Nos encontramos novamente escrita por brunadnn


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eu precisava muito extravasar meus feelings por Clexa (Melho. OTP. Da. Vida.), então pensei: que jeito melhor de fazer isso do que escrevendo uma fanfic?
Acho que me saí bem para a primeira vez. Então se alguém ler isso, espero que goste.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/650726/chapter/1

Clarke não estava mais com raiva de Lexa. Depois de dois meses vivendo sozinha em um bunker que havia descoberto próximo ao rio (muito parecido com o que Finn encontrara), e tendo apenas a si mesma como companhia na maior parte do tempo, ela começara a entender o ponto de vista da Comandante dos Doze Clãs. Heda havia feito a melhor escolha para o seu povo. A única escolha lógica, Clarke estava começando a compreender. A loira achava que também aceitaria o acordo, caso o mesmo tivesse sido oferecido a ela.

De fato, ela havia feito uma escolha parecida: sacrificara os habitantes de Mount Weather para libertar seus amigos. Sem vidas poupadas – mulheres, crianças, pessoas que haviam ajudado. Todos mortos. Cerca de três centenas de vidas em troca de aproximadamente cinquenta delinquentes.

Ela estava quebrada, mas apesar dos pesadelos e das noites mal dormidas – fantasmas lhe perseguiam desde aquele dia -, Clarke não se arrependia de sua decisão. O que mais ela poderia ter feito? O passado não podia ser alterado e se lhe fosse dada a chance de voltar no tempo, ela faria tudo exatamente igual.

Exceto... Talvez... Impedir Lexa de continuar com aquele beijo.

Porque meus Deus, ela queria muito continuar. Dissera que não estava pronta para um relacionamento, e era verdade. Não enquanto seus amigos estavam sendo mortos pelos Homens da Montanha, um a um. Mas quem sabe depois que tudo isso acabasse e todos eles estivessem sãos e salvos no Acampamento Jaha...

***

Clarke balançou a cabeça. Ela precisava parar de imaginar como as coisas poderiam ter sido diferentes se Lexa não tivesse lhe abandonado. Precisava superar.

O sol estava se pondo do lado de fora do bunker, e ela queria observá-lo mais uma vez. Ela vinha fazendo isso quase todos os dias nas últimas semanas, pois por algum motivo, se sentia protegida nesses momentos. Pegou um lampião, um caderno surrado e um lápis (o local era bem abastecido) e dirigiu-se para uma pedra plana perto do rio, a cerca de cem metros do bunker. A luz não era muito boa, mas era suficiente.

Ela havia voltado a desenhar, pois era sua única forma de esquecer os horrores da montanha, mesmo que momentaneamente. Durante o dia montava armadilhas para animais pequenos, tentava caçar e recolhia frutos, sementes ou qualquer coisa comestível que encontrasse. Tinha uma pistola e uma quantidade razoável de munição guardada no bunker (já estavam lá quando ela descobriu o lugar), mas Clarke esperava nunca mais precisar usar uma arma de fogo, por isso ela estava bem escondida.

Lincoln e Octavia eram os únicos que sabiam do seu paradeiro (eles a haviam seguido depois que se despedira de Bellamy, ela supôs), e agora Lincoln ensinava-as a lutar com espadas ou facas e usar arco e flecha. Ela era uma boa aprendiza, mas nem perto de Octavia, que já era praticamente uma terra-firme. A garota ainda não havia perdoado Clarke completamente, mas aos poucos as coisas pareciam estar voltando ao normal entre as duas.  Ela havia pedido para que os amigos entregassem algumas cartas para a mãe, dizendo que estava bem e que ela não deveria se preocupar. Explicou que precisava fazer isso, se não enlouqueceria. E estava falando sério.

Apesar do pôr do sol espetacular na sua frente, Clarke estava desenhando outra coisa em seu caderno, quase inconscientemente. Um rosto. Feminino. Cabelos longos, enrolados, com tranças. Olhos profundos, que pareciam enxergar sua alma. Lábios perfeitos... Uma imagem de Lexa aparecia no papel, o que deixava Clarke irritada. Não era a primeira vez que isso acontecia. Nem a segunda ou terceira, na verdade. Havia pelo menos quinze desenhos diferentes dela ali.

Clarke suspirou. Era hora de voltar. A floresta continuava sendo, por si só, muito perigosa, a e garota não queria abusar da sorte. Levantou-se e estava pronta para tomar seu caminho, mas...

— Queria saber o que você tanto desenha. – uma voz familiar falou, calma.

A loira deu um pulo, virando-se rapidamente na direção do som.

— Lexa. – ela disse, soando confusa. A líder dos Terras-Firmes estava encostada à uma árvore a dez passos de distância.

— Olá, Clarke. – a morena respondeu, acenando levemente com a cabeça.

Clarke quase suspirou ouvindo seu nome saindo dos lábios de Lexa. Ele soava sempre tão... Precioso vindo dela.

— O que você está fazendo aqui? – ela se recompôs rapidamente, agora irritada. Ela podia não estar mais com raiva de Lexa pelo que fizera, mas com certeza ainda estava machucada, e sua voz demonstrava isso.  Ao mesmo tempo em que desejava se jogar nos seus braços, também queria gritar com ela e perguntar por que fora traída.

Lexa se aproximou, saindo da escuridão. Não estava com a pintura de guerra ao redor dos olhos, Clarke percebeu. Trazia uma espada nas costas e sua adaga na cintura, mas algo nela parecia... Vulnerável.

— Me certificando que você ainda está viva. – ela deu de ombros. Clarke teria rido se não fosse pela tensão quase palpável no ar. Dar de ombros não combinava com a Comandante, de jeito nenhum.

— Muita consideração da sua parte, já que foi você que me deixou naquela montanha para morrer. – a loira zombou.

Lexa mordeu o lábio inferior, parecendo não perceber. Aquele não parecia um gesto habitual, mas lhe caía bem. Ela olhou para os lados, atenta, e depois novamente para Clarke.

— Eu não vou me desculpar pelo que fiz, Clarke. Mas posso tentar te fazer entender meu lado, se você me permitir. Mas não aqui. Como sabe, a floresta pode ser letal. Além dos mais, está esfriando e você está sem casaco.

Clarke ignorou o último comentário, principalmente porque parecia significar que Lexa se preocupava se ela estava com frio, mas também porque a garota estava certa. Os pelos de seus braços estavam arrepiados e os dedos da mão estavam começando a ficar gelados.

— E onde você quer ter essa grande conversa, Lexa? Eu até entendo a decisão que você tomou, eu realmente entendo, mas isso não quer dizer que dói menos. Você traiu nossa aliança. Você me traiu, e eu pensei que confiasse em mim. Nada do que você disser vai mudar isso. – Clarke replicou, irritada. 

— Eu não quero te convencer a mudar de opinião, Clarke. Só conversar, ok?  – Lexa se aproximou mais, ficando a menos de um metro de Clarke. – Agora, por favor, vamos até seu abrigo? Você está começando a tremer, caso não tenha percebido.

A loira franziu o cenho ao se dar conta de que estava mesmo tremendo. Suspirou, resignada. Queria ouvir o que Lexa tinha a dizer. Queria muito.

Assentiu sem responder e começou a adentrar na floresta. Mil pensamentos fervilhavam em sua mente, e ela não sabia o que perguntar primeiro, ou se deveria perguntar alguma coisa. Tinha medo de algumas respostas. A Comandante andava quase à sua frente, parecendo conhecer o caminho. Será que...?

— Como sabia onde eu estava? – perguntou, quando já estavam na metade do percurso.

Lexa levou um instante para responder, e não a olhou quando o fez:

— Naquele dia, depois de ter aceitado o acordo, ordenado a retirada dos meus guerreiros e partido, pedi para que um de meus homens permanecesse na montanha e me mantivesse informada da situação. – Lexa lhe lançou um olhar rápido, mas logo se voltou para frente novamente, continuando a falar – Eu sabia que você daria um jeito de entrar lá para tentar salvar seus amigos, mesmo que fosse sozinha. Queria saber se teria sucesso. Quando meu soldado retornou informando que os vindos do céu estavam deixando a montanha e indo em direção ao acampamento, fui até lá. Fiquei escondida nas árvores, vendo todos entrarem, menos você. Vi quando se despediu de Bellamy e partiu. Então te segui, tomando cuidado para que Lincoln e Octavia não me vissem, já que eles também estavam no seu encalço. Venho te observando desde então, sempre que posso.

Clarke parou bruscamente, confusa.

— Como assim me observando? Com que frequência? E por que você faria isso?

Lexa também parou, olhando-a com uma cara não muito feliz.

— Eu já falei demais. Qual parte do “conversamos quando chegarmos no seu abrigo” você não entendeu, Clarke? A pressa é sua. Vai ficar aí parada me olhando com essa cara emburrada ou vamos logo para lá? Você decide. – a garota perguntou, arqueando as sobrancelhas.  

A outra bufou, exasperada. Começou a andar novamente, dessa vez mais rápido. Se tivesse prestado atenção, veria um pequeno sorriso escapando rapidamente dos lábios de Lexa, que logo apressou o passo para ficar ao seu lado.

Chegando ao abrigo, Clarke abriu a escotilha e manteve-a aberta, esperando a outra entrar. Antes de fazê-lo, Lexa deu uma boa olhada nos arredores, certificando-se de que tudo estava ok. Era um tipo de hábito, a loira imaginou. Sempre atenta, vigilante. A morena era assim.

— Então? – Clarke falou exasperada, logo após fechar a escotilha. Apagou o lampião, depositando-o sobre uma mesa pequena junto com o caderno. O ambiente estava sendo precariamente iluminado por algumas velas dispostas nos cantos do cômodo. Lexa encostara-se a uma parede, com os braços cruzados, depois de deixar a espada e a adaga em cima de outra mesa. Clarke sentou-se na ponta da cama, ficando a cerca de dois metros de distância.

Lexa se remexeu, parecendo desconfortável.

— Tudo bem. O que você quer saber primeiro? – incentivou, parando de observar o ambiente e concentrando sua atenção na garota à sua frente.

— Esteve me observado há dois meses, pelo que entendi. Por quê? E qual o motivo de ter se revelado apenas agora? – Clarke começou.

— Sério que essa é sua primeira pergunta? – Lexa retrucou, com uma expressão engraçada. A loira permaneceu em silêncio, esperando. – Ok, então. Estive te observando porque me preocupo com você, mesmo que você não acredite. Queria ter certeza de que estava viva e bem, e tentar entender por que deixou seu povo. Resolvi parar de me esconder agora porque, sinceramente, não aguentava mais ficar subindo em árvores quase todas as noites depois de despistar meus homens na floresta. Também achei que já estava mais do que na hora que termos essa conversa.

Clarke levantou-se, sem conseguir controlar sua irritação. Andou em direção a Lexa, ficando cara a cara. Apontou o dedo para seu rosto enquanto falava.

— Não brinque comigo, Comandante. Você me abandonou naquela montanha. Como pode se preocupar? Como?! – ela fez uma pausa, tentando se controlar. – E quer saber por que deixei meu povo? Porque eu não suportava encará-los tendo tanto sangue nas mãos, Lexa. Sangue dos Terras-Firmes. De Finn. De pessoas inocentes. Dos Homens da Montanha Você não sabe o que tive que fazer para tirar meu povo de lá – uma lágrima escorreu, mas Clarke logo tratou de secá-la. Não podia demonstrar fraqueza.

Lexa esperou a garota se acalmar para então responder:

— Te deixar lá foi a decisão mais difícil que eu já tive que fazer, Clarke. – sua voz vacilou, quase imperceptivelmente. Seus ilhós brilhavam de lágrimas não derramadas e sua mandíbula estava apertada. Seus olhos nunca pareceram tão verdes.

Clarke não sabia o que falar, então ela ficou muda esperando a outra continuar. Lexa se esquivou da loira para poder sentar na cama. Dessa vez, quando começou a falar, olhava para o chão. Clarke permanecia em pé, observando.

Quando falou, sua voz era quase um sussurro:

— Eu não queria trair nossa aliança. Pelo contrário, eu estava pronta para matar aquele homem e ir ao encontro do seu grupo para continuar a invasão, apesar de todos os riscos. Apesar de todas as chances estarem contra nós. Mas então eu vi mais atiradores que não havíamos encontrado. Eles estavam bem escondidos, e nenhum dos meus homens havia percebido. – Lexa parou de falar, levantando seu olhar para encarar Clarke. – Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Emerson se aproximou e sussurrou para que apenas eu escutasse... “Se você aceitar, retirarei todos os meus atiradores daqui, agora. Mas se recusar, eles receberão ordens de continuar atirando, e a primeira vítima será a líder dos vindos do céu. Um dos meus homens está com a arma apontada diretamente para a cabeça dela, só esperando.”

Lexa se calou, fechando os olhos e baixando a cabeça mais uma vez. Clarke se aproximou, sentando ao seu lado na cama, agora um pouco mais calma.

— Como você sabia que ele estava falando a verdade? – ela perguntou, enfim.

— Eu não sabia. – A outra respondeu, abrindo os olhos e virando a cabeça para observar Clarke. – Mas que escolha eu tinha? Você e eu somos parecidas, Clarke. Então, me diga: o que você teria feito no meu lugar? – quando a loira não respondeu, Lexa continuou. – Aceitei o acordo porque era a melhor decisão para o meu povo, e Heda deve colocar seu povo sempre em primeiro lugar. Mas também aceitei porque você estava na mira do atirador, apesar de eu não ter nenhuma garantia de que eles não colocariam uma bala na sua cabeça assim que eu caminhasse para a floresta. Talvez eles pensassem que você não era um risco? Eu não sei. Aceitei o acordo porque eu tinha fé em você. Sabia que mesmo quando eu partisse levando todos os guerreiros, você permaneceria. Lutaria por seu povo, por seus amigos. – ela fez mais uma pausa, desviando o olhar por alguns segundos. Soltou um grande suspiro antes de prosseguir. – Então naquele dia, quando eu disse que estava seguindo a minha cabeça e não meu coração, eu estava falando a verdade, Clarke. Porque se eu tivesse seguido meu coração, não teria saído do seu lado por nada nesse mundo – ela finalizou, levantando-se novamente, agitada.

Clarke continuou sentada por um tempo, assimilando tudo, a boca ligeiramente aberta. Ela que Lexa estava sendo sincera, mas não sabia o que fazer ou falar a seguir. Alguns minutos se passaram sem que nenhuma palavra fosse dita.

— Acho que devo ir embora agora. – a morena falou, por fim, indo em direção à mesa para pegar suas coisas. Ela foi detida por Clarke, que se levantou em um pulo, segurando-a pelo braço e virando-a para que ficassem frente a frente.

— Fique. Por favor. – implorou.

— Por que, Clarke? Dê-me um motivo para ficar. – Naquela altura, Lexa perdera toda a postura de comandante. Ali, ela era só uma garota. A garota por quem Clarke estava apaixonada e que ela não deixaria partir. Não dessa vez.

— Porque eu preciso de você. – ela respondeu firme. – Não porque você é a líder dos Terras-Firmes e preciso da sua ajuda, mas porque gosto de você, Lexa. Muito. - ela estava com a respiração acelerada quando continuou, com a voz baixa. – Só preciso saber se você também gosta de mim.

E então Lexa sorriu. Um sorriso largo, sincero e cheio de significado. Aquilo era a coisa mais linda que Clarke já vira na vida. Sem pensar, ela aproximou seus lábios dos de Lexa, beijando-a delicadamente. A outra retribuiu, colocando uma das mãos na sua cintura e a outra em seu rosto, aprofundando o beijo. Clarke pressionou seu corpo ao dela, empurrando-a até que esbarrassem na mesa, ambas sem fôlego. Escutaram o barulho de algo se quebrando, e separaram-se, um pouco desorientadas. O lampião estava em pedaços. Ao lado, o caderno acabou ficando aberto no desenho que Clarke havia feito naquela noite, e a garota corou, escondendo o rosto com as mãos.

Lexa pegou o caderno do chão, folheando-o. Quando terminou, colocou-o sobre a mesa e voltou sua atenção para Clarke, que continuava com o rosto coberto, agora sentada na cama. Ela sentou ao seu lado e gentilmente cobriu as mãos da outra com suas e afastou-as para que pudesse encarar Clarke. 

— Por que a vergonha, Clarke? Eu adorei os desenhos, e me sinto lisonjeada por estar neles. Você é muito talentosa - quando Clarke voltou ao normal, Lexa acrescentou: - e se quiser, posso posar para você da próxima vez... – a loira estreitou os olhos, enquanto a outra se aproximava para sussurrar em seu ouvido. -... Nua.

Clarke se engasgou e Lexa começou a rir. Rir. Quem era aquela garota e o que fizera com a Comandante?!

— Lexa! Isso não é engraçado! – exclamou – E ainda precisamos conversar. – finalizou, com os braços cruzados.

A outra parou de rir, assentindo. Clarke continuou a falar, tentando ignorar todas as imagens que se formaram em sua cabeça quando pensava nas palavras “Lexa” e “nua”.

— O que vamos fazer agora? – questionou. Continuava muito próxima de Lexa, por isso se aproveitou da situação e encostou sua cabeça no ombro da garota. Era confortável ali. Não se importaria de passar o resto de sua vida daquele jeito.

Lexa ficou enrolando algumas mexas loiras entre os dedos, antes de suspirar e responder:

— Eu não sei, Clarke. Mas o convite para ir para a Capital comigo continua de pé, se você quiser. Estive adiando a viagem por muito tempo, e meus homens estão começando a ficar inquietos. Eles não entendem o que está me prendendo aqui. – ela fez uma pausa, virando um pouco o rosto da outra para que pudesse encará-la, antes de continuar. – Nos encontramos novamente, Clarke, e eu não quero me despedir dessa vez. O que você me diz?

Clarke ainda estava devastada. Todas as decisões que precisou tomar desde que os cem chegaram à Terra haviam-na transformado. Mas tudo o que fez foi pelo seu povo, e agora eles estavam a salvo, pelo menos por enquanto. Dessa vez, e pela primeira vez na vida, ela queria fazer algo por si mesma. Ela precisava. Por isso respondeu:

— Espero que sua cama seja grande, Comandante, porque você terá que dividi-la por um tempo. – ela sorriu, com um olhar travesso.

Lexa imediatamente cobriu sua boca com um beijo. Dessa vez, ele era faminto e sem restrições.  As duas logo acabaram na cama, meio atrapalhadas, enquanto exploravam os corpos uma da outra.

— A propósito, eu não gosto de você. – Lexa falou, interrompendo o beijo, ofegante.

Clarke olhou para ela com uma expressão confusa, mas antes que pudesse falar alguma coisa, a outra continuou:

— Eu amo você, Clarke Griffin. Talvez isso me torne fraca, mas eu não ligo. Como você mesma disse, talvez a vida deva ser mais do que apenas sobreviver. Se você estiver ao meu lado, minha vida será bem mais do que isso.

Clarke mordeu o lábio inferior, tentando conter um sorriso, sem sucesso.

 Ela não sabia o que o dia seguinte traria. Novos desafios provavelmente surgiriam. Novas batalhas e perdas. Novos inimigos. Contar para sua mãe e aos outros o ela que estava prestes a fazer com certeza seria um problema, mas ela havia tomado sua decisão e não voltaria atrás. Naquele momento, ela só se importava com o agora. E agora ela queria muito voltar a beijar Lexa.

— Eu também amo você, Lexa. Então por favor, não parta meu coração, pois não sobrou muita coisa dele. – Clarke pediu levantando uma das mãos para tocar o rosto de Lexa.

— Nunca. – a outra garantiu, firme.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se você chegou até o final, saiba que amo você. ♥