Contos Gaiden escrita por Tina Santos


Capítulo 3
Make


Notas iniciais do capítulo

Festival de ano novo.

Boa leitura padawans



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Make

Perdendo

~ & ~

Tudo estava tão diferente desde aquele festival anual, onde festejamos mais um ano que passou e dando boas vindas ao ano que se iniciava. Lembro bem daquele festival. Não que tudo tenha mudado a partir dele, claro que não, as coisas haviam mudado desde o exame Chuunin. Muita coisa aconteceu. Fui treinado pelo o amigo-rival de meu pai e o ajudei junto com meu pai a salvar o mundo ninja. E naquele tempo fortaleci meus laços com meu pai, mas não com o titulo de Hokage.

Esse titulo que a filha de meu sensei persegue com determinação e admiração. Eu simplesmente não entendia o porquê de as pessoas dizerem que o sonho delas é ser Hokage, quando o que realmente isso significa – além de nomear o ninja mais forte da aldeia – é afastar a pessoa daqueles que ela ama. Meu próprio pai não tinha tempo para ficar com a família! E eu sentia pena da família que Sarada formaria num futuro distante – isso se algum cara aguentasse o gênio bipolar e Uchiha da garota.

No entanto eu tinha a impressão que Sarada conseguiria se tornar Hokage. A primeira Uchiha e segunda mulher a ser nomeada Hokage. O peso de seu sobrenome e símbolo de seu clã em suas costas era um fardo e um orgulho, eu sabia. Pois hoje conhecia melhor a história dos Uchiha’s. Sabia que muitos tinham duvidas e torciam em segredo para Sarada não conseguir esse posto, temendo o que ocorreria se ela realizasse seu sonho. E a própria Sarada sabia, mas eu apenas a via seguir em frente e de pouquinho em pouquinho mudar os corações das pessoas a sua volta. Não era uma tarefa fácil, muitos já sussurravam histórias passadas dos Uchiha’s. Mas...

“Obrigada Boruto... Eu me tornarei Hokage!”

É bem verdade que enquanto fazíamos o exame Chuunin, Sarada tornara-se arrogante e até estivesse com ciúmes de seu próprio pai estar me treinando, por isso declarara que ela seria a única a tornar-se Hokage. Depois de tudo o que aconteceu quando tínhamos treze anos o que mais me surpreendeu foi sua atitude um mês depois, quando me reconheceu como forte: Você é forte. Eu admito. E é por isso que antes que eu me torne Hokage, vou superá-lo! Pois o seu sonho é superar o Hokage que mais admiro!

Naquele momento, Sarada acreditava que eu superaria meu pai e por isso ela me superaria. E eu disse o que certamente colocaria um atrito entre nós por anos: Já disse. Não tenho nenhum interesse em ser Hokage! E, eu definitivamente não perderei para você!

Após isso não tínhamos mais discussões se não as habituais. Mas sempre estávamos tentando superar um ao outro, e nos fortalecíamos com essa competição. Depois do nascimento de seu irmão, Sarada passara dois anos e meio sendo a perfeita e cuidadosa irmã mais velha. Sasuke-sensei não viaja sempre, uma vez que a ameaça que ele uma vez detectara antes do meu nascimento fora derrotada, suas missões eram curtas e ele passava um bom tempo na vila ao lado da família. Porém, uma nova viaje ocorreu e desta vez ele levara Sarada com ele, e eu sabia que era para ensina-la algumas coisas. Nisso, Sarada passara quatro meses longe da vila.

Eu por outro lado continuei na vila, treinando. E claro, havia alguns encontros. Não me levem a mal, mas garotas adoram um ninja. E eu sou um grande ninja! Claro que meus relacionamentos não duravam tanto para que eu apresentasse alguma garota para minha família, mas essa parte da minha vida era tão agitada quanto as missões. E havia também os problemas com Himawari crescendo tanto, eu teria que ficar de olhos abertos para nenhum mini pervertido dar uma de esperto para cima de minha irmãzinha.

Mas quando Sarada retornou com seu pai, eu sabia que eu estava perdendo. O que e em quê? Eu não sabia ao certo. Mas deduzi que eram em conta das habilidades. Sarada definitivamente parecia mais forte, e muito mais centrada e madura. E estava bonita. Qual é, podíamos ser rivais, mas eu não era cego. Nem eu e nem os caras que davam aquela conferida quando Sarada passava.

Os cabelos negros caiam até metade das costas, sedosos e leves. As curvas femininas eram destacadas pelo o novo uniforme. As habilidades de combates, antes muito parecidas com as da tia Sakura tinham, além da força bruta um toque mais sutil e mortal. Nos treinamentos que tivemos como time depois de sua volta, não dava para ver o quão ela tinha melhorado e por mais que eu forçasse, ela não parecia ceder e soltar-se. Por mim não tinha problema, eu também estava resguardando uma boa parte da minha força, afinal ela me pedira antes de partir:

“Quando nos enfrentarmos novamente, você não usará seus punhos gentis!”

Nunca imaginei que ela havia percebido aquilo. Também não me ocorreu que eu possivelmente a tenha desvalorizado. Eu sabia que Sarada era forte, só que naquele momento eu não queria machucá-la.

Pois então, agora com dezessete anos eu me olhava no espelho já pronto para sair. Soltei um suspiro idiota. Aquele festival era para ser uma grande diversão, comigo paquerando muitas garotas de outros países. E foi com esse plano que aceitei ir com minha família, meu pai estava de folga – ou pelo menos deixará um bushin em seu escritório. Minha irmã estava se divertindo nas barracas enquanto minha mãe e meu pai, conversavam entre si ou com alguma pessoa que os reconhecia. Eu? Eu estava de olho num grupo de garotas que riam em frente a uma barraca com decorativos românticos. Elas sem duvida me notaram, e meu kimono tradicional preto com chamas vermelhas me deixava bem gato e irresistível – algo bem comprovado por várias garotas.

Mitsuki estava numa missão. Shikadai, Chou Chou e Inojin também. A única que estava de folga como eu, era Sarada. E naquela noite eu não queria discutir com ninguém, ou provocar e irritar. Mas foi só pensar na criatura que ela aparece com os pais e o irmão. Nossos pais se cumprimentaram, e Sarada cumprimentou meu pai com aquele olhar de admiração e um sorriso gentil e leve nos lábios até chegar em mim, onde o sorriso desapareceu e nos cumprimentamos do nosso jeito. Sasuke-sensei estava atento a tudo, inclusive nos garotos da minha idade lançando olhares nada discretos a Uchiha, que se notou não demonstrou.

Emburrei. Queria tentar me livrar dos meus pais por algumas horas até a queima de fogos, para atender aos pedidos silenciosos de garotas querendo que “algo” acontecesse antes de meia noite. Sarada não parecia querer fugir dos pais ou sair de perto dos meus, mas por um minuto peguei ela encarando um garoto ao longe que mantinha os olhos grudados em sua figura. Não gostei do garoto. E me perguntei se Sarada Uchiha sabia flertar com o sexo oposto.

Todo mundo, por mais que eu não queira, acabava sabendo de meus relacionamentos rápidos. Mas os de Sarada, se tivera algum, nunca eram comentados. Haviam boatos claro, como ela ter saído com Inojin – o que provocou um ataque de ciúmes apenas registrado por mim e Shikadai em Chou Chou – e com um cara que ninguém conhecia, e não era um shinobi. Pronto. Fim da história. Se ela tivera ou tinha algum namorado, era fora do conhecimento dos fofoqueiros de plantão e de seu pai com olhos super poderosos. E por falar nisso, ele mandou o garoto que encarava Sarada ousadamente para um homem morto, correr pálido e com uma expressão de medo no rosto.

Sarada suspirou. Sakura suspirou. E Sasuke sorriu satisfeito, nenhum pouco envergonhado do que acabara de fazer. Se Sarada se sentiu envergonhada não demonstrou em reação, apenas olhou o pai como se já tivessem conversado sobre aquilo. Outra coisa que eu notara, era que Sarada estava muito mais controlada. Ela era de ter ataques sérios de raivas e sair quebrando coisas pelo o caminho, bufando de raiva. Bem diferente, dessa expressão cansada e até divertida.

Caminhamos pelo o festival até achar um estabelecimento com uma mesa longa o bastante para todos nos sentarmos, porém o irmãozinho de Sarada começou a pedir algo para a irmã que prontamente cedeu as suas vontades. Quando foi se levantar Sasuke fez menção a se levantar, mas tia Sakura o segurou pelo o braço dando um olhar torto para o marido que bufou. E então uma brilhante ideia me veio a mente.

– Eu acompanho a Sarada! – falei feliz demais o que a Uchiha me olhou com suspeita.

Sasuke não fez objeção, mas me olhou de uma forma profunda ameaçadora até. Ele queria que eu ficasse de olho em Sarada e não se metesse a engraçadinho com sua filha, e isso foi tão claro como se realmente ele tivesse dito isso. Me senti orgulhoso, por meu sensei depositar algo super valioso em minhas mãos, ele estava me dando uma missão: proteger Sarada de possíveis tarados. Isso inclusive eu. Ele tinha ouvido falar da minha fama. Porém, nem eu e nem ele, e muito menos Sarada pensava em mim e ela como um casal. Então ele não tinha muito com que se preocupar.

Enquanto andávamos lado a lado, me concentrei na missão. Nas duas. Afastar tarados de Sarada e procurar gatinhas. Nem ao menos sabia o que ela iria comprar para o irmão mais novo.

Passamos por um grupo de garotos que falavam alegremente dos Hokages, e vi um sorriso rápido passar pelos lábios de Sarada e seus olhos ficarem mais brilhosos. Eu não conseguia entender esse sonho dela, esse seu objetivo. Não fazia muito sentido para mim. Hokage... O que isso significava para ela ao ponto de ela abdicar de ter uma vida feliz? Era apenas uma admiração pelo meu pai que a fazia desejar isso? Era por ela ser uma Uchiha e querer provar para o pai que ela era forte? Querer que ele sinta orgulho dela? O que de tão especial havia nesse sonho de ser Hokage?

– O que há Boruto? – ouvi a voz dela calma e rouca.

Eu a olhei, e ela me olhava de lado sem virar a cabeça em minha direção, algumas mechas do seu cabelo preto preso num coque bem feito caiam, dando uma moldura a seu rosto. A mais longa tocava o kimono vermelho e branco que ela usava.

– Como assim? – questionei ainda a fitando.

Seu olhar se desviou para frente.

– Você está emburrado novamente.

Foi quando percebi o típico bico que eu fazia quando me emburrava, tratei de desfazê-lo e sorrir, mesmo que Sarada estivesse ocupada demais analisando as barracas atrás de alguma coisa. Quando passamos por barracas de jogos puxei Sarada comigo para uma delas. Ela reclamou, eu insistir, ela se fez de durona, eu a provoquei e por fim estávamos tentando pegar balões super finos de água sem estourá-los. Eu tinha três e Sarada estava chegando no quinto. Pelo o canto do olho, furioso por ela está se saindo melhor do que eu, vi a expressão serena e compenetrada da garota. E senti que eu estava perdendo, mas não era na captura dos balões.

– Você é uma garota. – falei sério para ela.

Sarada me encarou confusa antes de voltar sua atenção para os balões.

– Idiota.

– Uau! Ela tem tantos! – uns garotinhos praticamente gritaram ao seu lado, tirando sua concentração para mais uma coleta.

Sarada os observou e depois olhou para seus balões d’água. Sorriu e ofereceu dois aos meninos que agradeceram encantados e saíram correndo por entre a multidão, provavelmente logo eles perderiam aqueles.

– Eu venci. – declarei. Mas não sentia que o prêmio estava perto de ser alcançado.

– Hnm. – a resposta monossílaba saiu antes de Sarada voltar para as ruas e caminhar na direção das outras barracas.

Eu a segui. No fim ela acabou comprando um doce que seu irmão queria muito e eu não estava mais atrás de meninas para o fechamento de um ano com estilo. Por mais estranho que pudesse parecer, conversamos sobre algumas missões e jantares em família, onde ocorria situações bizarras e engraçadas. O que nos fez rir juntos. Talvez fosse a festa. Todo mundo estava conversando e rindo. Não havia inimigos. Não éramos shinobis. O ano estava acabando. E eu e Sarada estávamos rindo juntos.


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Notas finais do capítulo

Esse eu escrevi, assim que saiu as primeiras informações do filme Boruto, e logo após a primeira fanfic da nova geração!
Portanto não é uma continuação de Todaima nem de Conto

Make = Perdendo (tradução livre do google tradutor)

関係を失います
Kankei o ushinaimasu = perdendo num relacionamento (tradução google tradutor, seria o possível nome desse capítulo)

Agradeço por ler, e que a Força esteja com vc, jovem padawan



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