Overthinking escrita por Ingrid Moraes


Capítulo 3
Domingos


Notas iniciais do capítulo

Esse é o fim, espero que gostem. Não me odeiem, por favor.



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David depois de chegar em casa almoçou, tomou um banho e ficou lendo até os seus amigos alguém chegar. Enquanto lia sua cabeça não parava, o que ele faria se o Matt chegasse antes?, o que ele faria se Alex lhe desse um bole e ficasse sozinho o tempo todo com Matt?, "ai meu deus, como eu não havia pensado nisso antes" pensou e logo se apavorou, pois a campainha tocou. Levantou e foi rezando baixinho até a porta, "Ufa, é o Alex".

– Oi, Alex. Pode entrar. - Ele abriu o resto da porta.

– Achou que era o Matt, né?! Tá todo vermelho. Aposto que estava pensando besteira.

– Ah você me conhece tão bem - David disse sarcástico.

– Não se preocupa, ele me ligou perguntando seu endereço, ele vai vir depois das três, a mãe dele vai sair e ele vai pegar uma carona. - Alex se jogou no sofá e pegou o meu livro para ler. - a gente tem um tempo antes dele chegar, quer fazer o que? - largou o livro fazendo uma careta e levantou sua sobrancelha.

– Me explica o lance do aleluia e do esperava. - David disse e viu o menor bufar.

– Credo, David. Tu não deixa nada passar? - ele agora tirava seus tênis e se acomodava melhor no sofá. - Ok. Eu explico depois de você me oferecer algo para beber. - Alex abriu um sorriso inocente.

– Quer alguma coisa para beber, senhor? Água, suco, refrigerante, um coquetel? - David disse fazendo reverência ao Alex, que riu com a maneira como o outro disse.

– Um suco serve, valeu. - O menor viu o outro sair e logo voltar com dois copos na mão e se sentou do seu lado cruzando as pernas no sofá.

– Bom, nos domingos que o Matthew passa na minha casa, as vezes rola churrasco, então a gente joga video game até a hora de almoçar e ver o jogo. Então, enquanto nós jogamos, nós conversamos. E ele fala e pergunta muito sobre ti. - Alex ia falando e bebendo seu suco - No começo eu achava estranho e não respondia muita coisa, mas a umas semanas atrás eu peguei ele vendo um dos meus porta retratos, aquele em cima da minha prateleira de livros, sabe?! Ele ficou olhando aquilo por muito tempo até perceber que eu já estava lá. Foi quando eu me liguei. Lembra-se da foto?

– Aquela que eu estou em cima da árvore e você atrás dela?

– Essa mesmo. Minha mãe diz que você está lindo na foto e eu mal apareço nela. Dai eu me liguei, ou ele gosta muito de árvores ou ele gosta muito de... você. - Apontou para David. Alex sorria abobado, ao ver o seu amigo ficar vermelho novamente. - Depois disso tudo fazia sentido, as perguntas, as implicâncias, a aproximação. Quando eu vi vocês na biblioteca não quis falar nada na hora, mas não me aguentei e soltei um aleluia, porque francamente, já estava virando novela mexicana.

– Não sei por quê. Era só uma coisa platônica da parte dele. - David deu de ombros.

– Ah David, que isso?! Não foi bem isso que eu vi. Para de se fazer de boa moça. O garoto é legal, ele te faz bem e gosta de você. Você quer que ele te traga um filhote também?

– Uma iguana seria legal. - brincou, mas o menor não riu. - Ok, acho que eu gosto um pouco dele, mas as vezes ele me irrita.

– Só isso? - Alex perguntou terminando de virar o seu resto de suco.

– Não. Ele me fez perceber que eu não consigo pensar em tudo, que eu não observo tudo, é estranho, mas, ele me pegou completamente desprevenido, e eu gostei disso. Não precisar pensar em tudo é ótimo.

– Viu. Agora tu vai parar de paranoia e vai se jogar neste amor selvagem e eletrizante? - Alex disse com uma voz grossa forçada.

– Não, Alex. Achei que já tínhamos combinado de que você não é um narrador de TV. - David disse colocando a mão no ombro do amigo. O outro riu da seriedade do mais alto. - Mas, quando você falou que já esperava por isso. Quer dizer, você sabia que eu iria me interessar por ele? Que eu poderia ser gay?

– Não. Eu não sabia de nada, você nunca mostrou interesse por ninguém, mulher ou homem, como eu poderia imaginar?! A única coisa que vinha a minha mente é que você é uma pessoa tão boa e resolvida que nunca iria se importar com rótulos. - Depois disso David quis abraçar seu amigo e o fez, ele recebeu um abraço de volta com leves tapinhas nas costas. Nisso a campainha tocou novamente. David levantou do sofá e abriu a porta, e ao ver aquele ser loiro, com uma camisa azul marinho, sem nenhum brasão ou número nela, abriu um sorriso largo e abraçou o menor. Quando se separam um pouco, David alcançou seus lábios até os de Matt, que o beijou devagar e rápido. Ainda próximo David disse obrigado mais uma vez, e continuou - Por vir, entra e senta. - quando ele entrou deu oi ao Alex e se sentou ao seu lado. David foi até a cozinha e depois voltou com um balde cheio de salgadinhos e mais um copo e uma garrafa de refrigerante em baixo do braço.

– Agora que os dois estão aí. Vocês irão assistir a maratona terror que eu programei para nós. - David disse todo animado. Matt gritou "Uhul".

– ai vocês se merecem mesmo. Eu odeio terror, isso é maldade, David. Não quero ver.

– Quer sim. Eu prometo que da próxima vez tu escolhe os filmes.

– Não terá uma próxima vez - disse com o cenho franzido. Fazendo Matt rir.

– Uuui que medo - Matt disse - é agora que ele nos violenta e depois nos mata? - termina levantando uma almofada como escudo, fazendo os dois caírem na risada.

Eles assistiram dois filmes e apesar de Alex odiar terror ele se divertiu quando David e Matt se assustavam. Quando o terceiro filme começou Alex se levantou e disse:

– Chega, esgotou a minha cota de terror do ano. Quero ver quem é que vai me ninar depois de noite. - ele começou a calçar os tênis e pegou o celular. - São quase seis, tu vai querer carona, Matt?

– Não precisa, Alex. Minha mãe disse que passa aqui lá pelas oito. Se tiver tudo bem para ti, David.

– Meus pais só vão chegar as dez. Um pouco de compania não faz mal. - Ele sorriu para o loiro que retribuiu.

– Ótimo, assim vocês se conhecem melhor. - Alex piscou um olho para David. - Boa noite para vocês, vejo vocês na aula. - David levantou para acompanha-lo até a porta.

Quando David voltou Matt estava deitado ocupando todo o sofá.

– ok, pode levantar dai - O maior falou pegando o controle e se sentando nos pés do loiro. Quando David deu play no filme, ele sentiu o menor se aproximar. Matt enrolou seus braços na cintura de David e aproximou seu rosto do pescoço dele dizendo:

– Deixa o filme para outra hora. Me mostra o teu quarto. - David gelou ao ouvir aquela frase, como assim ele passaria duas horas sozinho com Matt no seu quarto. "Fazendo o que?" ele pensou. Ao sentir a hesitação do outro Matt continuou. - Te acalma, eu não vou te atacar. Só quero te conhecer melhor.

– Tudo bem. - respondeu mesmo ainda estando em pânico. Nunca fizera nada com ninguém, e Matt parecia tão a vontade e experiente que se sentia uma boneca inocente, "que idiota" pensou. Mas o que David não notou, porque pensava de mais, era o quanto o coração de Matt estava batendo rápido, suas mãos tremiam e suavam e ele estava tão perdido quanto o outro.

Eles desligaram a TV e subiram as escadas, o quarto de David era na primeira porta a direita. Quando entraram o quarto era iluminado apenas por luzes de natal que cobriam prateleiras da estante cheias de livros e cadernos antigos. David acendeu a luz, e revelou a cor cinza das paredes.

– Uau, você é organizado para um garoto adolescente. Já viu o quarto do Alex? - Matt foi entrando e se sentou na cadeira da escrivaninha.

– Aquele depósito de lixo? É, não sei como ele vive lá. - eles riram.

– Então, como você vai me conhecer ao conhecer o meu quarto?

– Porque é pessoal, intimo e revelador. - Matt olhava em volta.

– Tipo? - David se sentou na cama.

– Tipo, eu não sabia que você tinha tantos CDs. - apontou para a escrivaninha onde tinha duas pilhas de CDs. - Ou tantos livros.

– Uma parte são cadernos antigos de desenho. - David foi até lá e puxou um com a capa verde. - Esse aqui eu usei no ano passado.

– Acho que eu me lembro. - Matt se levantou e foi até ele.

– Olha só, - apontou para um desenho - esse aqui é o nosso professor de História. Esse é o Alex, e esse é... - virou a página - você. - David olhou para Matt e os seus olhos verdes brilhavam.

– Uau. Posso ver mais? - ele esticou as mãos em pedido do caderno.

– Ah, claro, só ignora as anotações. Às vezes eu escrevo o que penso, e nem tudo é genial.

– Ok, eu não vou ler seus pensamentos.

– Obrigado. - David sorriu tímido e voltou a se sentar na cama.

Matt folheando o caderno se sentou ao seu lado. Nervoso, David levantou para ligar o rádio, se sentia estranho pelo interesse do outro nele, nos seus desenhos e pensamentos. Mas quando ouviu a música Can't Help Falling in Love cantado por Tyler do Twenty One Pilots que enchia o quarto, se lembrou do porque de ter desligado o rádio mais cedo. Achava que a música fazia completo sentido agora e mais cedo não parava de pensar em Matt. "Que droga, tomara que ele não repare a letra da música" pensou, mas quando notou o outro já cantarolava junto com a música.

– Você tem talento. - ele fechou o caderno e olhou para David - Pretende fazer alguma coisa com ele? - devolveu o caderno para o moreno, que olhava para o objeto. Ele levantou e foi até a estante guarda-lo.

– Acho que farei uma faculdade que envolva desenho, não sei ao certo o que. - David respondeu e quando se virou encontrou Matt bem próximo dele. Ele colocou uma mão na cintura do mais alto e a outra levantou para tocar o seu rosto.

– David. - Matt chamou baixo.

– Oi - ele sussurrou em resposta, surpreso com o toque e a aproximação.

– Me deixa entrar na sua vida. - como resposta David somente aproximou seus rosto, e então seus lábios em um beijo leve, quando separados, ele disse: - Você é já está nela, e essa é a melhor parte.

Os dois sorriram bobamente e os olhos verdes de Matt brilharam. Eles passaram o resto da noite conversando, sobre a escola, o futuro, eles, seus interesses, seus hobbies, suas paixões, coisas favoritas e acabaram descobrindo que afinal tinham coisas em comum que nem imaginavam. E eles adoravam a ideia de descobrir isso aos poucos.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Bom, era isso. Eu não sei escrever sobre namoros, só sei escrever sobre a parte do crush e do flerte, que sinceramente é a minha parte favorita. Comentem, favoritem, compartilher, gritem aos ventos se acharem que devem. Abraços.



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