I am the Target escrita por Hawtrey, KCWatson


Capítulo 3
Caça-Palavras


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora gente, motivos pessoais interferindo!



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O capitão Gregson franziu o cenho ao analisar a foto em suas mãos pela terceira vez. Suspirou, desistindo de entender e retirou os óculos, fitando o casal que estava a sua frente.

― Eu desisto. Podem me dizer por que estou vendo uma foto de Joan com o namorado tirada há... quinze anos atrás?

Sherlock revirou os olhos e esclareceu:

― O namorado da Watson-

Ex–namorado ― Joan corrigiu irritada.

― Tanto faz ― ele comentou indiferente ― O cara que está abraçando a Watson é na verdade Hector Blanc.

― O nosso maior suspeito? ― questionou Gregson arregalando os olhos.

― Esse mesmo.

― O sobrenome verdadeiro dele é Holloway, nós já checamos ― anunciou Joan profissionalmente ― Eu demorei a reconhece-lo porque quando namoramos ele tinha os cabelos pretos e se apresentava como Jimmy Lambert. Mas eu jamais esqueceria dos olhos dele.

― Como pôde namorar alguém com um nome tão ridículo? ― pronunciou-se Sherlock parecendo indignado.

Joan bufou. Por muito pouco não disse que estava apaixonada por ele, dono de um nome tanto estranho quanto ridículo. Por sorte tinha autocontrole sobre sua língua.

Que mãe coloca Sherlock como o nome do filho?

― Por quanto tempo namoraram? ― questionou Gregson tentando ignorar o drama do consultor.

― Quase seis anos.

― O quê? ― assustou-se Sherlock ― Não me disse isso.

― E é relevante para você? ― Joan questionou cruzando os braços.

― Claro que sim! Significa que conhece muito bem nosso suspeito.

― Eu conheço Jimmy Lambert, estudante de Medicina e colecionador fervoroso. E não Hector Holloway, assassino maluco que gosta de venenos.

― O que ele colecionava? ― Gregson quis saber.

― O que lhe chamava atenção ― Joan respondeu ainda irritada com o parceiro ― Se encontrasse uma pedra singular na rua, então ele procuraria pedras semelhantes a ela. Apesar de tudo era bem organizado.

― E havia muitas coleções?

― Sim, talvez dezenas. Havia salas em sua casa apenas para isso.

― Isso é algo grande, não fazia parte do personagem Jimmy Lambert ― Sherlock notou ― Ele deveria mesmo gostar de você.

― Ele me amava ― Joan corrigiu impaciente ― Mas era um amor doentio. Me perseguiu por meses depois que terminamos e quando eu finalmente consegui uma liminar para mantê-lo longe, ele já tinha desaparecido.

― Agora estou surpreso por ele não ter colocado você no topo da lista de vítimas dele ― Gregson declarou enquanto se levantava.

― Isso é obvio ― respondeu Sherlock pensativo ― Holloway ainda é obcecado por ela.

Joan quase rosnou de raiva. Sabia muito bem até onde aquilo iria: Segurança e policiais na sua porta. E não havia fugido das garras de Sherlock para se prender nas teias da polícia por causa de um ex-namorado que virou um assassino e que supostamente ainda é obcecado por ela.

Descruzou os braços e avançou na direção dos dois homens com o semblante mais irritado que conseguiu.

― Só para deixar claro. Eu não vou aceitar nenhuma vigilância e nenhum policial na minha porta. Sherlock, se precisar de mim me avise.

Atravessou a sala em passos rápidos e saiu, fechando a porta com força. Podiam chamar de drama, teimosa, burrice. Mas não aceitaria mais nenhuma vigilância. Sentia que sua vida já fora revisada e revirada demais nos longos anos que permaneceu morando com Sherlock Holmes.

Nem dois minutos se passaram e seu celular tocou a familiar música instrumental que ela reservara apenas à Sherlock. Fechou os olhos, pediu a todos os santos que conhecia por paciência e atendeu:

― Espero que precise mesmo de mim Holmes.

***

A casa continuava a mesma, completamente organizada. Dessa vez não havia Veiga morto na sala. Sherlock seguiu até a cena do crime e Joan não hesitou em segui-lo, dessa vez dando mais atenção aos detalhes. Por todo o corredor não havia nada nas paredes, o que era estranho na visão dela. Nenhum quadro ou uma decoração.

― Estamos procurando a arma do crime?

― E o que mais precisar ser encontrado ― acrescentou Sherlock colocando as luvas.

― É melhor nos dividirmos, talvez tenha até paredes falsas ― ela comentou olhando em volta.

Analisou as estantes de livros com cautela, depois do que encontrou em sua própria estante, colocaria toda a sua atenção nela. Havia livros de todos os tipos, desde os clássicos como O Inferno de Dante à modernos de autores como Dan Brown. Não sabia o que aquilo significava, mas tinha certeza que havia algum significado. Sempre havia um significado. Ajeitou as próprias luvas e começou a analisar os livros de mais perto, remexendo-os e folheando alguns. Não havia nada.

― Espero que não fique traumatizada com livros ― Sherlock comentou do alto da escada.

Ela revirou os olhos e o ignorou. Afastou-se das duas estantes e as analisou como um conjunto. Ambas estavam lado a lado, mas não coladas. Havia arranhões no chão, como se elas fossem movidas com frequência, então se aproximou da parede limpa entre elas e bateu com a esperança de perceber que aquilo se tratava de uma parede falsa, mas não, era concreto puro. Afastou as estantes e fez o mesmo processo, mas obtendo o mesmo resultado. Mas então por que seu instinto apontava para ali?

Devia estar ficando louca.

Declarou desistência e entrou no pequeno corredor que levava ao quarto. O cômodo estava arrumado e sem marcas feita pela perícia, não encontraram nada ali. Caminhou em passos pesados para detectar qualquer coisa que estivesse escondida em uma parte oca do chão e foi até o closet, o único móvel que havia além da cama. Revirou algumas roupas, procurou por caixas e examinou tudo nos mínimos detalhes e mais uma vez não encontrou nada. Bufou já cansada e olhou em volta.

Se fosse um assassino que usava facas e venenos, onde guardaria seu material?

Imediatamente ela encontrou seu erro. Estava na casa de Veiga, mas havia esquecido que Holloway havia passado por ali. O parceiro e assassino da vítima entrou naquela casa e implantou provas que acusariam ele mesmo. Ela ainda não sabia o motivo, mas Holloway estava sendo previsível. Então a pergunta certa era: Se fosse um assassino que estava sendo propositalmente previsível, qual seria seu próximo passo?

Então lembrou-se da própria sugestão que dera para Sherlock: Podemos começar procurando os instrumentos que ele utilizou para manipular as plantas ou a faca que matou Veiga escondida embaixo da cama.

Franziu o cenho, pensativa. Será? Aproximou-se da cama e, ainda desconfiada, abaixou-se para olhar se tinha algo embaixo dela.

― Só pode ser brincadeira... ― murmurou descrente.

Bem ali, no local mais previsível, havia uma sacola transparente e antes mesmo de pegá-la, Joan já sabia o que tinha dentro.

― Sherlock!

Ela pegou a sacola com cuidado e a ergue na altura dos olhos.

― O que foi? ― o homem perguntou meio ofegante.

― Achei a arma do crime.

Sherlock se aproximou e analisou a faca ainda ensanguentada com desconfiança.

― Fácil demais...

― E previsível demais ― ela acrescentou se levantando e entregando a sacola a ele ― Está dentro de uma sacola de evidências. Isso deve significar alguma coisa.

Mas Sherlock olhava em volta com tanto interesse que ela sentiu que estava sendo ignorada há algum tempo.

― Algum problema?

― Lembra daquele caso que tivemos um matemático morto por causa de uma equação milionária?

― Sim.

― Espere aqui, eu já volto.

Joan o viu sair apressadamente do quarto e cruzou os braços. O que ele teria descoberto agora?

― Naquele caso ― ele recomeçou entrando subitamente no quarto carregando um abajur de mesa e indo fechar ainda mais as cortinas ― Eu encontrei uma sala muito incomum, totalmente livre de móveis e com paredes limpas de qualquer barreira. Aqui temos quase a mesma situação, mas com certeza temos o mesmo motivo.

Então desligou a luz do quarto e ligou a lâmpada do abajur, confirmando sua ideia.

Touché!

No escuro e sob a luz negra, as palavras quase saltaram da parede. Brilhantes e espalhadas por toda parte, as letras se misturavam como se fosse um mar feito só delas, embaralhadas e confusas.

― Não imaginei que fosse tanto... ― comentou Sherlock surpreso.

― Eu vejo alguns nomes ― notou Joan se aproximando de uma das paredes ― Daniel Bettel, Joe Patrick, Julia Green... Jeremy Veiga.

Ambos se entreolharam e concluíram a mesma coisa: todos ali eram vítimas de Holloway.

― Deve ter dezenas de nomes nessas paredes ― Sherlock com as mãos nos bolsos ― Será um caça-palavras interessante.

De repente Joan se lembrou do que chamou sua atenção na sala e agarrou o abajur, levando-o junto consigo.

― Ei!

Ela correu até a sala desligando todas as luzes que encontrou pelo caminho, notando que pelo menos a cada dois metros havia novas luminárias.

― Sherlock, ligue toda a luz negra que encontrar ― pediu enquanto fechava as janelas.

Apenas escutou o parceiro atendendo o seu pedido sem compreender muita coisa e afastou as duas estantes de livros. Mas Sherlock já estava compreendendo os pensamentos da parceira quando ligou a última luz negra que encontrara e somente quando ela desligou a última lâmpada, compreendeu a imensidão do caso.

Todo lugar, todas as paredes e até mesmo o teto estavam banhados por letras. Palavras soltas, nomes e mais nomes espalhados até além de onde a visão deles alcançava. Todo a casa poderia ser considerada o maior caça-palavras da morte, porque Joan tinha quase certeza de que todos ali são ou serão vítimas de Holloway.

E ela conviveu com aquele homem por seis anos sem nunca duvidar de seu real caráter.

***

— Eu pedi pizza — ela anunciou sentando no sofá e tentando esfriar o chá que tinha acabado de preparar— Espero que não se importe.

— Não me importo — Sherlock respondeu sem deixar de fitar o seu inseparável painel sobre o caso.

— Encontrou alguma coisa?

— Na verdade... não encontrei nada.

— Nada?

Sherlock suspirou e voltou-se para ela com o olhar confuso:

— Em um caso sempre procuramos pistas do assassino e até mesmo o método que usou. Mas aqui o assassino já nos deu tudo e só precisamos comprovar. O sangue na faca é de Veiga e as digitais são de Holloway. Conhecemos o assassino, seus métodos e o nome de suas vítimas. Só não sabemos os seus motivos,

— E quanto aos nomes das outras pessoas? Nem todos ali são vítimas.

— O detetive Bell já está procurando no banco de dados e entre os desaparecidos.

Joan analisou o parceiro com atenção, estranhando cada ato e linha de expressão dele. Somente alguns dias se passaram desde o momento em que ele ligou a luz negra pela primeira vez e revelou quase uma infinidade de nomes, mas em algum daqueles dias algo começou a mudar em Sherlock Holmes. Por muitas vezes o encontrou olhando para um ponto fixo por horas, ou pior, olhando para ela. A quantidade de vezes que se encontrou sendo o único alvo da atenção de Holmes estava aumentando cada vez mais e a assustava. Era um olhar diferente, intenso, confuso e que ela não conseguia decifrar. E odiava ficar ainda mais perdida em relação à mente daquele singular investigador.

Em sua opinião, Sherlock estava curiosamente mais gentil com ela e ao mesmo tempo mais contido, como se houvesse uma barreira entre os dois. E definitivamente não era isso que Joan queria. Tudo o que ele fazia, cada limite que deixava claro que não deveria ultrapassar e cada gentileza a fazia lembrar do que sentia, do que não deveria sentir.

Por que simplesmente não conseguia esquecê-lo?

— Algum problema?

Ela piscou, saindo dos pensamentos confusos.

— O quê?

Sherlock sorriu minimamente e se aproximou dela em passos firmes.

— Você está me olhando a um bom tempo.

— Estou? — ela questionou e tomou um gole do chá, tentando esconder seu constrangimento.

O homem suspirou e sentou ao seu lado, ereto e inquieto. Joan engoliu em seco e não conseguiu evitar se afastar alguns centímetros de onde ele estava sentado. Ficar tão perto dele estava ficando cada vez mais difícil, tinha sorte do mesmo não gostar de contato físico.

— Não pude deixar de notar — Sherlock começou sem fita-la — Que está agindo de modo diferente nesses últimos dias.

— Estou? — ela repetiu, tentando mudar o foco dele.

Sem sucesso, claro.

— Notei também que o motivo para tais mudanças sou eu.

Finalmente ele a olhou, deixando-a paralisada. O que diria? O que responderia? “Desculpe, acho que estou me apaixonando por você”? Não seja tola, Watson. Pense em outra coisa!

— Watson?

Ela engoliu em seco novamente e soube que aquele era seu fim. Estava nervosa e isso estava visível até para uma criança, mais ainda para Sherlock Holmes. Se duvidasse ele até já desconfiava do motivo.

Eu preciso pelo menos tentar!

— Impressão sua Sherlock. Admito que posso estar... diferente — tentou, forçando-se a olhá-lo nos olhos — Mas isso não é por sua causa.

— Está mentindo — ele cortou sem rodeios — Claramente está nervosa, engoliu em seco duas vezes desde o momento em que sentei aqui e ainda se afastou, como se minha aproximação a incomodasse de alguma forma. Eu fiz algo que a chateou?

Joan simplesmente não conseguia responder, não conseguia pensar no que falar. Talvez ali fosse a chance batendo na porta de sua razão. A chance de se livrar desse pequeno segredo, a chance de contar a ele e suportar as consequências.

― Sherlock... ― começou temerosa ― Eu acho que precisamos conversar.

Tomou uma grande quantidade de chá na tentativa de adiar aquele momento ou de simplesmente diminuir aquele maldito nervosismo.

Sherlock a fitou, parecendo ansioso e curiosamente muito interessado no que ela falaria. Ela massageou as mãos sentindo o nervosismo aumentar e o coração bater mais forte. Diga logo! Sua mente gritava, mas sua boca se recusava a abrir, as palavras se recusavam a sair.

Então o celular dele tocou e ela quase desmaiou de alivio. Graças a Deus...

― Melhor atender ― sugeriu quase sorrindo ― Minhas palavras podem esperar.

Ele lhe lançou um olhar desconfiado e alcançou o celular.

― Número desconhecido ― notou antes de atender ― Alô?

A consultora não ousou se mexer, algo lhe dizia que Sherlock não sabia quem estava do outro lado da linha e que por algum motivo não desligava o aparelho.

― Ele quer falar com você ― Sherlock avisou seriamente, entregando o celular a ela.

Aceitou o celular ainda sem entender e tentou ignorar mais um olhar estranho dele.

― Alô?

― Liguei a tempo?

Arregalou os olhos, reconhecendo a voz grave imediatamente.

― Holloway.

Um segundo depois Sherlock já a fitava como se acreditasse em fantasmas e estivesse vendo um na sua frente, pondo-se de pé logo em seguida.

― Espero ter liga a tempo.

― A tempo de quê?

― De impedir você de cometer o maior erro da sua vida. Imagine o quanto seria ruim contar ao seu querido Sherlock Holmes o quanto ele é amado. Eu teria que matá-lo.

Joan prendeu a respiração e se levantou lentamente, tentando entender o que ouvia.

― E posso saber o motivo?

― Ora... é aquela velha história... Se você não é minha, então não será de mais ninguém.

― Então vai me matar?

Recebeu o olhar assustado de Sherlock que tentou se aproximar, mas ela ergueu a mão o impedindo. Sua fala tinha feito Holloway rir como se não tivesse dito nada além de uma piada e isso a preocupava.

― Não se pode matar a própria obsessão, Joan.

― Eu não entendo ― comentou sincera ― Não nos vemos há mais de dez anos... Por que apareceu justo agora?

Confesso que foi difícil encontra-la sem ser notado ― Holloway começou em tom divertido ― Mas quando finalmente a encontrei... não sabia o que fazer. Estava tedioso, sabe? Eu comecei a me divertir com as pessoas, você sabe, então anos se passaram. Quando eu percebi... você já tinha se tornado a segunda melhor investigadora e conhecido um cara legal. Percebi também que são grandes amigos, mas você quer bem mais que uma bela amizade, não é?

Colocou o copo sobre a mesa e bufou:

― Ligou apenas para dizer isso?

Eu liguei para informar três coisas. A primeira é que suas condições atuais me deram uma grande ideia.

― Minhas condições atuais?

Sua profissão... sua mente, sua paixão platônica pelo cara excêntrico que agora não consegue ficar parado.

Ela olhou ao redor e encontrou Sherlock andando de um lado para o outro com as mãos unidas nas costas e o nariz empinado. Estavam sendo vigiados. Isso a fez se arrepiar e precisou de segurar na mesa para se livrar de uma leve tontura, seu parceiro parou para fita-la.

― O que quer de mim? ― questionou sentindo suas mãos tremerem.

A segunda coisa ― ele continuou a ignorando ― Eu não gostei muito quando entregou meu nome para o Capitão Gregson. Tudo bem, não era meu nome mais bonito. Mas com certeza eu não gosto da ideia de ver a Polícia de Nova York revirando o meu passado.

― Eu não sabia que você queria segredo sobre isso...

Agora sabe, um pouco tarde demais.

Joan respirou fundo e o apressou:

― E a terceira coisa?

Holloway riu como se tivesse poder sobre o mundo e todos que viviam nele e somente aí ela começou a pensar sobre o quanto ele poderia ser perigoso.

Como já deve ter notado, eu adoro brincar com venenos, mas não me prendo neles. Nem todos os venenos são fatais e eu adoro ver minhas vítimas tentando descobrir se vão morrer ou se chegarão muito próximo da morte. Mas as vezes é mais divertido ver as pessoas ao redor delas se corroendo com essa dúvida.

― O que quer dizer? ― ela questionou, paralisando.

Quão grande será o desespero de Sherlock Holmes ao ver você perdendo a consciência depois de tomar um chá especial?

Joan arquejou e deixou o celular cair, imediatamente pegando o copo com o chá que tinha acabado de tomar e o olhando assustada. Parecia o mesmo chá de sempre, mas sua visão estava turva o suficiente para lhe garantir que Holloway não estava brincando.

O som do copo se quebrando pareceu apenas um eco em seus ouvidos, algo bem distante. Notou que Sherlock se aproximara e se agarrou nele quando suas pernas perderam a força.

― O que está acontecendo? Fala comigo!

Ela tentou responder, mas apenas deixou-se cair nos braços dele. Sentiu seu corpo ser colocado em algo macio e soube que Sherlock a tinha levado para o sofá. Ele segurou o rosto dela entre as mãos frias e falou mais alguma coisa, dessa vez não conseguiu compreender. De repente e bruscamente, sua cabeça explodiu em dor. Poderia gritar ou se encolher como uma criança, mas conseguia apenas arquear o corpo e fechar os olhos com força, deixando que as lágrimas escapassem.

Quando voltou a abri-los, viu seu parceiro cada vez mais desesperado alguns centímetros acima do seu rosto. Ele a chamava, gesticulava e tudo o que ela queria era acalmá-lo, dizer que não morreria.

Mas subitamente a dor parou e tudo desapareceu na escuridão.


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