A Melhor Fic de Jacob e Nessie escrita por Franck


Capítulo 47
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JACOB


– Que droga! Ainda não acredito que fiquei tão excitado com o sonho da minha Nessie. – Pensei comigo mesmo. – Apesar do constrangimento, ao demonstrar visivelmente meu desejo, é maravilhoso saber que ela nutre os mesmos sentimentos e vontades que eu. Não dar pra esquecer todo o seu desejo por mim enquanto estávamos naquela praia, é uma pena que tudo foi um sonho. Pois eu teria feito tudo o que a minha Nessie pedisse. Realizaria todas as suas fantasias e desejos, sou capaz de tudo para fazê-la a mulher mais feliz desse mundo. Amá-la, além das fronteiras de qualquer território e principalmente dos obstáculos que sempre aparecem. Fui um idiota completo até aqui, agora que tenho a plena certeza de todo seu amor por mim, farei de tudo pra compensar o tempo perdido. Prometi a mim mesmo que não deixaria de estar ao seu lado um só minuto. Quando comprei o anel de noivado, anulei o pedido de namoro que passei quase um ano ensaiando; não foi tempo perdido já que mudei apenas as falas. Namoro não se encaixava mais no tipo de relacionamento que eu pretendia ter com Nessie. Viver ao seu lado era meu destino, então pra que adiar ainda mais essa felicidade?

– Eu posso saber onde vocês estavam? – Exclamou Bella vindo ao nosso encontro, após perceber nossa chegada. Suas expressões oscilavam entre raiva e preocupação.

Nessie desceu das minhas costas e quando viu Alice dentro da casa, abraçou meu braço esquerdo. Tentei me convencer de que a aparição da baixinha não tinha nada a ver com a aproximação repentina de Ness. Estávamos em frente à casa dos Cullens e pela movimentação lá dentro, posso dizer que estão todos em casa.

– Estávamos na floresta mamãe. Por que você está assim? – Indagou Nessie aflita com o estado da Bella.

– Era pra todos virem pra casa. Não é seguro ficar por aí Ness...

– Mas, por quê? – Perguntei.

– Jake, você acha pouco o aparecimento do tal Angus?

– Ele disse que não precisamos nos preocupar Bella. Ele é do bem, relaxa...

– Bahhhh! – Bella socou meu ombro direito, mas não doeu. Ela estava fraca demais. – Relaxar? Jake, nós não sabemos direito o que aquele cara estranho é e muito menos o que quer de nós. Com tudo isso mal explicado você me pede pra relaxar! – Disse eufórica.

– Mamãe, nós estamos aqui; E estamos bem. – Disse Nessie abraçando-a.

As palavras de Bella me fizeram compreender seu desespero. Nós, realmente, não sabíamos nada sobre Angus. O que ele passou foi apenas uma sensação de segurança que pode ou não ser falsa. Bella tem todos os motivos pra temê-lo, a quase guerra com os Volturi há sete anos atrás foi no mínimo, traumatizante pra ela. O medo de perder tudo o que conquistou – Edward e Nessie – era algo que estava constantemente, estampado nas suas atitudes. O cuidado extremo e o anseio de sempre estar perto eram características marcantes do seu amor.

– Onde está papai? Por que não está aqui com você? - Perguntou Nessie.

– Edward está estranho. Não disse nada desde que voltamos da floresta. Quando chegamos foi direto para o jardim de Esme. Tentei acompanhá-lo, mas Calisle recomendou que eu o deixasse sozinho um pouco.

– Vovô já chegou da caçada?

– Sim, ele e Esme já estão a par de tudo. Mas, é melhor você mostrar como tudo aconteceu filha, Calisle está um pouco confuso com a fisionomia daquele homem.

– O Angus?

– Hunrrum... Seu avô acredita que ele possa ser um vampiro. E que talvez, esteja preparando uma armadilha.

– Mas isso não faz sentido Bella. Ele não tem cheiro de vampiro...

– É aí que pode estar a armadilha Jake...

Dei de ombros. É impossível afirmar qualquer coisa sem fatos.

– Vem filha, vamos até seu avô... – Chamou Bella, puxando Nessie pela mão.

– Você não vem Jake? – Perguntou Ness com os olhos estreitos.

– Não Ness, vou até o jadim falar com Edward.

Elas franziram o cenho. Confusas por minha decisão.

– Preciso conversar com seu pai Ness, não da pra continuar assim. Vou esclarecer algumas coisas ta bem? – Perguntei lhe voltando uma piscadela. Nessie sabia o que eu pretendia fazer e de seus lábios vi brotar um sorriso largo e cheio de ânimo.

– Pode ser perigoso meu amor... não acha melhor que eu vá com você?

– Não Ness, pode deixar... Sei o que fazer. – Falei beijando sua testa e me dirigindo ao caminho de pedras que levavam até as enormes vidraças que cercavam o jardim de Esme.



RENESMEE


– Porque vocês demoraram tanto pra voltar filha? – Perguntou mamãe assim que Jacob virou as costas.

– Aproveitamos o tempo a sós pra esclarecer umas coisinhas – mencionei, indiretamente, o sutiã de titia na cama de Jacob.

– Como assim?

– Nada não mamãe, deixa pra lá... – Respondi rindo enquanto adentrávamos a porta da frente.

Estavam todos os meus tios na sala principal. Tia Rose e tio Emmett estavam namorando tranquilamente no sofá, tio Jasper e tia Alice estavam em pé, próximos a janela que clareava a sala com a luz do dia, tio Jasper acariciava o rosto de titia lentamente. Eles namoravam de um modo super comportado comparados à tia Rose e Emmett. Assim que me viu, tia Alice veio ao meu encontro.

– Nessie! – Gritou meu nome enquanto me abraçava. Seu abraço foi sufocante e sua alegria a me ver, foi um tanto inusitada pra mim. – O Jake não veio? Posso sentir o cheiro dele, mas com certeza está vindo de você.

– Jake? – Falei levantando uma de minhas sobrancelhas... Apenas eu e mamãe tínhamos intimidade o suficiente pra chamá-lo assim.

– Eu falei Jake? – Perguntou ela, completamente embaraçada.

Fiz um “sim” com a cabeça e tia Alice reagiu:

– Há Ness, você e Bella usam demais esse apelido... É normal que os ouvintes assimilem o hábito.

– Não é não... – Disse tia Rose com cara de nojo. Sua expressão era mais do que comum já que falávamos de Jacob.

– E aí? Não vai responder... – Murmurou tia Alice, baixinho, quase que inaudível.

Antes que eu pudesse perguntar o porquê do interesse, mamãe se manifestou:

– O Jake foi para o jardim Alice, conversar com Edward.

– Vocês o deixaram ir sozinho? – Perguntou titia preocupada.

– O cachorro não é mais criança Alice... – Afirmou tio Jasper.

– Eu sei querido, mas Edward ainda pode estar muito nervoso...

– Não se preocupe. Edward está envergonhado o suficiente pra tentar algo contra Jacob. – Disse vovô entrando na sala com vovó. Os dois vinham da cozinha...

– Preparei um lanche reforçado para Jacob querida, até onde sei o pobrezinho não comeu nada ainda hoje. – Disse vovó.

– Não deu tempo de caçarmos nada Esme. Edward nos surpreendeu com seu ataque... – Disse tia Alice com um tom de revolta. Ela certamente já estava a par dos motivos que levaram papai a agir de forma tão precipitada.

– Obrigada vovó, ele vai adorar! – Falei abraçando-a. Vovó era tão frágil e amiga que às vezes confundia seu abraço com o da mamãe.

– Então Nessie, seus tios e sua mãe me contaram tudo sobre o episódio na floresta. Tanto os maus momentos de Edward quanto o aparecimento do tal estranho que está nos cercando. – Disse vovô.

– O Angus...

– Isso mesmo. Ness, o fato desse tal Angus não ser um de nós é o que me preocupa. Sem sabermos o que ele é, corremos um perigo de tamanho desconhecido. Podendo ser fatal para todos.

– Ele disse que é do bem...

– Eu sei. Mas não da pra acreditar num estranho querida.

Assenti. Vovô tinha toda razão. O que estava em jogo era a segurança de toda nossa família, inclusive Jacob. Não da pra vacilar quando o assunto é tão sério.

Vovô sentou no sofá e me encarou, eu sabia o que devia fazer. Me aproximei, devagar, e coloquei as palmas de minhas mãos ao redor de sua cabeça. Fechei meus olhos e concentrei-me nos momentos vividos na floresta.

Nos primeiros segundos de visão, vovô visualizou apenas vários borrões. Eu ainda tentava colocar tudo em ordem. “O filme” dos acontecimentos começou com a nossa chegada na floresta, transmiti toda a angústia que tomou conta de mim ao ver Jacob gruindo de dor ao ser lançado no chão pelas rajadas de vento provocadas por papai. As lágrimas começaram a rolar por meu rosto, não demorou muito e senti uma mão tocar meu ombro, era mamãe; ela sabia em que ponto das recordações eu estava, abri os olhos e seu semblante demonstrava que compartilhava da mesma dor. Voltei rapidamente de onde havia parado, mostrei ao vovô o que papai pretendia. Foquei na cena em que ele se prostrou no chão para ejetar seu veneno em Jacob, que ainda estava zonzo da rotatória a que foi submetido. Senti as têmporas do vovô se contrair em minhas mãos; eu sabia que não estava sendo nada fácil pra ele ver seu filho num estado de insanidade tão deplorável. “Não faça isso” – Disse Angus puxando o braço do papai e erguendo-o. Mostrei as características do “salvador” de Jacob, a pele morena e os cabelos encaracolados que lhe caíam sobre os olhos. Os mesmos olhos verdes que me fitaram diversas vezes enquanto estava conosco. As roupas diferentes que ele usava, o verde lodo que pigmentava suas vestes e o sorriso tão amigável que estendia a mim. O mesmo sorriso de quando nos encontramos a primeira vez no aeroporto de Washington.

Me esforcei para lembrar da conversa, sem esquecer de nenhum detalhe. Incluindo o ciúme de Jacob – me senti tão amada no momento que até esqueci do possível perigo que corríamos. Os dois lados da face do vovô se ergueram, num sorriso discreto, quando lhe mostrei a pergunta idiota de tio Emmett: “Então, você não é um taxista?”, e do papelão que passou diante de todos nós. Mas o clima de humor não durou muito, logo a tensão invadiu nossas expressões. Foi impossível manter-se calmo diante da promessa que Angus fez de nos visitar essa tarde: “– Então reúnam todos em sua casa hoje à tarde, inclusive você Jacob! Chegou a hora de vocês saberem o que está acontecendo e onde vocês se encaixam nos nossos planos.”

– Precisamos nos preparar querida. – Disse vovô abrindo os olhos.

– Como vovô? Se não sabemos nada sobre ele... – Falei trazendo minhas mãos para junto de mim.

A sessão “remember” com vovô tinha acabado e mamãe estava por perto, quase do meu lado. Seu apoio foi fundamental para que eu prosseguisse, rever os momentos que papai estava fora de si foi impactante. Uma dose de fraqueza – cedida por meu lado humana – tomou conta de mim.

– Está tudo bem filha?

– Hunrrum – Gemi pressionando meus lábios um contra o outro, apesar da fraqueza eu ainda estava lúcida e me manteria assim até o final da futura visita dos estranhos em nossa casa.

– Angus disse que não virá sozinho... – Lembrou tio Jasper.

– E segundo o que vi, através dos poderes de Ness, Angus tem um comandante. – Afirmou vovô.

– Como assim Calisle? – Perguntou mamãe.

– Uma espécie de superior Bella, alguém que está interessado em nossa família e que pode estar disposto a tudo para conseguir o que quer.

Um frio na espinha me atingiu com as palavras do vovô.

– Mas pode não ser nada demais Calisle. O rapaz pareceu ser inofensivo... – Falou tia Alice.

– Sem falar que ele simpatizou muito conosco. Principalmente com Nessie... – Disse tio Emmett num tom malicioso.

Antes que eu pudesse protestar, tia Rose socou o braço de seu parceiro e fez biquinho após chamá-lo de idiota. Titio apenas riu.

– Você tem sorte de Jacob não ter ouvido isso Emmett. Teria comprado uma briga feia com ele... – Murmurou tia Alice. Em seguida, envolveu tio Jasper pelo pescoço e os dois voltaram para seu canto perto da janela.

– O jeito é aguardar querido, não há nada que possamos fazer antes da visita desse estranho. – Recomendou vovó.

Vovô assentiu e sentou-se ao lado da vovó. Os dois estavam felizes, apesar da apreensão a qual estávamos submetidos. Vovó lamentava diversas vezes o trabalho de vovô Calisle, pois com tantos casais ao seu lado, ficava difícil não sentir-se deslocada. Seu refúgio era o jardim, onde se ocupava em cuidar de suas plantas e dos mais variados tipos de flores que enfeitavam tanto o jardim quanto a estufa. Eles tinham saído para caçar durante o amanhecer e a felicidade de ter vovô por perto era evidente no sorriso singelo e meigo de vovó Esme. Sua tranqüilidade me fez relaxar e perceber que indiferente de qualquer perigo, estamos todos juntos e isso é o mais importante.

– É melhor você subir e descansar um pouco Ness, - Orientou mamãe, tirando-me dos meus devaneios.

Concordei com sua sugestão, não de dormir e descansar. Mas de subir para o meu quarto e ficar um pouco sozinha. Lembrar do jardim me alegrou, enfim terei tempo e disposição para colocar uma idéia maravilhosa que tive para meu casamento. Isto é, se Jacob obtiver êxito na conversa com papai. Ao contrario disso, me casarei longe. E meus planos para esse dia tão especial serão completamente afetados.


JACOB


– O que você quer? – Ouvi a voz de Edward ressoar antes mesmo que eu pudesse vê-lo. O jardim de Esme estava diferente, comparado a última vez que estive aqui. O caminho estava tomado de árvores quase do tamanho das que existem na floresta. Trilhas direcionavam para os três lados da “reserva” artificial mantida pela ”mamãe Cullen”, o caminho do meio era longo e direcionava até a estufa. Era possível avistá-la no inicio da trilha.

– Até parece que você não sabe... – Falei alto, mencionando indiretamente o poder de Edward.

– A minha opinião sobre isso não faz a mínima diferença. Por isso, vá embora! – Esbravejou ele. Sua voz vinha do caminho que seguia para a direita, se eu não pudesse detectar os sons com a facilidade de um lobo, com certeza ficaria um tempo rodando pelo jardim até encontrá-lo.

Caminhei pela trilha, do lado direito do jardim. O visual do lugar estava aprimorado, as flores do caminho pareciam sorrir pra quem passava.

– Edward? – Chamei... – Edward? – Olhei para os lados, e nada.

– Onde está aquele vampiro idiota? – Pensei nervoso.

– Aqui em cima. – Respondeu indiferente.

Levantei o olhar e vi Edward sentado sobre o galho de uma arvore. De onde eu estava, era possível visualiza-lo apenas de perfil, seu corpo formava um “L” sobre o galho e seus olhos encaravam apenas o horizonte.

– Você pode descer pra gente conversar. – Pedi.

Edward saltou do galho e em menos de dois segundos, estava diante de mim.

– O que você quer Jacob?

– Você sabe muito bem porque estou aqui.

– Já disse que não importa o que eu acho sobre você e Ness.

– Edward, ela é sua filha! Como pode dizer isso?

– E que diferença faz se eu sou a favor ou contra esse casamento?

– Ela te ama, e só será feliz se você apoiá-la em sua decisão.

– Jacob, será se você não percebe que essa decisão de vocês é muito precoce. Você já é um homem, sabe muito sobre a vida e principalmente sobre o amor. Não pode querer que Nessie, com apenas sete anos tenha a mesma experiência que você.

Arfei, rindo incredulamente de suas palavras.

– Quem disse que eu sei alguma coisa sobre o amor? A única pessoa que amei foi Nessie. Não considero a paixão que um dia senti por Bella, já que os sentimentos que eu nutria por ela nunca foram correspondidos. Com Nessie, é diferente. Considere Edward, ela não é mais nenhuma criança. Sua idade é completamente desproporcional ao grau de estatura e conhecimento que ela possui.

– Jacob, são apenas sete aninhos.... – Disse ele, num tom de lamento.

– Pelo amor de Deus Edward! – Esbravejei - Não fale como se eu fosse um pedófilo, uma criança de sete anos não é como Renesmee. E muito menos sente o que ela está sentindo por mim. – Ao falar sobre o amor de Nessie, as imagens de nós dois naquela praia – em seu sonho – invadiram minha cabeça. Edward estreitou os olhos, que se encheram de dor, ao compartilhar da minha lembrança.

– Quando me casei com Bella, a hipótese de termos um filho estava completamente fora de questão. – Começou a falar virando-se de costas. – A idéia de nunca ser pai foi algo que o tempo me ajudou a aceitar. Quando Bella engravidou, o terror de que a criança pudesse ser um monstro me assombrou por completo. Você não tem idéia de como foi desesperador... - Manti meu semblante baixo, percebi que Edward estava em pleno desabafo de suas emoções. – Mas tudo mudou quando consegui ouvir os pensamentos de Nessie pela primeira vez – ele riu bondosamente – ainda no útero de Bella. Apesar de não aceitar completamente o fato de Bella suicidar-se com aquela atitude, um pouco de mim aprendeu a amar o ser que se formava dentro dela. Enfim, Nessie nasceu. Você pôde acompanhar de perto todas as complicações após seu nascimento: O confronto com os Volturi, seu impriting por minha filha...

– Desculpe Edward. Mas não foi algo ruim eu ter tido meu impriting por Nessie...

– Não pra você. Mas essa magia maldita condenou qualquer possibilidade que eu tinha de ter uma vida normal com minha família.

– Qual é? Mesmo se o impriting não tivesse acontecido, Nessie se apaixonaria algum dia. Se isso aconteceu comigo é porque daria certo, o impriting não erra. Imaginou se Nessie se apaixonasse por um humano comum?

Edward franziu o cenho e com certeza pensou nessa possibilidade.

– Seria desastroso. – Falei. – Ela viveria tudo o que você e Bella viveram no passado. O mesmo dilema... Nessie seria a hibrida que não envelhece e o garoto humano sofreria os mesmos medos que Bella já sofreu antes de se transformar na sua espécie.

– Se acontecesse, daríamos um jeito de contornar essa situação...

– Não haveria outro jeito Edward. Pense bem, Nessie apesar de estar apenas com sete anos de idade, pensa e age como uma jovem de dezoito a vinte anos; sem falar da sua aparência que corresponde à personalidade que ela possui agora.

– Você tem razão... Mas pra que casar agora? Vocês nem namoraram direito. Se não fosse por Thyfane, Nessie ainda nem teria certeza de seus sentimentos. Na verdade, a culpa de todo o sofrimento da minha filha é sua e daquela garota fútil que você namorou.

As palavras de Edward me atingiram feito adagas cravadas simultaneamente em meu peito. Ele estava coberto de razão e por um momento, me senti desmerecedor do amor que hoje, minha pequena sente por mim. Ergui o olhar e vi um meio sorriso surgir nos lábios de Edward.

– Não. Pare com isso, não vou mais deixar que você me manipule. – Falei convicto. Como sempre aconteceu, Edward fazia das palavras suas maiores armas de persuasão, desde que nos conhecemos sempre fui vítima da sua experiência e maturidade. Mas não vou vacilar, sei que errei ao namorar Thyfane. Mas isso é passado e eu não estava ali para discutir isso e sim para convence-lo do quanto amo Ness e da idéia de enfim nos casarmos.

Resolvi estrategicamente, usar o mesmo jogo que Edward.

– Eu reconheço que fui um grande idiota e não medi as conseqüências quando me envolvi com Thyfane. Mas você também é culpado pelo sofrimento da Nessie, e sua culpa é bem maior... sabe porque? – Edward demonstrou total confusão. – Porque você era consciente dos nossos sentimentos e mesmo assim não fez nada!

– Você não sabe o que está falando cachorro. – Disse ele, numa risada forçada.

– Sei sim, e você também sabe. Seu poder de ler mentes com certeza já tinha captado a saudade, o carinho e o amor que Nessie sentiu quando decidiu se afastar de mim. Você sabia que ela estava sofrendo e que eu esperava apenas um sinal de que ela estava pronta pra mim, de que me amava.

– Não tente inverter as coisas Jacob, você foi o covarde!

– Não Edward, fui apenas paciente. Tive medo de arriscar e perder o único contato que eu e Nessie tínhamos. Ela me enxergava apenas como um amigo, quase como um irmão. E eu não suportaria viver longe dela caso me rejeitasse.

– Você foi paciente? – Perguntou incrédulo.

– Hunrrum. Aprendi com o mestre...

– Eu? – Indagou após ler minha mente e descobrir de quem eu falava.

– É claro. Aprendi muita coisa com você Edward...

– Não precisa ser puxa saco só pra casar com a minha filha Jacob.

– Vou me casar com Nessie de qualquer jeito e eu não estou sendo puxa saco. Estou falando a verdade, quando nós “lutávamos” pelo amor da Bella, sempre fui inconseqüente e precipitado. Sua obordagem era outra e com Bella, sempre funcionou. Percebi que a força bruta coloca tudo a perder, a opressão não adianta quando o amor está em jogo.

– Você não foi paciente quando estava com o pé em cima de mim na floresta...

– Ainda sou o mesmo Jacob, não da pra manter sangue de barata por tempo integral.

Edward riu. Seu humor tinha mudado, suas expressões foram tomadas por alegria e tranqüilidade. Espero que isso seja uma resposta aos meus argumentos.

– Jacob... Me desculpe por quase te matar. E obrigado por ter pensado em minha filha e não revidar os meus atos.

– Eu nunca machucaria o pai da mulher que amo – Disse. – Não sem a permissão dela... – Completei num tom humorado. E relaxa, é a coisa mais normal do mundo os sogrinhos tentarem matar seus genros de vez em quando...

Nós rimos...

– Me chame de sogrinho novamente e Nessie ficará viúva antes de ficar noiva oficialmente.

Ri da sua ameaça... mas mesmo assim, não deixei passar despercebido o “oficialmente”.

– Como assim: oficialmente? – Perguntei.

– Somos uma família tradicional Jacob. Você precisa pedir a mão da minha filha pra poder casar com ela... – Uma onda de vergonha atingiu meu rosto e Edward percebeu claramente minha reação. – Não sou eu quem dito as regras... – Completou num meio sorriso.

– Mas eu já fiz isso, estou aqui há horas tentando te convencer do meu amor por Nessie...

– Eu sei, e você conseguiu. Sei que é um bom garoto... – Lancei um olhar incrédulo em sua direção. Afinal, eu não sou mais um “garoto”... – Comparado a mim, você é sim um garoto. Esqueceu que sou bem mais velho?

– Tanto faz...

– Então, vamos voltar pra casa agora e você terá sua chance. Vocês já tem meu consentimento, falta somente o de Bella.

Assenti e num piscar de olhos, Edward já tinha partido rumo a casa. Deixando-me sozinho para formular um pedido oficial de casamento.

– Que droga! – Murmurei chutando uma pedra, que estava no chão, contra uma arvore. A força do impacto fez com que a mesma perfurasse o tronco da arvore.

Bom, eu já tinha passado pela parte mais difícil: convencer Edward! Pedir Nessie em casamento também não era um obstáculo, mas a vergonha de fazê-lo na frente de todos era algo que tinha de ser superado.



RENESMEE


– Terminei! – Exclamei alegremente, com o lápis rodopiando entre meus dedos.

Li e reli os versos que escrevi, acrescentei duas frases de ênfase à ultima estrofe e a música já estava pronta. Finalmente o dom que herdei de papai – musicista – terá um papel fundamental na minha vida, quer dizer, no momento mais especial dela. A idéia me veio ontem, quando Jacob me pediu em casamento no jardim da vovó, mas foi ligeiramente abortada quando ouvi o grito de tia Alice ecoar. Agora é só fazer o arranjo e ensaiar com Jacob, ele não se recusará a cantar comigo; se isso acontecer, usarei todo meu carinho pra convencê-lo. Espero que seja suficiente...

– Nessie, tome um banho e arrume-se. Em seguida, desça para a sala. – Disse mamãe abrindo a porta do quarto.

– Papai e Jacob já voltaram do jardim? – Perguntei mais aflita do que ansiosa.

– Seu pai já...

– E o Jake?

– Está vindo...

Encarei mamãe por alguns segundos e rompi o silêncio, completamente eufórica:

– E aí? O que aconteceu mamãe?

– Você vai saber logo, agora faça o que eu disse... – Disse ela com um sorriso malicioso nos lábios. Mamãe adorava fazer mistérios, não gostava de ser surpreendida, mas surpreender é sua especialidade.

Antes que eu pudesse tentar arrancar alguma informação, a porta já estava fechada. Mamãe desceu muito rápido.

Saltei da cama e arranquei a folha do caderno, guardaria para mostrar ao Jacob assim que eu pudesse. Deixei a folha em cima da cama e guardei meu caderno em uma das gavetas do criado mudo.

Mamãe não podia ter feito isso, me deixar aqui morrendo de curiosidade é pura maldade. Bom, se ela estava brincalhona e cheia de mistérios sobre a conversa de Jacob com papai é porque aconteceu algo bom, papai deve ter aceitado nosso casamento. Mas, e se sua expressão não tiver passado apenas de um disfarce para me poupar de uma grande decepção? Ela pediu que eu tomasse um banho e me arrumasse... isso pode significar que devo estar bem disposta para algo. E se preciso de forças é porque não é nada de bom. Que angustia! Mamãe ta ficando boa nesse lance de suspense... É melhor eu seguir suas recomendações e torcer pela melhor das opções.


BELLA


– E então, o que nossa menina estava fazendo? – Perguntou Edward estendendo-me sua mão. Eu me encontrava no antepenúltimo degrau da escada, que levava aos quartos. Quando toquei sua mão, ele puxou-me e me fez voar sobre os degraus restantes. Rodopiei sutilmente até estar completamente em seus braços. A mansidão e o sorriso fino em seus lábios demonstravam que estava tudo bem e que o Edward louco e inconseqüente desta manhã não estava mais presente. O “meu Edward” tinha voltado e estava disposto a permanecer.

– Nessie estava distraída lendo alguma coisa em seu caderno. Falei pra ela fazer tudo o que você disse. Mas não entendo porque você mesmo não foi até ela...

– Nossa filha ainda está magoada comigo, e com razão. Mas isso vai mudar em algumas horas... – Disse ele, alargando seu sorriso.

– Isso tem alguma coisa haver com a conversa no jardim?

– Hunrrum...

– Então explique querido, o que aconteceu para você ficar assim tão feliz?

– Não estou feliz Bella e sim conformado com a situação...

– Qual situação?

– Você vai saber logo querida. Jacob tem algo importante para compartilhar com todos nós...

– Ok. – Disse me rendendo ao mistério. Não insisti porque tenho quase certeza em relação ao comunicado que Jacob pretende fazer. Ele pedirá minha filha em namoro! Só pode ser isso... – A idéia me fez rir de forma boba, só ao imaginar a felicidade de Nessie...

– O que foi? – Indagou Edward.

– Nada... – Disse retirando meu escudo. – Estou louca pra continuar do ponto que paramos hoje mais cedo lembra? Ao amanhecer... – Pensei.

Edward riu.

– Adoro ler seus pensamentos. – Disse ele, sussurrando em meu ouvido.

– Está melhor filho? – Perguntou Calisle adentrando a sala com Esme.

Edward assentiu.

– Onde está Jacob? – Procurou Esme...

– Ainda está no jardim eu acho... – Respondeu Edward.

– Sozinho?

– Sim, mas ele já está vindo Esme. Posso ouvi-lo...

Depois de alguns segundos, avistei Jacob – através da vidraça da porta – vindo em direção a casam direçao ça da porta - vindo .

– Onde está Ness? – Perguntou Jacob adentrando o cômodo.

– Tomando banho, você deveria fazer o mesmo... – Disse Edward.

– Depois! É melhor acabar com isso de uma vez por todas.

– Posso saber do que vocês estão falando? – Perguntou Calisle vincando sua testa.

Antes de Jacob revelar suas intenções, Edward interveio:

– É uma surpresa Calisle, uma surpresa para toda a família. No momento certo vocês saberão...

– Certo. – Conformou-se Calisle.

– Você deve estar com fome querido, não comeu nada hoje. – Disse Esme, com seus olhos estreitos de preocupação.

– Da pra agüentar e a “surpresa” que Edward anunciou está roubando a maravilhosa sensação de apetite.

– Mesmo assim. Não importa o que vocês estejam aprontando o mais importante é cuidar da sua saúde... Vá até a cozinha. Preparei uma macarronada com ovos e bacon especialmente pra você.

Os olhos de Jacob arregalaram-se com a notícia. O pobrezinho realmente estava muito faminto, comer era uma de suas principais necessidades.

– Valeu, to um pouco nervoso, mas não a ponto de rejeitar sua comida. – Disse Jacob.

Esme praticamente inchou de tanta satisfação. Os elogios aos seus dotes culinários eram um de seus pontos fracos.

– Então vá, ainda está quentinho dentro do microondas.

Jacob assentiu e seguiu rumo a cozinha.

– Depois de comer, suba e tome um banho. Aproveite pra trocar de roupa também... – Recomendou Edward.

Jacob olhou para si e mordeu o lábio inferior, - deve ter percebido que não poderia pedir minha filha em namoro apenas de bermuda – não demorou muito em seus devaneios e voltou rumo à cozinha.

Notei que meus pensamentos ainda estavam à disposição de Edward, então pensei, propositalmente, na nossa noite de amor que não aconteceu. Vi um sorriso malicioso se formar em seus lábios, rapidamente coloquei meu escudo de volta no lugar.

– Se vocês nos dão licença... – Disse Edward enquanto me erguia rapidamente em seu colo. Sua atitude foi completamente inesperada...

– Toda... – Respondeu Calisle.

Edward subiu as escadas tão rápido que quando me dei conta, já estávamos diante da porta do nosso quarto.

– Você vai ter de me colocar no chão se quiser abrir a porta... – Falei rindo.

– Nada disso... – Retrucou abrindo a porta com um chute “leve”.

Ele me pôs suavemente na cama e numa fração de segundos, voltou para trancar a porta.

– Eu te amo Bella... – Falou com o tom de voz repleto de desejo.

– Há é? – Ri sorrateiramente... – Então prova... – Disse puxando sua camisa e tranzendo-o para meus lábios.


JACOB


– Coragem Jacob! Coragem! – Repeti pela centésima vez para mim mesmo. – Está decidido, vou lá e pedirei a mão de Nessie em casamento. Se tiver de ser na frente de todos, que seja! – Dei de ombros, tentando relaxar.

Corri em direção a casa dos Cullens, deixando o jardim de Esme, quando me aproximei da entrada senti um frio na barriga. Não soube interpretar se eu estava nervoso ou apenas com muita fome.

Abri a porta e me deparei com Edward e Bella em pé e parados diante da escada, envolvidos num abraço de lado. Calisle e Esme estavam próximos praticamente na mesma posição...

– Onde está Nessie? – Perguntei disposto a pedi-la em casamento naquele mesmo instante.

– Tomando banho, você deveria fazer o mesmo... – Disse Edward, não entendi o lance do banho. Será se ele pretendia adiar o máximo que pudesse meu pedido?

– Depois, é melhor acabar com isso de uma vez por todas. – Disse.

– Posso saber do que vocês estão falando? – Perguntou o doutor, confuso.

Quando estava prestes a falar sobre o pedido de casamento, Edward se adiantou:

– É uma surpresa Calisle, uma surpresa para toda a família. No momento certo vocês saberão...

– Certo. – Disse o doutor levantando uma de suas sobrancelhas.

– Você deve estar com fome querido, não comeu nada hoje. – Disse Esme, preocupada comigo.

– Da pra agüentar e a “surpresa” que Edward anunciou está roubando a maravilhosa sensação de apetite. – Falei lembrando-me da minha obrigação.

– Mesmo assim. Não importa o que vocês estejam aprontando o mais importante é cuidar da sua saúde... Vá até a cozinha. Preparei uma macarronada com ovos e bacon especialmente pra você.

Meu estomago falou por mim ao roncar. Acho que ninguém percebeu a reação do meu corpo quando Esme citou o que havia preparado pra mim. A fome me invadiu completamente, não comi nada ao acordar e já passou da hora de almoço. Pra mim, isso é um recorde de jejum.

– Valeu, to um pouco nervoso, mas não a ponto de rejeitar sua comida. – Aceitei rindo amigavelmente para a “mamãe” Cullen.

– Então vá, ainda está quentinho dentro do microondas. – Disse ela.

Fiz um “sim” com a cabeça e me dirigi à cozinha.

– Depois de comer, suba e tome um banho. Aproveite pra trocar de roupa também... – Falou Edward antes que eu desaparecesse de vista.

– Por que ele está insistindo tanto nesse banho? – Pensei. – Olhei para mim mesmo e notei que eu estava descalço e vestindo apenas uma bermuda, um tanto suja. – Não posso pedir Nessie em casamento nesse estado – Concluí, compreendendo enfim as dicas de Edward. Cuidarei nisso depois... – Voltei à refeição que me aguardava.

Ao chegar à cozinha, fui até o microondas. A tigela ainda estava quente, e dentro tinha bastante comida. O fato de a comida estar numa tigela me remeteu as piadinhas de cachorro que Rose faz para me perturbar. Mas tenho certeza que não foi essa a intenção de Esme ao preparar minha comida numa tigela. Ela é legal demais pra isso... Deve ter pensado no “tamanho” da minha fome e no recipiente que pudesse caber muita comida e entrar no microondas ao mesmo tempo. Sentei-se à mesa de jantar, daquelas redondinhas – que servia apenas para Nessie naquela casa – e fiquei a vagar nos meus pensamentos enquanto devorava meu almoço atrasado. Pensei nas mil e uma maneiras que podem existir para pedir a mulher mais perfeita do mundo em casamento.

Já tinha passado de mais da metade do conteúdo que eu estava comendo quando senti duas mãos, um pouco gélidas, roubarem minha visão com uma das mais antigas brincadeiras de adivinhação. As mãos taparam meus olhos e a dona – só pode ser uma mulher para ter dedos finos desse jeito - não falava absolutamente nada. Não era Nessie, disso tenho certeza. Nessie não tem mãos gélidas e seu cheiro é inconfundível pra mim, só pode ser Bella! O que ela pretende? Aposto que quer saber do que se trata a surpresa que Edward falou lá na sala. Ri da brincadeira e resolvi reverter a situação, coloquei minhas mãos sobre as mãos que vendavam meus olhos e as levantei rapidamente enquanto me levantava. Virei meu corpo para abraçar “Bella”, mas me surpreendi com a moça em meus braços.

– Alice? – Perguntei meio desorientado.

– Bom reflexo Jacob. – Disse ela rindo. – Quem você achou que era?

– Bella. – Disse.

– Ela teria levado um baita susto e você alguns tapas. – Falou Alice num meio sorriso. – Pode me largar agora, minha cabeça não está doendo querido.

Abri meus braços e voltei ao meu lugar com o máximo de constrangimento possível. O silêncio se estabeleceu por alguns segundos, até que Alice arrastou uma das cadeiras vazias – das quatros que cercavam a mesinha – e levou-a para mais junto da minha.

– Desculpe, não queria te deixar bravo. Foi só uma brincadeira... – Disse ela após notar a seriedade que tomou conta de mim.

– Não estou bravo. – Contestei. – Você é imprevisível baixinha...

– É, ouço isso direto...

Nós rimos.

– Onde está o esquisitão?

Ela revirou os olhos pelo modo a que me referi ao seu namoradinho.

– Jasper está na biblioteca jogando xadrez com Emmett.

– Xadrez? – Perguntei surpreso.

– Isso, os dois estão vidrados no jogo. Eles não gostavam, principalmente Emmett, mas a emoção de usarem o raciocínio cativou os garotos.

Ri de suas palavras...

– E a loira azeda?

– Está com eles, torcendo para Emmett...

– E porque você não está lá torcendo pelo outro?

– O outro tem nome, é Jasper. Você não aprende nunca não? – Disse cutucando minha cabeça com o dedo indicador. – E não estou lá porque sei que Jasper ganhará. O jogo não tem muita emoção quando sabemos quem vai ganhar.

– Quem te garante isso...

– O quê?

– Que Jasper vai ganhar o jogo. – Falei terminando de vez a refeição que Esme preparou.

– Ele é mais calculista do que Emmett. Jasper é muito inteligente, só tem preguiça de exercitar esse lado...

– Hum... então ta – Falei passando a mão na barriga devido a sensação de peso e desconforto. Acho que fui rápido demais e esqueci de mastigar como deveria. Não demorou muito para que o desconforto passasse, meu organismo era mais rápido que o normal.

Alice se levantou e foi até a geladeira, não disse nada, fiquei apenas observando seus atos. Ela abriu o armário e retirou umas das taças que enfeitavam o móvel, em seguida pegou uma colher e pôs três grandes bolas de sorvete dentro da taça. Após devolver o pote de sorvete à geladeira, abriu outro compartimento do armário e pegou uma calda vermelha e um pote de cerejas. Derramou, em movimentos circulares, uma boa quantidade de calda sobre o sorvete e pôs uma cereja em cima do “castelinho” gelado.

– Espero que goste... – Disse ela deslizando até mim com a taça entre os dedos. Quando chegou, colocou o sorvete em cima da mesa diante de mim.

– O que é isso? – Perguntei.

– Sorvete.

– Eu sei que é sorvete, mas porque você fez isso.

– Quis apenas ser gentil. A maioria dos seres humanos gosta de sobremesa depois do almoço, mas se você não quer... não tem problema.

– Não é isso. Só achei estranho vindo de você.

– Que ótimo. Você ainda acha que sou um monstro egoísta e fútil. – Murmurou sentando-se novamente.

– Não disse isso...

– Mas pensou...

– Até onde sei você não lê mentes Alice. – Falei rindo e saboreando a sobremesa que ela preparou.

Alice também riu da minha observação e de repente, ficou séria.

– Falando no leitor de mentes... – Murmurou ela.

– O que têm Edward?

– Como foi a conversa de vocês?

Dei de ombros – Legal, um pouco difícil, mas tranquila... – Falei.

– Ele está mais calmo?

– Sim, e arrependido do que fez.

– Você já sabe os motivos dele?

– Sim, Nessie me contou. – Disse. - – Ai meu Deus, Nessie! – Pensei, lembrando subitamente do pedido de casamento, tenho de me preparar.

– O que houve? Se engasgou? – Indagou Alice, aflita.

– Não, apenas lembrei que tenho algo importante pra fazer.

– O quê?

– Não posso dizer o que é, só posso adiantar que é uma boa surpresa e que não posso perder tempo. Preciso tomar um banho e me arrumar...

– Ainda tem roupas suas aqui, das que compramos no shopping. Não levamos tudo no carro ontem...

– Que bom, onde estão?

– No quarto de hospedes.

Assenti e corri para o quarto de hospedes, muito em breve eu e Nessie estaremos oficialmente noivos. Essa idéia anula qualquer medo ou preocupação que a visita de Angus e seus companheiros possam trazer. Afinal, o amor rompe qualquer barreira.




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