Poemas ou Travessuras? escrita por Bianca Fiats


Capítulo 26
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

E é chegado o fim dessa fic que adorei escrever. O que vocês acharam?
Curtiram a história? Fica a dica que vai sair mais um ainda essa semana, sugestão de uma leitora, que será uma fic paralela a essa.

Espero que gostem :D

E muito importante: Eu sonho com um dia onde todos terão nomes bonitos. Preparem-se para nomes MUITO engraçados. Alias, estou apenas seguindo a ideia da autora para escolher os nomes



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Andava lado a lado comigo. No passado nunca teria sequer imaginado isso. Muito menos o quanto meu sobrenome passou a fazer sentido para mim, especialmente quando Libusee insistiu que eu tentasse publicar algo (comecei com a coletânea e não parei mais). E quando o rumo da nossa vida mudou, o que eu tanto quis, que era quadribol e foi fácil, fácil sair...

Meu pai andava em silêncio e sua presença era reconfortante como nunca antes foi. Acho que agora o entendia, afinal depois de anos conversando com a Murta, tudo parecia ter se encaixado, como uma perfeita peça de um quebra cabeça incompleto. Porém, em meu ínfimo, ainda era um rebentinho, criando coragem na vida e eu precisava de reforço. Não era como se fosse exigir que ele colocasse em palavras, mas... nada havia me preparado para hoje.

"Sabe o que eu mais temia quando você nasceu?" Não respondi. Estava em choque, pelo simples fato dele falar algo sobre isso. Mas Draco pareceu não perceber isso, e continuou quando permaneci mudo. “Não ser um bom pai.”

Draco ergueu o olhar para a árvore favorita de Libusee, agora cheia de guirlandas de flores azuis e amarelas.

"Sempre foi muito complicado por que todos esperavam muito de mim. Que eu fosse como meu pai e que o honrasse. Eu não tive exemplos diferentes do que ele. Então ser como ele era mais fácil e me levou a cometer erros que me arrependo até hoje."

Draco suspirou e tentei lembrar quando foi a última vez que o tinha ouvido suspirar. Tentei até mesmo contar. Nenhuma.

"Por isso quando você nasceu, eu jurei a mim mesmo, que você pudesse ter escolhas. A ser você mesmo, sem o peso de ser obrigado a ser algo que não gostaria"

E por todos esses anos de ‘negligencia’, quis gritar com ele. Eu passei meus anos em Hogwarts tentando orgulhá-lo, tentando ser como ele. Meu outro eu, o antigo, teria feito isso. Mas uma voz interior do novo eu, sabia que ele precisava desabafar, então mantive silêncio.

"Você não tem nem ideia de quão especial você é, meu filho. Sabe por que meu medo de ser um péssimo pai sumiu?"

Balancei a cabeça incapaz de falar. Acho que se eu falasse algo acabaria chorando. E meu silêncio parecia motivá-lo a continuar falando.

"Porque vê-lo crescer e se tornar um grande homem, me encheu de orgulho e que deve significar que fui um bom pai"

Em instantes eu estava abraçando meu pai e, finalmente, chorando em seus braços. Ele, como percebi mais tarde, também não ficou com os olhos secos. E em meio ao abraço eu repetia sem parar "Você foi um grande pai. Você é um grande pai"

Depois de nos recompor convidei-o para entrar em casa. Minha mãe já há muito tempo junto de Libusee. Enquanto eu caminhava, sentia que me endireitava e meu pai apenas riu.

"Filho de galo, galinho é"

Revirei os olhos enquanto abria a porta para que ele entrasse. Um cheiro doce dentro do quarto e mal percebia quão ansioso estava por esse momento.

"Diga e filho de galinho? O que é?"

Draco deu um empurrão no meu ombro.

"Sai para lá e deixe-me pegar meu neto."

Libusee e eu trocamos um olhar, e como ela sempre fazia, bastou olhar no fundo de minha alma, então ela soube. Ela soube que eu finalmente tinha ouvido minha salvação.

"Estava aqui falando com Lib meu querido. Não esperava que vocês tivessem um filho antes de Rose e Albus."

"Eu já tinha perdido a disputa do beijo, então tive que vencer desse jeito."

"Pipinho" Astoria retrucou.

"Mãe, eu já sou adulto"

Libusee veio em defesa de minha mãe, sem nunca tirar os olhos de nosso filho. "Para as mães, seus filhos sempre são crianças"

Concordei com ela não conseguindo deixar de sorrir ao seu comentário. "Brincadeiras à parte, Helen e eu pensamos o mesmo. Mas não pudemos manter a mão longe um do outro por mais tempo..."

Libusee corou e me jogou um travesseiro.

"Filho vocês já estão casados, deve chamar sua esposa pelo nome. Não o do meio" Astoria tentou se manter séria, falhando miseravelmente.

Sentei na beirada da cama e automaticamente Libusee me abraçou. A segurei firme entre os braços e percebi meus pais trocaram olhares.

"Eu não posso mais chamá-la de Campbell. Então, uso seu nome do meio." Ouvi Libusee rir e então me deu um beijo estalado no queixo. Ela estava tão linda, como se nosso filho a tivesse colocado num nível maior. "Mas acho que agora...eu vou começar a chamá-la de mamãe"


♦♥♣♠

Sai correndo do Ministério. Alguns conhecidos me cumprimentavam a distância e outros ainda me incentivavam. Desde que ficou obvio que o jogo não estava mais sendo o mesmo, e quando finalmente consegui meu emprego como desfazedor de feitiços, deixei o time de quadribol, assim como Scorpius.

"Corre ou ela vai te matar se chegar tarde" ouvi um comentário enquanto eu literalmente corria para sair de dentro do Ministério.

Ela ia me matar. FATO. Eu poderia aparatar, mas ela tinha colocado uma linha de proteção ao redor de nossa casa. Nossa família podia ser inconveniente quando queria.

Fui cortando caminho até o mais próximo que podia em casa. Mesmo assim ela me esperava na porta de casa. E tudo o que eu podia pensar era: Ela vai me matar.

Cheguei derrapando e quase cai em cima dela. Antes que Rose pudesse me bater ou começar um sermão, abracei-a e beijei todo seu rosto. E em algum momento, ela começou a rir.

"Você não toma jeito. Eu estou tentando ficar zangada com você"

Dei meu melhor sorriso e ergui um saco de feijõezinhos mágicos. Rose resmungou, mas ainda assim o pegou.

"Não vai me comprar"

"Nunca" peguei Rose no colo e entrei em casa. Estava um brilho, sem uma coisa fora do lugar. O que sempre me deixava curioso, mesmo depois de 2 anos morando juntos, isso era uma novidade. Eu sempre pensei que nossa casa seria uma zona.

"Já está pronta?"

Ela assentiu, abriu o pacote e começou a comer procurando os piores sabores. Ela tentava associá-los pela cor, e sempre errava.

"Vou me trocar e já vamos"

Era nosso aniversário de casamento. Uma data especial. Nosso casamento tinha sido muito divertido, até porque ver meu sogro brigando com Draco Malfoy e sendo vencido em tudo, não tinha preço. Ou meu pai tentando manter os olhos secos durante o momento do nosso discurso. Ou a confusão de todo mundo do porquê decidimos fazer isso. Por que não casamentos individuais? Porque um casamento sem um mestre cerimonial? Nós nunca fomos iguais a ninguém, e nisso continuaríamos sendo. Nós trocamos flores, anel, vestimos nossas esposas com decorações, bebemos de um mesmo cálice e fizemos nossos discursos cerimoniais um para o outro. Enfim, tudo diferente e ao nosso gosto.

Nada mais justo, afinal, nós começamos como amigos, teve a maior confusão de quem ama quem... Então porque não poderíamos fechar com chave de ouro casando juntos?

Sempre que podíamos comemorávamos o aniversário de casamento juntos. Nem que fosse apenas por uma hora durante a tarde. E qual não foi nossa surpresa quando Lynx Baron Malfoy nasceu exatamente neste dia?

Olhei para Rose, desejando vê-la cheia com um rebento. Ela dizia que ainda era cedo e que tínhamos que aproveitar muito mais a vida de casados. Mas eu também via como ela olhava para aquele embrulhinho que era nosso afilhado.

No caminho para a casa de Malfoy começou minhas surpresas. Pelúcias espalhadas pela cidade com bilhetes de "Me dá uma chance?", crianças da rua cantando músicas românticas, buttons na roupa das pessoas com "Me dá uma chance?". Rose estava roxa de vergonha.

"Você prometeu que não ia fazer tudo isso esse ano de novo."

"Não. Eu prometi que não iria te sequestrar pra ver o pôr do sol ou encher o quarto com flores... mas você não falou sobre todo o resto. Lembra?"

"Oras seu..."

Ela estava prestes a me bater quando Scorpius apareceu para me salvar. Então o cumprimentei com meu melhor sorriso.

"Chegamos, papai"

♦♥♣♠

Alguns anos haviam se passado, e Libusee assim como eu, não éramos mais as mesmas crianças que fomos. Estávamos na festa de aniversário de Lynx que completava seus dez anos e que estava esperando ansiosíssimo pela carta de Hogwarts. Os filhos de Libusee eram uma dupla que não poderiam negar quem eram seus pais. Lynx tinha seus cabelos loiro-acinzentado, tal qual o pai, mas no lugar do olhar cinza, puxou os olhos dourados da mãe, seu rosto com traços delicados e em formato de coração, tal como sua mãe. Já Aquila tinha os cabelos da mãe, castanho escuro, e os olhos cinzas do pai. O traço do rosto um pouco mais puxado do pai, angulado e bem trabalhado, como o rosto de um anjo guerreiro. Esses meninos fariam um estrago quando mais velhos.

Libusee nesse exato momento afagava os cabelos de seu filho mais velho que, sempre muito carinhoso, e um verdadeiro príncipe como seu pai, permitia que nós o paparicássemos, mesmo que quando achava que não ouvíamos dizia aos outros: “Já estou muito velho para isso”.

Ao longe Daphne brincava com minha pequena. E bem, Daphne estava sendo Daphne, com seu jeito mais sério de ser. O que por incrível que pareça, fazia minha filha ficar bem animada. Ela adora tentar tirar um sorriso de Daphne, o que conseguia com facilidade. Especialmente agora que Daphne estava com uma boa barriga de gravida.

Meili Genevra entrou correndo, parou apenas para me dar um beijo no meu rosto e outro em Libusee. Então vimos quando Lynx arregalou os olhos, pediu licença para a mãe e fugiu casa adentro, com uma Meili de cabelos ao vento atrás dele. Ela tinha herdado o melhor do lado dos Potter e a graça delicada de Lin. James resmungava que Meili daria muito trabalho quando crescesse.

“Onde estão aqueles dois?” Perguntei já aborrecida para Libusee.

Ela apenas deu de ombros.

“O time de quadribol entrou em contato com eles. Estão jogando com todos os antigos jogadores numa partida amistosa. ” Libusee sorriu “Eles já devem estar chegando”.

“Mas isso é dia de ir jogar? No aniversário do Lynx e nossa comemoração de casamento?”

Aquila chegou correndo e pulou no colo de Libusee. O que essas crianças tinham que pareciam viver correndo? Agradeci por ter apenas uma menina, e uma muito bem-comportada. Meu olhar se voltou para minha Iris e percebi que agora Harry estava ao seu lado, o qual pareciam intrigados em uma conversa sem fim. Daphne sentou-se com um suspiro ao meu lado.

“Fui trocada.” Ela olhou para seu sobrinho que agora cochichava algo no ouvido de Libusee. “E você Aquila, não vem dar um beijo na tia?”

Ele torceu o nariz, disse não e correu para o mesmo lado que seu irmão mais velho. Libusee sorriu sem jeito.

“Ele está ansioso pelo pai. E por isso, ficando irritadiço rápido.”

“É claro que está. Ainda não acredito que nos abandonaram.” Bufei irritada.

“Espera! Você não sabe?” Libusee me olhou assustada, até que um sorriso maldoso surgiu em seus lábios. Era o mesmo que Albus dava quando aprontava e me arrepiou a espinha. “É claro que não sabe… mas saberá”.

“Lib, o que Albus está aprontando dessa vez?” resmunguei por seu sorriso.

“O mesmo que Malfoy...Aguarde, se ele não te contou, também é uma surpresa para você” Ela segurou a risada.

Se era algo que ela sabia, não devia ser tão perigoso. Poderia?

Um barulho me fez quase saltar da cadeira. As crianças vieram correndo para a sala. Nossos pais sorriam entre si, e nossos avós balbuciavam que as coisas eram muito mais calmas no seu tempo. Libusee levantou e seus filhos vieram puxá-la pela mãe para saírem da casa. Minha filha, veio com os olhinhos brilhando de emoção.

“O que está acontecendo lá fora?” perguntei curiosa.

Segui atrás de Lib e seus filhos, e parei antes de chegar na porta. Libusee levou a mão a boca e parecia segurar as lágrimas. Para ela ter se emocionado com algo que já sabia... fiquei receosa com o que eles poderiam ter aprontado. Iris me puxou com força e não consegui evitar de sair. Quando pisei do lado de fora da casa quase pulei para trás. No ar o time de quadribol fazendo voos e manobras mirabolantes para formar frases como "Felicidades Lynx", "Parabéns aos pombinhos" e "Mais crianças sempre..." O que essa última acredito ter sido obra de Albus. Procurei por eles, mas não conseguia achar Albus em nenhum lugar. As crianças já estavam correndo atrás dos jogadores que colocavam elas nas vassouras e os levavam para voar. Meu coração foi a boca quando vi Iris no colo de um dos rapazes e ela voava para longe.

“Calma, ela está bem” A voz de Albus veio das minhas costas.

Virei-me para brigar com ele, mas Albus estava estonteante, vestido com um fraque e um livro de Herbologia nas mãos. Ele me entregou o livro e quando ia reclamar com ele, me cortou.

“Antes de brigar comigo, abra-o e entenda”.

Olhei desconfiada para ele, mas minha atenção foi rapidamente roubada para um Scorpius vestido de fraque branco que segurava uma cesta de piquenique. Vi Libusee corando como um pimentão, e decidi que eu preferiria não entender esses presentes loucos que eles sempre se davam. Abri o livro sem a mínima vontade de saber o que era. E foi quando vi a primeira rosa, ela ainda tinha o cheiro, mas estava murcha e servia como marcador de página. Presa nela, um pedaço de papel escrito ‘Rose entrou em Grifinória’. Virei a página e tinha outra rosa, agora com outro bilhete ‘Ela ganhou os primeiros (de muitos) pontos na escola’, e assim fui virando, percebendo que cada flor que havia no livro marcava um ponto de nossa vida. Larguei o livro e pulei sobre seus braços, chorando copiosamente.

“Eu te amo Albus”

“Eu também te amo, minha Rose”

♦♥♣♠

O barulho do trem chiando era inconfundível. Não importava quanto tempo se passasse, fazia com que meu peito batesse mais depressa. Estávamos quase na plataforma 93/4 e empurrava um carrinho com várias malas, uma gaiola com uma coruja, e muita comida para gato. Libusee estava de mãos dadas com nosso mais novo aluno de Hogwarts. Aquila parecia temeroso sobre algo, mas seu irmão o apoiava e dizia que tudo daria certo. O maine coon de Lynx abanava o rabo entre os irmãos. Sempre achei que esse bichano era mais inteligente que muito animal por aí, e como se esclarecendo minhas dúvidas, ele estendia a pata para Aquila e miava, enquanto se esfregava nele, implorando atenção. E finalmente Aquila parecia distraído. Libusee segurou minha mão e apertou, quando virei minha atenção para ela, percebi em seu olhar o que tanto esperávamos. ‘Enfim sós’.

“Euterpe…” Aquila viu a pequena a distância e saiu correndo em sua direção.

Nós trocamos uma risada. A menina detestava ser chamada pelo segundo nome.

“Mãe, eu acho que ele vai estar com um olho roxo no primeiro dia dele.” Lynx sorriu sem jeito, já pronto para um impulso para correr atrás do irmão.

“Deixe-o, ao menos irá aprender a não chamá-la assim” Libusee me olhou “Mas não vejo nada de mais de ser chamada pelo segundo nome, afinal seu pai sempre me chama assim”.

Lynx balançou a cabeça “Eca”

“Vamos atravessar?” Perguntei a Lynx que estava quase concordando, quando uma cabeleira negra surgiu a nossa frente. Meili piscou seus olhos verdes, e Lynx praticamente esqueceu de nós.

“Pode ir com Aquila, pai.” Lynx soou hipnotizado e partiu para encontrar com a menina.

Meili era uma pequena distinta, com seus olhos puxados de tom esverdeado e pequenas sardas espalhadas, mesmo sem o típico cabelo avermelhado da avó. Ela já estava com seu uniforme recém-adquirido, e falava sobre quão interessante deverão ser as aulas de Trato de Criaturas Mágicas nesse ano. Eles atravessaram conversando e nos deixaram para trás.

“Essas crianças que crescem tão rápido.” James apareceu ao lado de Lin, olhando entristecido para a entrada da plataforma.

“Onde está Harry?” Perguntei quando não vi o menino.

“Já foi na frente. Ele está me dando dor de cabeça. Somos notificados quase toda semana sobre suas bagunças em Grifinória. E seu Lynx? É tranquilo?”

“Como um santo” Libusee ergueu apenas um canto dos lábios “Mas temo que isso seja por causa de uns certos fantasmas que pegam no seu pé. E uns tantos quantos quadros. Temos olhos e ouvidos por toda parte por lá…”

Libusee viu Rose chegar com sua mais nova menina, Daisy Polimnia, que dormia em seus braços. Ambas as filhas de Rose e Albus eram muito parecidas. Tinham os cabelos vermelhos da mãe, Daisy herdou algumas sardas, enquanto sua irmã não, mas os olhos verdes de Albus eram seu maior chamariz. Libusee se desvencilhou de meus braços e passaram pela entrada. Albus parecia um pequeno galo, andando todo pomposo falando aos quatro cantos de sua mais nova menina. Íris partiu atrás da mãe, deixando meu filho vir todo cabisbaixo para meu lado. Coloquei-o entre meus braços para empurrar o carrinho.

“Vamos meu filho, mulheres são difíceis mesmo”.

Albus riu e deu um tapa no meu ombro.

“Exatamente, eu e seu pai somos feras nesse assunto.”

Ao atravessar fomos tragados pela fumaça do trem. Ouvi Aquila tossir, e não pude deixar de sorrir para Albus. Era tão nostálgico, todas as nossas viagens feitas nesse mesmo trem. O cheiro trazia a recordação do frio castelo e também das nossas próprias maquinações. Aquila estremeceu entre meus braços, então abaixe-me para olhá-lo, o que fez com que ele me encarasse. Ele sempre me olhava diretamente nos olhos, como sua mãe fazia.

“Pai eu quero ir para Sonserina. Todo Malfoy na nossa família foi para lá.” Aquila falou com propriedade, o que apenas me fez sorrir.

“Não importa para qual casa irá entrar meu filho. Eu quero que se divirta em Hogwarts e crie boas lembranças para o resto da vida. Quando eu sentei com o chapéu, a primeira escolha dele foi me colocar em lufa-lufa.”

“Assim como Lynx” Aquila falou assustado. Não era algo que eu tinha contado para muita gente.

“Exato. Eu fiquei muito feliz que seu irmão seguiu seu coração e foi para Lufa-Lufa.”

“E como foi que você foi parar em Sonserina, pai?”

“Na verdade, foi sua mãe. Ela tinha sido escolhida primeiro para Corvinal. E tudo que eu tinha na cabeça era como ela parecia decidida e sabia o que queria da vida. Eu tinha ido para o colégio com a ideia de entrar em Sonserina, então pedi ao chapéu para ir para lá. Ele considera o que está em seu coração”.

“Não entendi. O que a mamãe tem a ver com você em Sonserina” Aquila inclinou um pouco a cabeça, assim como sua mãe fazia quando questionava algo.

“O que seu pai completamente apaixonado quis dizer, é que se você deseja muito algo, o chapéu leva em consideração. Mas permita-se ouvir o que ele lhe tem para dizer. A não ser que seja como sua mãe que antes mesmo de chegar na cabeça dela gritou Corvinal”. Albus deu risada e me empurrou pelo ombro, quase me fazendo cair.

“É... é isso” Revirei meus olhos para o comentário de Albus.

“Mas sabe de uma coisa, meu pequeno xará?” Albus também se abaixou, como se fosse contar um segredo. Aquila se aproximou dele com curiosidade. “Quando tinha sua idade, tinha medo de entrar em Sonserina, além de que, todos em casa já esperavam que eu fosse para Grifinória. Foi durante uma conversa com seu pai no trem, que decidi que não queria seguir com o que todo mundo esperava de mim. Fiz minha própria história.”

“Ninguém irá falar mal de você ou de seu irmão, se nenhum de vocês for para Sonserina. Acho que é a escolha mais fácil na verdade. Enfrentar algo novo, será difícil, mas colherá ótimos frutos no final.” Conclui o pensamento de Albus, que apenas concordou comigo.

Aquila tinha os olhos arregalados, pareceu pensar um pouco e fez um sinal de concordância.

“Agora vá, já são quase 11 e o trem irá partir. Tenha juízo, respeite seus professores e faça tudo o que eu fiz e muito mais.”

Abracei-o, e percebi que Aquila relutou em me soltar. Iris veio correndo abraçar o pai, assim como Lynx veio me cumprimentar. Ele, diferente do irmão, apenas estendeu a mão. Meili também veio cumprimentar seus pais, em seguida passou a mão pelo braço de Lynx e partiram novamente entretidos em sua conversa.

“Quer apostar quanto que ele entra em Corvinal?” Albus soltou quando nossas crianças já estavam dentro do trem.

“Nada, eu tenho certeza que ele entra” segurei uma risada “Ele é exatamente como a mãe.”

Rose e Libusee que andavam ao nosso lado pareceram concordar, até que Rose virou-se para a janela e viu nossos filhos no mesmo compartimento do trem, juntamente com Meili.

“Querem apostar quanto que esses quatro vão ser como nós?” Ela sorriu e acenou para sua filha.

“Espero que não” Albus resmungou “Aquele ali conseguiu ter sua primeira vez em Hogwarts. E era em um lugar cheio de fantasmas, quadros e professores para todos os lados. É melhor seu Aquila ficar longe da minha Iris”

Troquei um olhar com Libusee, o que pareceu tirar um sorriso dela. Ah, se ele soubesse…

“Não prometo nada” Lib deu de ombros, o que arrancou risadas de Rose.

Eles iriam fazer a sua própria história, isso era fato.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de conferir "Balaços ou Dragões". Uma fanfic paralela a essa e ideia sugerida por uma leitora. Confiram.



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