O Rei Cassius e Reid permanecem por um bom tempo nos aposentos de Gregory e, um longo silêncio se faz ali, em que nenhum dos dois nada dizem, apenas observam o corpo sem vida do velho Conselheiro.

E, como um filho que dá um último adeus a seu pai, Reid dá um rápido beijo na testa já fria do último Conselheiro Mago do reino livre de Zardren, e, após este rápido beijo, Reid cobre o corpo sem vida de Gregory, para então deixar os aposentos, ao lado do rei Cassius.

Na porta dos aposentos de Gregory, Cassius e Reid se encontram com Astrid e Landon e, só pelo olhar dos dois homens, eles já percebem o que aconteceu.

Landon dá um abraço reconfortante em Reid que, se vê surpreso com o ato do jovem príncipe, pois, por mais que tenha desenvolvido um bom relacionamento com o jovem príncipe por cartas ao longo dos anos, não esperava uma atitude dessas do herdeiro ao trono zardreniano.

Abraçam-se por um bom tempo e, o abraço se desfaz, Reid então sorrindo para o seu príncipe antes de dizer:

— Agradeço, Sua Alteza.

— Não há o que agradecer, Reid. – Landon responde com um sorriso – Você sabe que pode contar sempre conosco.

— Agradeço, mais uma vez. – Reid volta a falar.

Os quatro deixam o corredor, indo para a sala do trono onde, começam a falar não somente do funeral de Gregory, como também da substituição do cargo de Conselheiro Real Zardreniano.

Conversam por várias horas, acertando todos os detalhes não somente dos funerais, como também da cerimônia que deverá acontecer e, Reid insiste que quer que tudo ocorra da forma mais simples possível e, de preferência só com a presença da Família Real, pois seu objetivo é servir ao reino, e não mostrar ao mundo o cargo que dentro de poucos dias irá ocupar.

***

Em Alkavampir, Jeyne está em seus aposentos, pronta para se deitar e dormir, pois tivera um dia muito cansativo e, tudo o que quer é um bom e merecido descanso, para que possa recarregar as suas energias, seus olhos estão pesados de tanto sono e, seu cansaço é tanto que ela não encontra nem disposição para satisfazer seu marido, e essa é uma das razões pelas quais quer dormir cedo.

A rainha alkavampiana se deita, apaga as velas e se cobre, o sono a dominando por completo. Ela já está em um sono quase profundo quando e, nem percebe a porta de seus aposentos se abrindo e uma pequena criança de dois anos entrando, e, se deitando ao lado dela.

Quando Jeyne percebe, leva um susto e acaba gritando, se sentando em seguida e ascendendo umas velas que estão ali perto, para ver o pequeno príncipe herdeiro ao trono alkavampiano.

— Pelos deuses, Lenon! – a voz de Jeyne é claramente irritada – O que é que você está fazendo aqui? Acaso não percebeu que eu estou cansada e que preciso dormir?

— Mamãe... – a voz do menino é manhosa – Eu não quero dormir sozinho, quero ficar aqui com você...

— Em primeiro lugar, não me chame de mamãe, Lenon, eu já te disse mil vezes que detesto, que deve me chamar de mãe. E, em segundo lugar, se quer dormir com alguém, encontre uma criada qualquer, tem várias a seu dispor. Agora me deixe dormir, eu estou muito cansada.

O menino faz cara de emburrado e deixa os aposentos da mãe, mas, não antes de fechar a porta com força, só para fazer barulho e acordá-la. Se ela não quer ficar com ele como uma mãe deve ficar com um filho, que tenha uma péssima noite de sono!

***

Alguns dias depois...

Na sala do trono do palácio real zardreniano, tudo está pronto para a cerimônia de posse de Reid e, conforme o próprio pediu, só estão ali presentes a família real, Cassius e Astrid, bem como Landon e Catelyn, todos usando roupas nas cores vermelho e dourada, de acordo com os protocolos.

Cassius e Astrid estão sentados em seus respectivos tronos, e, Landon e Catelyn estão ao lado deles, Landon está em pé, mas, para Catelyn, que está em seu estágio final de gestação, fora providenciada uma confortável poltrona.

As portas da grande sala do trono se abrem e surge Reid, que começa a caminhas por um elegante tapete vermelho, até chegar às pequenas escadarias que levam ao trono zardreniano.

Em seguida, Reid se ajoelha perante o seu rei e, suas palavras soam altas e claras:

— Eu, Reid, de acordo com as leis da Cidadela, e após o falecimento e sepultamento do Conselheiro Gregory do reino livre de Zardren, me ajoelho, perante a Família Real zardreniana, para pedir, humildemente, que eu possa ser empossado como o Novo Conselheiro deste reino, usando todos os meus conhecimentos, adquiridos ao longo de vinte longos anos na Cidadela, para ajudar o rei a levar o reino sempre nos caminhos da luz e da prosperidade, a partir de hoje, e em todos os dias de minha vida, pois só a morte pode me liberar de servir a meu rei e a meu reino.

Cassius se levanta e, sua voz de faz ouvir:

— Eu, Cassius de Zardren, te recebo, Reid, como o mais novo Conselheiro do Reino Livre de Zardren, diante dos deuses e da Família Real, que está aqui como testemunha de seus votos. Deve proferir seus votos neste momento, e então se levantará, não como o homem que se ajoelhou, mas como o novo Conselheiro do Reino Livre de Zardren.

— Eu, Reid, Conselheiro do Reino de Zardren, juro solenemente diante dos deuses e dos homens, que, a partir deste momento, irei servir a Cassius de Zardren, o homem que reconheço como sendo o verdadeiro Rei de meu reino. Juro solenemente que serei uma fonte de sabedoria, para que meu rei possa beber dela. Juro apoiar meu rei em toda e qualquer decisão, bem como interferir, quando achar necessário, para o bem maior do reino. A partir deste dia, e por todos os dias que virão, servirei a meu rei, para ajudar este reino a prosperar.

E, após proferir seu juramento, Reid se levanta, como o novo Conselheiro do Reino Livre de Zardren, recebendo abraços calorosos dos quatro membros da família real zardreniana.