A filha de Gaia escrita por Goth-Lady


Capítulo 4
Caça a bandeira


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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O dia amanheceu no Acampamento Meio-Sangue. Jasmine acordou e foi para o banheiro, que era composto por um vaso, uma bancada de arranha-céu reciclado e uma banheira com uma ducha. Estava feliz de finalmente ter um banheiro que prestasse. Ao terminar sua higiene matinal e se vestir, ela desceu as escadas para encontrar as outras na sala. Antes de sair, notou que Helena tinha fechado o casaco e usava o capuz para esconder o cabelo. Do lado de fora encontraram o Senhor D olhando para o brasão do prédio.

– Que coisa sinistra. Dá até calafrios.

– Podemos ajudá-lo, Senhor D? – Perguntou Raven.

– Só estava olhando para o que fizeram. Essa é a coisa mais horrenda que já vi. – Disse apontando para o corvo de udjat.

– A ideia era juntarmos símbolos gregos, egípcios e nórdicos para marcar a Embaixada.

– Esse bicho parece que quer devorar minha alma. Só espero que nenhum deus do submundo resolva usá-lo também.

Dionísio se afastou e as quatro foram ao Pavilhão tomar café da manhã. Como todos os chalés tinham conselheiros, que também eram representantes, ficou resolvido que Diana e Raven representariam a Embaixada.

– Mas as duas não podem ser conselheiras ao mesmo tempo, ou podem? – Perguntou Jasmine confusa.

– O Chalé de Deméter tem duas conselheiras e o Chalé de Hermes tem dois conselheiros. – Disse Diana.

– E é bom que tenham duas que representem não só a Embaixada como as mitologias egípcia e nórdica. Uma só poderia causar discórdia entre os deuses. – Disse Raven. – Criar uma nova guerra está fora de questão.

– E são as mais indicadas. – Falou Helena. – Seus pais as criaram para liderar.

Após o café, voltaram para a Embaixada, mas não entraram.

– Helena me contou que ainda não escolheu uma arma. – Começou Diana.

– Eu não gosto de lutar.

– Mas precisa pelo menos saber se defender. Eu vou te ajudar a escolher uma arma.

– Mas eu não tenho ideia...

– Por isso que estou aqui. Vamos ver qual é a arma mais adequada para você. Vamos começar com o básico: uma espada.

Diana ergueu o pulso e começou a mexer na pulseira formada por elos de ferro e vários pingentes. Ela escolheu um e o puxou. O pingente retirado virou uma espada dourada em questão de segundos. Ela a entregou à Jasmine.

– Aço asgardiano. Não há outro melhor. Helena, preciso da sua espada.

Helena imitou o gesto que Diana fizera, mas ela não demorou muito. Em segundos o pingente tinha se transformado em uma espada prateada brilhante.

– Platina de Niflheim. – Explicou a morena albina antes de entregar à ruiva. – Tome cuidado, foi minha avó quem me deu.

– Os pesadelos vão amar isso. – Disse Diana.

– Não se quiserem continuar vivos.

– Vamos começar as lições básicas.

Diana teve que explicar à Jasmine o que fazer, como segurar uma espada e como atacar e defender. Diana pediu para que Jasmine desse o primeiro ataque e após a execução do mesmo, o ataque foi tão ruim que a morena errou o alvo há alguns centímetros, mesmo que a ruiva estivesse parada. Diana pediu que tentasse de novo e mesmo assim foi outra falha. Decidiu inverter os papéis e quando a ruiva atacou com um golpe de treino, a espada que Jasmine segurava caiu.

– Você não serve para a espada. Vamos tentar outra coisa. Ainda há mais armas nas Chains para testar.

– Chains?

– São correntes forjadas por anões onde armazenamos nosso equipamento. Facilita o transporte de armas grandes e pesadas e ainda voltam para nós se as perdermos. Elas se apresentam em forma de pulseira para as meninas e cordões ou correntes de calça para os meninos e passam numa boa por detectores de metal. Cada elo suporta dois equipamentos. E elas não oxidam ou enferrujam.

– Por falar em Chain, essa é pra você. – Anunciou Raven com um pequeno embrulho. – Pedimos para que os anões mandassem uma. Todo mundo usa, menos os gregos.

Enquanto Raven colocava a Chain no braço de Jasmine, Diana devolveu a espada de platina para Helena e pegou a sua espada caída. Ao invés de guardá-la na Chain como a sobrinha neta fizera, ela a manteve por perto enquanto retirava o seu machado de batalha gigante de dois gumes dela.

– Essa é a minha arma preferida. – Disse a ruiva. – Também é feita de aço asgardiano, se bem que todas as minhas armas são feitas desse material. – Disse o entregando a Jasmine.

– É muito pesado. – A grega mal conseguia levantá-lo.

– Acho que ele não vai servir.

A nórdica deixou o machado de lado e retirou o martelo de guerra, mas ele também era pesado, então o deixou de lado. Tentou a maça e a clava, mas as armas voaram alguns metros e por pouco não atingiram a Embaixada. Tentou o sabre e a cimitarra, mas saíram esquisitos e a cimitarra era leve demais para controlar. Tentou o tridente e a lança, mas foi um fiasco assim como os outros. Tentou a lança longa e o arco e flecha em um alvo de madeira que a ruiva tinha feito, mas nem chegaram perto do alvo.

Raven emprestou suas espadas gêmeas douradas, o par de sais dourados e até mesmo sua foice curta, mas nenhuma obteve resultado. Helena resolveu contribuir com sua foice longa, mas foi uma péssima ideia. A única arma que teve a nota menos pior de todas elas foi a adaga e mesmo assim o manejo de Jasmine com ela foi ruim.

– É, vai ser um cajado básico. – Concluiu Raven enquanto Diana guardava suas armas.

– O cajado é perfeito pra você. – Disse Helena.

– Mas vai andar com uma adaga também. – Anunciou a ruiva. – É bom ter uma adaga por perto, principalmente para marcar árvores, cortar cordas e esfolar a caça. Vamos para o arsenal ver o que temos.

Não adiantava protestar, Diana não se deixava convencer facilmente e a empurrou até o arsenal. Infelizmente ele estava fechado para verificação das armas e o aviso ainda desejava boa sorte para a caça à bandeira. Não podendo ir até o arsenal, foram procurar por outras atividades. Diana foi para a arena treinar com os outros e não demorou para transformarem o treino em um campo de batalha, mas mesmo assim ela derrubou os outros. Helena foi para a parede de escalada com magma, onde não encontrou dificuldades para subir. Raven e Jasmine foram para o campo de morangos, onde ela pegou um livro e começou a ler.

– Você lê? – Perguntou Jasmine.

– E você não? – Retrucou a egípcia.

– Eu tento, mas as palavras saltam do livro e não consigo ler mais nada.

– Isso acontece porque seu cérebro é programado para ler em grego antigo, mas isso tem cura.

– Sério?

– Sim. Thoth descobriu como reverter esse fato, para isso precisa aprender sua língua mitológica antes de qualquer outra. Assim as palavras não ficam saltando e quando a língua mitológica aparece, não demora tanto tempo para ser decifrada. Em outras palavras, você deveria ter aprendido a ler grego antigo antes de aprender inglês.

– Por quê?

– Para não ter muitos problemas para ler. Se tivesse aprendido grego antigo antes, aprenderia o inglês como sua segunda língua e poderia ler como qualquer pessoa normal.

– Isso é totalmente verdade?

– Eu aprendi a ler hieróglifos antes de me ensinarem a ler em inglês e hoje não só leio os dois como sou fluente em francês, alemão, espanhol, português, italiano, sueco, dinamarquês, grego atual e antigo, runas, árabe, hebraico, mandarim, celta, latim, esperanto e russo.

– Minha nossa!

– Eu sofri muitas horas com Thoth e ele ainda não me ensinou todas as línguas do mundo e nem todas as línguas antigas.

A grega arregalou os olhos. Não conseguia ler sequer um anúncio de jornal sem que as letras saltassem e a egípcia já sabia boa parte das línguas do mundo. Raven retornou a sua leitura.

– O que está lendo?

– Le Petit Prince. O Pequeno Príncipe. É um dos meus livros preferidos.

– Ele é esquisito. – As letras começaram a saltar e Jasmine teve que olhar para outro lugar. Raven riu.

– É porque está em francês. Gosto de ler na língua original. Eu posso te ensinar grego antigo se quiser, ou melhor, eu vou te ensinar grego antigo você querendo ou não!

A egípcia fechou o livro e arrastou a outra para a biblioteca da Embaixada. Lá, ela ensinou os primeiros passos da alfabetização em grego antigo e a fazia escrever em um caderno em branco. Quando chegou a hora do almoço, encontraram com Diana e Helena na mesa no Pavilhão de Jantar.

– O pavilhão está um tanto vazio. – Notou a filha de Rá.

– É que eu derrubei muita gente na arena. – Vangloriou-se a filha de Odin. – O pessoal da enfermaria deve estar me xingando até agora por causa de tanta gente que mandei para lá.

– Nórdicos. Adoram uma boa luta. Não me surpreende que sempre arrumem confusão.

– Vai ter um jogo de caça a bandeira hoje à tarde. Vamos participar!

– Você não acabou de lutar na arena? – Perguntou Jasmine atônita.

– Aquilo foi só aquecimento.

– Eu sou a única nórdica que não vê graça nas batalhas, apenas morte? – Perguntou Helena.

– Só Hel, os vanir e seus filhos.

Mais tarde, as quatro foram para a área onde aconteceria a caça à bandeira. Havia muitos que ficariam na plateia graças a alguns cortes, pulsos ou tornozelos torcidos ou braços ou pernas quebrados. Alguns poucos sobreviventes participariam contra elas.

– Você causou um grande estrago na Arena. – Disse o Senhor D impressionado quando avistou a ruiva.

– Sou filha do meu pai e irmã dos meus irmãos, adoro uma boa luta.

– Bom saber que os filhos de Ares não vão mais ficar entediados. São estrangeiras não? Eu conheço os seus pais?

– Claro que conhece. O meu pai é o maior nórdico.

– O meu é o maior egípcio.

– Se eu disser quem é a minha mãe, nunca mais dormirá na vida.

Dionísio cuspiu a coca diet que tomava. Diana e Raven se despediram do deus, Jasmine pediu licença antes de sair e Helena passou reto, cobrindo ainda mais o rosto com o capuz. Como a maioria estava na enfermaria ou sem condições de jogar, seriam apenas elas e alguns sobreviventes que jogariam, sendo eles o time vermelho e elas o azul.

– Jasmine, você guarda a bandeira. – Ordenou Diana. – Raven, Helena, vocês vêm comigo.

As três se afastaram deixando Jasmine sozinha com a bandeira. Ela sabia que não era muito forte e que não serviria para muita coisa. Algum tempo se passou e a filha de Gaia continuava vigiando a bandeira.

– Te deixaram aqui sozinha? – Perguntou alguém do outro time que tinha surgido.

– Isso vai ser fácil!

– Não tão fácil.

Os dois mal puderam olhar e cada um foi acertado em cheio na nuca por um cabo de metal, sendo nocauteados. Ao caírem, revelaram Helena segurando sua adaga.

– Se isso fosse sério, estariam mortos agora.

– Helena. Mas você não foi com Raven e Diana pegar a bandeira?

– Demos essa impressão, mas Diana nos dividiu. Ela me mandou voltar e te vigiar enquanto você vigia a bandeira. Ela e Raven cuidarão do resto.

– Entendi. – Respondeu melancólica. Pensava que se não fosse tão fraca, não precisaria que Helena a vigiasse.

– Não pense que você é o problema. Diana foi criada para ser líder de clã. Um líder deve conhecer os homens que está liderando, suas habilidades e fraquezas e escolher o mais indicado para a tarefa a ser realizada. Odin sempre disse isso para nós. Você só não tem o mesmo ritmo que nós.

– Porque eu sou grega, minha mãe me abandonou e nunca ninguém me ensinou a lutar.

– Mesmo que você fosse com elas, eu seria indicada para guardar a bandeira por causa do meu treinamento...

Sem aviso, Helena interrompeu o que falava e se virou para trás. Pegou uma pedra e atirou no meio do mato. No local em que ela atirou a pedra, apareceu Clarisse La Rue, filha de Ares, o deus da guerra. Clarisse avançou com a lança, mas Helena desviou ao passo que não recuou e sim avançou e corto o tronco da adversária com a adaga. A adversária a empurrou e segurou o lugar do corte, mas o que não sabia era que a nórdica não era como os outros inimigos que tinha enfrentado. Helena não demorou nem meio segundo no chão e já tinha levantado e contra-atacado.

Clarisse só teve tempo de erguer o escudo para parar o ataque, mas Helena já esperava por isso, por isso apenas ameaçava atacar ao invés de desferir de vez o ataque. A nórdica subiu no escudo inclinado e enfiou a adaga na parte desprotegida em que a armadura não cobria, mas precisamente a linha entre o ombro e o pescoço. Tão rápido a enfiou e a retirou, pegou impulso no escudo e saltou uma cambalhota para trás com a adaga em punho. Seu elmo caiu, assim como seu capuz.

– Ainda quer continuar com isso? – Perguntou a nórdica.

A resposta de Clarisse veio com uma investida de lança, forçando a nórdica a desviar para o lado e usar a adaga para cortar a pele do braço da adversária.

É como ver a luta contra a Srta. Wess. – Pensou Jasmine se recordando de como a tinha conhecido. – Ela não ataca, espera pelo movimento do adversário.

A luta continuou por um tempo. Helena não se utilizava de todas as suas habilidades, somente desviando e realizando pequenos cortes, que deixavam a adversária enfurecida. Jasmine não conseguia desviar o olhar. A luta parou ao ouvirem uma vez.

– Oi pessoal! Voltamos! – Anunciou Raven, segurando a bandeira.

– Precisa de ajuda, parenta?

– Como vocês...?!

– Foi fácil.

– Foi covardia, Diana. Colocar as filhas de dois dos Três Maiores na mesma equipe foi uma grande covardia.

– São Três Grandes. – Disse a filha de Ares enraivecida pela derrota.

– O que são Três Grandes? – Perguntou Jasmine.

– Precisamos mesmo te ensinar mitologia.

Antes que Quíron ou o Senhor D chegasse para ver, Helena voltou a puxar o capuz e esconder o cabelo nele e recolocou o elmo. Foi marcada a primeira vitória da Embaixada. As quatro estavam na Embaixada quando Jasmine perguntou à Diana sobre o plano.

– A estratégia era simples. – Respondeu a ruiva. – Helena ficaria de olho na bandeira sem ser vista enquanto eu faria um ataque direto à bandeira do inimigo. Enquanto os defensores da bandeira se concentrariam em mim, Raven daria a volta sem ser vista e pegaria a bandeira.

– Só que eu fui vista e tive que lutar. Não foi tão difícil assim. – Raven deu de ombros.

– E eu?

– Você ainda não desenvolveu suas habilidades. – Disse Diana. – Vamos ajudá-la com isso.

– E você precisa aprender sobre mitologia o quanto antes. – Disse Helena. – A começar pelos Três Grandes e os Três Maiores.

– Então o que estamos esperando? – Perguntou a egípcia. – Três Grandes é um termo que se refere aos três principais deuses de uma mitologia, mas é muito relativo. Como pode ver, não há apenas a mitologia grega, há uma série de outras também.

– Como assim relativo?

– Porque os três deuses principais da mitologia nórdica são Odin, Thor e Frey, mas os Três Grandes são Odin, Ve e Vili. – Respondeu Diana. – Apesar de meus tios Ve e Vili serem considerados deuses menores, eles fazem parte dos Três Grandes Nórdicos por terem matado o gigante Ymir e por criarem a raça humana. E também porque meu tio Ve ameaçou a tirar a fala e a palavra de cada ser humano.

– Criação humana? A fala e a palavra?

– Há várias histórias da criação humana. A criação humana segundo os nórdicos diz que assim que criaram o corpo, Ve deu ao humanos o dom da fala e da palavra, o conhecimento; Vili deu o dom dos sentimentos, da emoção e do pensamento e Odin deu a eles o sopro da vida o dom da vontade. Se meu tio Ve tirasse a fala e a palavra, voltaríamos a ser homens das cavernas.

– Azelf, Mesprit e Uxie disfarçados. – Brincou Raven.

– Quem?

– Nunca jogou ou viu Pokémon?

– Não.

– Eu vou te ensinar Pokémon além de grego antigo! E atual também.

– Mas voltando ao tópico principal, há vários Três Grandes. – Disse Diana. – Há os Três Grandes Nórdicos, que são meu pai e meus tios Ve e Vili como falei; há os Três Grandes Gregos, que são Zeus, Poseidon e Hades...

– E há os Três Grandes Egípcios, que são meu pai Rá e meus tios Amon e Atum.

– Há outras mitologias com seus Três Grandes também. – Disse Helena. – Celta, hindu, inuit, maori, asteca, maia, inca, japonesa, chinesa... Até os orixás tem os seus Três Grandes.

– Já os Três Maiores é o termo que se refere aos três principais deuses das três principais mitologias. – Esclareceu Diana.

– As três principais mitologias, que também são as três mitologias mais conhecidas, são as mitologias grega, egípcia e nórdica. – Disse Raven. – Os Três Maiores são Zeus, Odin e Rá e as decisões entre os três valem para todas as mitologias.

– Como o Pacto dos Três Maiores, que diz que nenhum deus pode fazer mal a um semideus de outra mitologia. – Diana falava em um tom sério. – Caso isso aconteça, ele não só declara guerra ao pai do semideus como a toda mitologia. Mas tem algumas exceções como os deuses da morte e do submundo em seu trabalho rotineiro ou caso de guerra declarada.

– Essa guerra não é algo que os deuses gregos queiram enfrentar. – Disse Helena. – Por isso, se não seguirem à risca, correrão o risco de haver outra guerra entre mitologias.

– Quer dizer que já houve uma guerra entre mitologias antes?

– Sim. – Respondeu Raven. – Mas isso é uma história maior e vai ter que ficar para outro dia. É melhor tomarmos banho antes do jantar. Esse suor faz mal ao corpo.


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Notas finais do capítulo

Chains são correntes feitas pelos anões encantadas ainda na forja para não passarem por detectores de metais, não enferrujarem e n oxidarem, além de servirem de inventário para o equipamento. Elas se apresentam na forma de pulseira para as meninas e correntes de calça ou cordões para os meninos, sendo algo prático e que não chama tanta atenção. Por causa disso elas podem ser usadas com roupas sem bolsos ou que não demandem bolsos, fazendo com que sejam utilizadas em praticamente qualquer lugar e qualquer evento, seja numa praia com os amigos, na piscina com a galera, em um cocktail num cruzeiro, na festa do trabalho ou até mesmo em um casamento (só lembrar de colocar debaixo da blusa). E o melhor de tudo: ninguém te pede emprestado na aula, perde sua caneta, pega emprestado de novo, empresta para outro e te vê como uma papelaria e não paga o mico de levar caneta dentro do bolso para a praia.
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A principal funcionalidade da Chain é guardar equipamento, como aqueles inventários dos games, a diferença é que não precisa abrir a mochila. Como são encantadas, você pode guardar armas grandes e pequenas.
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Voltando ao primeiro tópico, eu sei o que estão pensando: "Como posso ir para qualquer evento se vai ter um monte de monstros atrás de mim?". No caso dos gregos e romanos, é mais difícil conciliar vida social com a mitológica, mas no caso dos estrangeiros, eles são reclamados ainda no nascimento e treinados desde muito cedo, além de conviverem com seus pais divinos, tendo eles a guarda total ou parcial, então para eles, é muito mais fácil conciliar ambas as vidas e terem uma vida quase normal. Como muitos monstros não se revelam tentando matar os semideuses na presença de mortais, é só se afastar dos outros, ir pro X1, matar monstro e voltar à vida normal ou procurar ficar na presença do maior número possível de mortais. Matar monstros, para os estrangeiros, é algo absolutamente normal e rotineiro.
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Os estrangeiros não apresentam dislexia, pois aprendem sua língua mitológica assim que começam a falar, a ler e a escrever, com isso, qualquer outra língua que aprendem acaba se tornando uma segunda língua, sendo bilíngues. Ao usar esse método, o tempo para ler as escritas de sua língua mitológica cai para uma fração de segundo e pode-se ler qualquer outra coisa de qualquer língua diferente que não vê as letras saltarem e embaralharem, colocando o cérebro para funcionar além do programado.
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Pode parecer um exagero que Raven saiba tantas línguas, mas acreditem, se passassem todos os dias, algumas as horas com Thoth durante 16 anos, é tempo para aprender a fazer um foguete, apontar todas as constelações, estudar filosofia, política e economia, botânica, fazer uma neurocirurgia...
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O Pequeno Príncipe é um livro escrito pelo francês Antoine de Saint-Exupéry, que foi feito para crianças, mas possui um grande teor filosófico, principalmente entre as visões de crianças e adultos.
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Três Grandes, como explicado, é um termo que se refere aos três principais deuses de uma mitologia, porém ele é um termo muito relativo. Nem sempre são os mais conhecidos ou considerados os mais fortes, como mostrado com Ve e Vili.
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Ve e VIli são irmãos de Odin e são apresentados como deuses menores. Os três deuses estão relacionados com o mito da criação humana segundo os nórdicos. Os três mataram o gigante e fizeram de seu corpo Midgard, que fica no eixo da Yggdrasil, e mais tarde criaram a raça humana, dando-lhes dons.
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Ve deu aos humanos o dom da fala e da palavra, Vili deu o dom da emoção, do sentimento e do pensamento e Odin deu o sopro da vida o sopro da vida, esse que seria nosso espírito, e a vontade. Cada uma dessas coisas são importantes e precisam ser usadas juntas como corpo, mente e espírito. Imagine um mundo em que não saberíamos falar e nem escrever ou ler ou sequer desenhar e usar sinais (libras, códigos, sinais de fumaça), mas temos sentimentos e inteligência e vontade. Agora imagine um mundo em que podemos falar e escrever, temos vontade, mas não temos emoções, sentimentos ou inteligência. Por fim, imagine um mundo que podemos falar e escrever, temos sentimentos e inteligência, mas não temos vontade alguma de usar tudo isso ao nosso favor, não temos determinação. (quando eu digo nós, é a raça humana e não um indivíduo ou outro)
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Coincidentemente, ou não, Azelf, Mesprit e Uxie batem com essa história (na verdade o que achei de pokémon batendo com mitologia não é brincadeira, não só em aparência física, mas em conceitos também).
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Ve e Vili, assim como Odin, foram dados como pretendentes de Frigga, mas ela aacabou escolhendo Odin.
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Três Maiores já é um termo usado para se referir aos 3 principais líderes das 3 mitologias mais conhecidas mundialmente (mas acho que já falei isso).
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O Pacto dos Três Maiores, eu vou deixar para uma ocasião mais conveniente, pois essa história merece um capítulo só para ela. O principal efeito é que um deus não pode fazer mal a um semideus de outra mitologia, pois este ato é o mesmo que declarar guerra ao pai daquele semideus e a outra mitologia. Só para constar: não foi Zeus quem propôs esse pacto, pois ele desfavorece demais aos gregos, enquanto em outras mitologias, tem deus que caga se vai entrar em guerra ou não, principalmente se for contra a mitologia grega, mas isso é história para um capítulo inteiro, embora algumas coisas possam ser percebidas no decorrer da história.
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Ufa, fim de capítulo. Só espero ter esclarecido alguns pontos. No próximo, arrumem as malas, pois vão precisar delas.