Kiss From a Rose escrita por mrsaquarius


Capítulo 1
O beijo de uma rosa


Notas iniciais do capítulo

― Sou uma grande amante de Scorose, e há tempos venho tantando escrever essa one. ENFIM TERMINEI, e gostei do resultado. E espero que vocês gostem também >.<
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Esse é o link da música, caso queiram ouvir https://www.youtube.com/watch?v=I25HvCgt18w
IGNOREM O FATO DE QUE O VÍDEO É DE DOCTOR WHO, não interfere em nada, apenas foi o vídeo com melhor áudio que encontrei no youtube ♥



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Desde sua infância, Scorpius havia convivido com as constantes discussões familiares em sua casa. Elas ocorriam sempre que seu avô, Lucius, e seu pai, Draco, discordavam em algo.

Não era segredo para Scorpius o passado sombrio de sua família. Ele sabia cada detalhe do que seu pai havia feito em sua adolescência e havia sido ensinado pelo próprio e sua mãe Astoria a não fazer o mesmo.

Por conta da má fama de sua família, não fora um garoto exatamente bem aceito pelos grifinórios ao ser escolhido para aquela casa pelo Chapéu Seletor. Mas o jovem lembrava-se bem das palavras que o Chapéu havia dito em sua cabeça, dissera que ele seria um homem de fibra e de bom coração e que a coragem estava nele, bastava ele encontrá-la.

Ele só fora descobrir isso anos depois, numa conversa com Rose Weasley numa aula de Runas Antigas. Ela dissera a ele que, independente de seu passado, ele era tudo aquilo, e poderia ser muito mais. Ela dissera palavras tão encorajadoras para ele que, mesmo muito tempo depois, o coração do garoto acelerava e um sorriso formava-se em seu rosto ao lembrar de tudo aquilo que ela havia dito baixinho para que a professora não ouvisse. Scorpius não lembrava exatamente por que haviam tocado naquele assunto, mas, sinceramente, ele não se importava.

Até aquele dia, Scorpius nunca havia tido uma conversa de verdade com qualquer colega seu da Grifinória. Na realidade, ele ficava isolado naquela casa, achando que trocar duas palavras com alguém dali seria a coisa mais errada a se fazer, pois poderiam começar a julgá-lo. E, bem, aquela pequena conversa tornou Rose Weasley sua grande e única amiga.

A presença da garota ruiva havia trazido luz para Scorpius, iluminando sua vida escura e apagada. Quando estava ao seu lado, Scorpius sentia todo o passado de sua família afastar-se rapidamente a cada minuto que ficavam juntos. Demorou para acontecer, e ainda mais para ele perceber, mas Scorpius Malfoy estava apaixonado por Rose Weasley.

Rose passou a ser seu porto seguro, deixando-o tranquilo e com o sentimento de que poderia fazer qualquer coisa que ninguém ligaria.

Sempre que algo acontecia em sua casa que o atrapalhasse na escola (pois sua mãe sempre mandava cartas falando sobre, o que fora seu pedido), a garota estava ao seu lado para ajudá-lo. Sempre que aquele sentimento ruim caía sobre ele novamente, lá estava ela, como o beijo de uma rosa sobre o cinza.

Rose tentava aproximar Scorpius de seu primo Albus (os dois sempre dividiram o dormitório, mas nunca haviam trocado sequer duas palavras), porém, o Malfoy sempre foi hesitante quanto a isso. Por que Albus Potter seria seu amigo, depois de tudo o que seu pai e o dele haviam passado na escola? Pensava na tolice que Rose estava tentando fazer, aproximando-os, mas isso o deixava apenas mais admirado em relação à garota. Ela, por sua própria conta, estava tentando fazer com que ele saísse das sombras em que se escondia. Como não admirá-la?

Quanto mais o tempo passava, mais Rose tornava-se sua força, e mais ele sentia seu coração apertar-se ao sentir seu perfume. Quanto mais mulher Rose se tornava, mais a vontade de se declarar crescia no peito de Scorpius.

Sexto ano. Foi nele em que a vida de Scorpius mudou. No início das aulas, Rose havia levado Scorpius para uma sala de aula vazia e o colocara contra a parede, dizendo as palavras que ele nunca esqueceria.

― Você vai parar de se esconder! Você não é uma pessoa má só por carregar o sobrenome Malfoy, você não deve se menosprezar assim. Eu fiquei quase três anos ao seu lado, tentando mostrar para você como as pessoas não julgam você pelo seu passado. Scorpius, você não é o único aqui que tenha uma família com um passado ruim! Eu sei o que você passa, mas você, você é Scorpius Malfoy e pode passar por cima disso tudo. E eu vou te ajudar. Agora de verdade.

Ele não queria de verdade. Somente ter Rose ao seu lado era o suficiente para sobreviver naquela escola por mais tempo. Mas, é claro, aceitou, e percebeu o quão errado esteve. Ter amigos era uma nova sensação, uma que gostaria de levar para o resto da vida. Mesmo que seu avô e seu pai tenham brigado mais uma vez quando chegou em casa acabado o ano letivo e disse quem eram seus amigos.

Afinal, como Lucius Malfoy aceitaria seu neto relacionando-se com a família Weasley e Potter? Era o cúmulo ele sequer trocar duas palavras com Albus ou Rose.

Pela primeira vez, então, interviu numa briga entre os dois. Pensando em tudo o que Rose dissera à ele durante todos aqueles anos. Deixou a mãe orgulhosa, ao falar do preconceito de sangue que não mais aguentava ver naquela casa. As brigas por motivos banais. Por final, olhando profundamente para o avô, proferiu as palavras que o deixaram totalmente calado:

― E eu estou apaixonado por Rose Weasley, a sangue ruim!

Quando voltou ao seu quarto, não pôde crer que havia dito aquilo em voz alta. Sentindo o rosto corar, cobriu-o com o travesseiro, pedindo com todas as forças que ninguém viesse falar sobre aquilo com ele. Nunca.

Chegado o sétimo ano, a cada dia que se passava Scorpius perguntava-se se devia dizer para Rose que gostava dela, afinal, havia uma grande chance de não se verem mais por algum tempo, terminada a escola. Chegado a formatura, não havia contado.

Quando a cerimônia acabou (e a festa começara), Scorpius aproximou-se sorridente dos pais e da avó ― afinal, seu avô se recusara a ir ―, recebendo um abraço de todos. Ele sentou-se com eles na mesa e olhou para o mar de cabeças ruivas (algumas loiras e morenas) à sua frente, e logo avistou Rose em seu vestido azul.

― Essa é sua Rose, então ― quanto ouviu as palavras que sua mãe sussurrou em seu ouvido, sentiu o corpo arrepiar e o rosto corar. Olhou envergonhado para ela, assentindo. ― Devia falar com ela.

― E por que eu faria isso? ― perguntou num fio de voz, cruzando os braços em cima da mesa e recostando a cabeça nos mesmos.

― Ela olha para cá a cada dez segundos.

Enchendo o peito de ar, Scorpius direcionou-se até ela, a convidando para dançar da forma mais envergonhada possível. A música não era tão lenta, o que deixou o garoto aliviado.

Enquanto dançava, olhando para seus olhos brilhantes e as sardas em seu nariz, lembrou-se de tudo o que haviam passado desde aquela primeira conversa que tiveram. Parecia ter sido há séculos.

― Eu posso talvez ficar mais vermelho do que já estou ― Scorpius disse, sem tirar os olhos de Rose ―, mas eu sou louco por você. Não tenho uma data exata, mas aconteceu. Você foi a melhor coisa que poderia ter acontecido comigo em todo esse tempo, e sempre será. Você me tirou daquele lugar isolado e frio em que eu ficava e me mostrou como eu era estúpido, me fez mostrar ao meu avô que ele não passa de um grande babaca. Você é meu vício, no bom sentido. Quanto mais eu fico próximo a você, Rose, mais eu quero sentir seu perfume, tocá-la... be-beijá-la. Acho que o que vou dizer vai ser a maior verdade da minha vida: eu amo você. Cada detalhe seu, cada ponto que você moveu para me ajudar, cada sarda em seu rosto.

Ao acabar de falar, fechou os olhos. Ela tanto podia retribuir quanto não. Já haviam parado de dançar e apenas estavam parados. Ele, com as suas mãos em sua cintura, ela, com os braços em volta de seu pescoço.

Scorpius sentiu Rose fazer peso sobre seu pescoço com as mãos, e logo sua respiração batia com a sua. Com o coração saltando pela boca, os lábios de Rose tocaram os seus, e se beijaram ao som da lenta música que agora estava tocando.


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Notas finais do capítulo

― Espero que tenham gostado e mostrem isso nos comentários ♥ Beijocas e até a próxima :3
Avisem qualquer erro :3