Para Começar um Romance um Picolé é o Bastante escrita por Linnaos


Capítulo 1
One-Shot


Notas iniciais do capítulo

# Nota 01:

Olá, é a minha primeira fic, na verdade a primeira que resolvi postar de várias que já escrevi. Quando mais nova escrevia várias e obrigava minha irmã e amigas a lerem. Mas agora eu resolvi escrever novamente para distrair e postar então sejam gentis. ^^

# Nota 02:

Não consegui incluir o nome da linda técnica da Seirin na descrição, a Riko Aida. ):

# Nota 03: Acho que ficou um pouco grande para uma one-shot. Porém de todo o coração espero que gostem!

~ Boa leitura ~



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Era um dia rotineiro para a Momoi, tudo estava indo bem até o momento, ela estava sentada no parapeito da praça admirando a vista que aquele lugar tinha, enquanto apreciava seu picolé de morango. Aomine estava em pé ao seu lado debruçado sobre o mesmo parapeito onde de cinco em cinco minutos a lembrava de como era alto para ela estar sentada ali daquela forma e de que uma queda dali poderia ser perigosa, isso tudo enquanto a chamava de idiota. Ficaram um tempo em silêncio, talvez o moreno arrogante também apreciasse a bela vista do parque, o horário ainda tornava mais bonito. Os tons de azul escuro da noite se mesclavam com o alaranjado do dia. Momoi suspirou.

- O que foi bakka?

- Só estava lembrando que dia é amanhã.

- E que dia é amanhã? - disse ele desligado, virando de costas para o parapeito e olhando nos olhos da garota.

- Aniversário de namoro com o Kuroko-kun. – Respondeu animada.

- Oy, oy, como assim? ENLOUQUECEU DE VEZ SATSUKI?

- Neh? Por que diz isso? – respondeu mau humorada fazendo bico.

- Satsuki... Acho que está na hora de alguém te dizer... Kuroko e você não são namorados. Isso é uma fantasia louca dessa sua cabeça. Nunca foram. Ninguém começa a namorar porque ganhou um picolé. Sai dessa! – deu um leve peteleco na testa da garota que o empurrou bruscamente sem que ele entendesse e desceu do parapeito num pulo.

- Aomine bakka!! Meu amor por Kuroko é assim. – ela olhou para o resto do picolé que saboreava, ele escorria por sua mão agora. – Um idiota frio, egocêntrico e arrogante como você nunca entenderia como o amor acontece.

- Como pode dizer isso sua idiota? Você não se sabe o que passa comigo para afirmar algo assim!

- Então diga Aomine, quando foi que amou alguém além de você mesmo ou o basquete? Quando foi que aceitou um presente de dia dos namorados de uma daquelas centenas de garotas? Ou quando fez algo por qualquer uma delas?

- ...

- Viu? Nunca! Aomine-kun nunca amou ninguém como eu e Kuroko nos amamos.

- Só você o ama Satsuki! – respondeu irritado e quase pra si mesmo, mas não o suficiente para que a menina não ouvisse.

- O que?

- Você... Só você gosta do Kuroko.

- Impossível. Kuroko sente o mesmo. – ela virou jogando os cabelos e pegando sua mochila do chão, não fazia mais sentido discutir com Aomine, ele não entenderia, então era melhor mesmo ir embora.

- Quando foi que Kuroko disse ser seu namorado? Quando a levou pra sair? Quando almoçou com você? Disse que te amava? Ou disse pra qualquer pessoa ser seu namorado? – o rapaz apontou para o picolé. – A única demonstração de afeto foi isso. Um picolé. Kuroko é só um cara gentil e você está fantasiando coisas.

- Pra mim significou algo.

- Claro significou que você é uma idiota que se apaixona por qualquer coisa boba que um cara faça.

- Não diga essas coisas eu não sou assim.

- Se um cara que realmente merecesse você estivesse na sua frente, você não veria, porque prefere gestos inúteis feito um picolé. Quer saber? Não me importo com você ou com como vai se decepcionar quando Kuroko cansar de seguir seu teatrinho, apenas cansei das suas baboseiras de stalkear um cara que não tá nem aí. Pode ir para os treinos da Seirin, não me importo, quem sabe não passa mais tempo com ele.

Aomine não notou mas os olhos da garota se encheram de lágrimas. Ela virou bruscamente na direção dele, quando seus olhos se encontraram as lágrimas presas até então escorreram pelo rosto rosado da garota.

- AOMINE IDIOTA!!! – Ela jogou o picolé no rosto do rapaz onde agarrou e escorreu por alguns segundos até se desprender e cair no chão.

O rapaz sabia que as vezes dizia coisas sem pensar, no fundo não sabia por que havia exagerado desta forma. Talvez pensasse que a garota tinha consciência das coisas que disse e de como era idiota se apaixonar por algo assim, enquanto via a moça se afastar em passos rápidos e pesados tentou chama–lá algumas vezes, porém ela sumiu pelo parque junto com o deslumbre dos seus cabelos róseos esvoaçantes dançando pela sua cintura. Aomine voltou a admirar o por do sol por um tempo cabisbaixo. Porém não havia graça sem Momoi com ele. Afinal Momoi sempre estava com ele e ela foi embora.

(¤¤¤)

Momoi se arrumou o melhor que pôde, seus olhos estavam inchados, na bolsa carregava um embrulho de presente delicado para Kuroko. Estava determinada a encontra-lo na quadra da Seirin em seu treino após suas aulas. Ainda abalada pelas palavras duras de Aomine, mas era apenas Aomine sendo Aomine. Talvez ele tivesse alguma razão e Kuroko fosse apenas gentil demais para desmentir o namoro deles, no fundo tinha esperanças de que Kuroko também lembrasse do dia de hoje e talvez ela tivesse razão de que eram sentimentos mútuos e o moreno estaria errado. E não desejava estar brigada com Aomine.

Ao chegar na escola olhou em volta e não viu Aomine em sua carteira, provavelmente atrasado de novo, ainda mais porque ela não passou em sua casa para chamá-lo para irem juntos como sempre iam. Ela se sentou, logo as meninas de uma outra turma a cumprimentaram e uma delas perguntou:

- Momoi-chan... – disse encolhida e envergonhada como se fosse perguntar algo constrangedor. – Aomine-kun não vem hoje?

- Eu não sei dele. – respondeu emburrada e todas se surpreenderam.

- Estão brigados? – Outra menina perguntou.

- Aomine é.... Argh... Um idiota sem sentimentos. – apoiou o rosto sobre a mão enquanto brincava com um lápis, se lembrou de como ele havia sido duro na tarde anterior.

- Você se confessou finalmente? E ele a rejeitou? – perguntou uma terceira menina, surpresa enquanto se entreolhavam.

- NÃO! Aomine e eu não temos nada. Somos só amigos desde... Desde sempre. Eu até tenho um namorado. Ele estuda na Seirin e joga basquete lá. –sorriu orgulhosa – Isso é pra ele! – Mostrou o embrulho.

- Ah, ufa. Que alívio. Não poderia competir com a Momoi-chan. – a primeira garota disse aliviada surpreendendo Momoi, ela sabia que várias garotas gostavam de Aomine e dela por serem populares devido ao time de basquete mas estava surpresa por muitas coisas ditas nesse meio tempo. – Se ele tivesse a dispensado eu ficaria ainda mais apavorada porque você é tão bonita. Mas já que não há nada entre vocês me faria um favor?

- Ah, claro. – respondeu meio confusa.

- Poderia entregar isso a ele?

- Um bentou?

- Sim, eu soube que ele tem comido mais pois está treinando de verdade agora. Quis ajudar de alguma forma, pra que ele saiba ao menos que existo. – sorriu.

- Entregarei. Obrigada.

As três saíram cochichando e risonhas. Momoi olhou o bentou embrulhado cuidadosamente com um cartão do qual não se atreveu a olhar. Ela não queria falar com Aomine hoje, porém agora teria que falar. Depois olhou em baixo de sua mesa e viu mais dois bentou, ela sempre fazia o de Aomine junto com o seu. Agora eram três. Talvez devesse jogar o dela fora e entregar o da menina, mas deixou os três ali guardados juntos.

Aomine entrou na sala atrasado, suava, devia ter corrido para chegar na hora. Sentou e olhou para Momoi que virou o rosto, não irritada, virou magoada. Não o olhou mais pelo resto da aula.

Os minutos passaram lentamente como horas e Momoi não conseguiu prestar atenção em qualquer coisa que o professor de história japonesa falava. Rabiscava a beira da folha de seu caderno. O sinal tocou e agora poderia tentar se concentrar em alguma coisa, cumprimentou os alunos que passaram por ela e quando estava prestes a sair da sala sentiu seu braço ser segurado.

- Satsuki... Sobre ontem...

- Aqui está! Seu bentou. – se desprendeu do braço dele e continuou andando.

- Não vai comer comigo? –só então olhou para o bentou e notou que não havia sido preparado pela Momoi a julgar pelos laços e o cartão. – O que é isso? –levantou o bentou.

- Foi preparado para você pela Tsukumo Saori da 2B. Ela não o viu mais cedo e pediu para que eu entregasse. –continuou a andar ainda estava muito magoada para estar junto dele.

- Satsuki... E o seu?

- O meu o que? -só então parou de andar e olhou para o moreno que estava encostado na porta com cara de despreocupado.

- Bentou. Você fez o meu não fez?

- Idiota, acha mesmo que eu faria o seu depois de ontem?

- Anda. – Estendeu a mão sorrindo maliciosamente.

Ela voltou para a sala pegou o bentou em baixo da mesa e voltou com passos pesados e o entregou.

- Aí está! O que vai fazer agora que tem dois?

- Devolver o da Saori.

- Neh?!?! Não pode fazer isso! Ela fez com carinho para você.

- E você mesmo com raiva fez também.

- Não se compara.

- Não mesmo. Já que não vai almoçar comigo. Até.

Ele saiu andando com os dois bentou nas mãos. Momoi realmente não sabia se ele ia entregar ou se comeria ambos. Apenas resolveu não se importar. Arrumou um lugar sozinha no banco do pátio onde almoçou. Se sentiu sozinha, por mais que fosse popular ela poderia considerar Aomine seu único amigo na escola. Eles sempre almoçavam no terraço e era a única vez que comia sem ele. Ela olhou para o topo da escola e imaginou o moreno deitado no chão após comer, com seu uniforme bagunçado, aproveitando ao máximo sua soneca enquanto ela estava ali sozinha sem saber o que fazer vendo os alunos conversando animadamente. Quando estava com Aomine não importava se ele estava dormindo só de estar com ele já a fazia se sentir bem.

Sacudiu a cabeça para espantar os pensamentos e terminou de comer. Resolveu andar pela escola onde encontrou as três garotas de mais cedo. E elas disseram que Aomine havia devolvido o bentou e a Saori havia aproveitado pra se confessar e insistiu que aceitasse o bentou. Mas havia sido rejeitada. O típico Aomine. Não se importa com os sentimentos de ninguém. Ela pensou. Pelo resto do dia ela ficou sozinha, ao ir embora, quando Aomine acenou para que fossem juntos ela deu as costas e foi embora. Afinal ela tinha que passar na Seirin.

(¤¤¤)

Chegou na Seirin e foi direto a quadra, sabia que hoje era dia de treino para o time de Kuroko. Quando entrou no lugar os garotos logo pararam e correram pra cima dela sendo rapidamente espancados por um chute da técnica do time.

- Riko-chan.

- Olá, Momoi. -respondeu sorrindo, enquanto empurrava um dos meninos para que não se aproximasse de Momoi. – Veio trazer mais algumas informações sobre o próximo jogo?

- Não. Eu vim ver o Kuroko. – corou apertando a mochila que estava o embrulho, Riko logo entendeu.

- Momoi-chan. – Kuroko apareceu rapidamente sendo esmagado por Momoi. Logo atrás veio Kagami.

- K – Kuroko.... Parabéns. – ela entregou o embrulho a Kuroko que estava sem entender.

- Momoi o que é isso? – perguntou Riko.

- É aniversário do Kuroko? NOSSA KAGAMI NEM VOCÊ SENDO O MAIS PRÓXIMO LEMBROU, BAKKA! – Kiyoshi disse dando um tapa na cabeça de Kagami.

- AAAH POR QUE SÓ EU DEVERIA ME LEMBRAR DO ANIVERSÁRIO DO KUROKO?!?!?! – Esbravejou Kagami irritado como sempre. – Vocês também são amigos dele! Também deveriam saber?

- Mas não é meu aniversário. – respondeu Kuroko apontando pra si mesmo.

- Oy, então por que o presente Momoi? – perguntou Riko a Momoi.

- Neh?!?! Kuroko-kun... Não sabe que dia é hoje?

-...

- Kuroko... – Momoi disse o nome dele cabisbaixa talvez Aomine tivesse razão. Seus olhos encheram de água.

- KUROKO O QUE VOCÊ FEZ? – Kiyoshi sacudia Kuroko.

- Eu? Não sei, desculpa Momoi não sei do que está falando. – ao ouvir isso ela chorou ainda mais, esfregou as costas das mãos nos olhos e tentou segurar por um tempo o choro que insistia em vir todos ficaram quietos.

- Aomine Bakka! – Ela resmungou.

- O que o Aomine, aquele idiota, tem ver? – perguntou Kagami.

- Ele falou que Kuroko não lembraria e que nosso relacionamento estava só na minha cabeça. – enxugou os olhos com um lenço que um dos rapazes havia trago, ela nem viu quem porém agradeceu com a cabeça.

- Lembraria do que? – Kuroko perguntou sendo o mais cuidadoso possível.

- Aniversário de namoro. Hoje completa mais um ano em que você e eu estamos juntos. –já se sentia melhor e falava sem chorar.

- Momoi me desculpe... - murmurou Kuroko e todos ficaram em silêncio por algum tempo.

- Ah chega disso! O Aomine estava certo e daí? Você só vê o que quer ver garota. Você sempre teve um namorado, só não viu. – Disse Kagami quebrando o silêncio.

- Han? Mas Kuroko é meu namorado. Não é Kuroko?

- Momoi-chan... Eu gosto de você como gosto de todos do Teiko. Mas não dessa forma, eu sinto muito não dizer antes. Mas você parecia tão convicta. – como sempre disse gentil.

- Aquele cara, o Aomine... Ele gosta de você. Enxerga garota. – Disse Kagami despreocupado. – Você só focou todo esse tempo no cara errado. – Todos inclusive Kuroko começaram a analisar o que o rapaz dizia.

- Nunca pensei dizer isso mas o cabeça dura tem razão. Aomine e você sempre estão juntos, ele te respeita e te protege. Momoi não existe sem Aomine e Aomine não existe sem Momoi. – disse Riko pensativa. – São mais um casal do que você com Kuroko. Na verdade Kuroko tá mais para um fantasma mesmo. Sem ofensas.

Momoi não respondeu, ficou pensativa por um tempo, queria chorar, talvez quisesse até morrer por ser rejeitada na frente de um time inteiro, mas deu seu melhor sorriso pegou suas coisas e se despediu.

- Momoi, o presente. – Kuroko estendeu o embrulho.

- Não, fique. O número dois vai amar. – era uma roupa nova para o cãozinho de Kuroko. – Ah, a proposito Kuroko... Acabou. - ela sorriu embora estivesse pronta pra chorar uma noite inteira a mais, e ele sorriu de volta.

- Momoi, pense bem sobre o Aomine. –Kuroko alertou enquanto ela se despedia.

Aquela noite ela não conseguiu dormir, não chorou a noite toda mas pensou no que Kagami disse, talvez ele tivesse razão. Ela se sentia bem com Aomine, e não precisava de mais ninguém se ele estivesse. Eles eram como um casal, eles saiam mais até do que ela um dia sonhou sair com Kuroko, ele já havia salvo sua vida, sem contar as vezes em que que a protegeu de caras mau intencionados. Ela se sentia de certa forma vazia sem ele, ele mostrou a ela o amor pelo basquete, ele cuidava dela, ele sempre esteve lá para ela. E ela? Onde esteve? Se Aomine realmente a amava deveria ser doloroso demais conviver com ela falando sobre Kuroko, seu melhor amigo, e ele naquela manhã preferiu seu bentou porque mesmo com raiva ela não o esqueceu. Talvez ele ignorasse todas aquelas garotas porque só queria uma, e essa uma seria ela? Era melhor esquecer tudo por agora, dormir e juntar coragem para perguntar a ele amanhã. Com dificuldade, ela dormiu. Mas o amanhã não aconteceu.

(¤¤¤)

Momoi se apressou havia dormido mal e acordado atrasada, apenas teve tempo de pegar uma fatia de maçã e sair pela porta de casa, seus cabelos esvoaçavam pela cintura enquanto corria pelas ruas da cidade, o dia estava frio e o tempo fechado o céu tão bonito de alguns dias atrás agora estava em um tom cinza tão escuro que alguns postes de iluminação estavam acesos como se reconhecessem ser o anoitecer, mas eram apenas 8:10 da manhã, Momoi já deveria estar na escola. Como estava frio resolveu vestir o uniforme de inverno e um cachecol vermelho.

Dessa vez resolveu passar na casa de Aomine, mesmo atrasada, afinal havia dias que mal se falavam, sempre que se aproximava ele arrumava alguma desculpa e ia embora, sem dar a chance de Momoi falar, ate mesmo nos treinos mesmo que Momoi tentasse ser o mais profissional. A mãe dele disse que ele já havia saído, ela agradeceu e continuou a correr. Finalmente chegando na escola entrou na sala e sentou-se. O professor não disse nada. Seu sangue ferveu, o estômago estremeceu e então juntou sua coragem e olhou para Aomine do outro lado da sala, mas para sua surpresa a mesa estava vazia. A aula passou vagarosamente, mas dessa vez foi diferente. Ela parecia ter aberto os olhos pra algo que antes não via, era como se um cego voltasse a enxergar e estivesse maravilhado com o mundo, todas as peças do seu quebra-cabeças particular se encaixavam aos poucos em sua mente. A aula da manhã enfim terminou dando origem ao intervalo, o professor tocou em seu ombro antes que ela saísse da sala.

- Satsuki?

- Oi.

- Pode me ajudar? – disse amigável enquanto segurava uma grande pilha de folhas de trabalhos, obviamente não era nada que ele não aguentasse carregar. Ele apenas poderia acabar deixando alguns serem levados pelo vento pelo caminho.

- Claro! – estendeu o braços onde ele colocou metade da pilha de forma que ela pudesse controlar afinal ventava, mesmo nos corredores internos da escola.

- Sabe? O Aomine parece desligado, e bem... Você também. – sorriu enquanto caminhavam até a sala dos professores no outro prédio – algo aconteceu entre vocês? Sei que são amigos desde a infância e sei que você é quem faz as notas dele não irem tão mal. Se não fosse você acho que aquele garoto passaria alguns anos a mais na escola. – Momoi riu.

- Ele provavelmente não sairia dela. Houve algo sim, mas eu vou consertar.

- Bem, não sei o que aconteceu mas espero que se resolvam logo. Eu acho que aquele rapaz gosta muito de você mas é durão demais para admitir.

- Deve ser todo aquele bronzeado, o cérebro deve ter sido afetado. – ela brincou e o professor riu.

- Ele matou aula hoje. Poderia dizer a ele que dessa vez vou fingir não ter percebido mas na próxima vou enviar um aviso a direção.

- Okay, obrigada sensei.

- Até aqui, obrigada pela ajuda. E boa sorte com Aomine-kun.

Ela sorriu e entregou as folhas, sabia exatamente onde Aomine estaria. Então não perdeu tempo e foi para o terraço. E lá estava ele, deitado com o braços cruzados atrás da cabeça como sempre agindo despretensiosamente mesmo que estivesse um frio congelante. Ele não a viu chegar, talvez estivesse dormindo. Ela pegou seu bentou e comeu enquanto ele dormia. Colocou o dele ao seu lado. Eles teriam duas horas de intervalo hoje, pois um dos professores ficou doente repentinamente e a escola não arrumou substituto a tempo. Então depois de terminar de comer apenas esperou que ele acordasse ali.

Finalmente ele abriu os olhos, ela o encarava acidentalmente justo no momento ajoelhada ao seu lado.

- S-Satsuki? - Disse um pouco surpreso.

- É sou eu. Podemos conversar?

- O que faz aqui? – ele sentou esfregando os cabelos azulados.

- Eu almoço aqui, pelo menos almoçava todos os dias. Com você. Sinto falta daqui. – ela olhou o céu, e o topo das árvores do pátio que alcançavam ali em cima de agitarem com o vento.

- ...

- Também sinto falta de você. – ela o encarou, seus olhos se encontraram porém Aomine desviou.

- Não devia estar aqui, devia estar com Kuroko.

- De novo isso? Você é idiota ou o que? – disse irritada.- Estou aqui porque quero estar aqui. E bem, odeio admitir mas você tinha razão.

- Sobre o quê? – ele esfregou os olhos ainda sonolento. Momoi estava feliz por ele não ter pulado a escada e fugido dela, provavelmente por ainda estar com sono.

- Sobre Kuroko. Aquele dia nós conversamos, e acabou. Na verdade não existiu.

- É, eu sei.

- Como sabe? – disse espantada.

- Kuroko achou melhor me contar tudo e me pediu pra eu falar com você.

- É preferiu me ignorar? – ela levantou irritada.

- Eu não sabia o que te dizer Momoi. – ele corou, raramente a chamava de Momoi, mas não havia corado por isso. – Ele me disse que falaram sobre uma teoria de eu estar apaixonado por você.

- Você está? - ela estava em pé em frente a escada de ferro que dava para o lugar onde estavam. Aomine sempre dormia mais no topo que conseguia para não ser achado.

- Bem... Não. -ela não escondeu o desânimo, seu coração havia sido despedaçado duas vezes na mesma semana.

- Ok, trouxe seu bentou. Vou voltar pra sala.

Ela caminhou sem olhar pra trás devagar como se não acreditasse naquilo, desceu a escada de ferro tremendo, seu coração parecia sair pela boca, a dor não havia sido tão forte quando foi Kuroko, as lágrimas escorreram e ela enxugou rapidamente com a mãos e apoiou na escada de ferro. A mão molhada, mais a umidade daquele dia a fez escorregar, não seria uma queda alta mas seria uma queda. Porém Aomine foi rápido e a puxou pelo pulso a trazendo para cima novamente a fazendo cair por cima dele. Suas respirações se encontraram e ela pode sentir o coração dele disparado tanto quanto o dela, só então ele notou que ela chorava.

- Satsuki eu menti. –ele a segurava ainda por cima de seu corpo, levou uma das mãos ao rosto dela e a encarava intensamente. Desde quando ela era tão bonita assim? Ah, desde sempre. – Eu gosto de você. Na verdade eu sempre gostei, mas agora eu acho que eu sou apaixonado por você.

Satsuki olhou para ali perto e viu que no meio tempo enquanto ela descia as escadas úmidas, Aomine havia aberto o bentou e encontrado o seu “eu te amo” peculiar escondido em meio ao gelo, um picolé de morango, que agora estava mordiscado e caído no chão por ali. Ele sorriu para ela e segurou seu rosto com as duas mãos que de tão grandes cobriam sua face quase inteira, ele sabia que ela havia percebido que ele entendeu o recado. Então a beijou, um beijo delicado e intenso esperado inconscientemente por ambos desde muito tempo, sabiam exatamente o que fazer e agiam com um só, seus lábios pareciam ter encaixe perfeito então após um tempo Aomine se afastou e acariciou o queixo da garota enquanto com a outra mão brincava com uma mecha de seu cabelo como se não acreditasse no que acontecera e sem se importar em levantar.

- Você é louca de me trazer um picolé de almoço num dia desses? Quer que a estrela do time seja cortado por um resfriado? –disse brincalhão.

- Só queria te provar algo. –ela sorriu.

- Provou, estava certa. Picolés afinal, podem significar algo. Eu te amo Satsuki.

Ele se levantou a levantando junto de si e a abraçou forte.

O primeiro beijo deles teve gosto de morango.


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Notas finais do capítulo

Bem é isso! :3

Espero que tenham gostado e acima de tudo se divertido lendo. Deixem comentários, sugestões e críticas. Ficarei muito feliz por receber qualquer feedback. E então? Devo escrever mais e tentar a vida de "autora"? hahaha.

Beijos pessoal, obrigada por lerem.



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