RENESMEE

Estou tão confusa, primeiro descubro que estou amando meu melhor amigo, depois descubro que o mesmo amou minha mãe incondicionalmente, logo em seguida descubro que estamos ligados de uma maneira mágica, uma lenda antiga de lobos uniu nossos corações! Qualquer pessoa ficaria no mínimo com o cérebro fervendo e eu não estava longe disso. Afinal eu o amo, ou isso é algo que eu tenho que fazer??

Sinto meu coração bater mais forte e acelerado, como se não coubesse dentro do peito. Em poucos minutos eu estaria de frente com ele, o homem que mais amo no mundo. Que não vejo há quase duas semanas, que pareceram mais uma eternidade longe da minha família e do Jake.

Jacob! Esse é o nome que não sai da minha cabeça e o motivo pelo qual papai está emburrado desde que entramos no táxi ao sairmos do aeroporto de Washington.

Toquei sua face e lhe pedi pra não ficar assim. Pois, eu o amava e também amava Jacob – de maneiras bem diferentes, claro - não havia nada que meu pai pudesse fazer... A não ser me apoiar. Ele relaxou e pegou minhas mãos, de seus lábios finos brotaram um sorriso que me deixou feliz. Apesar de ser apenas um sorriso de conformismo, essa situação entre papai e Jacob precisa mudar. Não vivo sem nenhum dos dois e não posso conviver com essa indiferença tremenda entre eles.

Mamãe estava no nosso meio e colocou sua mão junta à nossa.

– Preparada filha? – Indagou ela.

Assenti confiante. Esperei tanto por esse momento e não iria fracassar agora...

Virei-me para a janela do carro e a abri. Pingos da chuva que caía lá fora inundaram meu rosto, trazendo um alivio e uma sensação prazerosa.

– Cuidado para não pegar um resfriado filha – Orientou papai.

Fui fechando a janela aos poucos. Antes de chegarmos, papai ligou pra tia Alice e pediu que fosse nos aguardar fora de casa com alguns guarda-chuvas.

Não demorou muito e chegamos. Para mim, estava tudo diferente. Apesar de a fachada da casa ainda ser a mesma. Ao sair do táxi, senti o braço esquerdo do tio Emmett me envolver pelos ombros enquanto o outro segurava o guarda-chuva. Não esperei entrar em casa para lhe dar um abraço forte.

– Eu também senti muitas saudades de você baixinha! – Disse ele respondendo aos pensamentos que lhe enviei ao tocar sua cabeça.

Sorri com seu jeito brincalhão, ele sabia que eu não gostava de ser chamada de “baixinha”. Vovó Esme acompanhou papai e o vovô à minha mãe. Tios Jasper e Alice trouxeram as malas.

Quando estávamos todos dentro de casa, nos recompomos.

– Oh Nessie... – Tia Rose me abraçou – Que saudades!

Tia Rosalie sempre me dedicou um carinho especial. Apesar de toda sua marra, ela sempre virava uma manteiga derretida quando o assunto era a minha pessoa. A abracei forte e lhe confessei a saudade que senti de nossas conversas... Após saudar todos, mamãe fez a pergunta que estava praticamente escrita na minha testa.

– Onde está Jacob?

– Ele está exausto querida. Alice o levou às compras hoje e quando chegou disse que iria tomar um longo banho. Ele deve estar dormindo...

– Dormindo? Mas agora que são oito horas! – Lamentei. - Tia, o que você fez com ele? – Perguntei com tom de revolta à Alice.

– Nada Nessie, ele apenas me acompanhou num passeio. – Disse ela com cara de culpada.

Tia Alice estava estranha, não me olhou fixamente nos olhos nem um minuto depois que cheguei. Papai a encarava de uma forma estranha, sua testa ficou vincada e seus olhos se estreitaram, minha tia o fuzilou com os olhos num total embaraço. Senti um meio sorriso brotar dos lábios do papai como se estivesse vendo algo engraçado.

– Da pra contar o que está acontecendo aqui? – Pensei quase gritando para meu pai.

Seu sorriso se desfez.

– Ele acordou Nessie. – Anunciou papai, com certeza ouvindo os batimentos do coração do Jake despertar para outro ritmo.

Quase pulei de alegria quando papai disse isso, esqueci completamente do diálogo mental entre ele e tia Alice. Olhei para mamãe e ela riu me incentivando a fazer a coisa certa. Subi as escadas correndo e fui para o quarto de hospedes. O cheiro amadeirado e único me conduzia em direção ao meu Jake.

Abri a porta, ele estava em pé na frente da cama passando a mão em um dos olhos – certamente pelo sono interrompido – Quando me viu, contemplei o sorriso mais bonito do mundo brotar da boca mais perfeita que existe. As lágrimas invadiram meus olhos e corri para os braços dele sem reservas. Não medi minha força e o impacto nos jogou sobre a cama. Fiquei em cima de seu corpo e me agarrei a ele como se num piscar de olhos tudo aquilo pudesse acabar como quando acordamos do melhor sonho no meio da noite.

– Jake! – Exclamei enterrando meu rosto em seu peito.

Todas as palavras que sonhei dizer eram expressas em lágrimas de felicidade pelo reencontro da pessoa que mais amo. Seus braços me trouxeram para junto de si e com um movimento muito suave ele nos girou, deixando seu corpo em cima do meu.

– Nessie... – Disse ele com a voz mais rouca do que de costume. Provavelmente por ter acordado naquele momento.

Suas mãos afagavam meus cabelos e deslizavam por minha nuca. Seus lábios tocaram meu pescoço e isso me fez tremer. Levantei meu rosto que estava enterrado em seu peito e sua mão erguei meu queixo, o caminho que encontramos já estava escrito. Seus lábios se aproximaram dos meus e um hálito quente invadiu minha boca – Eu te amo Ness... – Disse Jacob encontrando meus lábios definitivamente. Seus lábios viajaram pelos meus e o beijo que tanto sonhei aconteceu.

Senti minhas pernas bambearem ao ver o quanto ele sentia minha falta, ver o quanto me amava, agora era nítido pra mim, o amor que sempre esteve ali, cravado naqueles olhos... O modo como seus lábios se mexiam me deixaram hipnotizada, se antes eu tinha alguma dúvida se eu o amava ou era só uma lenda boba, se esvaiu no momento que ele me envolveu com seus braços, me senti inteira outra vez, estava segura, em paz, estava com meu Jacob. Não precisava ser dito nada, aquele momento durou o bastante para me fazer enxergar o quão insegura eu fui e o quão amada eu era.. E sabe o que é melhor? É que eu o amo com todas as minhas forças também, pois eu o escolhi, mesmo antes de saber que ele era destinado a mim.

O desejo tomava conta de mim, abracei seu corpo com uma de minhas pernas, um movimento tão brusco que ouvi meu vestido se rasgar de lado. Quando senti sua mão apertar, levemente, o dorso da minha coxa e sua boca descer ao meu pescoço, um delírio passou por minha cabeça. Um trincar de dentes ecoou audivelmente vindo da sala, - papai! – Pensei abrindo os olhos.

Jacob saltou da cama e ficou em pé ao ouvir o sinal de alerta. Parece que estávamos fugindo dos limites da casa.

– Desculpa... – Pediu Jacob corando de vergonha.

– Não precisa se desculpa Jake... Se você quase passou dos limites, foi porque eu deixei. – Disse o inocentando de qualquer comportamento que meu pai pudesse culpá-lo.

Jocob sorriu torto com um pouco de malícia. Foi engraçado. Levantei da cama e o chamei:

– Venha nós precisamos conversar...

Ele pegou minhas mãos e descemos as escadas juntos. Com a outra mão, juntei os lados que meu vestido se rasgara. Na sala, todos nos olharam de um jeito diferente. Papai quase disse algo, mas foi impedido por mamãe que lhe enviou um olhar de repreensão. Calisle e Esme sorriam normalmente, Tia Rose demonstrava nojo, Tio Emmett mandou um piscadela para nós e sorriu maliciosamente, como quem nos elogiava pelo quase estrago que fizemos, tia Rose deu um tapa em seu braço e ele voltou a ficar imóvel. Tia Alice e tio Jasper ficaram sem expressão alguma. Quer dizer, tia Alice estava séria. Eu e Jacob ficamos sem graça em meio ao dilúvio de emoções ali. Com certeza todos já sabiam do incidente no quarto.

– Vamos para o jardim. – Anuncie levando Jacob pelo braço.

Mamãe assentiu e saímos às pressas antes que papai explodisse de raiva pelo comportamento de agora pouco.

– Seu pai não vai me perdoar nunca Nessie... – Disse Jacob enquanto entrávamos no jardim.

– Não se preocupe... Depois eu e mamãe conversamos com ele. Nada que uma boa dose de amor e carinho não dê jeito...

Nós rimos.

O jardim estava lindo e nele as mudanças eram notáveis. Tinham flores novas e a estética do ambiente estava diferente. As orquídeas possuíam um lugar de destaque perto da estufa... Essas mudanças devem ter acontecido na “operação” jardinagem entre tia Rosalie e a vovó hoje de manhã. Mesmo assim, com algumas coisas fora do lugar... Uma onda de lembranças invadiram minha cabeça e levaram-me para outros diversos encontros entre eu e Jacob. Nem acredito que tudo o que eu planejava dizer-lhe assim que o visse se resumiu num único beijo. Um beijo cheio de paixão, tão intenso quanto o fogo e tão vasto como o mar... foi simplesmente, mágico!

A grama estava molhada e sugeri que fossemos pra dentro da estufa. Lá poderíamos conversar melhor...

Quando chegamos, ficamos um de frente para o outro. Nós dois não sabíamos por onde começar;

– Nessie, tem algo muito sério que quero te contar - Franzi o cenho. Jacob ficou rígido e afastou-se um passo de mim. – Os lobos possuem uma espécie de magia... – Começou ele, tenso e muito cauteloso ao pronunciar cada palavra.

– O impriting? – Interrompi.

– Isso. Mas, como você sabe?

– Seth me explicou.

– Aquele moleque! – Exclamou Jacob com os cheios de raiva e fechando as duas mãos em punhos cerrados. – Ele não tinha o direito...

– Jake, o Seth fez a coisa certa em me contar. – Falei tentar acalmá-lo – Se não fosse por ele, eu nunca teria entendido o porquê de muitas coisas. Inclusive do amor que comecei a sentir por você.

– Mas Nessie, eu não quero que você se sinta obrigada a ficar comigo só por causa desse encanto idio...

– Jacob! – O Interrompi... – Eu te amo. Se isso é culpa de uma magia, feitiço ou qualquer outra coisa, eu não me importo! Ao contrário, fico ainda mais feliz...

– Como assim?

– Bom, se o impriting é um amor pra toda a vida. Não corremos o risco de nos separar... – Falei rindo.

– Nessie, você não sabe o quanto eu esperei pra ouvir você dizer isso...

– O quê?

– Que... me ama! Pensei que nunca me veria além de um irmão mais velho.

– Eu já tenho dois tios que cumprem esse papel meu amor... – Ri lembrando de Emmett, ele era o que mais se encaixava nesse perfil.

– Vem cá... – Puxei sua mão para o banco que ficava de frente para as rosas brancas. Queria deixá-lo mais a vontade, não sei por que, mas sinto que ele quer dizer algo e não

Está conseguindo. Sua apreensão me lembrou de seu passeio hoje cedo.

– Então, me conta como foi o passeio com tia Alice? – Perguntei curiosa.

– Até que foi legal... se não tivesse acontecido toda aquela tortura.

– Oh meu Deus! O que ela fez? – Perguntei fingindo aflição.

Jacob riu do meu tom de voz e prosseguiu:

– Começou me levando para o outro lado da cidade, enquanto eu morria de fome. Quando chegamos ao shopping...

– Shopping? – Perguntei interrompendo-o.

– Hunrrum... Quando chegamos ao shopping ela me levou pra praça de alimentação.

– Por favor, me diga que você se comportou... – Clamei bem humorada. Jacob comia muito e tia Alice com certeza ficaria horrorizada com seu jeito “selvagem” de se alimentar.

– Fui apenas eu mesmo meu amor. – Disse ele com um ar inocente.

– Ta bom... – falei imaginando a cara da minha tia vendo Jacob comer. Eu e mamãe já estávamos acostumadas, até achávamos engraçado. Mas, tia Alice? Coitada! A pobrezinha não suportava o jeito rústico de Jacob.

– Aconteceu algo engraçado Ness? – Disse Jake rindo baixo...

– O que?

– A garçonete achou que eu e Alice fossemos namorados. A moça chegou à nossa mesa elogiando e tudo...

– Jura? – Perguntei em meio a uma gargalhada. - Até agora só quem está sofrendo nesse passeio é minha pobre tia. – Pensei.

Jacob assentiu e continuou:

– Depois de tomar um café da manhã na hora de almoço. A baixinha começou a fazer compras, meus braços viraram os suportes para o montão de sacolas que ela atribuía ao sair de cada loja.

– Sinto muito... – Falei acariciando seu rosto com as palmas de minhas mãos. Ele riu de minha expressão solidária.

– É! Mas a pior parte mesmo foi quando ela me usou como um manequim...

– Como assim?

– Alice resolveu me presentear com algumas roupas também. Você gostou dessa? – Perguntou ele olhando para si. – Foi a que Alice mais gostou...

– Você está lindo! Na verdade, você fica lindo com qualquer roupa, até vestido de palhaço...

Jacob riu e me puxou, encostando seu corpo no meu, as costas de suas mãos deslizaram por meu rosto. Seu olhar estava petrificado enquanto olhava para mim, ri sem graça com seu ato de admiração.

– Nessie... Você é e sempre foi o amor da minha vida. – Sussurrou Jacob ao meu ouvido. Estremeci com sua voz rouca.

– Bom, nem sempre fui eu a dona de seus pensamentos. – Falei num tom vacilante.

Ele me encarou.

– A Thyfane não significou nada pra mim. Quando eu soube que ela impôs a você que se afastasse de mim. Terminei nosso namoro... Eu não a amava Nessie...

– Eu sei. Uma hora a mascara daquela garota iria cair. Mas não é dela que estou falando.

– Não? – Perguntou Jacob levantando uma de suas sobrancelhas. Demonstrando total confusão.

– Não, estou falando da mamãe. – Falei levando minha mão ao queixo, constrangida de citar o amor que ele sentia por ela.

Jacob engoliu seco quando soube de quem se tratava, e ficou estático por alguns segundos.

– Quem te contou? – Perguntou ele com um vazio no olhar.

– Descobri por acaso, em Forks. Conheci uma amiga de minha mãe, do tempo de colégio e ela se lembrou do triângulo amoroso que mamãe vivia.

– Amar Bella foi um dos meus piores castigos Nessie. Foram três longos anos de amor não correspondido. O pior de tudo é que ela não me deixava escapar... sempre dizia precisar de mim, isso me dava falsas esperanças. Eu a amava com todas as forças... até você nascer, é claro!

– Sei, hoje sou seu prêmio de consolação – Falei indignada.

– Não Nessie! – Esbravejou Jacob – Você me trouxe a chave da felicidade. Se eu um dia amei Bella, é porque você ainda fazia parte dela.

Suas palavras fizeram todo sentido pra mim. Além de sua justificativa poética, tinha o tal de “Duperfeice” que papai acarretou consigo ao transformar mamãe.

Os olhos do meu amor ainda estavam ofuscos, não percebi o mal que lhe causei ao relembrar sua história com mamãe.

– Desculpa... – Pedi, levando meus braços ao redor de seu corpo. – Eu acredito em você. Sem falar que EU TE AMO, e isso é o que importa.

Ele riu maliciosamente, eu sabia o que estaria por vir depois daquele sorriso. Apenas aguardei seu rosto se aproximar e nossos lábios se encontraram novamente. Num tom decidido e ousado Jacob pegou minha mão, me conduzindo até a janela da estufa. A janela estava aberta e de frente para a lua cheia que iluminava a noite. A chuva já tinha cessado há alguns minutos. E lá fora, o jardim reluzia com o luar. Senti seus braços envolverem minha cintura por trás, dando-me um abraço forte.

– Nessie... – Murmurou.

– Hum... – Grunhi observando o luar.

– Você me ama?

Ri incrédula de sua pergunta.

– Jake, eu já disse que...

– Só me responda Ness! – Disse ele, grave.

– É claro que EU TE AMO! – Falei angustiada. Não gostei do seu tom de voz. Uma enorme sensação de perda tomou conta de mim.

– Quanto?

– Muito! Mais do que a mim mesma Jake!

– Então... – Ele fez uma pausa e seu abraço ficou mais forte. Seus dedos envolveram os meus numa espécie de união na qual se formava apenas uma mão. – Você, aceita se casar comigo? – Sussurrou ele.

Aquela pergunta fez minha visão escurecer por uns cinco segundo. Eu não sentia mais o chão. Somente seus braços me sustentavam em pé.

– Ness? Você está bem? – Perguntou Jacob, aflito virando-me para si.

– Sim... – Respondi tão baixo que nem sei se ouvi. Consegui ver minha expressão através do espelho de seus olhos... Eu estava completamente em estado de choque.

– Bom. Acho que posso entender seu silencio como um “NÃO”. – Disse ele baixando a cabeça.

– Não Jake! Não é isso... – Recuperei o fôlego. – É que você me pegou de surpresa.

Sua expressão oscilava entre esperança e decepção.

– Nessie, eu sei que pode parecer loucura. Afinal, nós mal começamos a nos entender...

– SIM! – Falei interrompendo seu raciocínio.

Jacob franziu o cenho.

– Sim Jacob! Eu aceito me casar com você... – Disse pulando em seu pescoço e vibrando de alegria.

Jacob abriu um sorriso largo e respondeu ao meu abraço.

– É claro que eu aceito me casar com você meu amor. – Falei saindo de seus braços e lhe encarando fixamente.

Jacob não sabia como conter sua alegria.

Olhávamos um para o outro, bobos com a decisão repentina.

– É melhor fazer esse pedido direito então. – Disse ele, ajoelhando-se. Quase não acreditei na cena que acontecia diante de mim. – Renesmee Carlie Culen, você aceita se casar com esse humilde lobo? – Ao falar meu nome, Jacob abriu uma caixinha preta que retirou do bolso. Enquanto me fazia o pedido foi abrindo-a lentamente. Não sou tão vaidosa quanto minhas tias, mas suspirei diante do anel que brilhava em minha direção. O luar que entrava pela janela fazia a jóia reluzir ainda mais. Não demorei sentir as lágrimas rolarem por meu rosto...

Peguei a caixinha e continuei admirando o anel de esmeraldas e diamantes.

– Oh Jacob! É lindo... – Falei entre risos e lágrimas de felicidade.

Jacob se levantou, demonstrando completa satisfação. Com certeza sua surpresa surtiu o efeito esperado. Ele pegou a caixinha de minhas mãos e retirou o anel. Ficamos de frente um para o outro e somente as flores – de dentro da estufa e as que estavam além da janela – nos observavam. Jacob segurou minha mão direita, instintivamente a estendi... como se corresse o risco de quebra-la, ele colocou o anel no dedo anelar da minha mão direita.

– Esse é o dedo de noivado? – Questionei rindo.

– Sim!

– Então... somos noivos agora?....

– Em tese... – Disse ele num sorriso torto.

– Muito bem... Então me diga, para quando você pretende me tornar a Senhora Black!

– Daqui a um mês.

Um mês é tempo suficiente para minha família digerir a idéia... – Pensei nervosa só em imaginar a reação do papai.

– O que foi? – Perguntou Jacob ao perceber minha repentina mudança de humor.

– Nada não. – Falei. Não queria estragar aquele momento mágico sofrendo por antecipação.

Jacob pegou minha mão, qu

e agora tinha um lindo anel e me puxou para junto de si. Ele ria feliz enquanto acariciava minha mão e o anel que simbolizava nossa união. Fiquei a admirar seus lábios carnudos. Minha observação se tornou um chamado... seus braços me envolveram e nos beijamos tão ardentemente que parecia a primeira vez. Era justo considerando que não fazia nem vinte quatro horas desde a primeira vez que nos beijamos.

A brisa soprou pela janela e trouxe um aroma que eu não desconhecia. Era um cheiro de flores muito forte, eu sei que estava num jardim, mas nunca tinha sentido esse odor tão intenso e tão presente ali. O espanto do que acabei de recordar me fez romper o momento mágico que estava acontecendo entre mim e Jake.

– O que aconteceu? – Perguntou Jacob, confuso com minha reação.

– Não pode ser...

– O que Nessie?

– Inspire bem forte Jake.

Jacob fez o que pedi, quando terminou, perguntei:

– E aí? O que sentiu?

– Um cheiro maravilhoso de... – Disse ele.

– Flores?

– Isso! Mas é normal, nós estamos num jardim meu amor.

– Eu sei. Mas agora é diferente, é mais intenso. Tão intenso quanto o aroma na reserva, em La Push.

Jacob franziu o cenho completamente desorientado em meios às informações. Quando me pus a explicar...

– Háaaaaaa!!! – Um grito agudo, cheio de dor, ecoou da casa.