Todaima

Boruto

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Já víamos os portões de casa.

Estávamos voltando depois de um longo período de treinamento. Um ano mais ou menos. Fora também um tempo longo assim pelas as missões que meu sensei tinha que realizar e eu fui para aprender com ele, afinal eu queria ser um ninja como o pai de Sarada. Sasuke.

Nossa volta fora repentina. Quando paramos num vilarejo que graças a Kami tinha sinal de internet e tecnologia, Sasuke notou as chamadas perdidas de sua esposa. Deveria ter sido urgente pois Sasuke franziu o cenho ao ler uma mensagem longa em seu email. Mais tarde após ele anunciar nossa partida para Konoha perguntei se havia algum problema.

– Não sei ao certo. Sakura irá sair de Konoha, provavelmente deve já ter partido. – falou um tanto distante.

Provavelmente preocupado com Sarada e Haru. Admito que fiquei aliviado, pelo menos nossa casa não estava sendo atacada. Naquela noite fiquei passando os canais da televisão a procura de algo divertido para assistir até cair numa reportagem onde meu pai, o Nanadaime Hokage, estava sendo entrevistado e o tópico da entrevista era um novo vírus que surgira numa pequena aldeia no país do Vento. Isso chamou a atenção de meu sensei que se sentou ao meu lado para assistir.

“Pelo que sabemos, Nanadaime uma equipe foi mandada por Konoha para investigar o caso. E pelas minhas fontes a jovem pupila da Godaime, Uchiha Sakura está nessa equipe, correto?” perguntou a apresentadora para meu pai.

“Sim. Sakura-chan foi que montou a equipe pessoalmente para essa missão. Ela deve chegar em dois dias á Vila da Areia, e de lá após falar com o Gaara irá para o vilarejo juntar sua equipe com a equipe médica da Areia.” O chan no nome da tia Sakura e ele ter se referido ao Kazekage pelo o primeiro nome poderia ser um alarde. Era pessoal demais. Mas era o Uzumaki Naruto ali, então Sasuke deu um sorriso mínimo e eu suspirei, ele com toda a certeza levaria uma bronca do tio Shikamaru.

“Bom as habilidades médicas de Uchiha Haruno são famosas desde a Quarta Guerra Ninja e até mesmo antes, quando salvou o irmão mais velho do Kazekage. Não temos duvidas de que ela será capaz de realizar essa missão como em todas as outras; com eficácia.” Elogiou entrevistadora e tanto Sasuke e meu pai sorriram.

“Sim! Sakura-chan vai mandar muito bem tt’bayo!”

Partimos cedo. E depois de quatro dias num ritmo constante de caminhada avistamos os portões da vila. Meu coração se encheu de uma alegria contagiante e ao mesmo tempo que eu Sasuke acelerou a caminhada. Estávamos os dois ansiosos para chegarmos em casa. E assim que passamos pelo o portão quase explodi de alivio. Quis soltar um berro para avisar que eu havia chegado, mas meu sensei continuou com o passo acelerado para a primeira rua movimentada.

Já estava escurecendo quando viramos na esquina de sua casa. As luzes estavam acesas e Sasuke parou uma casa antes, admirando. Me perguntei se ele sempre fazia isso quando voltava para casa ou só quando passava tempo demais fora. Ele olhou para mim e eu sorri o encorajando.

– Boruto – ele chamou, mas parou para pensar, olhou novamente para casa e continuou – Gostaria de dormir hoje aqui?

Parei para pensar. Eu estava com toda a certeza cansado e queria fazer uma surpresa para minha mãe e Hima a essa hora as duas estavam jantando. Seria engraçado entrar pela a janela e surpreendê-las pela manhã. Por isso aceitei.

Assim eu passamos pela a porta de entrada e seguimos para a porta da casa, sentimos o cheiro da comida e meu estomago roncou faminto. Assim que Sasuke destrancou a porta e começou a tirar os sapatos Haru apareceu e quando o avistou um sorriso enorme tomou conta da face do Uchiha mais novo e ele correu para o pai, mas antes pulou no sofá para ser pego pelo o único braço dele.

– PAPAI!

Ver aquela cena tão intima de meu sensei me fez admira-lo mais. Mas minha atenção foi chamada para a outra pessoa que surgiu na sala. Fiquei surpreso, admito, quando vi Sarada, a Uchiha mais velha e minha companheira de time. Ela correu para receber o pai com a mesma alegria que o irmão mais novo. Eu estava a uns quatro passos do abraço familiar. Aquilo não me incomodou. O que me incomodava era Sarada.

Ela estava diferente.

Os cabelos negros antes curtos estavam grandes, ela estava mais alta, vestia um short e uma camisa de manga cumprida – ela estava em sua casa, era natural embora desconcertante. Mas era o fato de agora eu ter reparado que havia se passado quase um ano que não nos víamos. Vi o sorriso dela quando Sasuke falou algo, e senti meu rosto queimar. Desviei os olhos constrangido de nem sei do quê. Até que ela me notou.

– Boruto. – falou animada.

Eu a olhei. Ela novamente estava me encarando com aqueles olhos negros profundos e intensos, e não pude deixar de lembrar quando ela me encarou assim, durante o exame chuunin e me dissera que meus olhos eram mais claros do que os do meu pai. Na época eu pensei que Sarada deveria reparar bastante nos olhos do meu pai, mas era porque ela o admirava. Um sorriso abriu em sua face que antes me encarava serena.

– Okaeri.

Eu perdi o fôlego por um momento, mas abri um sorriso convencido para ela e devolvi. Eu estava sujo da viagem, estava mudado, estava com saudades de casa e aquele bem-vindo trouxe uma paz enorme ao meu ser.

– Todaima, Sarada.