A Melhor Fic de Jacob e Nessie escrita por Franck


Capítulo 45
Você?




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JACOB


Abri os olhos de relance, como alguém que acorda porque sonhou estar caindo da escada para um abismo sem fim. Mas não despertei por causa de um susto nem nada do tipo. Ao contrario, a noite passou pra mim numa fração de segundos... por um momento, cheguei a pensar que tudo o que aconteceu ontem – o reencontro com a minha Nessie – não tinha passado apenas de um sonho maravilhoso. Mas, a pele pálida e gélida no qual eu me apegava, naquele instante, me fez perceber que tudo tinha sido real. Até mesmo o convívio, obrigatório, com Alice Cullen. Levantei meu rosto que estava “afogado” em seu pescoço, percebi que minha mão circulava a cintura de Alice e ela estava em meus braços tão submissa como um urso de pelúcia nas mãos de uma criança.

– Bom dia! – Disse ela num sorriso torto.

– Bom dia... – Respondi, franzindo o cenho. – O que aconteceu? – Perguntei perdido naquela situação.

– Como assim? – Perguntou ela.

Alice sabia do que eu estava falando, mas seu constrangimento lhe pos uma farça inútil.

– Bom, não lembro de ter dormido abraçado com você. Quer dizer, não assim... – Expliquei me referindo ao fato de eu te-la completamente em meus braços sendo que apaguei no seu colo.

– Você se mexe demais enquanto dorme. Quando o sol já estava nascendo, você começou a se mexer bruscamente. Pensei até que estivesse acordando, mas não, você se ergueu na cama e me abraçou. Me senti uma boneca de pano, se eu fosse humana teria quebrado algumas costelas seu cachorro. – Alice bateu no meu ombro fingindo estar zangada, seu bom humor era algo estranho pra contemplar tão cedo.

– Sim, mas porque não me empurrou ou me acordou? Força você tem pra isso...

– Eu sei, mas não quis te acordar. Ao contrario do que você pensa, não sou tão egoísta Jacob.

– Nunca disse que é egoísta.

– Nem precisa, vejo isso em seus olhos.

– Agora você consegue lê opiniões através dos olhos... não sabia desse seu novo poder. – Falei rindo e devolvendo ao lugar uma mecha do cabelo de Alice que deslizou de sua orelha. Senti-a estremecer com meu toque, com certeza o contraste de temperatura ainda era algo novo e difícil de acostumar pra baixinha.

Alice riu, sem graça. Enquanto ela estendia seus lábios num sorriso torto, percebi que seus olhos estavam diferentes.

– Alice, seus olhos...

– O que tem? – Perguntou meio espantada.

– Estão negros...

– Há! É a sede, já tem alguns dias que não me alimento. Quando a vontade aumenta, os olhos se contraem e ficam foscos... é horrível.

– Então, pra compensar seu desconforto durante a noite, que tal fazermos o café da manhã na floresta?... – Sugeri, ficando de joelhos na cama e lhe estendendo a mão.

– Vou adorar, preciso mesmo caçar... – Consentiu. – Mas antes disso, preciso me arrumar.

– O que? – Perguntei atônito.

– Você não acha que vou pra floresta assim né? É claro que não vou me arrumar pra ir a uma festa, mas preciso vestir algo de acordo. – Explicou.

– Ta bom, então vamos... – Falei puxando-a pra fora da cama.

Ficamos em pé, ao lado da cama. Alice pegava apenas na minha mão, podendo assim

manter uma distancia maior sem sentir uma dor sequer.

– Onde está as sacolas com as roupas que trouxemos de casa? – Perguntou.

– Ali, em cima do criado mudo. – Falei apontando com o queixo.

Ela me puxou até o móvel. Vasculhou as sacolas e retirou uma calça jeans preta e uma blusa azul cintilante.

– Você tem certeza que não vai pra uma festa? – Perguntei rindo.

– Não começa... – Disse ela. – Jacob, preciso me vestir.

– O que você quer que eu faça... saia do quarto? – Indaguei com ironia.

– Claro que não, mas não sei como fazer isso com você tão perto...

– Nem eu... É melhor você ir como está.

– Nunca! Olhe, onde tem uma daquelas camisetas regatas, que você gostava de usar pra se exibir quando ia visitar a Nessie?

– Dentro do guarda roupa, e eu não uso pra me exibir.

– Hunrrum... – Murmurou ela, descrente e com um sorrisinho malicioso nos lábios.

Alice abriu o guarda roupa e pegou a primeira camisa que viu, nem se importou se era regata ou não.

– O que você vai fazer? – Perguntei.

Ela nem respondeu, apenas rasgou a camisa ao meio com as mãos.

– O que você vai fazer Alice? – Insisti.

– Fique calmo, é uma solução... meio drástica eu sei, odeio rasgar roupas. – Disse se erguendo e ficando a poucos centímetros do meu rosto. Em seguida, enfaixou meus olhos com a camisa rasgada.

– Olha, vou me trocar aqui mesmo. É impossível me vestir com apenas uma das mãos, por isso... você vai manter as mãos em mim.

– Acho melhor não fazermos isso Alice.

– Por que não? É só você se comportar... – Disse ela com um tom de voz meio pervertido. Por um momento, me senti num daqueles joguinhos eróticos em que as mulheres maltratam os homens. Uma sensação de êxtase tomou conta de mim.

– Ok. Então, vamos logo com isso... – Falei tenso.

Alice pegou minhas mãos e colocou em seu rosto. Relaxei com a escolha do local...

Ouvi ela baixar o zíper da calça e senti seu corpo mexendo com a troca.

– Uma parte já foi... – Anunciou ela após trocar de calça.

Aquela faixa era uma verdadeira tortura. A escuridão em meus olhos era pior do que vê-la, pois as imagens do que estava acontecendo se faziam na minha mente. Alice pegou minhas mãos e pôs em sua cintura, de modo que minhas mãos apalpavam um pouco de suas costas.

Senti sua pela – das costas – nua quando ela retirou a blusa. Por Deus, o que eu faço? Se baixar um pouco minhas mãos, tocarei suas “partes”, é melhor deixa-las onde estão. Sei que amo Nessie e que a desejo mais do que a qualquer outra mulher, mas continuo sendo homem e considerando meu tempo de espera, aquela situação estava me deixando louco.

A baixinha vestiu a outra blusa e levantei, um pouco, minhas mãos para que o tecido deslizasse até o final de suas costas.

– E aí, demorei muito? – Perguntou ela, retirando a faixa dos meus olhos e interrompendo meus devaneios.

– Não. – Falei admirando sua beleza, a nova roupa lhe deixou mais linda.

– Ok e... você pode me soltar agora Jacob. – Disse ela retirando minhas mãos de sua cintura.

Assenti meio sem jeito. Nem percebi que continuava com minhas mãos ali...

– Então, vamos caçar? – Chamou.

– Sò um minuto... – Falei me voltando ao guarda roupa. Retirei uma bermuda caqui. Pensei em pegar uma camisa, mas concluí que não seria tão necessário assim... por isso, fiquei apenas com a bermuda.

– Vai se trocar também?

– Não, vou levar comigo... Aprendi que é sempre bom ter roupa extra, por perto, quando me transformo em lobo.

– Há ta!

Caminhamos para fora de casa. Tranquei a porta e joguei a chave em baixo do tapete, como sempre faço ao sair.

– Então, sobe aí... – Falei.

– Onde?

– Nas minhas costas...

– Oh não, nem pense nisso. Não vou subir nas costas de ninguém. Imagine! Vou ficar toda amarrotada. – Disse ela olhando sua blusa.

– Deixa de frescura Alice. – Falei me pondo a sua frente – de modo que ela ficasse de frente pras minhas costas – e puxando suas pernas, “cravando-as” em meu abdômen.

Alice ficou assustada com minha manobra. Ela já não tocava mais o chão...

– Seu cachorro irritante! – Falou dando tapinhas nas minhas costas.

– Prepare-se! – Falei começando a correr. Em alguns minutos nós já passávamos pelas arvores. Já tínhamos adentrado a floresta mais próxima. A caçada começou, Alice se rendeu e eu já sentia seu rosto deslizar ao lado do meu, seus braços envoviam meu peito e a sensação de harmonia penduraram nos primeiros momentos dessa longa caçada...


EDWARD


– Ele não vai conseguir... – Falei pra mim mesmo enquanto corria. Já perdi a conta de quantas arvores perfurei com minhas mãos a socá-las tentando extravasar o ódio que sinto.

A fúria dentro de mim é irremediável. Não acredito que aquele vira-lata seja tão burro pra calcular uma fuga com a minha filha. Por que diabos ele quer fazer isso? Convence-la a nos deixar! Será se não basta esse maldito impriting? – Disse despedaçando uma pedra gigante com um único soco.

Ler o sonho de minha Nessie foi como levar vários socos no estomago. Minha pequena tão longe... e tão independente! O pior de tudo foi ouvi-la dizer que prefere aquele vira-la a nós – eu e Bella – que somos seus pais. Senti vários espinhos perfurarem um coração de pai, coração este que sempre esteve morto até o dia em que Nessie nasceu.

– Não, Jacob não viverá a tempo de acabar com família que construí. – Falei decido a matá-lo.

Comecei a correr entre as arvores rumo à casa do cachorro. O domicilio não ficava longe, somente há alguns quilômetros que eram superados em minutos devido a minha super velocidade. Ainda longe, senti seu cheiro repugnante invadir minhas narinas... a raiva em mim foi crescendo mais ainda com a idéia de que em breve estaria frente a frente com aquele vira-lata repulsivo.

Quando cheguei, forcei a entrada e quebrei o trinco. A porta estava trancada e quase não percebi isso.

– Jacob! – Chamei.

Ninguém respondeu, fechei os olhos e me concentrei... não ouvi as batidas de nenhum coração, se tivesse alguém ali teria ouvido seus batimentos cardíacos sem nehuma dificuldade.

– Será se Jacob e Alice foram pra nossa casa? – Pensei intrigado.

Corri pra fora da casa e subi em cima da maior arvore que havia por perto. La em cima, suspirei – com um nojo profundo – todo ar que a ventania soprava. Senti o fedor do cachorro vindo do leste, ele estava perto.

Pulei entre os galhos de arvores que ficavam próximos. Quando não pude mais fazer isso, desci e segui correndo pela floresta. Vou encontrá-lo e quando isso acontecer, farei Jacob se arrepender amargamente do maldito dia em que se encantou por minha filha.



RENESMEE


– É pela esquerda tia! – Falei angustiada. Tia Rose não lembrava mais o caminho da casa do Jacob.

– Alivia aí Nessie, só fui à casinha do cachorro uma vez, quando nos mudamos pra cá. Nunca tive motivos pra fazer nenhuma visitinha.

– Eu sei, mas estamos perdendo tempo.

– Calma filha, vai dar tudo certo. – Disse mamãe me abraçando de ombros.

– Olha lá. É ali Rose... – Disse tio Jasper.

– Estou vendo. – Falou ela acelerando mais ainda.

A parada do carro foi tão brusca que se tivessem humanos dentro do carro, estariam todos feridos. Mamãe, instintivamente me acolheu em seus braços servindo de escudo pra mim, já que sou a mais frágil de todos.

– Você está bem Nessie? – Perguntou tia Rose, virando-se para o banco de trás.

– Não graças a você! – Respondeu mamãe furiosa.

Titia riu.

– Sua louca! – Disse tio Emmett lhe roubando um beijo. Ele adora quando tia Rosalie dirige, segundo ele é muito sexy a adrenalina que ela transmite quando está ao volante.

– Vejam, a porta está aberta! – Exclamou tio Jasper.

Saímos todos do carro e praticamente “voei” para o interior da casa.

– Jacob! – Chamei... – Jacob!

Corri para o quarto, ainda era cedo e talvez ele estivesse dormindo. Tentei ignorar a idéia de que ele e tia Alice pudessem ter dormido na mesma cama.

– É lógico que isso não aconteceu. Eles devem ter dado um jeito, titia nunca se submeteria a isso... – Pensei aliviada.

Invadi o quarto de Jacob, que estava com a porta entreaberta. Olhei para todos os lados do cômodo e nada! Nem sinal dos dois...

Percebi, num olhar de relance, algo estranho em cima da cama. Caminhei tão devagar que podia ouvir meus próprios passos, um receio – do nada – tomou conta de mim. Como se o que estivesse ali pudesse me ferir. Mesmo minha consciência tentando impedir-me de prosseguir, continuei a caminhar em direção a cama. Já bem próxima, peguei o objeto. Estendi a mão para erguê-lo, um nó se formou na minha garganta quando identifiquei do que se tratava: Um sutiã!

– O que diabos aconteceu aqui? – Sussurrei revoltada pendurando a peça intima com as mãos. Notei também a blusa rosa e a calça jeans de titia também estavam na cama...

– Filha! – Mamãe falou, surgindo atrás de mim.

Com o susto, o sutiã deslizou dos meus dedos e caiu no chão.

– Ai mamãe, que susto! – Disse virando-me para a porta do quarto, onde ela estava. Disfarçadamente, chutei a peça para debaixo da cama.

– Desculpa filha, mas... o que aconteceu? Em que estava tão concentrada?

– Nada – menti.

Ela pos a mão na cintura e me olhou incrédula.

– É que... quando vi a cama a lembrança de Jacob dormindo veio a tona. Fiquei lembrando de alguns de nossos bons momentos... – Menti... tão mal que até eu não acreditaria em mim mesma.

– Bons momentos, na cama? – Perguntou mamãe, perplexa.

– Não! É que quase todas as vezes que eu vinha visitá-lo, estava dormindo.

– Há querida, comer e dormir são os dois hobbys do Jake. – Disse mamãe rindo com um ar retórico de lembranças. – Mas agora venha, você precisa ver isso.

Fui ao seu encontro e descemos as escadas, na sala... tio Jasper anunciou o que mamãe queria que eu visse.

– A porta da frente foi arrombada. Entramos tão depressa que nem percebemos o trinco no chão.

– Mas quem...?

– Edward, óbvio. – Respondeu tia Rose.

– Não tem ninguém na casa, onde vocês acham que eles podem ter ido? – Perguntou mamãe olhando para tio Jasper. Ele se tornava um verdadeiro perito nessas ocasiões.

– Quando chegamos, a porta estava arrombada. Isso indica que Edward encontrou a porta fechada quando chegou.

– Mas como você pode ter tanta certeza que foi o papai? – Falei na defensiva, pois papai só podia estar com muita raiva pra fazer aquele estrago. E me recuso a pensar que ele tenha vindo tentar matar Jacob.

– Consigo sentir o cheiro dele querida. E é bem recente... – Disse mamãe, convicta.

– Sem falar que ninguém mais teria motivos pra fazer isso, então... Edward é o primeiro e único suspeito. – Falou tio Emmett.

– Continuando... Se Edward chegou aqui e encontrou a porta trancada. Alice e o vira-lata já tinham saído. – Explicou tio Jasper.

– Mas, para onde? – Perguntou mamãe, passando as mãos nos cabelos, aflita.

– É fácil descobrir. – Tio Emmett colocou um sorrisinho fino nos lábios.

Sem explicar nada, saiu da sala e correu ao redor da casa. Sua corridinha não durou nem dois segundos.

– O que você fez? – Indagou tia Rose, consternada. Ela odiava mistérios...

– Jacob é um brutamonte.

– Não fale assim dele! – Falei.

– Espere eu terminar Nessinha... – Disse ele, provocando-me. Odeio diminutivos! – Então, até um ser humano normal deixa pegadas. Muito leves, mas deixa algum rastro. O pulguento é muito pesado e como imaginei, deixou pegadas que vão para o leste. Podemos segui-las até onde derem...

– O que aconteceu com você meu amor? – Perguntou tia Rose, virando-se para tio Emmett.

– Por quê?- Perguntou ele, perdido.

– Você está tão espertinho. Nem parece ser o meu Emmett. – Disse ela séria.

Nós rimos. Indiretamente tia Rose chamou tio Emmett de “burrinho”. Ele ficou sério e fez biquinho, ela o envolveu em seus braços e lhe deu um beijo. Tio Emmett não resiste à titia, por isso... esqueceu completamente o comentário dela.

Saímos todos da casa e nos direcionamos para o leste, de onde as pegadas enormes de Jacob estavam.

– Espera um pouco... – falei chamando a atenção de todos. – Só consigo ver duas pegadas que com certeza são do Jake.

Todos se entreolharam, procurando uma resposta para minha observação.

– Alice estava no colo ou nas costas do cachorro. – Disse tio Emmett

Tio Jasper se contorceu de raiva, pelo visto teremos que controlar dois possíveis assassinos. Não posso negar que a conclusão de tio Emmett me incomodou, mas se conseguíssemos impedir uma tragédia, eu teria muito tempo para ouvir as explicações de Jacob. Não vou esquecer tão cedo aquele sutiã em cima de sua cama.

– E Edward? Será se voltou para nossa casa? – Perguntou mamãe com um fio de esperança.

– Duvido. Edward é insistente, com certeza seguiu para a floresta e deve estar seguindo o fedor do vira-lata. – Alegou tia Rose.

– Sendo assim, temos de nos apressar. Vamos seguir as pegadas de Jacob até onde derem, se ficar difícil ou as pegadas sumirem por causa do vento, seguiremos apenas pelo cheiro. – Orientou mamãe.

– A floresta mais próxima não é tão grande. Vamos encontra-los Bella – Disse tio Jasper muito sério.

Mamãe assentiu e começamos a correr velozmente rumo a floresta. Em poucos segundos já corríamos entre as arvores. Apesar de correr mais que os humanos, não me comparo aos totalmente vampiros. Por isso, tio Emmett me colocou nas costas e seguimos rumo à tentativa de impedir que papai cometesse a maior besteira de sua vida. Já que não sei se conseguirei perdoa-lo caso alguma coisa aconteça com Jacob.


ALICE


– Está ouvindo? – Perguntou Jacob, parando de repente.

– O quê?

– Tem um grupo de cervos por perto.

– Que bom, então vamos... você mata pra mim ta bom? Acho que não vou conseguir caçar normalmente contigo do meu lado.

Jacob ficou pensativo, até que saiu de seus devaneios.

– Nós já estamos a uma boa distancia da minha casa. Que tal fazermos outro teste de distância? Se der certo, vai ser melhor pra você caçar.

– Pode ser... – falei insegura, descendo de suas costas.

– Não precisa ter medo Alice. Qualquer coisa vou te amparar... – Disse Jacob apertando minhas mãos. Seu apoio me passava segurança.

Ficamos um de frente para o outro e repeti todos os gestos de ontem à noite. Hoje estou mais confiante, sei que Jacob não me deixará padecer de dor. Fui afastando minhas mãos – que estavam em seu peito – bem devagar. A distancia já se aproximava de uns trinta centímetros e nenhuma dor invadiu a minha cabeça.

Comecei a rir, boba de felicidade. Senti a liberdade tomar conta de mim. Jacob deu um longo passo para trás e não senti absolutamente nada...

Corri para seus braços eufórica de tanta felicidade. Jacob cambaleou para trás devido ao impacto do meu abraço repentino.

– Você sabe o que isso quer dizer? – Perguntei sorrindo.

– Hunrrum... – Sussurrou ele, balançando a cabeça num “sim”.

A ausência da dor de cabeça indica que não há nenhum perigo naquele perímetro da floresta. E que ali estávamos seguros, seja lá o que esteja causando isso em mim – as dores de cabeça – com certeza desconhece aquele local.

– Falarei com Calisle para montarmos um abrigo aqui, perto deste perímetro da floresta.

– É uma boa idéia. Não é muito longe da casa de vocês, nem da minha. Sem falar que ficará melhor pra investigar quem está nos rodeando.

– Isso mesmo, esse desconhecido sabe onde estamos. Precisamos despistá-lo e conseguir o máximo de vantagem.

Jacob estendeu um sorriso largo com a solução – momentânea – que conseguimos bolar.

– Agora que você não está dependendo de mim, que tal uma aposta Sta Cullen... – Disse ele, provocando-me.

– Vamos apostar o que? Posso saber...

– Quem pega o cervo maior.

– Hum... Aceito.

– Ok. Prepare-se para a largada. – Disse ele, colocando-me ao seu lado. – No três partimos, tudo bem?

Assenti, me preparando para correr.

– 1(Um)! – Começou a contar – 2(dois)... – Jacob deu uma pausa.

Olhei de lado para saber o que tinha acontecido para o rompimento da contagem. Me deparei com ele, ereto e de olhos arregalados – fitos no horizonte.

Antes que eu pudesse perguntar o que tinha acontecido, Jacob despertou do transe.

– Afaste-se! – Gritou ele, me empurrando com força. Fui jogada a vários metros de onde estávamos, antes que eu pudesse tocar o chão vi Edward sair dentre as arvores e atacando Jacob, que estava de costas. Jacob saltou e deu uma cambalhota no ar, desviando do ataque, ainda no ar transformou-se no lobo avermelhado que dormia dentro de si. Depois disso, não vi mais nada. Meu corpo atingiu uma arvore e foi lançado ao chão. Olhei pra cima e percebi o estrago feito na madeira, sorte a arvore não ter sido arrancada e atingir-me. Pois me senti fraca com o impacto e o espanto pelo ataque inesperado.

– Edward! O que você está fazendo? – Gritei, tentando me levantar.

Os dois andavam formando um circulo, um esperando que o outro atacasse.


RENESMEE


– Edward! O que você está fazendo? – Ouvi tia Alice gritar.

Todos nós seguimos na direção do grito. Chegando lá, avistei tia Alice no chão. Ela estava distante e foi acolhida por tio Jasper que correu ao seu encontro.

– Papai e Jacob se olhavam olho no olho. Jacob totalmente desorientado e papai com a raiva mais profunda que existe.

– Você não vai destruir minha família, cachorro nojento! – Disse papai entre dentes.

Jacob franziu seu cenho gigante de lobo.

– Eu sei de tudo Jacob. Sei que pretende fugir com Nessie; O que pretende com isso? Me castigar pelo passado? Não é porque o amor não veio pra você que precisa acabar com a felicidade dos outros, vira-lata egoísta!

– Mamãe, o que papai está fazendo? – Perguntei sentindo as lagrimas brotando em meus olhos e rolarem por meu rosto.

– Ele está provocando Jacob! Quer que ele o ataque... – Respondeu tio Emmett.

– Mas, porque isso?

– Edward sabe que será muito mais fácil acabar com o cachorro se ler o modo de ataque dele. – Explicou tia Rose.

– Nunca pensei que papai fosse tão covarde... – Falei deixando o ódio substituir o amor que sinto por papai.

Olhei para mamãe e ela estava em choque.

– Ele não vai conseguir. – Disse mamãe.

– O que? – Perguntei.

– Fazer com que Jacob o ataque.

– Por que não?

– Ele te ama filha. Jacob sabe que se ferir ou matar Edward você nunca irá perdoá-lo.

– Bom, ele tem minha permissão pra fazer o que quiser agora. – Falei rouco, o choro já estava no limite. A raiva por papai só aumenta a cada segundo que passa...

Papai olhou pra trás, com certeza leu meu pensamento. Pois a amargura tomou conta de suas expressões.

Fechei os olhos e me concentrei.

– Papai! – Gritei – Não faça nenhuma besteira. Você entendeu tudo errado...

– Ai meu Deus! – Mamãe gritou fazendo-me abrir os olhos. Papai ignorava completamente meus pensamentos. Ele agora corria velozmente ao redor de Jacob.

– O que ele pretende mamãe?

– Não sei, mas não é nada bom. Vou intervir, agora! – Disse ela correndo para o meio do embate.

Papai corria em círculos e na medida em que fazia isso, formava-se uma rajada de vento atrás dele. Num piscar de olhos, um redemoinho gigante se formou ao redor de Jacob. Mamãe tentou atravessar o fenômeno natural que papai provocou, mas as rajadas de vento a lançaram para longe. Nunca percebi a extensão do poder do papai. Ele com certeza havia treinado aquela cilada. Ele sempre foi um homem de calcular suas jogadas antes de agir.

– Jacob, defenda-se! – Gritei. Vi o olhar dele se estreitar a me ver. Jacob não estava entendendo nada. Não sabia o porquê da raiva do papai e muito menos a tentativa de matá-lo.

Agora só dava pra enxergar borrões através do redemoinho. Jacob pôs as patas nas rajadas de vento, na tentativa de sair da armadilha, mas não deu certo. Seu corpo foi tomado pela força da ventania e ele girava sem controle na mesma velocidade do vento. Papai corria tão rápido que cheguei a duvidar que estivesse pondo os pés no chão.

Jacob continuava girando no ar, sua angustia era evidente. Se estivesse na forma humana já teria vomitado tudo o que comeu durante a semana. Fiquei tão angustiada, não sabia o que fazer. Mamãe não conseguiu furar o redemoinho e eu que sou mais fraca!

As lagrimas e o desespero tomou conta de mim, comecei a chorar de forma descontrolada...

– Jasper, Alice, venham rápido. – Chamou tia Rose.

Os dois correram até nós, tia Alice estava em prantos.

– Edward está insano, o que faremos? – Perguntou Mamãe.

– Organizem-se, vamos fazer uma fila. – Ordenou tia Rosalie.

– O que? – Perguntou tia Alice sem entender nada. Também não entendi qual a idéia de tia Rose, mas não conseguia mais falar nada.

– Não me façam perguntas, apenas obedeçam. – Disse ela.

Mamãe, Tio Emmett, Tia Alice, Tio Jasper e Tia Rosalie formaram uma fila de mãos dadas. Um ao lado do outro.

– Quando eu mandar, corram e se lancem no furacão que o idiota do Edward criou...

Todos assentiram sem se importar com a grosseria da minha tia.

– Agora! – Gritou ela.

Todos correram o máximo que puderam e se jogaram no redemoinho. O impacto, em massa, desfez as rajadas de vento e Jacob foi lançado longe.

Ouvi um gruindo de dor soar quando atingiu o chão. Jacob estava tonto, tentava manter os olhos abertos, mas não conseguia. Seu corpo estava imóvel no chão, não dava conta de se levantar.

Mamãe e meus tios também foram lançados ao chão, mas rapidamente se puseram em pé. Tia Rose sorria por seu plano ter dado certo...

Papai correu em direção a Jacob. Ainda ensandecido de raiva, riu ao perceber a fragilidade do lobo caído à sua frente. Juro que naquele momento, senti o ódio mais intenso que já senti por alguém.

Papai se posicionou para o ataque. Ficou de joelhos e estava pronto para injetar seu veneno em Jacob. Todos nós sabíamos que o veneno de vampiros era fatal em sangue de lobo.

– Papai, Não! – Gritei correndo, até eles, na tentativa de impedi-lo.

Antes que papai pudesse cravar seus dentes no corpo de Jacob, um homem – estranho - surgiu e dentre as arvores, correndo até nós. Ele vestia uma calça verde lodo bem justa e sua camisa era de um material muito diferente – verde, mas de tom claro. – Sua pela era morena e seus cabelos encaracolados.

– Não faça isso! – Disse ele, segurando o braço do papai.

– Quem é você? – Perguntou meu pai entre dentes, desviando de seu objetivo.

O homem que apareceu não era desconhecido para mim, lembro de já tê-lo visto antes; mas onde? A brisa soprou e trouxe um aroma leve de flores – era igual ao da reserva, mas não tão intenso - me aproximei dele e com um sorriso largo, me cumprimentou.

– Oi Renesmee, que prazer revê-la! – Disse ele, olhando para mim.

Consegui ver seu rosto mais perto, é claro que o conheço. Mas está tão diferente!

– Não acredito, você?! – Perguntei totalmente surpresa com o dono daquele cheiro suave de flores.





















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