais honesto.

E logo tudo esta nos conformes.

Assim como a primogênita havia ordenado elas partem deixando o local limpo para que a loira se sentisse mais à-vontade. E não demora para que “ele” batesse a porta.

Tímida e muito nervosa a moça tropeça nos cantos e o atende, e depois... Vocês já sabem.





Quando as irmãs chegam esperando encontra-la soltando fogos de artifício se surpreendem ao vê-la em prantos explicando entre soluços que havia estragado tudo com o único cara que ela realmente amava. A ruiva queria brigar manda-la engolir o choro; mas o que poderia fazer? Se sentou a seu lado e deu consolo ate que esta conseguisse parar de chorar.

–--- Ela dormiu? ---- a caçula questiona ao desligar a televisão vendo que a primogênita voltava em silencio. Já era tarde da noite.

Mas a mesma não responde.

Fica seria ao olhar pela janela, imaginando se realmente valeria a pena continuar sentindo o que sentiam pelo trio de... Panakas.

oOoOoOoOo

A noite passou e o dia chegou.

Mas a loira permanecia entristecida imaginado que havia feito a maior burrada de sua vida, observava na encolha o objeto de sua afeição passear tristonho pelos corredores e desabafar com o amigo seu temor em não passar de ano.

Teve então a idéia de dar lhe um pouco de apoio e assim conseguir se desculpar. Não imaginava que isso fosse fazer alguma diferença, mas resolveu fazer uma ultima tentativa.

–--- Dudu. ---- se aproximou tímida o assustando. ---- Você pode... entregar isso ao...

–--- É para o Du? Ele vai ficar feliz! ---- o sorriso torto a espanta e ele recolhe a carta guardando entre seu material. Mas logo toma um tom desajeitado corando profundamente.

Ele não sabia dizer se as irmãs sabiam de sua relação ou não e também não sabia mentir.

–--- E-eu tenho que ir. Pode deixar que eu entrego hoje mesmo! ---- exclama ao partir pelo corredor a deixando curiosa e muito confusa.



A verdade é que a uns meses atrás Marie havia tomado a atenção do Jovem coisa que não o deixava se concentrar direito em nada.

E como um bom Dudu foi se retratar com a mesma:

=~^~ ºº~^~=

Meses atrás:

–--- Com licença. ---- pede educadamente e lodo é ela quem se espanta. Nunca na vida imaginaria que o próprio viria ate ela desta forma. ---- Não tem um modo fácil de dizer isso...

–--- Eu sei... você quer que eu assine alguma ordem de afastamento? ---- ela estoura o chiclete sem se virar. Não iria em hipótese alguma deixar que ele a visse chorar. ---- Ta bem... Era uma questão de tempo não é?

–--- Sim... Mas não é isso que você esta imaginando. ---- a voz sempre tremula com a falta de confiança sai ainda mais fraca e falha e ela tem de se virar para poder compreender algo.

Ela o encontra de cabeça baixa ao apertar o estojo e torce-lo de modo à quase destruí-lo, seu rosto estava tão vermelho que chegava atingir as orelhas e o pescoço; enquanto suas pernas bambeavam e o corpo tremia. Uma reação costumeira pelo ato de ficar próximo a uma Kanker.

Ela apenas bufa e da de ombros. ---- Diga de uma vez.

–--- Por que gosta de mim? Digo... Aquele dia você estava muito diferente; então fiquei curioso e fui pesquisar e... ---- as palavras o traiam, ficava nervoso e cuspia sem querer, mordia a língua e ate gaguejava. ---- Me desculpa eu sinto muito! Não devia ter feito o que eu fiz! Eu sinto muito mesmo eu...

–--- O que você fez? ---- o timbre da jovem sai em forma de curiosidade, e assim ele ergue o rosto a olhando nos olhos pela primeira vez em uma vida inteira. Um olhar de pena. ---- O que foi que você fez? ---- agora o tom saia furioso e vingativo, e o jovem se afasta temeroso. ---- Fica longe de mim seu babaca! Não quero saber! Vai se ferrar!

O tom dela sai magoado, e ele não sabe como agir; ficando e recebendo todas as ofensas e repudias que a garota queria dar.

–--- Eu sinto muito... ---- por fim o tenro e meigo Dudu se aproxima com voz de acalanto, pousando a mão sobre a face zangada da jovem. ---- Eu não sabia. Ninguém sabe não é? Deve ser horrível... viver assim. Mas você pode...

–--- Eu não quero a sua piedade! ---- ela o estapeia marcando sua palma perfeitamente na pele cessível do rosto do garoto. ---- Não ouse ter pena de mim!

–--- Pena? ---- ele põe a mão de leve sobre a própria face avermelhada que latejava e ardia. ---- Não me entenda mal... Não é isso o que sinto, pelo contrario. Me impressionei com o que descobri... fiquei admirado.

–--- Admirado? Comigo? Você?

–--- O que é tão difícil de entender? Vocês três fazem bicos e sustentam a casa, lavando roupas entre outras tarefas no pátio dos trailers desde que tinham idade para alcançar a pia e pegar em uma vassoura. Tudo para poderem comprar coisas básicas como comida e um pouco de gás, ganhavam roupas dos outros vizinhos e batalhavam para manter uma aparência intimidadora para que ninguém notasse o quanto vocês sofriam. Isso... é muito admirável, e não digno de pena.

A jovem fica ouvindo sem saber como responder, e logo é ela quem abaixa a cabeça envergonhada.

–--- Meus pais trabalham muito e eu quase não os vejo. Sua mãe... bem... Nenhuma família é perfeita. ---- ele sorri.

–--- Dudu... ---- espantada e muito confusa a jovem volta a se aproximar acarinhando a face do garoto que parecia machucada e arranhada. ---- Como você é frágil... Me desculpa.

–--- E-esta tudo bem. ---- gagueja nervoso pelo contato intimo logo voltando a tomar a cor avermelhada.

–--- Então agora você me admira?

–--- S-sim.

–--- Que bom. ---- sorri o abraçando pondo as mãos sobre seus ombros. ---- Por que eu sempre te admirei.

~~ºº~~

[Tok tok tok]

As batidas pesadas quase derrubam a porta, tirando a pequena jovem de seus devaneios.

Ela ainda cogitava se deveria contar as irmãs sobre seu namoro com o mais frágil dos Du’s; se isso iria trazer problemas ou não. Afinal o dia que a noticia se espalha-se seria um escândalo.

[Tok tok tok]

–--- Já vai! Caramba! ---- ela grita irritada ao abrir a porta que parecia despencar a cada batida. ---- Para de ser sem noção seu idiot... ---- o espanto da jovem lhe corta a própria frase. ---- O que você faz aqui?

–--- Posso falar com a sua irmã? ---- o ruivo parecia afoito e com falta de ar, coisa que indicava que havia vindo correndo ate a casa.

–--- C-claro. ---- logo a caçula corre para dentro ainda em choque mas muito esperançosa e animada. ---- May levanta! Anda logo arruma uma coisa legal pra vestir passa um perfume e penteia este cabelo! Ele esta aqui! Anda!

–--- O que? ---- a voz vem sonolenta e confusa. ---- Quem esta aqui? ---- preguiçosamente a loira se espreguiça vendo a correria da irmã que a entrega roupas mais bonitas a arrasta ate um balde lava seu rosto e logo a põe sentada para a maquiar. ---- Calma Marie. O que ouve?

–--- O Du! Ele ta lá fora e veio atrás de você. Não sei o que é mas anda logo! ---- e assim na correria a caçula a põe uma jaqueta por cima da roupa e uma saia já arrancando o moletom e a empurrando sobre tamancos altos para que esta ficasse um pouco mais elevada já que a altura do ruivo era de se constar. ---- Arrasa! ---- ordena ao empurra-la para fora.

A pobre loira fica zonza com tanta correria mas logo trava quando nota que seu grande amor estava recostado na porta de sua casa ao olhar a lua.

–--- Du? ---- questiona tremula. ---- O que faz aqui eu...

–--- Quer namorar comigo? ---- ele se vira já perguntando como se a pedisse para emprestar um lápis. ---- O que foi? Gosta de mim não é? ---- questiona confuso quando vê a expressão assustada da loura.

–--- G-gosto. Claro que gosto! Vou adorar ser sua namorada Du! ---- exclama alegre indo em direção a o ruivo e o abraçando carinhosa; amava o modo simples e honesto do novo namorado.

E assim ficaram a conversar sentados na frente do trailer; conversaram sobre quadrinhos, comidas diferentes e muitas outras coisas que foram descobrindo ter em comum. A loura possuía muitos sonhos para o futuro, enquanto ele não fazia idéia do que iria fazer da vida admirando o olhar sonhador da jovem enquanto ela narrava seus planos.

Era uma noite mágica e perfeita; repleta de inocência e amor.

Pelo menos era para ser.



–--- O que este muleque faz aqui? Não ta dando pra ele esta? ---- a voz ranheta e pesada por conta dos cigarros surge como uma penumbra, os assutando e fazendo com que se levantassem do chão. ---- Se você engravidar eu não vou cuidar da criança. Você e este traste podem ir pro inferno!

–--- M-mãe... nós só...

–--- Não quero saber! Não quero saber de macho na minha casa! ---- a mulher adentra a casa passando pelos dois e empurrando Du. ---- Se quer trepar vá para o mato. Não quero este cheiro horrível na minha casa.

Os gritos da mulher fizeram com que as irmãs saíssem em encontro à loura que parecia prestes a chorar; tudo tinha sido perfeito. E agora o que ele pensaria dela?

–--- Calma May, a mãe ela... ---- a caçula não sabia o que dizer, enquanto a primogênita encarava o ruivo como se o ordenasse a partir de lá.

–--- Eu queria sumir. Fazer como ela sempre diz e ir embora pra sempre... ---- choraminga baixinho nos braços da irmã.


–--- Meus pais também fazem isso. ---- ele relata ao se aproximar da loura que o encara incrédula com os olhos cheios de lagrimas. ---- Eles também me tratam como lixo... desde sempre. Sim eu tenho uma casa bonita no beco mas...

–--- Du? ---- a loura seca as lagrimas, sentindo-se um pouco aliviada por ele a entender e não pensar o pior.

–--- Então vão embora! ---- a voz de trovão da ruiva ordena e logo ela entra na casa, deixando todos curiosos voltando em poucos segundos com uma pasta velha. ---- Eu nunca deixaria minhas irmãs ficarem longe de mim sem segurança, mas você vai cuidar dela então não tem problema. ---- ela soa com ar de autoridade mostrando o conteúdo da pasta. ---- Aqui tem muita coisa para vocês conseguirem exigir muita grana do pai da May pelos anos de negligencia. Vão ate o centro da cidade e se virem.

–--- Lee... ---- a caçula murmura espantada percebendo que a mais velha falava seriamente.

–--- Não tem nada pra nós aqui. E nunca vai ter. ---- afirma a mais velha convicta de cada palavra. ---- Leva isso e cuida da minha irmã se não eu te mato.

O ruivo pega a pasta da mão da loira e sorri. Um sorriso simples logo abraçando a ruiva que se espanta com o ato.

–--- O Edu tem tara por cabelos longos. Ele não gosta de mulher frágil, adora um bom desafio. ---- as palavras do ruivo deixam a primogênita constrangida e muito confusa. ---- Ele é fanático por planos e estratégias. E sempre torce para as vilans sarcásticas ou personagens maldosas dos filmes e já falou que gosta de garotas deste jeito, mas que elas não existem.

–--- Du...

–--- Você é esperta. Toma. ---- o grande e desengonçado Du a entrega uma chave, e ela a encara por alguns segundos antes de pegar. ---- São as chaves do barracão. Da uma olhada nos planos dele e o ajude. ---- ele volta a sorrir satisfeito quando esta guarda a chave. ---- Se cada um ficar com uma vamos ser parentes e isso vai ser muito legal! ---- confirma ao se afastar correndo. ---- Vou arrumar minhas coisas e já volto.

As três observam o casaco esverdeado desaparecer na noite, pensativas.

–--- Ele acabou de me dar dicas de como conquistar o Edu?

–--- Foi o que pareceu. Se cada um ficar com uma...?

–--- Eu e Dudu estamos namorando.




–--- O que!? ---- as irmãs questionam em uníssono depois de levarem um tempo para digerirem a afirmação da caçula.

–--- Aconteceu e... eu não soube como falar. Nós só conversamos e nos beijamos as vezes; vou a casa dele ele me mostra suas coisas os seus planos para o futuro e tudo mais.

–--- E quando planejava me contar isso Marie! ---- a ruiva parecia irritada, levando a caçula para dentro da casa. ---- Por que não contou?

–--- E-eu fiquei com... Eu não sei. Me desculpe Lee.

–--- Ta bem... Estão felizes? Ele te trata bem não é? Não faz nada estranho ou saliente?

–--- É o Dudu Lee... Se eu quiser algo eu que tenho que instigar. Mas pelo menos ele reage bem. ---- a caçula comenta entre um riso malicioso e logo a ruiva sorri satisfeita com a alegria da amiga. ---- Vou pegar dicas para você conquistar o Edu também. A idéia do Du foi muito boa!

–--- Verdade! ---- a loura comenta sonhadora e logo todas se põe a imaginar o futuro narrado pelo Du grande.

No dia seguinte as irmãs saem para se despedir e ajudam May a arrumar todas as suas coisas, prometem visitar assim que eles se firmarem em um lugar e logo que anoitece Du chega para carregar suas malas, nem se tocando de ver apenas uma logo se juntando para uma primeira e ultima refeição na casa da namorada.

–--- Estava ótimo. ---- afirma ele de barriga cheia sorridente. ---- Melhor irmos se não... perdemos o ônibus. E eu ainda tenho que falar com o Dudu. ---- afirma ao se levantar saindo pela porta nem se lembrando dos bons modos e de se despedir.

–--- Ele é um desastre. ---- a ruiva sorri brincalhona. ---- Cuida bem dele May.

–--- Pode deixar! ---- a loura abraça cada uma das irmãs indo seguir o novo namorado. ---- Te ligo assim que chegar no centro, e te deixo a par de tudo que for acontecendo!

Não imaginava que as coisas tomariam este rumo. Mas sentia segura mesmo com uma decisão tão apressada e espontânea como aquela; sentia pela primeira vez que sua vida iria mudar para a melhor.

oOoOoOoOo

Um dos Du’s tinha partido no meio da noite, e depois da discussão dos dois na enfermaria todos só sabiam comentar que o trio estava se separando.

–--- Da pra acreditar? Disseram que o Du fugiu de casa com uma das Kakers. ---- o moreno se senta sobre a velha mesa do refeitório depositando sua bandeja a onde fica a remexer a comida com desgosto. ---- Vocês acham que é verdade?

–--- Como o filho de um pastor, acho errado ficar falando da vida dos outros. Se o grandalhão encontrou o amor o que tem de errado? ---- o maior responde ao encher a boca com cada garfada. ---- Água mole em pedra dura, tanto bate ate que fura.


Os comentários de todos já estavam começando a incomodar o tímido Dudu que se irritava com as idéias do por que da fuga. --“Ela deve estar grávida só pode.” --- as palavras vis sobre um ato de amor tão lindo perturbavam o frágil rapaz que não sabia como lidar com tanta pressão.

Sentava-se sozinho em uma mesa isolada a rever sua planilha diária, quando uma mão forte a retira de sua posse.

–--- A onde esta o meu irmão Dudu! ---- a pequena ruiva ordena em um tom estridente que o faz tapar os ouvidos por instinto. ---- Eu vi o bilhete que ele te deu! Então fala cadê ele!

–--- S-Sarah entenda ele...

–--- Fala logo! Me leva ate lá! Eu vou por juízo na cabeça daquele idiota.

–--- Calma Sarah... assim você vai machucar o Dudu. ---- a vozinha doce do louro a apaziguar. ---- Dudu, por favor, será que poderia arranjar este encontro?

–--- Tudo bem Jommy. Mas agora não posso por que não sei onde estão. ---- calmo e sempre mantendo uma boa postura Dudu o responde didaticamente como sempre fez. ---- Em breve eles vão falar a onde estão e terei todo o prazer de leva-los ate lá.

–--- É mesmo? Então também podemos ir? ---- a loura se aproxima sendo acompanhada pelo ruivo que logo faz sinal chamando os demais.

–--- Olha... Nazz Kevin... Eu não sei se podem todos, o Du nunca foi de expulsar ninguém mas não sei como vai ser este encontro. O Edu não ficou muito bem... e...

–--- Nós sabemos cabeça- de -meia. ---- o ruivo se senta espaçoso ao tomar boa parte da mesa para si. ---- Estamos preocupados com vocês panakas.

–--- Kevin...?

–--- Ele diz a verdade meu amigo que gosta de fazer experiências. O beco não será a mesma coisa sem as traquinagens de vocês.

–--- Nossa Rolf... Nem sei o que dizer.

–--- Não diga. Só me diga a onde esta o meu irmão cabeça oca para que eu o traga de volta! ---- a ruiva volta a gritar, mas todos já entendiam que ela só estava preocupada e com saudades.

Pela primeira vez um dos Du’s jantou junto dos garotos do beco conversando e contando sobre seus planos, e ate ajudando os demais a pensarem no que eles mesmos iriam fazer depois. E ao final da aula o assunto não encerrou, na verdade tomava novos rumos e todos se empolgavam ainda mais com as idéias do “Du” inteligente.

[Vrrr]

O celular lede vibra mais de uma vez indicando mensagens de texto.

–--- Só um momento. ---- pede licença para poder ler e saber se era urgente para responder.

[3 mensagens.

1 Du

1 Mae

1 Valk blu]

[Oiee Dudu! Desculpe sumir uma semana. Ou foram duas? Não sei... Este telefone é o meu novo, a May conseguiu o mesmo numero ai facilita. Já estamos em uma casa legal e eu consegui um emprego de meio período e a May também. Antes que pergunte não sei se vou voltar a estudar, mas elas tem umas idéias legais. Vamos ficar neste apartamente um pouco e ver se conseguimos um terreno fora da cidade! Vai ser legal. Aparece aqui com o Edu, ele deve estar uma fera mas estou com saudades dos berros dele! Ate mais.]

–--- Du... ---- murmura baixinho sendo encarado por um louro curioso.

–--- Vai pedir para nós irmãos lá?

–--- Sim eu vou Jimmy.

[Ola Du. Adoraria ver sua nova casa e conhecer teus planos para o futuro, também gostaria de ajudar se me permitirem. Agora a verdade é que todos do beco estão preocupados e queriam ir te ver. Att Dudu]

–--- Pronto agora é só...

[Vrrr]

–--- Mas já?

[Claro que pode trazer. Vai ser divertido! A casa é pequena mas da pra fazer um churrasco no telhado! Venham no sábado!]

Ele apenas lê e sorri mostrando o aparelho aos amigos.

–--- O Du parece muito feliz. Vai ser uma visita agradável. ---- a loura comenta animada, esperando o melhor para o amigo.

–--- Também espero Nazz. ---- e assim ele se poe a olhar as outras mensagens.

[Oi cristalzinho. A May deu noticias chamou agente para ir lá hoje e já estou no ônibus, sei que você não vai faltar na aula mesmo que já não tenha mais matérias então nos vemos no fim de semana tudo bem? Antes que você me de uma bronca já vi os cursos que vou fazer no ano que vem. Jura que tem que ser um por dia? Você é muito chato! Em todo caso deixei os folhetos na sua mesa. Beijos te amo.]

Um sorriso bobo se forma nos lábios do distraído Dudu que logo tem o aparelho tomado das mãos.

–--- Kevin! Me devolve isso!

–--- Olha quem tem mesmo uma namorada. ---- comenta zombeiro ao olhar a mensagem antes mesmo que Dudu pudesse responde-la. ---- Filho. Estou muito desgostosa com sua atitude. Como ousa esconder de seus próprios pais uma coisa como esta? Encontrei a prova de seu “crime” no lixo ontem a noite e estou muito aborrecida. Como acha que ficamos quando descobrimos que o tal dormitório que você conseguiu não era para uma pessoa e sim para duas? O que pretende? Sustenta-la? Quando você chegar em casa teremos uma longa conversinha.

O ruivo lê a ultima mensagem em vos alta enquanto o próprio perde o ar dos pulmões.

–--- Vix... Namoro escondido? ---- o moreno é o único a falar, vendo que o amigo caia sentado sobre os degraus afoito e branco como um fantasma. ---- Esta tudo bem. É só uma bronca por você esconder o namoro. Não tem nada de mais! Sua mãe vai te encher de sermões sobre sexo e seu pai vai ficar todo orgulhoso querendo saber como é a garota.

–--- Você não entende... Nenhum de vocês entende. Não tem como... conseguirem entender. ---- logo ele se enclausura dentro dos próprios braços ao abraçar as pernas. ---- Eles vão cancelar a minha matricula e o contrato da pousada. Vão me mandar para um internato em outro pais...

–--- Não seja dramático. Não tem por que eles serem tão drásticos com...

–---- Não se mete Nazz. ---- logo o líder se faz ouvir invadindo a roda pegando o aparelho das mãos de Kevin e puxando Dudu com sigo. ---- Eu não vou deixar eles estragarem a sua vida, só porque não esta seguindo o plano deles. ---- o líder esbraveja possuído de raiva, sendo seguido de longe pelo grupo curioso. ---- Eu vou lá com você!

–--- Mas Edu...

–--- Sem mais eu vou e pronto! Você se esforçou para conseguir tudo isso e eu não vou deixar que eles impeçam.

Apesar de temeroso com a reação do amigo Dudu estava feliz pelo apoio de todos, e logo chegam a sua casa a onde seus pais esperavam ansiosos.

–--- Não me lembro de deixar você trazer um amigo aqui Eduardo. ---- o pai fala áspero ao ver Edu entrar na casa.

–--- Eu vim aqui falar umas verdades! ---- o pequeno grita ao ver um panfleto de um internato na Inglaterra na mão da mãe e vários outros sobre a mesa, junto dos boletos já pagos da escola que Dudu queria tanto cursar. ---- O Dudu não é escravo de vocês! Ele não vai ser um advogado e nem uma outra coisa qualquer que vocês queiram! O Dudu é um cientista! Ele cria coisas é um inventor e aquela escola é o melhor pra ele. Ter uma namorada não estraga nada e....

–--- Rapazinho não se meta a onde não foi chamado. ---- a mãe se altera sem elevar a voz. ---- Isto é um assunto de família e Eduardo não teve permissão pra perder tempo com garotas. Principalmente alguém de um nível tão baixo quando os moradores de trailers. Meu marido já chamou a policia para tirar vocês daqui e o meu filho ira para um bons instituto a onde terá um futuro brilhante. Inventor é uma hobby inútil de criança que ele já sustentou por tempo de mais. Esta na hora de crescer!

–--- Vocês todos ano passam de vagabundos e estão dando um mal exemplo para o nosso filho. Se querem perderu suas vidas tudo bem, mas se se intrometerem novamente... ---- o pai ameaça fazendo com que os demais saiam da casa. A fama do casal não era das melhores. ---- E sobre a namorada esta estritamente proibido de vê-la; uma garota nesta idade só o distrai ra. No mínimo ela o passaria uma doença e com toda certeza só quer usa-lo para...

–--- Cala a boca!

A voz ecoa pela sala calando a discussão.

–--- Cala a boca, cala a boca, cala a boca! Não ameace os meus amigos! Não fale mal da minha namorada! ---- a voz de Dudu sai forte e firme, envolta em raiva e um tanto quanto emboçada. Quase irreconhecível. ---- Vocês não podem fazer o que quiserem com a minha vida o Edu esta certo. Falem o que quiserem da aqui a dois dias é meu aniversario e vocês não vão poder mandar em mais nada. Eu vou para aquela escola com a Marie, e vocês não vão me impedir!!!

A explosão do meigo Dudu espantou a todos no cômodo que nunca esperavam por tal atitude, e um selênio se estabeleceu.

–---- Obrigado Edu... Você sempre nos deu força e apoio. ---- ele caminha ate a mesa rasgando um a um os folhetos e pegando o que era dele. ---- Foi você quem me tirou de casa... me fez ver que tem um universo lá fora e que não tenho que temer. Ensinou o Du a não ter medo da própria força e que ele não era um monstro. ---- ele joga os papeis no lixo e volta em direção ao amigo que permanecia espantado. ---- Você nos uniu. Você podia ser popular, mas preferiu andar conosco...

–--- Dudu... Nossa, ter uma namorada te mudou mesmo em. ---- brinca afim de disfarçar o espanto, sorrindo amistoso. ---- Gostei de ver.

–--- Obrigado Edu.

–--- Pelo que cabeça-de –meia?

–--- Por tudo.

oOoOoOoOo

Depois do “quebra pau” na casa de Dudu este passou a dormir na casa do amigo ate que se mudasse para o novo apartamento, já enviando suas coisas em um caminhão, ficando apenas com o básico e essencial.

Seus pais entraram com vários recursos e intimações, mas não saíram dentro dos três dias e logo Dudu já tinha idade para fazer o que quisesse.

–--- Vamos logo Dudu! ---- o menor ordena ao esmurrar a porta do banheiro pela décima oitava vez. --- A galera vai estar aqui em vinte minutos, tenho que tomar banho para ir a casa do Du! .... Que frase estranha. Esquece... Dudu abre logo! Morreu ai?

–--- Ai Edu, como é difícil conviver com você. ---- a porta se abre e o menor entra apresado já atirando as peças do pijama e entrando no chuveiro.

–--- Comigo? Ate parece que estou casado! Eu não acredito que você demore mais no banho do que a minha mãe! ---- o menor ensaboava os cabelos com sabonete mesmo o que deixa Dudu confuso e desconfortável. ---- Pra que demorar tanto? Esqueceu que hoje tínhamos marcado aquele churrasco na casa do Du?

–--- Não eu não esqueci. Mas... Ai Edu! Todos já sabem sobre eu e a Marie e minha mãe fez o favor de deixar “claro de mais” o nível da nossa relação. Eu estou morrendo de vergonha! ---- desabafa ao escovar os dentes.

–--- Do que você ta com vergonha animal? Ela é bonita! Vergonha seria... ---- logo o pequeno trava reparando que seu amigo estava a escovar os cabelos. ---- E-esta sem o gorro... ---- murmura tão baixo que nem mesmo é ouvido, enquanto saia do chuveiro para se secar. ---- Dudu... você... ---- não sabia como comentar, nem se deveria comentar.

–--- Eu confio em você Edu. ---- ele sorri se virando para o amigo e logo pondo seu costumeiro gorro.

–--- M-m-mas Dudu! Isso... eu... Como? ---- exclama apavorado, mas logo abaixa a cabeça envergonhado por agir desta forma. ---- Desculpa.

–--- Tudo bem Edu. Eu sei que é estranho por isso não mostro. ---- mantém o tom afável ao sair do quarto e mandar mensagem para os outros alertando que estavam indo para o ponto. ---- Algum dia vou descobrir por que sou assim mas ate lá... Guarda segredo?

–--- Claro!

E assim ele se troca encontrando com todos no ponto que esperavam apenas pelos dois.

–--- Demoraram muito! Perdemos dois ônibus por causa de vocês atrazildos! ---- a ruiva alarma irritada.

–--- Reclama com o cabeça de... Foi culpa dele, demora mais no banho que uma princesa. ---- murmura o pequeno ao se sentar sobre o ponto vendo todos conversando animados e enfiando a mão nos bolsos.

Pega sua carteira para ver o quanto gastaria e um nó estranho lhe vem em mente.

Aquela carteira era nova.

A antiga tinha sido levada pela Kanker ruiva, que no mesmo dia o havia roubado outra coisa e naquele mesmo ponto.



Fecha a carteira indo se unir a todos logo vendo que o ônibus se aproximava.

–--- Vamos logo! ---- a pequena ruiva grita entrando na locomoção pagando não somente sua passagem mas também a de seu amigo louro, indo se sentar. ---- Mal posso esperar pra quebrar a cara daquele animal!

–--- Calma Sarah... Cada coisa a seu tempo. ---- a voz calma do pequeno soa como uma forma de apoio aos planos maldosos da jovem, mas como sempre este ato dos mais jovens é ignorado.

Durante todo o percurso eles especulam em como seria o tal apartamento, e o por que de ambos terem fugido desta forma; sempre deixando o assunto cair em gravidez indesejada. Ninguém conseguia imaginar outro motivo.

–--- Chegamos senhores. ---- o frágil Dudu argumenta ao dar sinal e descer a onde seria outra cidade.

Um local tumultuado, muito movimentado e volumoso com empurra- empurra e pessoas falando alto e o tempo todo.

–--- Que lugar horrível! ---- a pequena repudia ao ver o lixo na rua as paredes descascadas e forradas de pichação. ---- Só aquele idiota pra vir para um lugar como este.

–--- Se acalme. Talvez não seja tão ruim lá dentro. ---- a loura pontua seguindo Dudu que abria a porta do prédio animado em rever o amigo.

Mas do lado de dentro ela encontra a mesma situação, corredores sujos, um ambiente hostil e moradores muito mal encarados. Todos se arrepiam e seguem os Du’s que conversavam distraídos e animados com a visita, nem notando o ambiente onde estavam; ninguém ali tinha muita coragem para estragar a alegria da dupla.

[Tok tok]

O mais educado bate a porta, mas logo o menor tenta abrir alegando não precisarem de tanta formalidade. Mas esta se encontrava fechada.

–--- Por que ele trancou? ---- o menor comenta indgnado.

–--- Não estamos em um condomínio de luxo Edu. ---- completa didaticamente, e logo a porta se abre com uma moça de cabelos azuis saltando sobre o frágil Dudu o arrancando um beijo caloroso. Ele por sua vez perde o foco por apenas “exatos” três segundos, mas já era o suficiente para trazer comentários maldoso aos demais. ---- Marie! Não faça isso! ---- renega envergonhado.

–--- Para de ser fresco. ---- ordena entre risos, logo se voltando para o restante os encarando de cima a baixo com desdém. ---- Que pacotes são estes?

–--- É um costume de cordialidade quando se visita a nova moradia de alguém presenteá-lo.

–--- Perguntei pra eles... ---- murmura ao voltar pra dentro da casa. ---- Ta uma zona deixem na sala mesmo.

A casa era modesta, pequena e bem organizada. Não tinha muitos moveis, apenas vários pufs espalhados pela sala um TV pequena sobre um engradado e um vaso de flores artificiais; na cozinha se podia ver uma loura de costas e muito atarefada ao cozinha e fazer uma salada de batatas com frango desfiado; na cosinha possuía apenas o essencial, a pia que fazia parte da construção da casa, uma geladeira e um fogão portátil, daqueles pequenos que se leva em acampamentos. A mesa era de madeira, também dobrável e muito simples mas tudo muito arrumadinho com flores de plástico e fotos coladas em molduras feitas de bisqui. Tudo feito com muito carinho e cuidado.

–--- Que casa... fofa. ---- a pequena ruiva comenta sem querer, não esperava encontrar um local agradável.



–--- Seu animal! Os convidados chegaram! Mandei você arrumar isso ontem agora larga e vem me ajudar! ---- a voz forte e emboçada da ruiva ecoa da janela a onde possuía uma escada de emergências, e logo ela surge indo em direção a um quarto que ficava no corredor, retirando um Du sujo de tinta e o enfiando em outra porta. ---- May ponha modos no seu homem!

–--- Estou ocupada na cozinha Lee, pedi pra você olhar ele hoje. Eu mandei ele terminar de pintar o quarto segunda, mas ele não ouve. ---- a loura corresponde aos berros mas não parecia que as irmãs brigavam. ---- Bem vindos! ---- logo ela para em frente ao grupo abraçando Dudu carinhosamente e trazendo uma jarra de suco e copos descartáveis. ---- Desculpa a zona ainda estamos nos organizando. Como trabalhamos meio período em cada lugar acabamos esquecendo da casa.

–--- Na verdade ela esta muito agradável May. Quem diria que um dia eu poderia comer na casa do Du. ---- ele brinca ao pegar um copo se lembrando de como seu amigo era porco e desarrumado.

–--- Isso mesmo! Ele só precisava de um pulso firme. ---- o menor comenta entre risos a entregando seu pacote, que a loura não demora em abrir. ---- Espero que ajude.

–--- O que é isso? Cha de bebe? ---- a ruiva se a próxima curiosa vendo que não conseguiria forçar o maior dos Du’s a fazer o que queria. ---- Pra que tantos presentes? A May não esta grávida. Esta?

–--- Não estou não Lee.

–--- É um costume de gente rica. ---- a caçula pontua ao abrir os presentes da irmã. ---- Olha que lega isso vai ser muito útil não?

–--- Muito. ---- sorri expontanea. ---- Muito obrigada.


–--- Oi gente! ---- um Du surge abraçando os amigos e os retirando do chão como se fossem de pelúcia os apertando. ---- Como estão? Estão com fome? Vamos subir na laje lá é muito legal! Querem conhecer a casa? Não é muito grande não. Tem aqui a sala e ali o corredor com o quarto e o banheiro, a cozinha fica ali e atrás tem uma lavanderia. Não temos maquina mas nem a May nem eu sabemos usar uma então não faz diferença.

–--- Du... bom te ver... Ar? ---- suspira cada palavra em busca de fôlego dentro do abraço do amigo.

–--- Foi mal Dudu!

–--- Tudo bem amigo, estou feliz em te ver tão alegre. ---- ele comenta ao ver que os demais já se sentiam à-vontade em “xeretar”a casa; indo ele mesmo ver o motivo de Du estar coberto de tinta. ---- Olha só. Ficou mesmo muito bom! ---- exclama alegre ao ver o quarto que estava pintado em um tom de azul tão claro que se assemelhava ao branco.

Via outras tintas no chão e logo se deu conta que a sala também não possuía uma pintura tradicional, as paredes todas no mesmo tom de azul continham cada cômodo (e corredor) uma faixa delinear de tom forte para trazer beleza ao pequeno apartamento.

–--- Aprendeu bem. ---- murmura elogiando o amigo se lembrando de todas as dicas de imagem que Edu ensinara a eles durante todos estes anos, como deixar algo simples mais bonito e convidativo com coisas simples.

Mas não se tinha muito para ver ali e logo eles sobem ate a tal laje tão bem comentada.

Lá era alto e não tão no centro, mas se podia ver muito bem tudo a sua volta, os vendedores nas ruas a avenida que passava distante, um parque gigantesco que havia a quilometro e muitas construções antigas que mesmo rendidas pelo tempo ainda tinham um toque de esplendor. Não era uma vista glamurosa, mas era rica; transmitia um tom de liberdade que ambos precisavam; se podia ficar horas ali a observar cada detalhe e cada um podia criar sua própria filosofia. Tinha o que agradece a cada um individualmente.

Nazz se perde ao ver uma casa antiga com cartazes de Jaz e dança imaginando se poderia ter ou não futuro nesta área.

Kevin já encarava os moradores circulando na rua, tendo sua atenção roubada por uma pequena bicicletaria e varias motos que estava estacionada a sua frete; pontuava falhas no estabelecimento e mentalmente montava um local perfeito de trabalho.

Rolf não sabia para onde olhar, tudo era novo e estranho para um filho de um pastor, seu universo pequeno se abria a casa segundo ali naquele terraço.

Já a pequena Sarah olhava as pessoas dentro das casas a sua frente, algumas brigando outras preocupadas com algo; crianças correndo na rua e muitos casais jovens e velhos. Era um local agitado, mas aquele sorriso no rosto de seu irmão ela nunca tinha visto igual. Engolia seco percebendo que ele era infeliz em sua casa, percebendo agora que seus pais não o tratavam bem; podia ver nas outras janelas historias parecidas com a dele, pais brigando com um garoto assustado que chorava. Ela sempre teve de tudo, do bom e do melhor; se divertia quando seu irmão levava broncas, mas nunca cogitou ser este o motivo de sua fuga.

Naquele local ele estava feliz; estava com quem amava e o amava e não tinha ninguém para falar que ele era um lixo.

–--- Ei seu idiota! ---- grita chamando a atenção do irmão que estava a aprender com Lee como fazer um churrasco. Não sabendo o que dizer quando este se vira e a encara. ---- O papai e a mamãe estão preocupados! Como pode fazer isso? Seu babaca! ---- estava triste, ainda estava magoada; não queria perder o irmão. ---- Uma linha. Uma linha? Por que só escreveu aquilo!? ---- ela corre para o agredir mas acaba por abraça-lo. ---- Você é um idiota e eu te odeio. ---- chora.

–--- Eu também te amo Sarah. ---- a abraça de volta, pegando-a no como loco se fosse uma pequena bonequinha.


–--- Que fofo. ---- a loura comenta deixando o namorado com a irmã indo por mais carne na grelha e agradecendo pelos presentes. ---- Rolf você não vai achar ruim assarmos algo que você trousse agora? É que esta parecendo tão gostoso!

–--- Então você também é uma apreciadora de carnes? ---- comenta animado ao ver as habilidades da primogênita com a grelha.

E assim a conversa progride.

Ninguém consegue esconder a curiosidade e o espanto sobre todo o caso e logo os dois se vêem obrigados a se explicar o que deixa o clima tenso e pesado, mas as Kankers não gostavam nada disso logo brincando com o fato de Dudu “não ser tão santinho quanto aparenta” e as risadas logo tomam conta do ambiente, coisa que o deixa muito constrangido.

Entre brincadeiras e assuntos sérios o dia passa e com isso o grupo tem de ir embora.

–--- Ele sempre vai ser o seu irmão Sarah. ---- o louro a procura dentro da casa e quando desiste sobe ao terraço a encontrando em devaneios. ---- Não importa se ele vai morar o resto da vida com você ou se vai ter uma família. O Du não vai te abandonar.

–--- Obrigada Jimmy. Acho que todos ficamos espantados com isso...

–--- Foi sim... Mas o Du esta feliz aqui, e esta conseguindo cuidar de tudo junto da namorada.

–--- Namorada...

–--- O que foi?

–--- Meu irmão tem uma namorada! Da pra acreditar? ---- questiona entre risos e logo os dois se põe a rir.

–--- Ei pivetes! Hora de vazar. ---- a voz firme da Kanker ruiva os espanta e logo ambos dessem apressados a deixando sozinha no terraço.

Coisa boa já que ela desejava ter um tempo sozinha.

May estava em uma casa só dela e do namorado, praticamente agindo como casados tendo responsabilidades e trabalhando; montando um futuro juntos assim como... Marie que a cada dia parecia mais animada em seguir o namorado ate outra cidade e assim como a loura terem uma vida juntos.

Estava feliz pelas irmãs. Mas se sentia sozinha...

Sempre as protegeu do mundo e cuidou delas, cuidavam umas das outras sendo fortes juntas. Agora elas já tinham outra pessoa para fazerem isso, alguém que as deixavam serem frágeis e as dava acalanto. Estava feliz pelas irmãs, mas se sentia sozinha.

–--- Eu também já vou indo. ---- a ultima voz que esperava ouvir lhe desperta e ela se vira assustada. ---- Ate que foi um dia legal né. É estranho... suas irmãs... meus melhores amigos...

–--- É... é estranho. ---- murmura ao tentar ignora-lo.

–--- Tem planos também? ---- questiona ao coçar a nuca ela se vira espantada. ---- É que parece que todos tem. Já sabem o que querem fazer e eu...

–--- Você não sabe o que fazer? ---- questiona incrédula, e sem notar já estava indo em direção dele irritada. ---- Não sabe o que fazer da vida? Como assim! Você sempre tem um plano incrível, você sempre quer ter dinheiro; muito dinheiro e faz de tudo para conseguir isso ate passa por cima dos amigos. ---- ela se altera o espantando e ele da curtos passos para traz logo se recostando na parede. ---- Como ousa dizer que não sabe o que fazer da vida? Você sabe sim seu otário!

–--- Lee...

–--- Você sempre é o planejador e falastrão com uma lábia de dar inveja em demônios. Se você não sabe o que fazer deve ser por que ta todo magoadinho, mas a gama de coisas que você pode fazer é gigantesca. Já pensou que com esta língua afiada você podia virar ate prefeito? Ter um empresa rica no futuro e...

–--- Obrigado. ---- pontua sorridente e ainda um pouco amedrontado pela fúria da ruiva.

–--- Que...? ---- questiona confusa ao ver o baixinho dos seus sonhos se aproximar.

–--- Acho que eu precisava de um bronca destas. Você esta certa eu vou ser rico! Muito rico! E já tenho ate umas idéias aqui! ---- ele comenta com o mesmo tom maquiavélico que sempre usou e ela sorri de soslaio. ---- Você tem pulso firme, gosto disso. ---- ela ruboriza ficando da cor dos cabelos. ---- Quer me ajudar? Ou tem algo melhor pra fazer?

–--- Um plano... esta ceninha foi um plano? ---- murmura tão baixo que ele não ouve. ---- E qual a idéia baixinho? ---- cruza os braços confiante.

–--- Primeiro tenho que ter uma noção melhor do mercado e depois... Tecnologia da muito dinheiro e o Dudu é um inventor nato! Posso pegar as tralhas que ele for inventando neste curso novo e ir vendo como da pra pegar a patente e vender a idéia! É um começo, mas a idéia é fazer negocio com empresas maiores.

O menor começa a divagar em varias idéias falando tudo em voz alta como se falasse sozinho enquanto a ruiva apenas o observa andar de lá pra cá com um semblante de orgulho e um olhar sonhador e apaixonado.

–--- Droga! ---- ele esbraveja por fim a despertando. ---- Kanker é um sobrenome muito legal! O Dudu e o Du podem ficar com o mesmo sobrenome... duvido que elas os larguem agora e pior ainda elas deixarem o sobrenome pelo deles... ---- o baixinho parecia desconsertado e muito incomodado dentro de sua pequena revolta particular. ---- Eu amo o meu nome! Se todos trocarem vai ficar tudo igual e... Espera! Pode ser bem interessante este marketing!!! Da pra fazer umas gracinhas e...

–--- Edu? ---- pela primeira vez sua vos sai em um tom baixo e ele a olha, percebendo a expressão confusa da garota com o rosto corado. ---- Ta doido? O que esta falando?

–--- Do que estou falando??? ---- ele exclama enérgico ao se aproximar na ruiva que recosta sobre o beiral. ---- Já se esqueceu sua ladra!

–--- Ladra? ---- ela volta a emboçar a voz e ele sobre um engradado para ficar a sua altura ou maior. ---- Me chamou de ladra, perdeu a noção do perigo nanico!

–--- Não perdi não! E nem a memória, que pelo jeito você perdeu. ---- volta a entoar a voz de modo exaltado e logo estão brigando. ---- Desgraçada! ---- grita frenético em meio a discussão. ---- Como pode ter esquecido? Tudo bem que eu andei com meus problemas mas... ---- ele não espera que ela responda e em momento algum para de gritar de modo histérico e estridente; a puxando para si como se esta fosse uma moça frágil qualquer a roubando um beijo atrapalhado, desengonçado mas muito verdadeiro. ---- Eu não me esqueci. ---- pontua firme, enquanto ela tremia sem reação.

Pela primeira vês se sentia como lia nas historias românticas, a mais poderosa e perigosa das Kankers se sentia uma garota; uma garotinha tímida e envergonhada perante o "seu homem".

Mas claro que isso não iria ficar assim.

–--- Ah... entendi. Era isso que você estava falando. ---- pontua firme ao retomar o foco. ---- Você tinha que ser mais claro pigmeu! ---- bronqueia a agarrando novamente.

Era uma mistura de briga com carinho.

Um beijo atrapalhado, honesto, um tanto quanto infantil mas com muito carinho e um tom de rivalidade em quem seria o "melhor". Um beijo travesso.

Uma discussão de dois orgulhosos teimosos e muito arrogantes para conseguirem trocar palavras doces de afeto, mas de sua própria maneira apaixonados.

oOoOoOoOo

–--- O Edu esta demorando. O que será que ouve a onde ele esta? ---- o afoito Dudu já caminhava de um lado a outro vendo que todos os demais partiam e se despediam.

–--- Para de ser chato. ---- a loura retorna a pos trancar a porta. ---- A Marie esta aqui e morta de saudades. O Edu foi la pra cima a onde estava a Lee e esta demorando para voltar... Você é muito lerdo para um gênio sabia. Durma aqui hoje os pufs são muito macios e temos vários colchonetes que uma vizinha nos deu quando nos mudamos.

–--- M-mas May...

–--- Sem mais! Não tem problema. ---- sorri depois de um bronca. ---- Vai tomar um banho antes do Du por que ele ainda esta cheio de tinta. ---- comenta a loura ao acarinhar os cabelos vermelhos do namorado que agora possuíam varias marcas azuladas assim como suas roupas e testa.

–--- Tudo bem... ---- pontua derrotado seguindo ate o banheiro assim que aloura o arremessa uma toalha.


–--- Vocês não se incomodam né? ---- a caçula questiona ao casal dono da casa ao fitar a porta do banheiro. E assim que Du da de ombros ela se levanta indo ate lá.

[---- Marie! O que esta fazendo? P-para com isso! Você é louca??? Sua irmã e o Du estão a li na sala para com isso!]

Os gritos do frágil Dudu fazem com que o casal anfitrião rissem alto ao caírem em uma gostosa gargalhada.

oOoOoOoOo

–--- Toma... ---- diz a ruiva ao lhe cutucar quando este começava a descer os degraus da escada de incêndio.

–--- Minha carteira?! ---- o menor pula de alegria ao agarrar o objeto de sua afeição. ---- Por que esta me devolvendo isso, sua ladra mão leve?

–--- Por que já não preciso mais desta “lembrancinha”. ---- completa em tom baixo ao passar por ele e descer as escadas.

Edu por sua vês fica a observa-la partir, depois olha para o luar que já se mostrava gigantesco no céu voltando a encarar a carteira surrada. Retira seus antigos documentos de dentro e uma certa quantidade de dinheiro, a mesma que continha naquela época.

E deixa o objeto de couro sobre o muro.


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Notas finais do capítulo

(Ola. Gostaram do fim? Não? Sim? O que gostaram o que tem de melhorar? Me desculpe não contar o que tem no gorro do Dudu, eu na verdade escrevi mas não pus pq como é uma continuação de uma trama que não é minha não ficaria legal. Na doujinshi NOSTALGIA uma que estou escrevendo mostra que o Dudu teria escamas e chifres coisa que ele não sabe o motivo ate conhecer Jack Long e Junniper lee que o ajudam muito. Lá a Lee Kanker tem três olhos e por isso os cobre. É uma coisa que foi mostrada na serie original e quis fazer uma gracinha. Por hora vou deixar em aberto mas a idéia é acabar aqui mesmo. Só que como estes 2 ultimos caps foram criados graças a comentários e pedidos, vai que... você me dão mais idéias? Kkkkk Bjs amo vcs viu! *-*)



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