Crônicas de um Jovem Rei escrita por MisuhoTita, Vanessa Sakata, TommySan, Sally Yagami


Capítulo 9
Procurando juntar os cacos


Notas iniciais do capítulo

Vanessa BR de novo pra postar mais um capítulo das "Crônicas de um Jovem Rei"! Espero que gostem do capítulo e boa leitura!



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Cassius saiu imediatamente do quarto, indo em direção ao quarto do filho. Logo que entrou, viu o menino com o rosto encharcado de lágrimas e empalidecido de terror, além de soluçar sem parar de tanto que chorava. Aproximou-se da cama e o pegou no colo, a fim de tentar tranquilizá-lo.

O menino o abraçou forte e disse com a voz entrecortada pelos soluços:

— Papai... Os homens maus... Eles machucaram a mamãe...!

— Calma, Landon... Os homens maus se foram.

O pequeno príncipe não conseguia parar de chorar e a única coisa que Cassius era capaz de fazer era acalentar o filho para que ele se tranquilizasse.

— Cadê a mamãe...? Eles machucaram a mamãe, papai...! Os homens maus machucaram a mamãe...!

— A mamãe está descansando, filho... O Gregory cuidou dela e ela vai ficar boa. Ela só precisa descansar pra começar a sarar.

— Os homens maus machucaram muito a mamãe...! Eu tô com medo de que voltem pra machucar ela de novo...!

— Eles não vão voltar, Landon... Não precisa ter medo.

— E se eles voltarem...?

— O papai não vai deixar machucar ninguém.

— Não...?

— Não, filho.

— Tô com medo, papai...!

— Calma, Landon... – ele passou a mão no cabelo do filho. – Não precisa ter medo, o papai tá aqui... Ninguém vai te fazer mal.

— Papai... A mamãe vai ficar boa...? – a voz do menino demonstrava que ele começava a se acalmar.

— Vai, sim. – Cassius respondeu enquanto secava os olhos do pequeno. – O Gregory já cuidou dela. A sua mãe só precisa descansar por um tempo pra sarar o machucado dela.

— Eu quero falar com a mamãe...

— Depois você fala com ela.

— Por quê?

— Porque ela está muito cansada e precisa descansar.

— Por que aqueles homens maus machucaram a mamãe?

— Porque eles são maus, Landon. Os homens maus gostam de machucar as pessoas e ficam rindo quando fazem isso.

— Eu tenho medo deles, papai... Tenho muito medo.

— Não precisa ter medo, Landon... O papai não vai deixar os homens maus te machucarem. Eles não vão chegar perto de você, meu filho.

*

Após muito trabalho para acalmar o filho, Cassius conseguira fazer com que ele adormecesse. Estava preocupado, pois não sabia por quanto tempo ele dormiria e nem o tamanho real do seu trauma. Ele presenciara uma cena muito chocante, então já era de se esperar que o menino ficasse em choque.

Aquele Hoster fizera um grande estrago...

Tinha que admitir que aquilo o desestabilizara grandemente. O baque fora muito grande.

Encostou-se em uma das paredes do corredor, com o olhar completamente distante. Aquilo lhe doía muito. Doía ver Landon completamente apavorado. Doía saber que o bebê que Astrid esperava fora morto. Doía vê-la sofrendo por isso. E doía a culpa que sentia por não ter protegido mulher e filho quando foi mais necessário.

Se ele não era capaz de proteger sua família, como protegeria Zardren?

— Cassius... – Ferdinand o arrancou de seus pensamentos. – Você está com cara de quem se sente culpado de alguma coisa.

— Eu não estou com cara de quem se sente culpado, Ferdinand. Eu realmente sou o culpado por tudo o que aconteceu à Astrid e ao Landon. Se, ao invés de ter lutado com aqueles homens, eu os tivesse protegido, nada disso teria acontecido...!

— Cassius, foi uma fatalidade. – William afirmou. – O tempo vai ajudar vocês a se refazerem. Antes do Robert nascer, a Elise tinha passado por isso. Foi uma perda dolorosa para nós, mas algum tempo depois os deuses nos abençoaram com o nosso filho.

— William – os olhos do rei zardreniano refletiam toda a sua dor. – Infelizmente, não tive esta mesma sorte...! A Astrid não pode mais me dar um filho, o ventre dela nunca mais será capaz de gerar uma criança...!

Os dois Lordes nada conseguiram dizer de imediato. Não lhes vinha qualquer palavra de conforto para Cassius, que fazia um grande esforço para não sucumbir àquela dor.

— O que me consola um pouco é que pelo menos ela está fora de perigo e o Landon não se feriu. A Astrid fez um grande sacrifício ao protegê-lo.

— Esse sacrifício dela será recompensado, Cassius. – o Lorde da Água deu um sorriso tranquilizador.

Nesse momento, a conversa foi interrompida, porque o rei zardreniano ouviu soluços. Não do pequeno Landon, mas justamente de Astrid. Cassius pediu licença e foi até seu quarto.

Imediatamente, ele se sentou ao lado de sua esposa, enquanto ela tentava secar as lágrimas. Cassius olhou para os olhos dela, que refletiam não só a dor de ter perdido a vida que estava gerando em seu ventre, como também a dor de saber que nunca mais poderia dar outro filho ao seu marido... Isso tudo, além da aflição com relação ao filho do casal.

— E o Landon...? – ela perguntou. – Como ele está?

— Ele acordou muito assustado. Está com muito medo de um novo ataque do Lorde Hoster e de seus homens. Me disse várias vezes que estava com medo e me perguntou várias vezes de você.

— Ele chorou muito, não foi...?

— Sim – ele suspirou. – Tive muito trabalho em acalmá-lo.

— Obrigada, Cassius...

— É o mínimo que posso fazer, Astrid. É o mínimo que posso fazer por você, depois de ter falhado...

— Não diga isso... A culpa não foi sua. Você tentou nos proteger, eu vi isso... Não se culpe. Eu não quero ver essa culpa infundada nos seus olhos, não tem motivos para isso.

Após passar a mão pela face do marido, a rainha zardreniana abaixou a cabeça e disse:

— Se há alguém que tem que ter isso nos olhos, sou eu, Cassius... Não posso mais dar filhos a você...!

Novamente, Astrid recomeçava a soluçar e, como reflexo, Cassius a abraçou com todo o cuidado. Permitiu que ela chorasse tudo a que tinha direito, colocando para fora toda a sua dor. Não apenas a dor física, mas também a dor que sentia em sua alma e em seu coração. Sentiu, nos fortes braços de seu marido, que encontrava o alento que tanto necessitava.

— Astrid... A culpa não é sua... Foi uma fatalidade...! Não vamos ficar remoendo o que aconteceu, porque não podemos voltar no tempo. Eu não vou deixar de te amar por causa disso... E nós precisamos nos recuperar... Pelo Landon. O Landon precisa de nós, meu amor...!

Os dois permaneceram abraçados por mais alguns minutos, até que Astrid conseguiu, por fim, se acalmar. Não era apenas ela quem estava se sentindo reconfortada com aquele abraço. Cassius também se sentia mais calmo e mais tranquilo, além de igualmente reconfortado. Seus lábios se encontraram com os dela, em um beijo carinhoso, no qual um demonstrava ao outro uma grande cumplicidade.

— Obrigada, Cassius... Já começo a me sentir melhor.

— Que bom. – ele sorriu enquanto secava os olhos de Astrid. – Vamos passar por isso juntos e vamos sair dessa mais fortes.

Neste momento, o casal ouviu um choro de criança à porta do quarto. Viram Landon, às lágrimas, com o rosto encharcado e apavorado.

— Papai...! Mamãe...! O homem mau...! O homem mau vem me machucar...! Não quero ficar sozinho...!


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Notas finais do capítulo

Continua...



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