Como eu já esperava, um dos homens segurou um dos meus braços e disse:

–Acho bom ficar bem quietinha mocinha! Você vai para a cadeia!

Fingi está preocupada e quando ele menos esperava dei um chute em suas partes baixas -hahahaha ele não esperava por essa - Ele caiu no chão na mesma hora, então, aproveitei o tempo para correr bem mais rápido, olhei ao redor e vi um beco sem saída, no qual, entrei e me escondi atrás de umas latas que... Urgh! Cheiravam muito mal.

Fiquei esperando por uma hora ou mais, tempo suficiente para a poeira baixar. Me levantei e comecei a andar em procura de algum lugar em que eu pudesse me limpar e trocar de roupa, até que eu encontrei uma casinha em que se lia: "banheiro público" com certeza era ali que eu deveria entrar. O lugar lembrava um pouco as casas de banho do castelo onde vivia. Tinha vários espelhos com pias embaixo, e várias portas onde as pessoas entravam e saiam.Coloquei Emma deitada sobre a pia e comecei a lavar meu rosto e a beber um pouco da água, também consegui dá um banho em Emma, ela precisava bem mais que eu. Algumas pessoas me olhavam estranho, mas eu tinha que me acostumar com aquilo, sempre me veriam como uma estranha mesmo. Foi aí que eu me lembrei do vestido que eu tinha pego, com toda aquela confusão eu já tinha esquecido que ele estava dentro do cobertor de Emma. Segurei minha filha de volta em meus braços e atravessei uma das portas, tranquei-a e comecei a trocar de roupa. O vestido azul parecia que havia sido costurado para mim. Serviu perfeitamente. Destranquei a porta e saí, quase não me reconheci no espelho. Eu estava tão diferente... talvez assim passaria despercebida naquele lugar.

Quando saí dali, comecei a andar pelas ruas sem realmente saber o porquê nem para onde estava indo, Emma estava dormindo e olhando para ela pensei em como ela viveria feliz no castelo com a companhia de seu pai. Meu marido. Antes de perceber eu já estava me derramando em lágrimas, quanto mais eu tentava esquecer do James, Mais eu lembrava. Era muito mais fácil fingir que ele não existia do que lembrar que ele não estava comigo, e muito menos lembra de mim. Talvez nem estivesse vivo... Eu não podia lidar com a ideia de ficar longe dele. Antes que eu pudesse enxugar as lágrimas fui surpreendida por um homem que escondia o rosto com um pano preto. Era um ladrão com certeza. ele também segurava alguma coisa na sua mão e apontava pra mim:

–Me entregue o bebê! - ele gritou.

–Nunca! -falei, segurando Emma com mais força a fim de protegê-la. Não sabia o que ele faria, mas, ele precisava me matar para conseguir tirá-la de mim.

De repente um homem alto que não consegui identificar o rosto, apareceu atrás dele apontou a mesma coisa que ele segurava na mão e falou:

–Deixe-a em paz!

Ele fugiu correndo sem hesitar. Não sabia o que era aquela coisa que eles usavam apara apontar, mas com certeza eu precisava de uma.

– A senhorita está bem? - O homem falou.

Sua aparência era tão familiar... Onde eu o teria visto?

–Acho que sim. - Finalmente respondi.

– Não é muito seguro andar por aqui.

–Desculpe, eu não sabia. Sou nova por aqui. Vim de outro reino.

– Reino? Ok. De qualquer forma, vamos sair daqui. Você me parece faminta, venha comigo, vou conseguir algo para você se alimentar.

Eu devia confiar nele? As pessoas daquele lugar não eram confiáveis, mas... Aquele homem salvou minha vida, porque ele faria alguma coisa comigo?

– Obrigada. - respondi, e comecei a segui-lo. De alguma forma, senti dentro de mim que podia confiar nele. Esperava estar certa.