Pop Star - Uma Estrela No Céu escrita por Ana Letícia


Capítulo 3
O ensaio




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Saímos do canto do pátio e fomos falar com as outras meninas.O pátio era gingante e extremamente luxuoso, bonito e limpo. Havia uma menina linda, com cabelos negros curtos acima dos ombros que tinha olhos azuis muito vivos, Samara era seu nome e ela parecia tão nervosa quanto eu. Num grupinho conversavam três meninas, Camila, a loura que usava aparelho e tinha olhos castanhos. Andressa, tinha o cabelo cor de caramelo usava aparelho também, mas era bem mais encorpada que Camila. E Suzzie, que era Apelido de Suzzana, tinha a pele morena, olhos cor de mel e lábios carnudos, cabelos bem cheios com cachos e umas mechas louras.

— Sou Annelise – disse eu sorrindo – Mas podem me chamar de Lizzie, ou Liz - e dei uma risadinha, elas também .

De repente ouviu-se uma voz esganiçada e alta.

— Vaaaaamos lá, cupckakes. Eu sou o Hélio, o instrutor de vocês. Desculpem o atraso, havia perdido meu fixador.

— Acho que temos outra garota – disse Samara baixinho, dando uma risadinha maldosa.

Outras garotas que eu ainda não conhecia, também deram risadinhas abafadas para que o instrutor não percebesse.

Eu estava parada perto de Ariella e Camila quando ele começou a contar de repente.

— Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito... catorze... – ele parou um instante – Está faltando alguém. Ahh, deve ser a Barbara, a ginasta que quebrou o pé.

Ariella pigarreou.

— Ela quebrou o tornozelo, e Rick achou uma substituta. Esta é Lizzie – disse ela apontando pra mim.

— Aah, desculpe, Lizzie, eu não estava sabendo – e se aproximou dando-me dois beijinhos. 

Mais risadinhas das garotas atrás.

Hélio era um homem gordinho, mas estava muito bem vestido com roupas elegantes e coloridas. Tinha um cabelo claramente alisado e tingido, mas tinha uma expressão bondosa.

— Bom – continuou Hélio- Se Lizzie está aqui, quem está faltando?

Ninguém teve tempo de responder, segundos depois ouviu-se barulhos de salto alto batendo no chão com força, e logo apareceu uma garota magra de sobrancelhas grossas com um pircing em uma delas, e cabelo ruivo, usava um vestido preto solto, e maquiagem forte.

— Desculpe, desculpe o atraso – disse ela meio afobada, e com rosto vermelho – Meu ônibus passou tarde.

Mais risadinhas.

Quando ela se aproximou pude ver quem era, Gabrielle. Ela estudava na mesma escola que eu. Ela me viu e deu um sorrisinho constrangido e ficou olhando pro chão.

— Bom agora que a senhorita atrasilda se juntou a nós – disse Hélio olhando Gabrielle (Mais risadinhas) – Podemos começar. – (Gabrielle estava quase mais vermelha que seu cabelo) – Bom, a primeira coisa que vocês têm obrigação de fazer: Andar em perfeita postura, e sempre um pé à frente do outro. Sempre olhando para frente, nunca olhem pro chão, olhem para o público, e tenham a expressão mais vazia possível. O centro das atenções são os modelos que estão vestindo e não vocês.

Mais risadinhas, desta vez o instrutor se cansou de ignorá-las e olhou para um grupinho mais afastado.

— Você, aí. – Disse ele apontando para uma garota loura, bonita, bronzeada que usava batom vermelho. – Qual seu nome mesmo, querida?

A loura deu uma olhada de cima a baixo no instrutor, mas todos sabiam que não era a primeira vez que ela fazia aquilo.

— Eu? - perguntou ela na defensiva, e não esperando resposta adiantou-se - Sou Mayra. Mayra Melo, meu pai é o dono da melhor fábrica de tecidos do Brasil. – Todos olharam para ela concordando. 

— Ah, sim. – disse o instrutor com indiferença – Conte para todos o que é tão engraçado.

— Não era nada, senhor... senhor instrutor – ela disse o primeiro senhor como se fosse dizer senhora, mas desistiu e deu um sorrisinho inocente.

— Então já que não estava fazendo nada, e considerando que pra estar puxando conversa já deve ter entendido muito bem minhas instruções, venha aqui e faça uma demonstração.

Mayra saiu de onde estava e foi andando até a frente onde estava a passarela. Quando ela se aproximou de onde estávamos Andressa soltou um gritinho de exclamação.

— Aah, meu Deus – disse Andressa com a voz esganiçada - É o novo modelo de sapato da Verdanni, nem chegou ao Brasil ainda! – apontando para os pés de Mayra.

— Ah, são eles mesmo, querida – disse Mayra se exibindo – Salto quinze extra fino – Mais exclamações pela sala, até o instrutor ficou boquiaberto, mas logo fechou a boca – Ganhei ele do meu pai na semana retrasada – continuou Mayra – Já estou querendo me livrar deles...

— Mas são perfeitos, Mayra... – protestou Andressa encarando os sapatos.

— É, talvez eu doe para uma necessitada que nem você. – disse Mayra com desdém, e seguiu para a passarela.

Andressa amarrou a cara, deu pra perceber que ficou bem ofendida, mas ninguém disse nada, só as amigas de Mayra que continuaram a dar risadinhas.

Mayra já estava na passarela, fazendo perfeitamente tudo o que o instrutor disse antes, ela realmente brilhava, conseguia manter todos os olhos voltados para ela, deu uma voltinha e começou a andar em nossa direção ainda na passarela. Mas ouviu-se um pequeno estalo e no segundo seguinte quando Mayra pousou o pé direto no chão, pudemos ver a origem do estalo: o salto quinze extra fino havia quebrado. Ela torceu o pé e desabou no chão. Andressa não perdeu a oportunidade. Imediatamente gritou “VABEEEI”, e todas as garotas começaram a rir loucamente, nem o instrutor de aguentou, mas logo percebeu que ele era o adulto responsável presente e teve que se conter.

— Mayra?- disse ele claramente abafando o riso – Você está bem?

Não houve resposta.

— Olhe, querida, se você se machucou diga agora, assim vamos levar você ao médico. E tentaremos arranjar uma substituta, talvez?

Mais risadas, eu estava tentando me conter, já que eu era a substituta de alguém, mas não me aguentei e ri junto com as outras meninas, afinal Mayra merecera aquilo pela forma como tratara Andressa,mas estava tentando parar para que ela não decidisse usar seu veneno contra mim. Mayra que estava fitando o chão me olhava agora furiosa, e fez o que eu temia.

— Do que é que você está rindo, sua ridícula? Você só está aqui porque alguém se machucou, caso contrário ninguém nunca escolheria você para inspirar Hugo. – Parou para respirar e acrescentou- Aposto que você é mais uma pobretona que não tem onde cair morta.

Desta vez ninguém riu. Mas ouviu-se uma voz do fundo.

— Aah, cala a boca, Mayra. Você nem é rica, seu pai que é. – Era uma das garotas que estava rindo com Mayra – Aproveita o seu Verdanni agora! – e mandou um beijinho pra ela.

Todas as garotas começaram a rir, a garota que eu não sabia o nome estava me olhando, olhei pra ela e balancei a cabeça, agradecida, ela retribuiu o aceno como se dissesse “não há de que”.

Mayra se levantou furiosa, e foi levada a ala hospitalar do hotel, dava pra ver que não quebrou nada. Depois que Hélio, o instrutor voltou, continuamos o ensaio, uma a uma fomos andando pela passarela para mostrar o que aprendemos.


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Notas finais do capítulo

Bom, para os que estão acompanhando, obrigada :3 E desculpa a demora pra postar. Boa leitura



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