— Você não é um monstro, não fale desta forma. Transformou-se por quem ama e nunca matou ninguém... Você é melhor do que muitos humanos, Dimitry.

Ela era Mary, definitivamente, aquela por quem tanto aguardei. Mas, também era Doralice.

E eu amava ambas.

Apreciei mais uma vez a necrópole que agora encontrava-se aformoseada e alegre. Doralice coloria todo o ambiente preto e branco, dissolvendo a apatia com tua aura tão encantadora quanto a de um petiz.

— Obrigado. Mary seria a primeira a dispor-se alegrar este lugar ao ver o que ele tornou-se.

Ela sorriu, desviando o olhar para uma das lápides. Descobri que mesmo estando morto, meu coração era capaz de aquecer-se. Eu suportaria toda a eternidade se pudesse contemplar tal sorriso todos os dias.

— Venha, desejo presentear-te com algo.

Conduzimo-nos ao aposento de Mary e lá ofereci-lhe um baú com tua vestimenta favorita.

Ela, como apreciadora de quinquilharias antigas, logo apaixonou-se pelo vestido, pelo vilarejo esquecido e pelo vampiro solitário que o habitava.

Em dois dias, construímos — ou despertamos — um vínculo afetivo indestrutível.

Ela vestiu-se, estava formidável.

— Dimitry — chamou-me. — Eu não me importo se... Eu quero que você me morda. Meu sangue te faria bem, não é? Eu quero ajudá-lo.