Querida Sarada... escrita por Hitari Amai


Capítulo 3
Sarada...


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta, após apanhar do ENEM! Preparem os lencinhos, pois me deu muita dó da Sarada T-T



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Fui buscar a Sarada em sua casa e ela já estava me esperando com a mochila nas costas.

– Tio Naruto! - Correu em minha direção e abraçou minhas pernas.

– Oi, minha pequena. - Afaguei sua cabeça. - Onde está o seu papai?

– Foi trabalhar. - Respondeu cabisbaixa. - Tio... Me leva pra sua casa.

Me surpreendi com o seu pedido. Embora adorasse a Sarada, ouvi-la dizer aquilo me magoou profundamente. Sinal de que meu amigo não mudou nada depois da nossa conversa de ontem...

– Por que? - Indaguei lhe abraçando.

– Eu menti falando que você tinha me batido e ele nem se preocupou. - Soluçou. - O papai não liga pra mim!

Respirei fundo. Ela chorava amargamente e parecia magoada.

– Sarada, quer sair comigo? - Lhe convidei enquanto secava seu rosto. - Vamos nos divertir, eu explico pra Hinata.

– Eu quero. - Fungou.

Lhe dei a mão sorrindo e entrei no carro. Meu filho ficou doente e minha esposa ficou para cuidar dele.

Levei a Sarada para o shopping e paguei um sorvete para ela. Ela estava se divertindo e aproveitou para comprar alguns materiais escolares.

Percebi que ela se aproximava demais dos objetos para ler e isso me deixou curioso.

– O que foi, Sarada?

– Não consigo ler muito bem... - Apontou para o objeto. - Está embaçado e minha cabeça dói quando tento ler.

– Já falou isso com o seu pai?

– Não mudaria nada.

– Vamos, precisamos ver o que é isso.

Ela assentiu e me acompanhou até o hospital, que por sinal, era o mesmo que Sasuke trabalhava.

Nós fomos atendidos rápidos por uma senhora. Porém, o resultado dos exames chegariam em apenas 48 horas.

– Quer falar com o seu pai? - Perguntei.

– Ele vai brigar comigo porque matei aula. - Suspirou.

– Então vamos voltar para sua casa antes que ele chegue. - Ri e ela assentiu.

Durante o trajeto eu lhe entreguei um dinheiro.

– Toma, é para o seu lanche na escola. Vocês ainda não fizeram compras, né?

– É. - Respondeu envergonhada. Deve ter percebido que eu notei como ela comia desesperadamente hoje. - Obrigada.

– De nada. - Sorri. - Te vejo amanhã.

– Até mais. - Disse enquanto descia do carro e entrava em sua casa.

Olhei pelo retrovisor e vi meu amigo chegando com seu carro. Dei logo partida antes que ele me notasse ali.

[···]

– Estou em casa.

– Bem-vindo de volta. - Disse minha filha enquanto assistia televisão.

– Chegou cedo. - Estranhei.

– É. Você também.

Sentei ao seu lado e ela me encarou confusa.

– O que foi? Não posso ver?

– Pode. - Respondeu sorrindo minimamente e com o olhar baixo.

Ela estava vendo um filme da Barbie, mas aquilo me parecia um saco que só! Acabei dormindo.

Quando acordei, havia uma coberta do Frozen sobre mim. Era macia e confortável.

Me levantei cambaleando, era por volta das 03h30min da manhã. Sarada já estava dormindo e então eu fui tomar meu banho.

Estes dias eu venho dormindo bastante, mas nunca acordo disposto. Acordo cada vez mais cansado e entediado. Sem nenhuma vontade de viver.

Depois que Sakura morreu eu não sinto prazer em mais nada. Nem na comida, nem no trabalho e nem na vida. Tudo tornou-se sem sentido, escuro, vazio...

Sinto que nada pode preencher meu coração.

Ninguém entende essa dor que passo, jamais entenderão.

Sentir desespero, uma dor terrível no peito, tudo machuca, porque tudo me lembra ela.

Por que isso? Por que comigo?

Minha vida se resume em dúvidas que não poderão ser respondidas.

Caminhar dentro de meu quarto é uma guerra contra ilusões. Pra qualquer lado que eu olhe, sempre acabo vendo a Sakura.

Acho que vou me mudar e deixar esses sentimentos para trás.

E com este pensamento eu adormeci em minha cama.

Mas isso não durou por muito tempo, pois minha filha apareceu me acordando.

– Papai, acorda. - Me sacudia.

– O que foi? - Resmunguei.

– Posso dormir com o senhor?

– Por que?

– Tive um pesadelo. - Murmurou com voz embargada.

– Sarada, você já tem nove anos. - Me virei de lado. - Volta para a sua cama.

– Eu não quero. Eu quero dormir com o papai. - Insistiu.

– Sarada... - Me virei de barriga para cima.

– Só hoje! Por favor.

Suspirei rendido e cheguei para o lado e ela subiu na cama feliz. Segurava seu urso panda que eu lhe dei de aniversário quando ela tinha quatro anos, foi o último que dei a ela.

– Esse panda...

– Você quem me deu. - Completou ela com um sorriso. - Eu não me lembro, mas sei que foi você. Mamãe me contou.

– Vai para o seu quarto. - Ordenei.

– Mas...

– Não discuta, apenas vá! - Exaltei-me.

– Você ficou chateado quando falei da mamãe? - Perguntou preocupada.

– Sarada! - Gritei. - Dá para me obedecer?!

Os olhos dela se arregalaram e se inundaram em lágrimas. Levantou correndo esquecendo o seu urso.

Droga! Eu não quero me lembrar do passado! Será que é pedir demais?

[···]

No dia seguinte, Sarada não estava me esperando.

Sai do carro e bati na porta da casa de meu amigo, quem atendeu foi ele mesmo.

– Ué, não foi trabalhar? - Perguntei confuso e ele assentiu.

– Não estou passando muito bem.

– Cadê a Sarada? - Já fui entrando.

– Se arrumando. - Sentou-se no sofá.

– Você falou com ela? Sobre a Sakura...

– Naruto! Não começa, tá?! - Bufou. - Primeiro a minha filha e agora você! Se continuar me provocando, por favor, se retire de minha casa!

– Então ela perguntou mesmo... - Suspirei. - E pelo jeito, nossa última conversa não serviu de nada, né?

– Vai se ferrar! - Levantou-se exaltado. - Você e a Sarada são a mesma coisa! Vivem esfregando minha dor na minha cara!

– Óbvio que não! - Repliquei. - Só estamos querendo ajudar a você parar com esse coitadismo todo!

– Coitadismo?! Você não sabe da minha dor, não me venha dar sermão!

– Posso até não saber, mas mesmo que seja doloroso, você precisa enfrentar isso!

– Fácil falar.

– Sarada parece mais madura que você! Abra os seus olhos e tente enxergar que você não é o único sofrendo! O que foi que eu falei sobre você colocar sua filha em primeiro lugar na sua vida?! - Gritei agarrando a gola de sua camisa. - Pare de ser covarde!

– Covarde?!

– Sim! Você fica se perguntando " por que comigo", " por que" isso e aquilo... Pare com isso! O que eu preciso fazer para você entender que não está sozinho?!

– Parem de brigar! - Olhei para o lado e me deparei com a filha de meu amigo chorando. Deve ter ficado assustada com a discussão. - Não briguem!

– Desculpa. - Suspirei. - Peguei pesado.

– Tá, vão logo. - Murmurou ele.

– Tio, vamos. - Disse ela enquanto puxava levemente a minha calça.

– Vamos. - Sorri.

– Tchau pai. - Disse ela.

Sasuke a encarou de relance e apenas assentiu.

O olhar dela se abaixou e mostrava tristeza. Não chorava mais, mas já se encontrava sem vida e seu sorriso era forçado.

Meu peito doeu fortemente naquele momento. Como uma criança pode passar por uma situação de completo abandono?

O que ela fez para merecer isso?


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Notas finais do capítulo

Outra treta! Uhu!

Vish, tadinha da guria... Já prevejo comentários de pessoas xingando o Sasuke kkkk