O garoto do armário 118 escrita por Miyuki Suzuno Oowashi


Capítulo 6
Festival


Notas iniciais do capítulo

Demorei, não é? Desculpem-me!
Este capítulo pode ser o penúltimo, vai depender de uns detalhes os quais estou acertando.
Espero que gostem e divirtam-se!



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Ah, meu Zeus. O que contarei agora é o King Kong deste ano. Podem rir ou sofrer comigo.

Estava no Facebook, sem muito interesse, quando vi um conhecido postar sobre o Bon Odori, um festival de culto aos ancestrais, que ocorreria no sábado seguinte em uma escola de língua japonesa da cidade.

“Preciso conhecer! Posso encontrar minha amiga Naomi, faz séculos que não nos falamos!”

Passaram-se alguns segundos...

“Droga, mas a probabilidade de encontrá-lo é alta também... Mas é apenas um risco!”

Passei a semana aporrinhando meus pais para levarem-me e eu consegui!

Nós saímos para jantar e fomos a tal escola, chegamos por volta das 21h. Meu pai foi estacionar e entrei com a mamãe. As barracas de comidas espalhadas pelo local já estavam com pouquíssimos clientes.

Temia encontrá-lo, então, olhava para os lados a todo o momento, evitá-lo-ia ao máximo!

Durante um pequeno trajeto, aturei minha mãe falando absurdos, os quais eu optei por ignorar. Procurava por Naomi, mas sem sinal.

Andávamos devagar em frente a uma barraca de bebidas. Reconheci a criatura de costas. Senti-me gelar e fingi não tê-lo visto. Escondi-me ao lado de minha mãe e a puxei para o auditório.

Creio não ter sido vista. Ponto.

Encontramos um parente bem na porta e depois entramos.

O local era grande com o teto alto, o chão era feito de madeira. Havia muitas pessoas ao redor, prejudicando um pouco a visão, mas podia-se ver o enorme palco ao fundo e a alta estrutura construída para a ocasião. No topo, uma moça tocava uma espécie de tambor que eu esqueci o nome.

Lá, a dança ocorria, eram passos simples com uma música bem calma.

— Eu quero tanto dançar! Mas eu não tenho coragem! Cadê a Naomi?! Quero puxá-la para dançar comigo!

Minha progenitora foi buscar o papai lá fora e logo vieram.

Rodei o salão atrás de minha amiga.

Sem sucesso algum!

Passamos um tempo ali assistindo até decidirmos ir embora, já que não achei quem eu procurava.

Saímos e muita gente já havia ido embora. Sem sinal dele.

Ótimo!

Ergui discretamente minhas mãos ao céu e agradeci.

Por favor, nunca comemorem antes de algo ter acabado! Nunca!

Assim que abaixei os olhos para o portão, senti vontade de puxar meus pais de volta lá para dentro e só sair depois, ou, simplesmente, de morrer.

Ele estava de costas, junto ao irmão mais novo e uma senhora, todos de costas. Esperavam alguém.

Comecei a surtar internamente, minha felicidade havia se esvaído e uma pequena inconformação com o universo começou a surgir em meu peito.

Ah, como o mundo adora tirar uma com a minha cara.

Chegamos ao portão.

— Vou buscar o carro, esperem ai.

“Não!”

Apenas assenti.

Fiquei ao lado de minha mãe e evitei olhá-lo, até que ela se afastou, dirigindo-se a uma árvore do lado contrário a que estávamos.

Fingia que não o conhecia, encarava outra árvore, esta ficava no lado em que eu estava. Meu corpo tremia e sentia meu rosto arder de vergonha.

Talvez ele nem tenha notado a minha existência...

— Chrystie! — ouvi-a me chamar e não foi tão baixo — Venha cá!

“Por quê?!”

— Senhora? — Fui até lá.

— Olhe, estão com matrículas abertas! Pegue o número.

Ela apontou para uma placa, a qual se encontrava ao lado dele. Senti meu rosto esquentar ainda mais. Não encarei a placa e virei.

— Estou vendo, não se preocupe. Depois eu pego o número com a Naomi!

A essa altura, eu já deveria estar um pimentão.

Que vergonha! E eu fiquei lá! Eu não me mexi! Meu rosto estava quente! Muito quente! Eu queria morrer! Morrer! Onde estava um buraco ou uma pistola?!

Passaram torturantes minutos até ele ir embora e só assim minha mãe decidiu ir para a outra árvore.

Como eu queria brigar com ela, mas sem revelar a verdade!

Sofro com isso até hoje e arrependo-me por não ter conversado com ele também!

Vocês devem estar pensando “Ah, mas só foi isso?! Nem foi um King Kong”, então, imaginem-se no meu lugar e digam que não foi um “mico”!

Tomara que ele não se lembre disso!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Quero opiniões! Falem o que acham!
Críticas? Elogios? Comentem!
Qualquer errinho, avisem-me!