Astra estava perplexa, amedrontada, tentava pensar em um modo de dissuadi-lo daquela ideia, mas como se lesse os pensamentos dela Christopher falou:

– Nem pense em querer me fazer mudar de ideia, pois eu vi você curar um filhote de pássaro que tinha caído no chão. Não tem como negar ruivinha, e outra coisa... quero que use sua magia ao meu favor, caso contrário vou contar para escola toda o que você é – finalizou com um sorriso vitorioso.

Se antes a pobre ruiva já estava assustada, naquele momento quase teve um ataque.

– Se já estamos conversados, eu a encontrarei amanhã para eu falar as regras – ele falou se virando.

– Espere! Como vou saber se está falando a verdade? – perguntou Astra desesperada tentando segura-lo pelo braço.

Este segurou a pequena mão da ruiva e a puxou para mais perto, fazendo com que ela quase batesse em seu peito.

– Que graça teria eu falar o seu segredo, a diversão vai ser você aos meus serviços, um dom assim não pode ser desperdiçado, e bem... tenho interesses maiores – ele falou com seu olhar predatório para a ruiva.

– Mas... magia também tem suas regras, não pode ser utilizada assim... – a ruiva falou numa tentativa falha de fazê-lo desistir daquela ideia.

– Imagino que tenha, mas pode ficar sossegada, porque não vou pedir para matar ou coisa do tipo, amanhã você me fala as regras da magia, mas nem tente me enrolar ou já sabe – finalizou o loiro soltando a pequena mão e se virando, andado a passos largos e apressados.

Astra ficou ainda uns bons minutos sentada na cadeira da biblioteca. Não podia acreditar que justo de todas as pessoas que podiam descobrir, justamente Christopher o faz!

“Estou perdida!!!” pensava a ruiva enquanto arrumava suas coisas e ia para casa, tentando se acalmar ouvindo música.

POV Christopher ON

O loiro mal se aguentava de rir, enquanto saia da escola e ia para o seu carro. A cara da ruiva tinha sido hilária, e sua cabeça já estava bolando ideias para poder usar a magia da ruiva.

“A diversão vai começar” pensava enquanto ligava seu carro e colocava o som do último, “ e aquela ruiva tem uma boca bonita, vou me divertir bastante com a magia e com a ruivinha”.

Estava até assobiando quando chegou em casa, ou melhor dizendo, na mansão em que morava com os pais e a irmã caçula.

Sua mãe Ravenna, tinha tido muita sorte quando mais nova, tinha encontrado um bom homem para se casar, e que aceitara o filho dela sem nenhum problema. Joe Carter, tinha conhecido Ravenna, quando Christopher ainda era um bebê, pouco mais de um mês, como Joe amava demais Ravenna e já considerava o pequeno como seu filho, não demoraram muito para se casarem, três anos depois veio Luna, uma garota muito tímida e insegura.

Christopher tem toda a pose de machão, mas uma coisa ele nunca permitiu: que qualquer homem se aproximasse de sua pequena Luna.

Ele a considerava muito ingênua, e temia que acontecesse alguma coisa com ela, ainda mais depois daquilo... ela nunca mais tinha sido a mesma.

Quando chegou em casa, viu que sua mãe estava com a face aborrecida e perguntou o que era.

– Luna – Ravenna falou simplesmente.

– Mãe você tem que ter paciência com ela – falou o loiro dando um beijo no rosto dela.

– Sabe bem que ela escuta mais você do que a qualquer um – falou a mãe retribuindo o carinho.

– Falarei com ela agora mesmo – ele falou simplesmente.

Então ele subiu as escadas que levavam para o segundo andar rapidamente. Não queria que sua irmã tivesse outra crise.

Chegou em frente ao quarto da irmã e bateu na porta, mas nem esperou a menina falar e foi entrando, sendo recebido por um forte abraço fraternal.

– Luna o que aconteceu? – falou o loiro conduzindo sua irmã de volta para a cama.

– O mesmo de sempre, briguei com a mamãe, eu já te falei ela não gosta de mim – falou garota.

Luna era uma jovem linda, tinha os cabelos negros como os de sua mãe, eram lisos até a cintura, mas seus olhos eram verdes como o de seu pai, vivia as turras com a mãe, mas se dava muito bem com o irmão e o pai, a única coisa que não gostava do irmão mais velho era as garotas as quais ele se relacionava, ainda sonhava com o dia em que veria seu querido irmão com alguém que valesse a pena.

– Claro que gosta, o problema é que as duas são orgulhosas, você tem que se animar Luna, não pode ficar enfurnada nesse quarto – ele falou com a feição preocupada.

– Eu sei, só... me de tempo... até por que eu não saio porque não tenho amigas e nem fale pra me tornar amiga daquelas suas “amiguinhas”, não as suporto!

– Certo, certo mas... que tal um desafio no videogame? – propôs o loiro.

Se tinha uma coisa que os irmão combinavam era a paixão por jogos. E assim os dois ficaram praticamente o dia todo jogando, até a que Luna dormiu com a cabeça encostada no ombro dele.

Christopher pegou-a no colo e a colocou cuidadosamente na cama, e ficou um bom tempo a observando dormir, e teve uma ideia, que colocaria em pratica no dia seguinte.

POV Christopher OFF

QUEBRA DE TEMPO

No dia seguinte...

Astra estava com os nervos a flor da pele, olhada para todos os lados cuidadosamente, para ver se ninguém comentava nada sobre bruxaria, mal tinha conseguido dormir, ou fazer os deveres de casa por sorte seus tios não tinham percebido seu nervosismo.

A manhã de aulas se passou tranquilo, e não tinha visto Christopher em lugar algum, então suas esperanças de que ele tivesse desistido tinham aumentado, estava quase suspirando aliviada quando andava pelo corredor da escola agora já vazio, quando sentiu ser puxada pelo braço para um dos quartinhos onde se guardavam as vassouras, rodos e etc.

– Achou que tinha me esquecido? – perguntou o loiro divertido.

– Não infelizmente, mal consegui pregar os olhos de medo dos outros saberem – Astra falou suspirando.

– Bem eu garanto que não falei nada para ninguém e seu segredo ficara guardado comigo... mas em troca você vai ter que fazer o que eu quiser – ele falou tranquilamente.

– Certo... o que quer que eu faça? – ela perguntou derrotada.

– Não vamos discutir aqui, e sim na sua casa, sempre tive curiosidade de conhecer a casa de uma bruxa.

Astra arregalou os olhos com tamanha surpresa, tinha a impressão que aquilo não iria terminar bem, de modo algum.