Em busca de um Final Feliz escrita por DeadPotter


Capítulo 2
The unknown rider


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, mas eu precisava reorganizar as minhas ideias para essa história, além de várias outras desculpas que não citarei aqui. Espero que gostem do capítulo e do novo personagem que aparecerá nele! Boa leitura!



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Os olhos de Scarlet Crimson estavam pesados e ela sentia uma dor alucinante no lado esquerdo da cabeça. Percebeu que se encontrava em um lugar desconhecido, cercada de árvores, arbustos e folhas, e chutou que fosse uma floresta. Bastante calma, por sinal, e não sabia se ainda encontrava-se em Rivertown. Estava amarrada firmemente por uma corda em um carvalho, e ainda meio sonolenta. Depois de acordar realmente, se lembrou do que havia acontecido: do roubo da carne de porco, de sua briga com Peter Pan na taverna e dele segurando uma pedra com um olhar assassino, prestes a derrubá-la com a arma improvisada. O rapaz deveria ter arrastado-a para aquele lugar.

Esperou alguns instantes para ver se o cenário mudava, e reparou nos detalhes da situação: ainda estava com suas roupas, menos a capa vermelha, o que a deixou furiosa. Também não encontrava a sua besta e a sua adaga. A árvore na qual estava presa era muito alta e grossa, então ela não teria muitas chances de se beneficiar daquilo para escapar. E parecia estar sozinha ali...

– Bom dia, senhorita - ela reconheceu o dono da maldita e sarcástica voz que vinha de trás de si: Peter Pan. Fechou os olhos e respirou profundamente, preparando-se para o que estava por vir.

– O quê vai fazer comigo? - Scarlet foi direta. Se o rapaz iria matá-la e tomar o seu sangue para praticar alguma bruxaria, que fosse rápido. Ela sabia que ele era um bruxo depois do salto que deu pela janela da taverna, na primeira vez em que se viram.

– Não se preocupe, não vou ser mau com você. Vou simplesmente te deixar aqui, amarrada ao carvalho - Peter finalmente surgiu em sua frente: os cabelos ruivos bagunçados, os belos e enigmáticos olhos castanhos e o seu sorriso maroto. Se ele não tivesse tentado matá-la, até seria belo... Usava as mesmas roupas de antes, exceto pelo chapéu que tinha em sua cabeça agora: verde da mesma cor de sua camisa e com uma pena vermelha saindo da aba esquerda.

– Eu ainda não entendi... Por quê? Por que me prendeu aqui? - Scarlet fez de conta de que não sabia a resposta.

– Você me atacou quando eu estava apenas tentando ser amigável. O que mais você queria que eu fizesse? Defendi-me, é claro.

– Te ataquei porque pensei que fosse um bruxo! Você pulou da janela do segundo andar da taverna e não ganhou nenhum arranhão, além de vir pra cima de mim daquele jeito!

– Um bruxo? - estranhamente, o garoto continuou a sorrir, gargalhando - Eu não sou um, mas não quer dizer que não possa ter os meus truques... Acho que já te falei isso - Scarlet ficou com mais raiva ainda e teve vontade de socá-lo, demonstrando isso com vários xingamentos desferidos contra Peter.

– Seu merda, idiota, filho da puta! Aposto que a sua mãe deu para... - os palavrões foram interrompidos por um grito de Pan. Um grito diferente, com uma voz mais grossa, forte e um pouco aterrorizante.

– NÃO FALE DA MINHA MÃE, SUA VADIA! - Repentinamente, ele socou o rosto da garota, que deixou sua cabeça cair para o lado. Crimson cuspiu um pouco de sangue, pois havia ferido a bochecha com o golpe, e sentiu-a formigar e começar a doer muito. Olhou para o rapaz, que estava com a mesma expressão de quando a acertou com a pedra, mas não estava sorrindo. Seus olhos estavam estranhamente grandes e olhavam-na como se fosse uma presa, e na boca os dentes à mostra, respirando alto e profundamente. Uma expressão de simples e puro ódio, com um pouco de tristeza.

– Ó, quer dizer que você precisa que a mamãe te proteja para não apanhar de uma garota? Foi ela que me prendeu aqui, não é? Sei que você não teria coragem - mesmo com a cabeça doendo muito, a garota ainda estava com raiva dele, e não conseguia parar de provocá-lo. Esse era o jeito dela, precisava mostrar para ele com quem havia se metido.

Outro soco, dessa vez mais forte e do outro lado do rosto de Scarlet, e um pouco mais de sangue sendo cuspido. Dessa vez, ela decidiu reagir e deu um chute entre as pernas do garoto, mas este conseguiu pará-lo com uma das mãos. Peter Pan simplesmente soltou o pé e se sentou, com as pernas cruzadas, na frente da garota. Com este gesto, a expressão psicopata dele sumiu e foi substituída por um de seus conhecidos sorrisos.

– Por favor, senhorita, peço para que não fale mal da minha mãe. É sério, isso vai ser melhor para você do que para mim - sua voz tinha voltado ao normal. De repente, Scarlet se lembrou de suas coisas.

– Nossa, que medo. O que mais vai fazer comigo? Estuprar-me, por acaso? E onde está a minha capa, a besta e as outras coisas?

– Não, eu não sou esse tipo de pessoa. As suas coisas estão atrás desse carvalho. Tente pegá-las quando alguém te soltar. E vá atrás de mim depois, para nós termos aquele encontro no bar. Vou esperar - ele deu uma gargalhada e se aproximou dela - E, a propósito, eu gostei de você - e se aproximou mais ainda. Estava a ponto de beijá-la quando ela cuspiu em seu rosto. O rapaz deu-lhe um forte soco na barriga, o que a fez gritar.

– Eu não queria fazer isso, mas você me obrigou - o sorriso de Peter incomodava Scarlet - Brincadeira, eu estava esperando para fazer isso o dia todo.

– Quer dizer que eu fiquei aqui apenas por um dia? Ainda bem... Mas por que não me bateu antes se queria fazer isso, imbecil?

– Porque eu tinha de esperar você acordar.

– Por quê?

– Porque seria mais divertido.

Scarlet finalmente percebeu o que aquilo significava para o garoto e com quem ela mesma havia se metido: Peter Pan era um psicopata, e ela teve muito sorte por não ter sido morta. Repentinamente, escutou um barulho de cascos batendo no chão ao longe e um relinchar de um cavalo. Peter rapidamente olhou para trás bem a tempo de ver o cavaleiro que chegava com seu alazão puro-sangue castanho. Com a sua armadura dourada cheia de adornos e uma capa vermelha pendendo nas costas, o desconhecido apontou sua fina e longa espada para o ruivo. Usava um elmo dourado para esconder seu rosto, e este tinha um penacho vermelho em cima. Scarlet percebeu os olhos azuis gélidos do homem passando rapidamente dela para Peter, observando da abertura do elmo.

– Liberte-a agora ou vai ter que lutar comigo – sua voz era jovial, lembrando a de um adolescente. Por que aquele idiota tinha que se meter nos assuntos dos outros? Aquilo era entre Pan e ela, e era ela que deveria chutar a bunda desse psicopata imbecil.

– Prefiro a segunda opção – disse Peter, cheio de si, puxando suas adagas. O outro desceu do cavalo e amarrou a uma árvore próxima, voltando rapidamente.

– Tenho pena de homens como você, seu imundo. Vamos acabar logo com isso para eu libertar a donzela que se encontra atrás de você, e se ela estiver ferida, faço questão de transpassar o seu coração com a minha espada.

– Ei, não me chame de donzela, idiota! – gritou Scarlet, o que fez com que Peter caísse na gargalhada.

Enquanto o rapaz se matava de tanto rir, seu adversário aproveitou para atacá-lo desprevenido, o que não deu certo, pois Pan rapidamente se preparou e se desviou do golpe. Uma série de ataques depois, Peter arranhou a armadura do desconhecido na diagonal, do ombro até a cintura. Vendo uma brecha nesse movimento, o cavaleiro usou uma das mãos para golpear o seu rosto, e a força do impacto o empurrou para trás. Mesmo com seu nariz sangrando, Peter Pan soltou uma gargalhada e se atirou contra o seu inimigo, com uma série de cortes de rapidez impressionante que só deixaram mais marcas na reluzente armadura. Depois, dirigiu seus ataques para o rosto do salvador de Scarlet, que simplesmente se jogou para um lado e acertou outro forte soco no rosto do atacante, logo depois apontando sua espada para a garganta do oponente que cuspia sangue no chão.

– Preferia ter usado apenas a espada, mas você me obrigou a usar os punhos – disse o garoto, embainhando sua espada e se voltando para Scarlet – Você está bem, nobre donzela?

– Eu já te disse para não me chamar de donzela, porra! – as palavras da garota impressionaram o cavaleiro – E você não está vendo em que estado eu estou? Então me solte agora ou eu é que vou transpassar o seu coração com uma espada!

– Desculpe-me, garota – continuou o desconhecido, um pouco incomodado com as palavras dela. Desamarrou a corda e soltou a garota, que correu para trás do carvalho para pegar os seus pertences –E qual seria o seu nome?

– Isso importa? – ela olhou-o com uma expressão tediosa – Scarlet Crimson, ao seu dispor – a morena fez uma sarcástica reverência – E quem é você?

O homem pareceu pensativo por alguns segundos, e finalmente retirou o seu capacete, deixando tanto Scarlet quanto Peter Pan, que tentava em vão roubar o cavalo do cavaleiro, completamente perplexos e um pouco maravilhados.

– Eu me chamo Johan – respondeu o homem, colocando uma mecha de seus cabelos feitos de ouro para o lado, que reluziu ao encontrar a luz do sol.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que comentem! Já vou adiantando que o Johan será o responsável por várias tretas que ocorrerão durante a história... Estejam preparados! Até a próxima.



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