A Seleção de Arendelle escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 3
Snowflakes


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEYYYY!! Quem aí fez Enem??? Amanhã tem mais né? (Só chorando mesmo)
Espero que gostem desse capítulo os primeiros capítulos serão pequenos mesmo, mas daqui a pouco terão beeeeeeeeeem mais palavras, vão por mim. ♥
Beijos gelados e comentem o que acharam!! Um favorito e/ou recomendação também é super bem-vindo e me dá infarto. Amo vcs ♥



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***

–Você está louco? – O último garoto da fileira chega mais perto, falando extremamente baixo. Ele estava arrumado dos pés até a cabeça.

–A cerimônia não era daqui a uma hora? – pergunto, de olhos arregalados.

–Era, até ela mudar. – ele se refere a princesa. – Cada empregada do reino avisou para o Selecionado que estava cuidando. Onde está a sua?

–A minha... – franzo o cenho. Ah, não, Astrid. – Droga.

–Cuidado com a boca. Ouvi dizer que a princesa odeia esses palavreados.

–Ela odeia muita coisa. – murmuro, puxando os cabelos da minha nuca, pensativo. – Escuta, será que dá tempo de eu correr e por alguma roupa por cima?

–Melhor do que a que você está usando. – ele diz. – A propósito, meu nome é Jamie, sou do Quatro.

–O meu é Jack. – digo, já me distanciando. – Jack Frost.

Alguma coisa dentro de mim impede que eu diga que sou do Seis.

***

Corro como se o frio não estivesse me atingindo em cheio.

Todos os corredores estão vazios e silenciosos.

Minhas pernas parecem funcionar contra a vontade delas e não param até que meu corpo colida com um obstáculo mediano. Uma garota, loira e de nome desconhecido.

Ambos caímos no chão com a pancada.

–Ai! – ela reclama, colocando uma mão na testa enquanto a outra apoia-se no chão, tentando se levantar. – Você está louco?

–É a segunda pessoa que me pergunta isso. – Levanto-me e a ajudo. – Olha, me desculpe.

–Por que eu devo te desculpar? Não pode correr nos corredores, ainda mais estando com essas roupas. – ela encara meu moletom azul e minha calça marrom surrada.

–Eu sei, eu estava indo trocar. Não sabia que a princesa tinha mudado o horário.

–Qual é o seu nome? – ela franze o cenho, aborrecida, arrumando o cabelo rapidamente.

Percebo que seu cabelo é tão loiro quanto o meu, talvez até mais. Algo dentro de mim estremece.

–Por que eu devo dizer? – brinco, ignorando seu olhar matador. E começo a andar em direção ao quarto. Uma coisa que minha irmã odiava era quando eu respondia uma pergunta com outra pergunta.

–Ora, não acha que está sendo muito atrevido? – ela me segue, tentando me fazer parar.

–Talvez. – paro de súbito. A porta do quarto está logo atrás dela.

Olho para todos os lados antes de a encarar realmente.

E então é como se o tempo tivesse parado. Seus olhos grandes e azuis pareciam querer me afundar cada vez mais, sua boca de uma cor vinho, forte, demonstrava confusão. Suas feições eram duras, de alguém que já observou coisas que nenhum de nós mortais nem sequer imagina.

Não consigo parar meu olhar em seu rosto, seu corpo parecia uma obra de arte, como se tivesse sido moldada por deuses.

Nem percebo que estou me aproximando com meu corpo, quase a imprensando contra a porta. Ela era como um imã. Paro assim que percebo a besteira que eu ia fazer, e me afasto.

–Quem é você? – sua voz é pesada, como se carregasse o mundo inteiro consigo. Ela não se move.

–O que? – meu transe vai se esvaindo. – Desculpe, eu não deveria nem ter me esbarrado com a Senhorita. Eu sou do Seis... meu nome é...

–Eu perguntei quem é você, não o seu nome, muito menos a sua casta. – ela olha para o lado antes de me encarar novamente, sussurrando. – Quem é você por dentro?

Paro, observando-a, esperando para ver se aquilo não era uma pegadinha. Seus olhos estavam me sufocando e eu morreria logo.

–Eu não sei. – sussurro. Ninguém jamais me fez essa pergunta.

–Eu também não. – posso ver certa tristeza em seu olhar, que ela logo esconde. – Agora vá se arrumar antes que a princesa ordene que cortem a sua cabeça.

–Você acha que ela faria isso? – franzo o cenho, preocupado.

–Não duvide. – ela sorri, mas não mostra os dentes. – Posso fazer com que ela se atrase um pouquinho para que você chegue, mas não demore. E vista algo decente.

–Obrigado. – agradeço, dando uma última encarada nela, e finjo que entro no quarto. Mas não entro.

Fico com metade do meu corpo para fora, observando-a ir embora, arrastando seu vestido azul pelo corredor.

Deve ser impressão minha, claro, mas assim que ela faz a curva, alguns flocos de neve caem do teto.

E eles foram embora tão rápido quanto vieram.

***


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Notas finais do capítulo

HEHEHEHEHEHEHEHEHHEHEHEHEHE E agora, senhora?