Pokémon - A Tale of Kanto escrita por SHNeto


Capítulo 10
De igual para igual


Notas iniciais do capítulo

Queridos e queridas... Eu quero a colaboração de vocês, claro, mais uma vez! Eu preciso de seus comentários para saber o quê melhorar e se querem a continuação da série depois do término desse arco. Se tiverem sugestões de personagens e/ou estiverem afim de me auxiliar com a trajetória do nosso maravilhoso Anthony e os seus amigos, por favor, me mandem uma mensagem privada! Todo o agrado é bem-vindo! Beijos para todos!



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Uma torrente de água subiu até o Beedrill, explodindo em seu corpo e o mandando ao teto com a pressão. As asas não conseguiam voltar ao bater comum e ele decaiu até a plataforma onde o Horsea o esperava. Estufou o seu cilindro bucal e disparou a maior rajada de pôde. O ar em espiral arrastou tudo pelo caminho e mandou o Beedrill para a esquerda dos dois treinadores, tombando nocauteado.

— ESPETACULAR! – gritou o juiz, surpreso – Beedrill está fora de combate!

— Droga! – disse. A abelha retornou para sua casa esférica em uma torre de fumaça – Grimer, é contigo!

A massa retornou ao campo, ainda ferida pelo ataque de sorte da Butterfree. Anthony fez mais um switch para trazer a Butterfree para a arena mais uma vez. Sua mente raciocinava sem parar, criando maneiras infinitas de continuar o confronto. Mas a vitória não estava garantida.

— Divida-se! – E o Pokémon venenoso escorreu para os lados, tornando-se três, não tão pequenos, mas um terço do quê era (o quê não é pouco).

— Não se intimide! – gritou Anthony e seguiu com outra ordem – Suba o máximo que puder, ele não vai te alcançar.

— Não vai escapar completamente, maldito! – Nilo estava se divertindo mesmo com a derrota – Capture-o no ar com o seu Sludge!

Cada réplica disparou uma vez um chumaço de veneno corrosivo que atravessou o espaço em segundos e poderia ter sido bem efetivos se tivessem sido melhor calculados.

— Gust! – A ordem fora perfeita. Butterfree se jogou para o alto, ficando de costas para o teto e voltando para baixo com uma velocidade anormal enquanto usufruía do ar que passava por si durante a queda. As asas ricochetearam ventos muito mais poderosos que os anteriores, fazendo o líquido voltar ao chão e os três adversários se dispersarem pelo campo.

— O quê?!

— Confusion para terminar, VAI!

E a borboleta se estabilizou sobre o centro da plataforma antes mesmo de acumular sua energia psíquica em um ponto e depois soltá-la, alvejando o Grimer logo depois que ele se reagrupou em um só. A criatura berrou de dor e foi caindo até estar inconsciente. Todos no salão assistiam o confronto com atenção, valendo dizer que só os juízes, câmera men e médicos permaneceram por ali. Era o último combate.

— Grimer está fora de combate! – O juiz se recompôs – O PARTICIPANTE ANTHONY VENCE!

E Anthony caiu de joelhos, suando pelo nervosismo do momento. Nilo estava perplexo, mas admitiu a derrota para si mesmo e ajudou seu antigo oponente a se levantar.

— Você foi demais, cara! – ele disse. Era um bom garoto.

— Obrigado! – sorriu – Você também foi muito bem.

Uma grande amizade iria florescer dali antes mesmo dos dois perceberem.

—--

Anthony estava voltando ao seu quarto. A sua luta fora fantástica, tanto por ter ganho quanto pela forma como agira perante alguém tão forte como ele. Não foi fácil enganá-lo para posicionar a esfera. Quase perdera Butterfree naquele momento e o Horsea poderia não ter vencido os dois. Ao entrar no quarto, foi direto para a cama e se deitou. Os seus parceiros estavam sendo tratados enquanto Meowth permaneceu com o seu dono.

— Eu mal acredito que venci, Meowth – disse o menino que crescia cada vez mais – O nosso treino andou caindo bem, sabe? Nem parece que tanto tempo se passou desde o dia em que eu sai de casa... Tenho saudades de minha família, mas eu ainda quero lutar para ser o melhor.

O felino concordou sempre taciturno. Olhou para o seu treinador e depois se pôs a lamber seu pelo branco salpicado de um bege leve.

— Espero que amanhã seja tão divertido quanto hoje...

Seu telefone celular começou a vibrar e tocar. Uma ligação. O nome abaixo do número estava registrado como Staff do Evento. Clicou no botão “atender” e deixou o aparelho perto da orelha.

— Alô? – disse ele.

— Olá, Anthony – disse alguém do outro lado da linha. Sua voz pomposa surpreendeu o garoto – Belo combate o que teve hoje.

— Er... Obrigado.

— Eu sou Alfred, um dos organizadores do evento – complementou – O mesmo que anunciara os combates há pouco tempo.

A informação correu rápida pela cabeça de Anthony e o rosto do homem apareceu em sua memória, o mesmo com a sua voz, que agora era bem menos mecânica do que antes.

— Eu sei quem você é – Anthony não sabia exatamente o quê dizer – E como eu posso te ajudar?

O menino ouviu um som abafado de uma risada.

— Você é um garoto bem peculiar – disse – Contudo, eu gostaria de lhe parabenizar pelo desempenho que teve hoje e te avisar sobre as dezenas de olhos pairando sobre você. Você foi um destaque nessa rodada e espero que permaneça do jeito que está.

— Mais uma vez, obrigado.

— O seu combate começará na tarde de amanhã, às duas horas, então boa sorte.

E o telefone desligou.

Meowth deitou-se na perna de seu dono e ronronou ao apagar, estava frio mesmo embaixo da terra e aquilo incomodava todos os participantes. Anthony passou muito tempo se conformando até dormir.

—--

O segundo dia começou bem. Os combates seriam a noite e em sequência, então poderiam aproveitar a manhã do jeito que quisessem. Nilo, o rapaz que perdera para Anthony no dia anterior, se encontrou com a dupla logo no café e decidiram comer juntos. Escolheram uma mesa mais afastada para conversar sem incômodos. Luke se serviu com uma maçã e uma banana disponíveis num Buffet no meio da área de refeições. Nilo disse não gostar muito de comer qualquer tipo de carne e serviu-se de pão e vegetais aleatórios, além de um tomate (tomate é fruta). Anthony, como sempre, preferiu comer uma tigela de Sucrilhos com leite. Conseguiu o conjunto num balcão no centro do Buffet, junto de alguns tipos de laticínios.

Mais tarde, o trio conversou bastante e se separaram. Nilo testemunhou o poder de Luke com os próprios olhos. Algo extraordinário e amedrontador. Mal sabia o rapaz que essa força iria ser um dos maiores obstáculos dos rivais desse menino. Quando Anthony saiu de sua última luta, testemunhou a visão de uma garota estranha, empoleirada num gradeado bem acima da plateia. Ela o mirava na alma e, ao seu lado, estava pousado um estranho pássaro de penas negras e bico amarelo meio ondulado. Anthony desviou o olhar por instantes e ela desapareceu junto de sua anomalia que parecia uma sombra com asas. Tentou não se preocupar com aquilo.

—--

Os próximos combates ferveram os treinadores. Mais e mais caiam até que, no final do terceiro dia, sobraram apenas dezesseis competidores. E entre eles estavam a dupla de amigos Anthony e Luke. Foi muito complicado para ambos chegarem aonde chegaram, especialmente Tony. No combate anterior, nas preliminares, Butterfree lutou até o fim com um Vulpix e conseguiu, surpreendendo a todos, derrota-los, mas acabou muito ferida e não poderia ser usada nas oitavas...

Todos os dezesseis foram convocados às oito horas da noite. No horário marcado, compareceram todos e se posicionaram sobre uma das plataformas do salão inferior, dispostos em uma fila horizontal. Aquele salão foi alterado para que houvessem oito arenas estrategicamente posicionadas por todo o ambiente. Além disso, ao redor de cada um dos paralelepípedos de concreto havia uma grande quantidade de arquibancadas para que os treinadores derrotados anteriormente assistissem as oitavas de final. Um homem de terno e cabelos loiros penteados para trás e fixados com gel barato acabava de entrar no estabelecimento. Todos ficaram em silêncio ao vê-lo subir pela escadinha da pequena arena. Ele apanhou um microfone e o ligou.

— Um, dois, testando – disse – Bom... Boa noite.

— Boa noite – foi respondido em massa.

— Antes de começarmos o procedimento de confronto, quero lhes dizer que estão de parabéns por chegar até aqui. – disse – E afirmo isso com todo o orgulho de um veterano. Vou explicar rapidamente como tudo vai funcionar...

Sacou um papel do bolso do terno.

— Os combates serão um contra um, não haverá tempo limite e a vitória será dada quando o oponente estiver desmaiado ou cair da arena. Todos os golpes serão permitidos. Então, por favor, deem o melhor de vocês.

Concordaram e foram para suas plataformas respectivas. Luke lutaria no setor um e Anthony no quatro. Ao chegar no lugar em que teria a sua luta decisiva, o treinador que amamos se deparou com uma menina bizarra. Ela trajava um macacão de oficina que cobria uma camiseta listradinha de manga curta. Usava um gorro amarelo com bolinhas vermelhas estampadas na lã. Ela lembrava Anthony das meninas do campo.

— Prazer – disse ao ver o menino – Espero que o melhor vença.

— Idem – falou. Estava meio perturbado com aquilo.

— É sério! – disse irritada – Como treinadores de Pallet, devemos nos esforçar ao máximo para transparecer ao mundo!

— AH! Você também vem de Pallet?!

— Não moro mais, mas nasci lá.

Legal, uma conterrânea dele. Por coincidência (ou não), o juiz que apitara o combate de Anthony e Nilo estava ali para apitar o novo confronto e decidir uma vaga nos oito melhores. Ambos os treinadores estavam prontos e Tony sabia exatamente quem usar. O coordenador de câmera já estava em posição, transmitindo para milhares de televisões de Kanto o principio de uma grande batalha.

— Senhoras e senhores, a luta de número quatro das quartas de finais, onde o participante Anthony colidirá com a participante Georgia está para começar! – reuniu folego e ergueu os dois braços. Cortou o ar com eles e gritou – COMECEM!

Georgia encarou Anthony. Seus olhos eram de um verde profundo e toda aquela inocência que o menino enxergara em sua essência se foi com o simples anuncio. Ela sacou uma esfera tricolor de um dos bolsos do macacão e pressionou o lacre do objeto para liberá-lo em uma onda de fumaça branca. Anthony não ficou para trás, puxou a pokébola que iria usar e a arremessou com força na direção do chão. Quando o alvoroço que obstruía a visão de todos no local se foi, despontaram sobre o piso um felino de pelagem branca mesclada com um bege leve e um rato de um amarelo puro e vivo com bochechas vermelhas alaranjadas. Tinha listas de cor marrom nas costas e uma cauda que se assemelhava com o símbolo de um raio. Um antagonismo natural brotou dos dois. Rivais.

— Pikachu, comece com Quick Attack!

— Bloqueie com o seu Fake Out!

O rato disparou numa corrida em linha reta. Meowth se tornou um espectro por um único instante, antecipando o ataque do Pikachu e, com as duas patas dianteiras, golpeando-o. O impacto desnorteou por um curto período de tempo o adversário que quicou para trás, mas não caiu da arena.

— Acerte-o com Fury Swipes! – O gato pulou e acertou apenas dois ataques antes do Pikachu recuperar-se e defender os outros com a cauda.

— Iron Tail! – O mesmo membro reluziu. O ratinho flexionou as pernas coladas no chão e passou a cauda por baixo do corpo, ainda retendo as garras do seu inimigo. Usando de sua dinâmica corporal, ele girou em seu eixo e explodiu uma pancada no queixo de Meowth.

O Pokémon foi para trás, voando, e caiu no chão perto da borda.

— Droga! Não desista assim! – Anthony gritou para o seu parceiro. Levantou-se limpando sangue de seu beiço e estreitando os olhos – Isso!

— Não o deixe voltar a ativa assim, Thundershock! – O Pikachu contraiu todo o corpo e faiscou forte. Eletricidade acumulou-se ao seu redor e foi dispersada em uma rajada elétrica fina.

Meowth pulou para o lado instintivamente, apoiou-se sobre o próprio cotovelo e se pôs de pé em um mortal. Anthony não sabia como se aproximar dele sem ataques a distância e teve de se concentrar pra imaginar algo. Foi então que algo passou pela sua cabeça. Mas aquilo seria loucura e Luke daria uma surra em Anthony se descobrisse o que ele planejava.

— Meowth, vou precisar de todas as suas forças de uma vez só!

O felino assentiu.

— Avance!

Não contestou seu dono e fez como foi pedido, trazendo surpresa aos espectadores. O gato efetuou saltinhos velozes e bem arquitetados, se aprumando do temível oponente. Nem Georgia acreditava naquela ousada tentativa de atacar.

— Não é coragem, é desespero! – disse – Pikachu, cubra essa distância com Thundershock!

O elétrico disparou outro ataque a distância. Meowth deslizou pela lateral, pois sabia o que seu companheiro pretendia. Desviando daquele golpe, arriscou se agachar e deixar as garras saírem das patas, riscando o piso da arena.

— Não pare!

Pikachu iniciou uma sequência de raios. Pretendia barrar o gato antes mesmo de ele chegar perto. Só que o astuto felino jogou-se para a esquerda e freou o corpanzil com as garras atritando no solo. A técnica o fazia arrebitar a postura, a cauda se elevou e enrolou em um espiral por cima da espinha do Pokémon. O segundo veio e ele abaixou-se para esquivar, permitindo que o ataque avançasse num ângulo que o mandava para cima. O espaço entre os dois lutadores começava a desaparecer. Mais uma tentativa que fora frustrada quando Meowth correu para a direita, na diagonal.

— Pikachu, atrás dele!

E o Pokémon partiu numa corrida desenfreada. O gato pulou, sabendo do perigo da eletricidade.

— Quick Attack! – Foi uma ordem inesperada.

Saltou numa velocidade anormal, traçando uma linha branca logo atrás dele. Colidiram no ar e o gato quase voou para longe, isso se não houvesse apanhado a cauda do inimigo, uma atitude deveras inteligente. Forçou os dois bracinhos e o passou por cima de si, afundou o cotovelo sobre o seu peito e os dois caíram. As costas do Pikachu foram de encontro ao piso, criando uma nuvem de poeira que os cobriu por dois segundos, tempo o suficiente para Meowth conseguir se erguer e fugir. Mas não deu certo. O rato agarrou o seu pulso.

— Não!

— Thundershock!

O rato atrevido descarregou energia no corpo do Meowth. Este gritou por causa do dano. O pelo do seu braço queimou pelo calor da técnica.

— Saia daí! Fury Swipes! – Com a pata livre, o Pokémon de Anthony atacou três vezes, fazendo três talhos rasos em sua pelagem, deixando o inimigo ainda mais avariado.

— Mais um! – E o outro choque.

Meowth pendeu. Forçava as pernas para ficar de pé.

— Outro!

O gato urrou de dor e parecia ter desmaiado. A plateia ficou em silêncio. O juiz observou os gestos do inerte Pokémon, preocupado com o seu estado de saúde. Quando ele ia erguer e anunciar o final do combate, Anthony puxou todo o ar dos pulmões e gritou:

— Não vamos perder assim, Meowth!

Foi aquele instante. Algo dentro do gato reacendeu. O vigor voltou ao seu olhar e ele rugiu. O terror chegou ao Pikachu.

 - Não o deixe atacar, Thundershock!

— Tail Whip!

O rato preparou a energia, mas demorou um pouco mais por causa das feridas proporcionadas pelo Meowth. Ele mostrou as presas e jogou a própria cauda por baixo de seu dorso, acertando a face do adversário com o membro, distraindo e, ao mesmo tempo, atrapalhando-o. A defesa do alvo abriu naquele instante.

— Faça como treinamos!

O gato frisou todos os passos do treino em um único segundo. As informações corriam pela sua mente e seus olhos, afiados como nunca, cruzaram todo o trajeto antes mesmo do seu corpo. Ele se alavancou com as patas, dando um pequeno salto. Rodou no ar, usando o Pikachu como o seu principal apoio e preparou o único golpe que vencia o seu arquirrival. A cauda estava totalmente sobre os dois.

— Ataque-o, Pikachu!

A eletricidade rasgou o interior do Meowth, podendo feri-lo de forma irreparável, mas não aconteceu. O foco era tão intenso que ele não abandonou a postura. Meowth girou outra vez, ficando frente a frente com seu inimigo, ligado a ele pelo pulso. Cerrou os olhos e rangeu os dentes. A cauda estava pronta.

— SAIA DAÍ, PIKACHU!

— IRON TAIL!

Rodopiou em seu próprio eixo mais uma vez. Quando Pikachu tentou fugir ao largar Meowth, fora surpreso pela pata livre do Pokémon. Dessa vez era o gato que aprisionara o rato pelo pulso. A cauda brilhou num tom metálico e ele, deu um mortal no ar, descarregando uma intensa pancada de cima para baixo na testa do inimigo. O ataque fora avassalador e o enviou para baixo, colando o seu rosto no chão e esmigalhando as lajes abaixo de ambos.

Mais uma vez a plateia se aquietou. Meowth caiu sentado no piso. Os músculos se relaxaram e ele teve de se manter erguido com os braços. O juiz saiu de seu posto e foi averiguar o estado do Pikachu. O bichinho desmaiara ao ter sido golpeado e não parecia poder acordar tão cedo, por isso o profissional ergueu-se e chamou a equipe médica. Georgia foi socorrer seu grande amigo.

— E Anthony Asher, com muito esforço e dedicação, entra para os oito melhores dessa competição!

Os dois amigos se abraçaram. Meowth desmaiou em seus braços depois da situação extrema a qual ele superou. Anthony olhou para cima e sorriu. Finalmente, os momentos cruciais do torneio estavam chegando para ele e seus Pokémon.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem do triunfo de Anthony nesse capítulo! Foi particularmente especial para mim esse encontro antagônico e filosófico entre gato e rato, lutando de igual para igual. Foi como reviver os meus tempos de Tom & Jerry, mas dessa vez, com o nosso felino vencendo o combate mitológico!



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