E agora, Legolas? escrita por Primadonna


Capítulo 4
III: A primeira caminhada


Notas iniciais do capítulo

OI A M O R E S. Mil desculpas pela demora.
Aconteceu que eu tive vestibular seriado (é difícil, viu?) e MILHÕES DE PROVAS. Acho que já expliquei o sistema de provas do meu colégio. Enfim, foi por isso que demorei mais que o normal e peço desculpas :/ fiquei focada e sem tempo para escrever, mas logo tudo se alinha, sim?
Quero agradecer com um milhão de beijos virtuais a recomendação da Harley Quinn. Meu amor, você me deixou feliz demais! Não tenho palavras para descrever esse carinho todo, então esse capítulo é todo pra você!
Aos demais, obrigada pelos comentários maravilhosos. São vocês que me motivam sempre. Espero que gostem, beijo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/650220/chapter/4

Nove meses

Os olhos de Thranduil estavam caindo naquela madrugada. Legolas havia acordado repentinamente e completamente agitado. As elfas que ficavam brincando com ele durante o dia tentaram de tudo, mas o pequeno apenas se aquietou quando o pai lhe fez companhia.

Ali estavam eles, o rei e o príncipe da Floresta Verde, jogando uma pequena bola feita de palha pelo quarto. Legolas engatinhava contente atrás dela e sempre a deixava entre as pernas cruzadas do pai para que ele jogasse de novo. Aquela brincadeira estava mais cansativa para Thranduil que apenas a jogava do que para Legolas, que arrastava as perninhas atrás.

— Já não está na hora de dormir, Legolas? — Thranduil bocejou enquanto jogava a bola outra vez. O menino riu e foi atrás da mesma, os cabelos loiros começando a cobrir-lhe os olhos. — Ótimo, vamos brincar de novo — bufou quando ele depositou o brinquedo para Thranduil novamente.

Legolas havia crescido bastante desde a última vez em que Thranduil o comparou com um vaso de decoração e a necessidade de esticar os membros do corpo cresciam junto. Ele, ora ficava de pé por alguns segundos, ora deitava-se da forma mais espreguiçada que conseguia. Talvez fosse um pequeno problema o fato de elfos serem tão altos. Os ossos se desenvolviam muito na infância e começavam a parar logo na adolescência. Não só o corpo, mas o cabelo de Legolas crescia com uma velocidade incrível. Thranduil achava até que o garoto podia conseguir ultrapassar os seus fios dourados antes de chegar aos quinze anos.

— É a última vez — Thranduil anunciou quando Legolas deixou o brinquedo novamente entre suas pernas e o jogou sem nem ver para onde. Legolas olhou receoso para trás e seguiu a bolinha, fazendo alguns barulhos estranhos. — O que… — o rei começou e parou assim que viu o filho de pé, pendurado em uma estante para pegar a bola que ele havia arremessado ali. Ele pensou em intervir, com medo do menino cair, mas o pequeno se saira tão bem, mesmo caindo sentado no chão em seguida, que Thranduil apenas sorriu. — Você está aprendendo rápido.

O mais velho foi até o garotinho, pegando-o no colo e olhando-o bem. As órbitas azuis de Legolas estavam maiores que o normal, como se ele estivesse maravilhado ou orgulhoso sobre algo. O mínimo sorriso que Thranduil tinha no rosto desapareceu quando ele percebeu que aquele olhar era exatamente o mesmo de Eleniel e um aperto invadiu-lhe o coração. Por alguns segundos, o rei da Floresta Verde definiu Legolas como uma recordação de tristezas.

«»

— Elrond Peredhel enviou um convite — Taranthiel disse, apertando com os dedos o fumo dentro da abertura do cachimbo. — Sua filha, Arwen, está perto da segunda bodas de prata. Ele resolveu fazer uma pequena comemoração.

— Quando ela completou seu primeiro centenário ele não fez uma comemoração — Thranduil franziu a testa. — O que há por trás?

— Talvez espalhar um pouco de paz entre os seres da Terra-Média. Há uma grande tensão estabelecendo-se entre as espécies desde os últimos boatos sobre o Um Anel.

— O senhor só pode estar blefando.

— Eu gostaria de estar, Majestade. Há coisas que tenho visto nos últimos sóis que preferia ter deixado em uma zona de esquecimento.

— Há coisas que deveriam simplesmente ser guardadas para uma hora de certeza, como isso. Todos os reinos da Terra-Média vão entrar em declínio atrás dessa história.

— Thranduil… — Mestre Taranthiel virou os olhos cinzentos para o rei. — Você sabe o que o Um Anel é capaz de causar a qualquer homem, elfo, anão e até mesmo orc. Mesmo que ele não esteja por perto, a ideia de que ele ainda está é acendedora. Para evitar conflitos maiores, Elrond quer fazer a celebração — gesticulou com as mãos, como se estivesse explicando algo muito difícil. — Essa visita pode ser boa até mesmo para o pequeno Legolas.

— Por que seria boa a ele?

— Arwen é uma grande elfa, Majestade. Ela e Legolas ainda compartilharão muitas coisas — o velho elfo sorriu e então se levantou. — Se apresse em arrumar suas coisas. A comemoração é na semana que vem.

«»

Anões, elfos e homens reunidos em um único lugar. Aquela não era a cena mais típica do mundo, e eram poucos os anões presentes, mas a tentativa de Elrond não havia ido totalmente em vão.

— Por Eru Ilúvatar — um sorriso cheio de esplendor se abriu no rosto pálido de Arwen quando ela teve o dedo indicador puxado por Legolas. — Ele é uma verdadeira benção, senhor Thranduil.

— É a sua cara — Elrond disse, sorrindo para o pequeno garoto. — Aliás, por que não fica com ele um tempo, Arwen? Quero mostrar uma coisa a Thranduil.

— Será um prazer — a elfa pegou o filhote de elfo no colo e saiu andando pelos jardins entre os outros convidados da sua festa, aquela que ela mesma sabia que não passava de uma manipulação.

— Fico surpreendido que esteja calmo diante desses assuntos que surgiram nos últimos meses — Elrond disse ao rei da Floresta Verde enquanto caminhavam para o lado oposto de Arwen.

— Acho que tenho coisas demais para me preocupar além de boatos que correm pela Terra-Média desde sempre.

— Faz sentido. Há uma coisa que gostaria de lhe propor, Thranduil — o elfo moreno disse e Thranduil esperou a continuidade. — Primeiramente, finja que está apreciando esses arbustos silvestres. Eles são bonitos, de fato. Se parecem com os seus — apontou para o pequeno amontoado verde escuro à frente deles. — O que eu gostaria de dizer é que, em alguns anos, nós vamos partir.

— Todos nós vamos uma hora.

— Não, não quero dizer como uma certeza. Eu e o meu povo vamos embora da Terra-Média. A cada sol que se passa, os homens vêm tomado conta de cada pedaço de terra existente. Eles estão em grande número e o tempo de glória dos elfos já se encerrou há muito.

— E qual é a minha participação nisso? — Thranduil perguntou, a voz mais seca que de costume.

— A companhia. Eu sei que ainda há muito para ser feito, como também sei que muitas coisas hão de acontecer em um futuro próximo. Aquele pequeno será um grande guerreiro — ele olhou para trás, vendo Arwen ajudando o filho de Thranduil se manter de pé. — Mas, quando for a hora certa, você acha que será capaz de largar tudo isso para se juntar a mim e ao meu povo para Valinor?

Mas Thranduil não respondeu. Ele apenas olhou de relance para trás, observando seu único filho de pé como fazia usualmente, caindo sem conseguir andar em seguida. Ele queria ter partido antes, se encontrar com Eleniel e viver por toda a eternidade élfica ao lado dela. Mas algo o prendia àquele mundo e ele tinha um nome forte e cabelos loiros que ficariam tão compridos quanto o seu.

— É difícil, eu sei. Mas considere isso como um convite. Até lá, Legolas pode fazer a escolha e partir com você. No momento, você deveria prepará-lo para o que há de vir — Elrond alertou e Thranduil se esforçou para não trincar os dentes. Por que é que todos viviam repetindo aquilo?

— Extraordinário! — Arwen exclamou, batendo algumas palmas quando Legolas finalmente havia ficado de pé e andado, procurando o pai no meio dos homens e elfos que conversavam baixo, abrindo um sorriso serelepe e feliz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, o que acharam? Depois do próximo capítulo, vamos entrar na fase da pré-adolescência de Legolas. Aquela época que todos passamos e confesso: um saco. Vai ser algo bem interessante e vamos ver algumas mudanças tensas em Thranduil, fora que o que gira em torno do Um Anel está apenas começando. Vou tentar focar mais em aventuras curtas de Legolas, mas isso vai depender do desenvolvimento.
E aí, o que acharam? Sentiram as indiretas? Hehe. Espero que gostem e não se esqueçam de comentar!
Mil beijos! E, ah, o Fred agradece os biscoitos do último capítulo! :V - seus lindos.