A Melhor Fic de Jacob e Nessie escrita por Franck


Capítulo 43
Vamos pra minha cama




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JACOB

– Por que você está assim? – Perguntei analisando as expressões de Alice. Ela estava tensa, suas mãos abraçavam meu braço direito e seu corpo se apoiava no meu.

– Assim como?

– Sei lá, só o fato de você está quieta já não é normal. – falei tentando forçar um sorriso. Mas não funcionou.

– Estou apenas preocupada.

– Acha mesmo que eu posso te fazer algum mal. – indaguei.

– Poder, você pode! Não sei se vai querer... – disse ela com um sorriso fino nos lábios e olhando para mim do alto do meu ombro, onde sua cabeça estava encostada. Retribuí o gesto, mas antes que eu pudesse me defender das acusações de Jasper – ao me comparar com um animal irracional – ela continuou – mas não é com isso que estou preocupada.

Franzi o cenho, confuso.

– Não?

– O que me atormenta é o risco que minha família pode estar correndo com esse suposto ser que está rondando nossa casa e provocando essas dores insuportáveis.

Depois de ouvi-la, senti um nó se formar na minha garganta. Se havia algum perigo cercando os Cullen, Nessie também estaria sujeita a algum mal.

– Não se preocupe Alice, nós somos muitos. Ninguém em sã consciência se atreveria a nos enfrentar.

Alice assentiu tentando acreditar em minhas palavras.

– Chegamos! – Anunciei parando o carro na frente de casa.

Saímos colado um no outro, se Alice fosse humana já estaríamos ensopados de suor. Mas sua pele contratava em temperatura, o que tornava isso impossível. Fomos ao porta-malas e com minha mão livre peguei algumas das sacolas com roupas que compramos hoje mais cedo. Em seguida nos dirigimos ao interior da minha casa. Antes que eu pudesse visualizar direito os cômodos, um ronco soou da minha barriga, Alice afastou-se assustada. Ri de sua expressão.

Para conseguirmos conversar, ela virou-se. Ficando a poucos centímetros de mim. Suas mãos ainda me tocavam. Seu medo de sentir aquela dor me comoveu.

– Isso é culpa sua. – Falei passando a mão na barriga e sentindo a fome me corroer.

– Minha? – retrucou.

– Hunrrum. Se não tivesse colocado banca eu teria lanchado com Nessie na sua casa.

– Claro! Você me sujaria toda. Quem manda comer feito um ani.. - deu uma pausa.

– feito um animal? – Perguntei rindo da piadinha desproposital dela.

Alice se fez de desentendida.

– Preciso comer alguma coisa. – Falei.

– Mas já é quase duas horas da manhã.

– E daí. Fome não tem hora.

Ela apenas revirou os olhos, impaciente.

– Tive uma idéia. – Falei concluindo uma solução prévia para aquela nossa aproximação perturbadora.

Alice demonstrou confusão. Com certeza não sabia do que eu estava falando.

– Nós estávamos na sua casa e eu tive de abraçar você pra sua dor parar. Certo?

– Hunrrum. – Disse ela, totalmente constrangida com o fato.

– Aqui, você está apenas tocando em mim, isso é um sinal de que sua dor tem limites territoriais.

– Faz sentido.

– Então, vamos medir o quão distante você consegue ficar de mim. Ok?

Ela assentiu.

Ficamos eretos, um de frente para o outro. Ela arrastou suas mãos de meu braço até meu peito.

– Nossa! – Disse ela.

– O que foi?

– Seu coração. Bate tão forte... - Sua observação me desconcertou. – É que faz tempo que não sinto um coração bater. Apenas ouço, e quando me concentro. Mas ficar ouvindo corações não é um hobby prazeroso. Mas sentir é diferente.

– É um sinal de vida...

A melancolia tomou conta de seu rosto frágil e espantado.

– Imbecil! – Pensei comigo mesmo. – Desculpe, eu não quis dizer que você está...

– Eu sei que estou morta Jacob. Pelo menos fisicamente... Mas lembrar disso é desagradável sabe... – Disse ela afastando sua mão do meu peito, aos poucos.

Por um momento senti um ponto de rejeição da parte dela. Mas, seu gesto me lembrou do que estávamos fazendo antes do meu comentário estúpido.

Alice se afastou uns vinte centímetros. Ela olhou para mim, nervosa. Balancei a cabeça incentivando-a a continuar. Ela deu meio passo para trás, ficando mais ou menos um palmo e meio de distância.

Sua expressão mudou. Alice pos as mãos na cabeça, eu sabia o que viria a seguir, imediatamente corri e a abracei.

– Você, está bem? – Perguntei.

– Hunrrum. Só fiquei tonta, acho que não consigo me afastar mais do que isso...

– É! Eu percebi...

– Desculpe – Pediu ela.

– posso saber o porquê de você está se desculpando... – Falei totalmente perdido.

– Eu sei que você está odiando isso. Ter de ficar tão próximo assim de mim, agüentar meu gênio irritante e destemperado.

– Não odeio isso. É apenas estranho... Sinto mais por você do que por mim. Afinal, eu sou um cachorro fedorento esqueceu? – Falei rindo – Não sei como não reclamou ainda.

– Você não fede Jacob.

– Não? – Perguntei incrédulo.

– Não. Não mais...

– Como assim?

– Antes de eu explicar, acho melhor você comer alguma coisa. Sua fome está me deixando surda, o ronco na sua barriga é assustador cachorro.

Nós rimos.

– Ok. Você gostaria de me acompanhar até a cozinha? – Perguntei ironizando o fato de não haver outro jeito.

Alice riu da minha fala e abraçou meu braço esquerdo.

Lanchei algo rápido na cozinha. O silêncio e os olhos profundos da fadinha não me deixaram muito a vontade pra uma refeição prolongada. Depois disso, Alice rompeu o silêncio ao perguntar:

– Onde fica o divã na sua casa?

– Aqui não tem.

– Não acredito que Esme esqueceu desse móvel. – Disse ela num tom de lamento.

– Nessie dispensou várias coisas que Esme queria por na decoração, o divã deve ter sido uma delas.

– Sim, mas a casa é sua.

– Eu não me importo com isso. Pra um rapaz solteiro a decoração e os objetos estão de acordo.

– E agora, onde vamos ficar?

– Só tem uma solução...

– Qual?

– Não podemos ficar em pé a noite toda, certo?

– Eu não me importaria... – Disse ela num meio sorriso.

– Há-há... Engraçadinha – Falei ironicamente. – Estou cansado, preciso dormir um pouco.

– E daí? – Perguntou ela, sonsa.

Levantei uma das sobrancelhas e meu olhar revelou o que eu queria dizer.

– Nem pense nisso cachorro... – Falou Alice batendo no meu ombro.

– Não há outro jeito Alice, vamos pra minha cama.

Ela estremeceu com meu tom grave e autoritário.

– Jacob, você pode dormir no sofá!

– Posso, mas e você? Vai se deitar aonde? Eu não sei se você percebeu, mas esse sofá não é grande suficiente pra nós dois.

Meus argumentos derrubaram qualquer possibilidade de passarmos a noite ali, naquele sofá minúsculo. Alice se rendeu e caminhamos, vagarosamente até meu quarto.

Quando adentramos a porta do cômodo, ficamos sem ação diante da cama enorme à nossa frente.

– E agora? – Perguntou ela.

Eu também não sabia o que fazer direito. Nunca imaginei tal situação, não com Alice.

– Agora, a gente vai procurar uma posição confortável, que eu consiga dormir.

– Não da pra ser a mesma do divã?

– Não, durmo melhor de lado.

– Você tem apenas que dormir, não precisa dormir bem.

A fitei com o olhar mais incrédulo que consegui fazer. Resolvi não dizer nada, mas ela entendeu minha indignação ao seu pensamento tão egoísta.

– Vamos fazer o seguinte... – falei pegando-a no colo. Alice envolveu meu pescoço. Estranhei, pensei que fosse relutar igual uma criancinha que não quer dormir. Ri imaginando a situação. A coloquei do lado direito da cama – você pode ficar sobre os joelhos, só um minuto... – Pedi. Ela estranhou, mas atendeu ao meu pedido.

De alguma maneira, Alice insistia em me tocar... acho que ela não percebeu que no teste que fizemos a pouco, isso ficou evidente que não era necessário... precisava apenas ficar o mais perto possível. Ela não precisava manter as mãos em mim, mas também não falei nada, seria um tanto constrangedor para ambos essa observação. Alice sentou sobre os joelhos e eu fiz o mesmo, peguei suas mãos que estavam em meu peito e desloquei, gentilmente, até as minhas pernas. Em seguida, tirei minha camisa...

– O que você pensa que está fazendo? – Perguntou Alice, olhando-me assustada.

– To me preparando pra dormir.

– E porque precisa ficar nu? – Falou mexendo os ombros no formato de uma onda

– Não estou nu, tirei apenas a camisa. Não sei por que está tão nervosa, já me viu assim milhares de vezes.

– Sim, mas não precisava se despir. Não dar pra respeitar minha presença não?

– Alice, o calor é insuportável dentro de mim. – Falei pegando sua mão direita e levando ao meu peito. – Está sentindo?

Ela puxou sua mão num impulso e seu embaraço estava evidente.

– Ok. – Disse ela retraída de pura vergonha; Era incrível seu dom de me fazer sentir o pior dos homens. Como se eu tivesse lhe ofendido terrivelmente com meu ato.

Peguei a camisa que eu tinha lançado num dos cantos da cama para vesti-la novamente.

– Não precisa... – Falou Alice. – Eu exagerei, sem falar que você está na sua casa e tem o direito de dormir do jeito que quiser. Até nu se for o caso...

Aproveitei a deixa para provocá-la.

– Sério? – Falei colocando a mão no botão da calça.

– Claro que não! – Exclamou afastando minhas mãos da virilha.

– To brincando sua boba... – Disse numa gargalhada. – Vem! Vamos dormir, ou melhor... vamos deitar e esperar eu pegar no sono... – Falei pegando suas mãos.

Ficamos deitados um de frente para o outro, nossas mãos estavam envolvidas.

Os olhos da fadinha era minha única visão e seu olhar anulava meu sono. O fato de Alice velar meu sono o restante da noite também provocava certo desconforto... Decidi conversar até que o cansaço me vencesse.

– Agora você pode me explicar porque não sou mais um cachorro fedorento pra você? – Perguntei lembrando do nosso papo na hora do teste.

Alice deu um sorriso curto com a pergunta.

– È simples... O fato de você conviver tanto com a nossa família me fez acostumar com o seu cheiro.

– Só isso?

– Não, Calisle me explicou que o odor de outra espécie é repugnante quando ela oferece um perigo eminente à nossa. Creio que você seja uma exceção a isso...

– Então, você não tem mais medo de mim?

– Em tese, não. Jacob, nossos sentidos ficam apurados e precisa distinguir de alguma maneira o cheiro do inimigo. Um método de autodefesa, com a convivência e a confiança você foi se tornando um ser humano normal pra mim. A única diferença é que o seu sangue não é nada atrativo ao meu paladar...

– Isso é bom. Os outros Cullens também estão assim?

– Acho que Calisle, Esme e Emmett já não se importam mais com seus genes de lobo.

– Restam apenas À loira e o seu...

– Jasper. Pra ele tudo é mais difícil.

– Isso explica o porquê de você não ser mais tão repulsiva ao meu olfato. O único aroma que sinto em você é de um perfume francês.

– Como sabe que é francês?

– Nessie já falou algo sobre isso, você está constantemente nas nossas conversas.

– Como assim?

– Há! Ela te admira muito, constantemente usa você como exemplo...

– Ual, que responsabilidade. Também amo minha sobrinha, espero que faça dela a mulher mais feliz do mundo.

– Pode deixar comigo – Falei beijando suas mãos em resposta ao apoio.

– Acho melhor você dormir agora, se está esperando que eu cale minha boca nós passaremos a noite em claro.

Nós rimos.

– Estou sem sono...

– Não é isso que seus olhos dizem... Conheço essa cara, esqueceu que Nessie também é humana?

Assenti, sem forças pra emitir um som sequer.

– Vem, coloca a cabeça aqui... – Chamou Alice, oferecendo seu colo.

– Não precisa disso Alice. – Falei sentindo o ridículo tomar contar de mim.

– Deixa de ser bobo Jacob. Nessie sempre dormia assim comigo...

– Quando ela era uma criança. Duvido que isso aconteça hoje em dia.

– Não importa quando, o importante é que sempre funcionou. – Disse ela rindo e puxando-me para si. Eu devia estar realmente muito sonolento para não conseguir reagir.

No final das contas, Alice venceu. Ela me abraçava de lado, senti seu cheiro doce e suave me invadir completamente. Seu ombro era frágil e muito acolhedor, não demorou a eu sentir seus dedos pentearem meus cabelos, dando voltas que de tão macias e aconchegantes me fizeram relaxar.

Senti minhas pálpebras cederem ao sono, elas caiam lentamente levando consigo qualquer sinal de luz. A escuridão em meus olhos ficou completa, alguns toques leves e cheios de carinho me fizeram apagar completamente daquele dia tão surreal.



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