A Melhor Fic de Jacob e Nessie escrita por Franck


Capítulo 52
A musica Surpresa




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Um silêncio cruel tomou conta do carro. Eu não sabia mais o que falar para anular essa idéia insana da cabeça de Alice, e do jeito que ela é teimosa com certeza levará isso adiante. Um banho! – Pensei sentindo minhas pálpebras tremerem com a hipótese de nós dois dentro de uma banheira.

- Você vai mesmo tomar um banho? – Falei ao perceber que já estávamos quase chegando.

- Nós – destacou - vamos tomar um banho! Você é um cachorro Jacob e não um porquinho... – Alice fez piada entre risos.

Simulei um sorriso forçado. Como ela poderia estar tão relaxada com essa idéia? – Pensei completamente atormentado com isso.

Quando chegamos à frente da casa, coloquei Alice no meu colo.

- Por que você fez isso? – Perguntou confusa com minha ação estranha.

Abri a porta do carro e expliquei:

- Você sai pela porta do motorista e não precisa largar minha mão. As dores parecem ter ficado mais intensas com a presença da fadinha lá na casa de vocês. É melhor não arriscar...

O rosto de Alice abriu um largo sorriso, seu corpo se revirou sobre o meu colo – ficando de lado. Em seguida, segurou meu rosto com as palmas e deu-me um beijo na testa seguido de um sussurro: “Obrigado”.

Assenti, comovido, com sua reação.

- O que foi isso? – Esbravejei irritado ao ver a porta da casa aberta e o trinco no chão, quase destruído. – Será se entraram pra roubar?

- Não, nenhum ladrão usaria uma bomba pra arrombar uma porta Jake. Sem falar que não levaram nada... – Falou Alice observando a sala. – Isso só pode ter sido obra de alguém que estava com muita raiva e não te encontrou em casa;

Nos olhamos e o nome do culpado saiu automaticamente de nossas bocas: “Edward!”

Ri incrédulo com a lembrança da idiotice que Edward pretendia fazer.

- Ta vendo Jacob. É isso que dá querer fugir com a filha dos outros... – Alice ironizou com um sorriso torto.

Franzi o cenho atordoado. Não entendi suas palavras.

- Jasper me contou o sonho de Nessie. Vocês dois, fugindo de tudo e de todos...

- Há sim! Isso... – Lembrei, ficando um pouco sem jeito. O sonho de Renesmee me veio novamente à cabeça. Nós dois, numa praia deserta, fazendo amor na praia... Sua pele macia com um perfume sem igual invadindo meus sentidos e me fazendo flamejar de desejo. Seus lábios sedentos pelos meus e seu corpo totalmente entregue ao meu...

- Jake! – Alice estalou os dedos na frente do meu rosto, interrompendo o transe. Perdi-me completamente nos devaneios da minha pequena. – Vamos?

- Pra onde?

- Pro banho seu bobo. Você precisa dormir lembra?

- Dá pra me explicar como faremos isso sem que... – Ruborizei sem saber como prosseguir sem constrangê-la. – você sabe...

- Relaxa Jake. Tenho uma idéia, se você for um bom menino... vai dar tudo certo.

- Suas idéias não são muito confiáveis Alice.

- Como assim? – Alice virou-se, ficando de frente pra mim, segurando minha mão direita e arqueando uma de suas sobrancelhas completamente confusa.

- Lembra que hoje cedo você teve a “brilhante” idéia de trocar de roupa antes de a gente sair pra caçar?

- Hunrrum. O que teve demais nisso?

- Bom, Nessie veio aqui tentar impedir Edward e encontrou seu sutiã no quarto.

- E... – Disse Alice, fechando a cara, me incentivando a continuar.

- E ela pensou que eu e você... – fiz uma pausa - você sabe, nós... – baixei o rosto, constrangido.

- Da pra falar de uma vez Jacob! – Falou apertando minha mão.

- Ela pensou que nós tínhamos transado e era por isso que sua roupa estava espalhada pelo quarto.

O queixo de Alice “caiu” e sua expressão ficou vazia.

- O quê? – Gritou num tom de revolta.

- Isso mesmo que você ouviu.

- Mas, isso é um absurdo! – Exclamou soltando minha mão e virando-se de costas pra protestar histericamente.

Seu rosto congelou e antes que suas mãos pudessem envolver sua cabeça por causa da dor, eu a abracei rapidamente.

- Eu sei que não faz o menor sentido. Mas, dá pra você se controlar e não largar a minha mão? – Ela estremeceu em meus braços com o tom de “bronca”.

- Desculpa. Eu esqueci desse detalhe... – Disse mais calma – E agora entendo muito bem a rejeição de Nessie lá na nossa casa.

- Rejeição?

-Hunrrum. Nessie estava indiferente comigo o dia todo.

- Não percebi nada disso Alice.

- Quando a garotinha – Mari - apareceu, fiquei observando seus modos e características. Minhas observações me lembraram de como Nessie se assemelhava em algumas coisas a ela. Nessie estava abraçada a nós e eu a olhei, rindo gentilmente, mas ela não retribuiu. Ao contrário, fechou a cara e simplesmente fingiu que eu não estava ali com vocês.

- Você tem certeza disso?

- Claro que tenho Jacob. Conheço minha sobrinha muito bem e ela estava chateada com alguma coisa, só não imaginei que fosse comigo. – Lamentou.

- Isso tudo não está sendo nada fácil pra Nessie. Desde que a pedi em casamento nós mal ficamos juntos.

- Eu sei que a culpa é minha... – Alice baixou o rosto.

- Não, a culpa não é sua. – Falei erguendo seu queixo com a ponto do dedo indicador – ninguém tem culpa do que está acontecendo. Estamos apenas lidando com uma situação difícil. Precisamos apenas ter cuidado, só isso...

- Como assim? – Seus olhos captaram os meus.

- Esse banho, por exemplo, é um passo muito arriscado não acha?

Alice me olhou, incrédula.

- Não há nada de arriscado nisso Jacob. Sem falar que amo Jasper e isso nunca vai mudar, acredite.

- Não estou falando de amor e sim... de sexo!

Alice deu um passo meio longo pra trás, mas dessa vez não largou minha mão. O espanto tomou conta de suas expressões.

- Você se sente atraído por mim Jacob Black? – Perguntou.

- Do jeito que está agora – vestida – não. Mas não posso dizer o mesmo de você nua e tão perto de mim.

- Então você me acha bonita e atraente? – Indagou orgulhosa.

- Não. Acho você bonita e sexy, é diferente!

Alice arfou, sem graça.

- O que foi? – Perguntei devido ao olhar de “águia” que se formou em seu rosto.

- Não sei se te dou um tapa ou agradeço pelo elogio. – Disse rindo e me contagiando com seu bom humor. Alice sabia relaxar qualquer tipo de conversa. – Agora venha comigo, prometo me manter o mais distante possível de você durante o banho ok? – Deu-me uma piscadela e me puxou rumo as escadas que conduziam ao quarto.

A baixinha estava no comando, levou-nos até as malas que trouxemos de sua casa e delas retirou suas roupas intimas, um short jeans e uma blusa azul claro.

- Essas são pra você – Disse jogando pra mim uma bermuda preta e uma cueca boxer branca.

- E a camisa? – Perguntei.

- Depois do banho você vai dormir lembra?

Assenti.

- Não lembro de termos comprado cuecas no shopping – Falei olhando pra peça, ainda com a etiqueta.

- Eu comprei enquanto você trocava de roupa no provador, fiz mal? – Alice confessou, meio sem jeito.

- Não, tudo bem...

Ela relaxou os ombros, aliviada. Certamente esperava uma nova bronca por ter sido tão invasiva. Mas fazer o que se estou tolerando Alice Cullen! – Pensei rindo comigo mesmo.

No caminho até o banheiro, ela lembrou de algo e voltamos próximo à cama. Alice pegou minha camisa que havia rasgado para vendar meus olhos hoje cedo. Imaginei então, qual seria sua “nova e brilhante” idéia.

Meu quarto é enorme, uma verdadeira suíte de luxo. Coisa típica da família Cullen. Esme personalizou alguns cômodos ao meu gosto, mas os espaços se assemelham muito ao modo de como eles gostam das coisas. Acomodamos as roupas limpas sobre o armário de toalhas, próximo a um enorme espelho. Em seguida, Alice ligou a torneira da banheira e despejou na água um produto que formou uma espuma alta e volumosa. Além disso, também acrescentou uma essência que exalou um aroma muito agradável no ambiente.

- Enquanto a banheira enche, podemos nos preparar pra entrar. – Murmurou.

Consenti tirando os sapatos. Levantei a camisa na altura do peito e pedi que ela colocasse as mãos na minha barriga, deixando minhas mãos livres para que eu pudesse retirar a camisa. Ela cedeu e suas mãos permaneceram ali... Desabotoei a calça e a desci completamente. Os olhos de Alice saltaram para meu corpo e o constrangimento me fez desviar de seu olhar.

- Pronto! – Suspirei tentando interromper seu olhar indiscreto. Mas, não funcionou... – O que foi?

- É que... você é bonito Jake. Bonito e... sexy! – A ultima palavra saiu num sussurro quase inaudível.

- E isso te atrai? – Revidei com a mesma pergunta que ela tinha feito há instantes atrás.

- Não. Isso me perturba, é diferente.

Nós rimos completamente sem graça.

- Tem que tirar a cueca também? – Perguntei estranhando sua demora.

- Não. Na banheira, a roupa de baixo basta!

- Então... É sua vez. – A encorajei.

- Ok. – Disse pegando minhas mãos e colocando-as em seu quadril.

Alice tirou a blusa, ficando apenas de sutiã.

- Pensei que você vendaria meus olhos pra fazer isso... – Falei desconcertado com a cena...

- Não precisa, se você não olhar. – Disse erguendo, suavemente, minha cabeça com as mãos.

- Faz sentido... – Pensei olhando para o teto.

Em seguida, subiu minhas mãos até seu rosto e tirou a calça jeans que usava.

- E agora, o que faremos? – Perguntei.

- Espera um pouco, estou pensando...

- Pensei que já tivesse feito isso antes de ter essa idéia...

- Não dava pra arquitetar um plano de mestre tão rápido Jacob. – Justificou ironicamente. – Vamos, a banheira já está cheia... – Falou segurando minha mão e levando-me para a água.

Ficamos um de cada lado da banheira, de frente, um para o outro. O toque não foi interrompido porque seu pé ficou sobre meu abdômen.

Minha única visão agora era os ombros nus de Alice. A espuma protegia qualquer visão abaixo das águas.

- Por que escolheu a banheira? – Quebrei o silêncio.

- As essências de banho limpam e perfumam a pele. Depois, é só tirar o excesso no chuveiro.

- E quanto tempo leva isso?

- Relaxa ai Jake, são só uns dez minutinhos.

Assenti, fingindo não sentir o pé de Alice escorregando por minha barriga.

- Jake, você e Nessie pretendem se amar antes do casamento?

- Nós já nos amamos Alice. Eu sempre a amei...

- Não estou falando de sentimento Jacob.

Captei o que ela quis dizer:

- Não. Nessie tem princípios particulares e prometi que seria tudo no tempo certo.

- Hum... admirável de sua parte, se guardando pra mulher amada. Minha sobrinha realmente tem muita sorte.

- É, mas se dependesse do meu desejo e dos meus pensamentos já teria acontecido. – Minha voz soou mais rouca que o normal - Não vejo a hora de amá-la completamente.

Alice suspirou e ri do seu comportamento bobo e romântico.

- Você pode parar com isso? – Falei meio constrangido.

- Com o que?

- Não sei se percebeu, mas está esfregando seu pé na minha barriga.

- Oh Jake! Estou te machucando?

- Não. Não é isso... É que esses movimentos estão me deixando... “quente!”.

Alice riu e mecheu com o pé. Sem querer, o deslizou por meu membro e me fez sentar rapidamente na banheira, esquivando-me de seu corpo. Com o susto, esqueci de sua dependência e seus olhos comprimiram de dor. No mesmo instante, me ajoelhei na banheira e a trouxe para meus braços.

- Você está bem?

- Só cheguei a ficar tonta Jake.

- Acho melhor sairmos daqui.

Alice assentiu levantando-se. Segurei sua mão e caminhamos até o chuveiro para uma “ducha” de água. O silencio voltou a prevalecer entre nós. Os dois estavam inertes enquanto a água descia por nossos corpos.

- Desculpa Jake. Foi sem querer, eu juro... – Disse ela com o rosto baixo de vergonha.

- Eu sei Alice. Nossos corpos estavam lisos e escorregadios, só me assustei com o toque. Digamos que eu não estava muito “calmo” naquele momento.

- Culpa do meu pé? – Perguntou.

Ri de como ela colocou a situação.

- Também. O seu pé teve grande parcela de culpa sim...

Nós rimos.

Peguei duas toalhas e depois de nos enxugarmos, vi que Alice estava com a camisa rasgada nas mãos.

- Vai me vendar agora?

- Hunrrum, agora temos que nos despir completamente, é melhor não arriscar. – Disse num tom humorado.

O mesmo procedimento se repetiu... Minhas mãos em seus quadris enquanto ela vestia a blusa limpa e depois, em seu rosto... enquanto ela vestia suas peças intimas e seu mini short. Depois, tirou a venda dos meus olhos e estendeu-as pra mim.

- Agora é você... – Disse.

Peguei a venda e envolvi seus olhos. Uma de suas mãos circundou meu pescoço e a outra espalmava um lado do meu rosto.

Troquei de cueca e vesti a bermuda preta em poucos segundos.

- Pronto... – Falei tirando a venda de seus olhos.

- E aí, o banho foi tão difícil assim? – Perguntou Alice agarrando meu braço e me levando junto à cama.

- Não. Você ajudou muito... principalmente com seu pé. – brinquei com a situação embaraçosa.

Alice bateu em meu ombro sorrindo. Baguncei seus cabelos úmidos e ri do momento de descontração. Peguei Alice no colo e a joguei sobre a cama, indo rapidamente ao seu encontro.

– Pensei que estivesse com sono Jacob... – Disse segurando meu braço.

- Eu estava, mas despertei com o banho.

- Isso não é bom. Você precisa dormir, se não vai estar caindo pelos cantos quando o dia amanhecer...

Assenti e fechei meus olhos. Alice, que estava deitada de lado - de frente comigo - e segurando minha mão, agora tinha se virado para o lado contrário, levando minha mão junto. Talvez pensou que eu não conseguiria dormir com ela me olhando diretamente. A solidão ocupou um espaço considerável na minha mente. Então, resolvi me aproximar.

- Posso? – Falei envolvendo Alice com o braço. Numa espécie de “conchinha”.

- Hunrrum. – Autorizou segurando meu braço que lhe envolvia a cintura.

Não vi a hora que peguei no sono, a única coisa que consigo recordar é o aroma suave e renovado que vinha da pele macia e dos cabelos úmidos de Alice.

RENESMEE

- Espero que fique bom ou terei que pedir a ajuda do papai – Pensei comigo mesma enquanto tentava encontrar a nota certa para as ultimas linhas da canção que fiz para meu casamento. Meus sentidos foram desconcentrados quando vi dois olhos grandes, piscando rapidamente, e me observando atrás do piano.

- Você ficou linda Mari! E o tamanho da roupa ficou perfeito pra você. – Falei olhando para a fadinha na minha frente. Mari vestia roupas minhas que estavam em ótimo estado de conservação. O fato de eu ter crescido tão rápido colaborou para o desperdício de muitas roupas que tia Alice comprava semanalmente.

- Obrigada senhorita Renesmee. – Disse a criança quase se curvando.

- Me chame apenas de Nessie querida. Não precisa toda essa formalidade.

- Desculpe senhor.. Nessie – Corrigiu. – É que não lhe conheço muito bem e sinto estar lhe desrespeitando se não chamá-la de senhorita.

Assenti, estranhando um costume tão antiquado.

- Não se preocupe com isso. Nada mais de senhorita ok? Apenas Nessie ou Renesmee... Mari riu e se aproximou mais de mim. - Como foi o café da manhã com a vovó?

- A tia Esme é muito legal! E cozinha muito bem, é uma pena que não consiga saborear sua própria comida.

- Não tem problema, vovó se satisfaz com um bom elogio. Ela ama cozinhar e nessa casa só eu me alimento de comida humana, então... Bem vinda ao “clube”. – Tentei disfarçar o nojo, mas lembrar de comida humana não era tão saboroso assim.

- Você não gosta? – Perguntou a garotinha.

- Não muito. Não é tão apetitoso como sangue...

O rosto da menina escureceu com as minhas palavras.

- Não gosta de sangue? – Indaguei ao lembrar que ela também era mestiça.

- Não! Sou obrigada a beber porque a sede é muito forte. Mas eu não gosto de matar os animaizinhos da floresta – Disse com os olhos cheios de lágrimas.

Estreitei os olhos e mordi o lábio inferior completamente sensibilizada com a angustia da pequena. Instintivamente, eu trouxe Mari para meu colo.

- Não precisa ficar assim meu anjo, você não está fazendo nada de errado... – Disse afagando seu rosto com minhas mãos. – Olha pra mim – Pedi.

Mari ergueu sua cabeça. Seus olhos grandes e castanhos me observavam atentamente.

- Você já viu os seres humanos de perto? – Perguntei.

Ela fez um “não” com a cabeça.

- Aparentemente, eles são iguaizinhos a nós. Também possuem sentimentos, emoções... e o sangue dos seres humanos é muito mais apetitoso pra nós do que o dos animais. Você ficaria feliz se tivesse que se alimentar de alguém que é igualzinho a você?

- Não Nessie, nunca! – Exclamou espantada.

- Então, os animais também são inocentes. Mas, nos ajudam a resguardar as pessoas. É uma espécie de cadeia alimentar, um sobrevive do outro. – Tentei exemplificar.

- Na natureza costuma ser assim mesmo.

- Pois é florzinha, nós apenas protegemos quem amamos. Não precisa se sentir culpada...

Mari exibiu um largo sorriso e eu retribuí com um abraço forte e carinhoso.

- Que melodia era essa que você tocava quando entrei na sala?

- É que eu estava terminando os arranjos de uma musica que fiz para o meu casamento.

- Você vai se casar? – Os olhos da criança brilharam e começou a bater palmas euforicamente.

- Vou sim... – Falei rindo de sua animação – Você lembra daquele jovem moreno e forte que estava aqui ontem à noite?

- Acho que sim, um que estava abraçado com você e a outra moça?

Assenti, lembrando de titia.

- É ele o seu noivo?

- Hunrrum. O nome dele é Jacob. Jacob Black!

- Isso é tão lindo! Adoro casamentos, posso te ajudar com a canção?

- Você sabe tocar piano?

- Oh sim! Sou muito boa, a madrinha Débora me ensina desde sempre...

- Desde sempre? – Franzi o cenho, confusa.

- Cresço muito rápido e não tenho muita noção de quanto tempo faz.

- Hum... entendo você. Passei pela mesma coisa quando criança.

Mari sentou-se ao meu lado e começou a tocar estrofes que eu já tinha cifrado. Decidi cantar enquanto ela tocava com maestria.

- Sua voz é tão linda! E a música é perfeita. Só precisa de uns retoques... – Falou pegando a folha e o lápis que estava sobre o piano – Prontinho! – Anunciou após desenhar algumas notas e apagar outras. Toquei a musica novamente com as mudanças feitas por ela.

- Ficou maravilhoso. O final está lindo Mari! – Elogiei completamente agradecida.

- No entanto, ficaria melhor se fosse um dueto. – Sugeriu.

- Eu sei. Compus a música com esse pensamento. Só não sei se Jacob vai aceitar cantar comigo.

- Se ele não quiser, Angus canta com você.

- Angus?

- Sim, ele tem uma voz bonita. Não tão grave quanto precisamos na música, mas serve.- terminou de falar rindo discretamente.

- Pode ser. – Concordei, tentando esconder a onde de tristeza que me atingiu de repente.

- O que foi Ness? Porque você ficou tão desanimada?

- É que... sinto saudades do Jake.

- É só ir a casa dele ué...

Ri com a solução tão simples da garota.

- Tenho saudades de estar com ele, conversar... sozinhos sabe?

- E por que você não faz isso? – Perguntou, inocentemente.

- Ele está com tia Alice agora.

- Quem é a tia Alice?

- A moça que também estava ao lado do Jake ontem. Que sentia muita dor na cabeça...

Mari ficou em silencio e seus olhos entristeceram.

- A cabeça dela dói por minha causa. Eu não queria fazer isso, eu juro Nessie! – Disse abraçando-me de lado pela cintura.

- Eu sei disso Mari... E ela também sabe. Titia está apenas indefesa com você por perto, mas Jacob está ajudando, não se preocupe.

- Não entendi isso ontem à noite. Seu noivo cura as pessoas igual minha madrinha?

Ri com a comparação.

- Não Mari, ele não cura. Jacob é um lobisomem – A garota fez um “O” com a boca – e seus genes ajudam a “cegar” tia Alice. São as visões sem controle que a fazem sofrer.

- Então ela não consegue controlar seus poderes porque sou diferente?

- Basicamente, é isso. – Disse simplificando as coisas.

- Então você está aí mocinha... – Exclamou vovó adentrando a sala com mamãe e papai. – Lembra que prometeu me ajudar no jardim depois do café?

Mari fez um “sim” com a cabeça e correu, toda animada, em direção à Esme. As duas saíram rumo ao jardim.

- E você filha, já tomou seu café da manhã? – Mamãe perguntou, preocupada.

- Ainda não.

- Você precisa comer Nessie! – Disse papai juntando-se a mim ao piano.

Seus lábios projetaram um sorriso torto a me ver escondendo a letra da música nas mãos.

- É uma surpresa! – Pensei e ele concordou com a cabeça.

Se eu não podia esconder nada de sua mente curiosa, faria isso pelo menos com o resto da família, inclusive mamãe.

- Agora vá comer algo na cozinha Nessie. Você precisa estar forte para mais tarde...

- Como assim, o que tem mais tarde? – Fui afetada pelos mistérios de papai.

- Você não vai visitar Jacob querida? – Indagou mamãe.

- Não sei se é uma boa idéia... – Baixei o semblante lembrando de tia Alice lá “pendurada” em seu pescoço a todo instante.

- Não se preocupe com isso Ness – Disse papai, respondendo aos meus pensamentos melancólicos – Jasper teve uma idéia que lhe agradará muito. - Concluiu sorrindo com cumplicidade.


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Notas finais do capítulo

Demorei a postar pq o PC queimou. Mas, não vou parar de escrever... até lá estarei me "virando nos 30" pra continuar postando...kkkk'
E aí, gostaram do PRESENTE DE NATAL? Rsrsrs. Desejo a vcs ótimas festas e um ano novo repleto de conquistas e muitas felicidades.
Adorei os comentários do cap. anterior...
Bom, estarei esperando meu presente de natal: Lindas RECOMENDAÇÕES!..hehehe'
BjOOO e atéh...