Uma semana depois...

Finalmente, é chegada a véspera do casamento de Landon e Catelyn, e, no palácio real zardreniano, todos os preparativos para a grande cerimônia já estão concluídos. A decoração de todo o palácio é vermelha e dourada, as cores da casa real zardreniana, com rosas vermelhas e brancas em belos arranjos decorando todo o palácio, um pedido especial de Landon.

O jovem príncipe está na varanda de seus aposentos, olhando para o imenso jardim do palácio e, pensando no dia seguinte, quando ele finalmente irá se unir em matrimônio a mulher que ama como jamais imaginou ser capaz de amar alguém.

Durante anos esperou por este momento e, agora, finalmente ele irá se tornar realidade. Finalmente irá se casar e, se os deuses forem bons, daqui a alguns anos será abençoado com um filho, levando adiante a linhagem real zardreniana e orgulhando seus pais e todos os seus ancestrais.

Pensa em Catelyn e, em como está com saudades dela. Por conta dos protocolos e de todos os preparativos para o casamento, faz um mês que eles não se veem, e, a saudade é grande em seu peito.

Fica imaginando como ela estará vestida de noiva e, sabe que certamente, esta será um visão dos deuses...

Landon está tão distraído em seus pensamentos que, nem percebe a aproximação de Astrid, que adentra a varanda e se coloca ao lado do filho, sorrindo para ele.

— Você parece muito distraído, Landon. – comenta a rainha zardreniana.

Só então Landon se dá conta da presença de sua mãe a seu lado e, sorri para ela antes de dizer:

— Realmente eu estou muito distraído, mãe. Estou pensando no dia de amanhã.

— Eu sei o quanto está nervoso, Landon, mas, te asseguro que não há motivos para isso, vai dar tudo certo. Além do mais, é só um casamento.

— Não é só um casamento, mãe. É o meu casamento. Eu não sou um rapaz comum, eu sou o príncipe herdeiro ao trono, sou o futuro rei. Se eu por ventura fizer alguma coisa errado amanhã, vou envergonhar todo o reino e os meus ancestrais.

— Bobagem, Landon. Você conhece todos os protocolos, se sairá muito bem amanhã, e, eu garanto a você, meu filho, que, no momento em que você olhar para a Catelyn, vestida de noiva e sendo conduzida até você, irá se esquecer de todo o nervosismo que está sentindo.

— Será?

— Pode ter certeza, meu filho.

— Como a senhora pode estar assim tão certa, mãe?

— Porque eu já passei por isso quando estava noiva de seu pai, Landon. E, por isso eu sei que toda essa ansiedade que você está sentindo é perfeitamente normal, meu filho.  Mas é como eu disse, quando chegar o momento, todo esse nervosismo vai passar e, você pensará apenas em jurar amor eterno a sua noiva, diante dos deuses e dos homens.

— É mesmo?

— Sim, meu filho. Como eu disse, já passei por isso, quando me casei com o seu pai. Mas, não é nada demais, apenas uma cerimônia, como quando vocês dançaram pela primeira vez, só que dessa vez, irão se tornar esposo e esposa, e ninguém será capaz de separar o amor de vocês.

Landon encara o rosto de sua mãe, encontra ali uma grande serenidade, que é capaz de acalmar um pouco tanto o seu coração quanto a sua ansiedade. E, a vida inteira a sua mãe sempre foi assim, ela sempre foi capaz de o compreender como ninguém é capaz de compreender, sempre foi capaz de enxergar no fundo do seu coração, enxergar o que ninguém mais enxerga, e acalmar o que ninguém mais acalmar.

— Obrigado, mãe. – o príncipe sorri – Suas palavras estão fazendo com que eu me sinta um pouco mais calmo.

***

É uma bela noite, as estrelas brilham no céu, ao lado da bela e plena lua cheia. Ele nota que uma das estrelas brilha com muito mais intensidade do que as outras, e, seu brilho é tão intenso que ofusca todas as outras estrelas.

Ele caminha por um corredor, e, olhando para as suas mãos, percebe que está um pouco mais velho e, novamente, ele sente que está em um corpo que não é o seu. Olha ao redor e percebe que está no palácio zardreniano, mas este, parece ligeiramente diferente do palácio que conheceu e que cresceu a vida inteira, é como se ele tivesse sido reconstruído.

Chega ao imenso jardim e um homem, que ele tem certeza de que o conhece de algum lugar, chega e lhe faz uma reverência, para, em seguida, lhe entregar um pequeno embrulho.

Ele pega o pequeno embrulho e, percebe se tratar de um bebê, uma menina. E, ao notar isso, sente o seu coração se encher de alegria, uma alegria tão imensa que preenche todo o seu coração.

Não sabe quem é aquela pequena menininha, só sabe que ela faz o seu coração bater cada vez mais rápido e de forma plena, sente a sua felicidade se completar enquanto segura aquela criança em seus braços, como se tivesse vivido por toda a sua vida esperando por aquele momento.

Seus olhos castanhos encaram aquele bebê em seus braços e, sente uma ligação muito grande com aquela criança, como se ela, de alguma forma, fosse muito importante em sua vida, mais importante do que qualquer outra coisa.

Tenta encarar o rosto daquela bebê, mas, ele parece meio embaçado, e, a única coisa que consegue perceber, é que a criança tem os olhinhos castanhos, os mais belos olhos que ele já viu na vida.

Não consegue deixar de sorrir.

 ***

Landon acorda, sentindo uma paz muito grande em sue interior, como nunca antes havia se sentindo em toda a sua vida. Se lembra do sonho e sorri. Não sabe quem era aquela criança do sonho, mas, de alguma forma, ela lhe deixou feliz, como há muito tempo não se sentia.

Olha para a janela, onde o belo sol da manhã ilumina mais um dia, e, se dá conta de que o grande dia finalmente chegou.

Finalmente, depois de quatro anos de espera, irá unir a sua vida a de Catelyn, jurará amor eterno a ela, diante dos deuses e dos homens, e então serão marido e mulher!