Poderíamos ter nos escondido, mudado de país ou algo do tipo. Poderíamos ter ido morar na Bolívia como trouxas. Poderíamos ter nos mudado para os pólos e ido viver com pinguins. Poderíamos...

Eu devia ter amolecido meu coração antes e cedido. Assim, eu teria tido mais tempo ele.

Ele, o motivo de eu ter essa criaturinha assustada e meus braços. Ele, o motivo pelo qual eu respiro, motivo que eu acordo todos os dias e sorrio como uma adolescente. Ele. Meu amor. Minha vida. Meu James.

Morto.

Marlene sempre disse que um dia, em meus documentos, haveria o nome Potter.

Dorcas brincava que eu amava tanto James, que a única forma de expressar isso era dando uma de difícil para ele.

Alice me insultava dizendo que eu murmurava o nome dele dormindo.

Eu mandava elas calarem a boca e agora elas estão mortas. Ou quase isso.

Eu estou com medo, tenho um filho em meus braços e outro em meu ventre. Um segundo filho que o pai nem sonha com a existência, uma criança que nunca verá a luz do dia, por que eu tenho certeza que há alguém subindo pela escada e que não é meu marido.

Lupin e Dumbledore deveriam ter ido nos visitar naquela noite, viriam nos dar notícias.

Sirius me disse que estariamos mais seguros com Peter sendo o fiel, por que ninguém pensaria nele. O que sera que fizeram com Peter? O torturaram? Rezo para que ele esteja bem.

Penso neles por último, pois não quero lembrar que meus filhos vão morrer. Eu mal tive tempo com eles, com o segundo menos ainda. Eu deveria ter contado para James, assim que descobri. Mas eu quis fazer uma surpresa.

Tola romântica.

Harry me encara chorando, menino esperto, já percebeu que algo nesta casa esta errado.

Eu queria que ele não tivesse percebido.

Cada uma das pessoas lembradas aqui devem ter sido amadas muito por mim, senão eu não teria me lembrado delas enquanto a porta do quarto era jogada a chão pelo meu algoz.

Voldemort.