Obsessão escrita por Matthew McCarty


Capítulo 1
One-Shot


Notas iniciais do capítulo

Primeira fanfic minha aqui, só espero que gostem.

Obs: O único personagem que identifiquei foi o Furihata. Usem sua imaginação e o ship que desejarem nesta fic.



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Passos ecoaram no meio da escuridão em que o jovem de cabelos castanhos se encontrava. Preso num lugar escuro, amordaçado e seu corpo amarrado, não lhe era permitido respirar comodamente ou saber onde e com quem estava. O cheiro do mar era a única coisa que conseguira identificar e isso não lhe acalmava. Pelo contrário, esse fato o deixava mais desesperado ainda: fora sequestrado e estava longe de Tóquio. Como tinha chegado até esse ponto?!

Aquele dia começou normalmente, com ele indo para a escola que tanto adorava frequentar, era sábado, porém a treinadora sempre marcava treinos nos finais de semanas. Morava até que perto da escola, então ia caminhando, mas não chegou nem sequer uma quadra perto do Instituto Seirin. No meio do caminho, pouco antes de chegar no local que sempre encontrava alguns colegas de classe, um pano foi colocado em seu rosto e braços muito fortes o seguraram até ele perder a consciência. Ao acordar, já estava ali. No escuro, imobilizado e tremendo de medo.

O lugar onde estava se iluminou de repente, obrigando-o a fechar os olhos inchados pelo choro. Só quando conseguiu enxergar alguma coisa deu-se conta da situação na qual estava: deitado no fundo de um armário, encolhido aos pés de alguém. Ao levantar o olhar, a luz o impossibilitou de identificar o rosto ou a expressão contida nele, mas isso não era necessário para saber de quem se tratava. Aqueles cabelos e aquele corpo eram inconfundíveis.

- Oras, não me olhe assim, tão desesperado - a voz foi reconhecida também, o que só aumentava o medo nos olhos do menor. E como não ter medo? Aquela pessoa era capaz de fazer qualquer um tremer apenas com o olhar. Alguns tremiam por excitação, outros por temor. Ele estava no segundo grupo, era assim toda vez que olhava naqueles olhos intensos. Lágrimas voltaram a molhar seu rosto, refazendo o caminho que outras gotinhas tinham percorrido antes do responsável por seu sequestro aparecer. Agora estava muito mais temeroso que antes. O que fizera para acabar daquele jeito?

- Não, não chore - disse o sequestrador, sua voz calma e soando preocupada. Com extremo cuidado, o menor foi retirado do armário e carregado como uma princesa até a cama. O mais alto deixou o pequeno castanho deitado sobre os lençóis, ainda amarrado e amordaçado. Com a ponta dos dedos, secou as lágrimas que insistiam em resbalar na pele de seu adorado.

Ah, finalmente o tinha só para si. Desde aquele jogo de basquete, no qual tinha visto o jogador número 12 da Seirin sentado no banco e torcendo pelos seus companheiros, não conseguira esquecê-lo. Aquele muito característico sorriso do castanho era tão hipnotizante quanto sua expressão de medo. Não conseguia decidir qual lhe agradava mais, e no fundo nem se importava em escolher. Adorava cada uma das expressões de Furihata Kouki, o nome daquele belo ser que agora soluçava e tremia na sua cama, na casa de praia de sua familia.

Ninguém imaginava que ele tinha sido o responsável por aquele sequestro, sempre fingira tão bem que não havia ninguém no Japão que imaginasse que ele, justo ele, estava obcecado com um garoto tão simples quanto o castanho. Ah, acariciar seus cabelos macios era como estar em um sonho... Fazendo um sinal para que o menor não gritasse, foi retirando pouco a pouco a mordaça que devia estar incomodando o seu amado, finalmente conseguindo ver as linhas sensuais que desenhavam seus lábios. Quando este pareceu tentar dizer algo, os dedos do mais alto o impediram, passando a acariciar a boca suave que o seduzia, especialmente quando o lábio inferior tremia como uma pétala delicada ao ser perturbada pela brisa.

Inclinando-se sobre o corpo amarrado e trêmulo, juntou seus lábios numa carícia cálida e carinhosa, surpreendendo Furihata a ponto dele deixar de chorar. Isso foi interpretado de maneira completamente errônea por aquele que agora se deitava ao seu lado, que acreditou que seu beijo era algo que agradava o pequeno a ponto de dissipar seu medo. Cego por sua obsessão, não enxergava o pavor que o castanho passou a sentir após aquele íntimo contato.

- Sempre desejei te ter assim, deitado ao meu lado, na minha cama, perto do meu corpo. Eu vou ter você assim comigo pra sempre agora - cada palavra dita só aumentava o desespero do jovem. Os braços fortes que antes o forçaram para dentro de um carro, agora o envolviam com extrema doçura. E aquilo estava bem longe de parecer algo bom. Um suave beijo foi depositado em sua testa, enquanto uma das mãos deste percorriam o corpo dolorido de Furihata, que voltou a chorar em silêncio. Com a situação sendo extremamente clara em sua mente, só poderia fazer isso por enquanto: chorar. Chorar amargamente por se tornar o desejo daquele homem. Quem iria imaginar que logo ele seria capaz de sequestrar alguém? Ou sequer de manter sentimentos tão doentios em sua mente? Nem sequer aqueles mais próximos conseguiriam pensar nessa hipótese.

As amarras começaram a ser desfeitas uma por uma, mas Furihata não se mexeu. Até porque seu corpo estava dolorido demais pelas horas que passou amarrado numa posição desconfortável. E também porque sua situação só pioraria se tentasse resistir de qualquer maneira.

- Você é só meu. E ninguém além de mim vai poder te ver e tocar. Só eu. Somente eu - o sorriso era suave e ao mesmo tempo assustador. Furihata fechou os olhos, a medida que era despido pelas mãos de alguém que não amava, mas que não seria capaz de enfrentar.

Ajuda? Duvidava muito de que ela chegasse. Mesmo que o procurassem, jamais o achariam, jamais desconfiariam de alguém como ele.

Fugir era impossível. Podia apostar que tinha câmeras ou guardas naquela casa perto do mar. Aliás, não sabia se estavam numa praia próxima a alguma cidade... Sequer sabia se estava no Japão ainda! E muito além disso, a obsessão era palpável na voz e no olhar daquele que acariciava sua pele nua entre juras de amor e palavras possessivas.

Não tinha escapatória, mesmo que fugisse sempre seria encontrado. Só lhe restava lamentar o que o cruel destino reservara para ele e esperar que um dia pudesse sair daquele lugar e retornar para casa. Talvez, apenas talvez, num futuro que desejava não ser muito distante, tudo aquilo não passasse de lembranças dolorosas.

Talvez, apenas talvez, um dia deixaria de ser dele.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Gostaria de saber que personagem vocês imaginaram, espero que queiram me contar xD

Obrigada por lerem!



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