# Pov's Wen

Ok, agora o mundo inteiro sabia que eu sentia algo pela Olivia. Estava nos jornais, nos blogs, no face. Tudo quanto é lugar tinha a minha foto abraçado a ela.

Fiquei um pouco mais aliviado ao ler o jornal. Acho que minha desculpa na entrevista de ontem diminuiu o impacto da foto. Mas a pergunta daquela baixinha me atormentava.

– bom dia! Disse Sidney a me ver entrar na cozinha.

– bom dia!

– dormiu bem?

– como uma pedra e você?

– ótima! Quer tomar café ou vai esperar o almoço mais alguns minutinhos e está pronto.

– acho que vou esperar então obrigado.

Nisso a pequena Manuela entra saltitante na cozinha.

– aí maninho finalmente ta namorando!

– até você Manu? Disse de mal gosto.

– que mal humor! Ela é linda! Você devia estar feliz!

– o problema Manu é que ela não é minha namorada!

– não?e aquele abraço que eu acabei de ver na pagina do seu fã-clube?

– não era nada. Pera! O que ? Meu fã clube?

– é você não viu?Cada um de vocês tem uma! A do Scott é a que tem mais acesso. Claro né, ele é o mais bonito.

– Manu! Seu irmão é lindo não fale isso! O que Sidney disse me fez corar. Eu ainda estava me adaptando a ela como mãe.

– tá enfim. Voltando... A sua página tem gente tanto xingando a Lívia quanto chipando vocês dois! Disse ela mostrando o tablet.

– me deixa ler isso! Disse Sydney.

– “Wen gato! Vem me abraçar assim! "

“deixa essa oxigenada e vem ficar comigo, gostosão?" "salsichão delícia?"

Lia Sidney rindo.

– ah já chega , né?

– pera ouve essa! “Ruivinho me deixa apagar esse seu fogo, que com você eu caso!" olha alguém comentou." Larguem de ser recalcadas, Wenlivia para sempre". Wenlivia?

– é Sid, Wen mais Olivia! dãr! Eu super aprovo o Wenlivia viu maninho.

– você não tem que aprovar nada garota!

Acordei na manhã seguinte com uma mensagem da Stella.

"Notícia urgente!! *-*

Reunião em meia hora, no novo auditório! Não se atrasem!!!

E nem voltem a dormir!”

Olhei no relógio.

– cinco e. Meia da manhã? Stella você ta louca?

Como se ela tivesse me ouvido chegou outra mensagem :

" isso não é brincadeira Charlie , Wen levantem".

– merda!

Tomei uma ducha e coloquei minha calça jeans preferida, uma camiseta escrita:

" Sorry, I'm don't speack her inglesh."

Não é por que sou homem que não escolho a roupa que vou por, ok?

Desci . Preparei um sanduíche de presunto. Escrevi um bilhete. Subi na minha bicicleta. Pedalei até a escola. Cheguei adiantado.

Stella saltitava no palco. E cantarolava feito criança.

– Hey! Good morning!

– Cabeça de fósforo! Bom dia!!!

– e aí qual é a notícia urgente?

– você vai ter que esperar os outros chegarem! Surpresa!

– ahh fala sério! Devia ter ficado dormindo.

– devia nada! Essa reunião é de estrema importância, para o futuro da banda!

– se é tão importante vai adiantando!!!

– não!

Nisso Mo chegou rindo com o Alan o garoto do audiovisual.

Logo se juntou a nós e começou a atormentar Stella sobre o horário.

Resolvi tocar um pouco de piano enquanto a tal reunião não começava.

Escolhi a partitura. " Set Fire to the Rain" da Adele. Era uma versão acústica e eu gostava da melodia. Era só eu e o piano. Dedilhava com devoção. Sentia cada nota como se fosse a última.

Alguém sentou ao meu lado. E um calafrio percorreu-me. Eu reconhecia aquele cheiro. Olivia cheirava doce. Mas não um doce enjoativo, era um doce singelo, simples. Eu podia reconhecer aquele cheiro do outro lado da sala.

Continuei a tocar sem olha lá. Estava desfrutando daquela sensação de tela por perto, mesmo não a tocando. E quando chegou ao refrão ela cantou com vontade. Não pude deixar de admirar ela. Sua cabeça pendia para traz, seus olhos estavam fechados intensificando sua voz potente. Completamente relaxada. Como se a música surgisse dela. Fosse parte dela.

Era o que eu mais gostava de fazer desde quando a conheci. Ouvi lá cantar. Não era como nos ensaios ali era só ela e a música sem compromisso. Um apenas curtindo um ao outro.

Quando toquei a última nota fomos tomados por uma chuva de aplausos.

Fitei-a , ela estava enrubescida. Estávamos tão entregues que nem notamos a plateia. Ri alto. Ela me acompanhou.

– bom dia Olie!

– bom dia Wen! Disse ela sorrindo.

– você está bem?

– eu fiquei com um pouco de dor na garganta ontem, mas hoje estou ótima! E você?

– bem! E já está forçando mocinha?

Ela me mostrou a língua.

– que feito. E mostrei de volta.

Fomos sentar junto à turma. Charlie estava dormindo? É pelo jeito ele chegou e dormiu de novo. O auditório estava meio cheio o que eu estranhei. Devia ter umas 30 pessoas. Não demorou muito chegou mais umas cinco ou seis pessoas , reconheci dois dos nossos dançarinos mas só também. Jenny chamou atenção de todos.

Stella colou-se ao seu lado no palco. Cutuquei Charlie que levou um susto e caiu da cadeira. Depois de todos rirem dele.

– pô mano! Por que acordar eu assim!

– por que se eu deixar você só acorda amanhã! Disse rindo.

– mó mico.

– prestem atenção! Galera aqui! Dizia Jenny inutilmente já que o barulho recomeçará. Scott assobiou e todos pararam.

– obrigada Scott. Então como ia dizendo bom dia!

– bom dia, respondemos em coro.

– hoje de manhã todos nós recebemos uma mensagem da nossa querida amiga Stella. Que tem algo importante a dizer.

– bem eu chamei todos vocês aqui primeiramente para agradecer a todos pelo lindo show de sábado. Em nome de toda a banda aí vai o meu " muito obrigada"! Ela disse gesticulando.

– pera você acordou agente esse horário só para agradecer? Gritou alguém do fundo que eu jurava ser o redator chefe do jornal da escola.

– não! Eu tenho duas coisas importantes para falar. Primeira vou criar um grupo no WhatsApp com todos vocês por que dói a mão digitar uma mensagem para cada um. Então não excluam vai ser nosso meio de comunicação a partir de agora.

Pera ela sabia no nome e o número de cada um? Eu não lembro nem o que como no jantar ! Quem eram todas aquelas pessoas afinal?

– essa era a notícia importante? Disse Charlie de mal humor.

– calma! Eu precisava falar isso antes por que depois que eu falar a outra notícia duvido que alguém cale a boca.

– bem como eu ia dizendo reuni todos vocês aqui por que o Lemonade Mouth recebeu uma proposta fantástica e queremos o apoio de todos. Equipe de balé vocês aceitam coreografar alguns números para nós?

Ouvi gritinhos e acenos ao meu lado esquerdo.

– ótimo! Equipe de áudio visual continuará trabalhando conosco?

– claro linda! Você sabe que eu te amo! Brincou Alan mandando beijinhos , assim fazendo todos rirem.

– ok. Equipe de Moda, vocês são novos por aqui! Sejam bem vindos! Eu pedi que viessem por que temos um desafio para vocês! As roupas para o nosso próximo show vão precisar ser temáticas e agradeceríamos de nos ajudassem!

– Stella para logo com esse suspense e fala de uma vez!

– ok! Nosso próximo show vai ser a abertura da maior feira de quadrinhos e mundo nerd do mundo! Nós vamos cantar na ComicCon!

Aí virou zoeira. Vieram mais gritinhos, gritos, gritões! Aplausos, cochichos, gritaria tinha de tudo. Tinha até um garotinho magrelo com óculos gigante chorando e ajoelhado no chão.

– quem é aquele? Perguntei a Mo.

– aquele é o Austin, ele é do áudio visual. Ele é mais da parte visual. Ele é da minha sala de artes.

– e por que ele tá chorando?

– sei lá, deve ser por que ele ama quadrinhos. Ele desenha as vezes na aula.

– ah entendi. Gente estranha!

Eu gostava desse mundo alternativo, tinha minhas preferências é claro mas fiquei feliz com a proposta. Mas nada ao ponto de chorar.

Stella se juntou . Já falando..

" Wen , Olivia precisamos de uma música nova!!!"

– ok

– eu já tenho umas ideias, podemos começar hoje?

– hoje não dá. Eu tenho dentista. E depois minha avó tem bingo, Sorry.

– ok , quando você puder me fala.

– amanhã pode ser?

– eu tenho aula de piano.

– que horas acaba sua aula?

– cinco e meia.

– pode ser depois? Aí você janta em casa.

– cla...claro. - corei no mesmo segundo.

Todos nos encaravam.

– e as roupas? Disse Stella abruptamente.

Santa Stella!

– e se nós fôssemos de personagens? Interrogou Scott.

– ta mais qual?

– já sei! Vamos todos de Star Wars! Ou de Star Track!

– eu vou de princesa Léa! - gritou Olie.

– ah não vai. Vamos fazer algo com a nossa cara! Contrariou Stella.

– já sei ! Vamos de heróis! Acrescentou Mo.

– meio batido já não é? Perguntei.

– vilões então! - disse Stella

– uma banda de vilões? Não é meio estranho?

– é ! Não é massa? Charlie sempre animado.

– tá, mas os vilões da Marvel , né?- disse Scott decidido.

– não claro que não os da DC, são mil vezes melhor. Contrariou Mo.

– Marvel

– DC

– Marvel

– DC

– Marvel

– DC

– Marvel

– Dc

– Marvel.

– aí parem vocês dois! Os dois são bons!!

– é já chega dessa briga épica. Vamos deixar isso por conta dos figurinistas.

– hun ! Figurinistas! Estamos chiques em!

– não é?

E começamos a rir. Até eu me lembrar de uma coisa.

– gente só tem um problema.

– qual?

– não existe vilão ruivo!

– claro que existe!

– qual?

– a Eva, a mística... Deixa-me ver...

– são mulheres!!!

– já sei o caveira vermelha!

– quem é esse? Perguntou Charlie.

– como assim quem é esse?Gritou Mo, ela realmente gostava de quadrinhos.

– é o primeiro inimigo do capitão América. Respondi. Mas ele tem toda a cabeça vermelha e não só o cabelo! Respondi.

– vai dê Sam! Do senhor dos anéis! Você ficaria muito fofo de hobbits! Elogiou Mo. Não tive tempo de enrubescer.

– já sei! Charlie levantou a mão.

– o que?

– vai de magneto! Você ia arrasar com o capacete!

– daora! Mas será que não atrapalha tocar?

– bem vamos deixar nas mãos dos figurinistas, Né.

E assim acabou a conversa e cada um foi para sua sala.

As primeiras aulas foram de cálculo. Eu até que era bom nessa matéria. Fora meu lado artístico a área que mais me encanta é justamente as das exatas. Prefiro álgebra mas gosto de cálculo e física também.

Passei o intervalo todo com o clube de matemática. Apesar de estranhar a alegria deles com coeficiente da tangente, eles eram divertidos. Minhas próximas aulas eram de história e eu estava atrasado. Entrei correndo. Todos me olharam, inclusive o professor que parecia bravo.

– ah! Que bom que nos deu a honra de sua presença senhor Wen.

– perdão pelo atraso senhor, acabei me atrapalhando com o horário.

– pare de falar e sente está bem?

– sim senhor. Velho grosso!

Scott acenou para mim, havia um lugar ao lado dele.

– obrigado. Sentei me.

– imagina, percebi que estava atrasado .

Ele havia guardado lugar para mim? Eu ainda estranhava esse novo Scott, eu sei que as meninas o receberam de braços abertos, o que é meio estranho já que a Stella não aceita ninguém de primeira, mas para mim era um pouco incomodo. Em um minuto ele é o popular “fodonico” que todos idolatram e no outro ele era um amigo legal. Uma pessoa normal!

– então o que você achou do tal show ? Cochichou ele.

– eu gostei! Mas confesso que de quadrinhos eu não entendo nada! Sabe star wars, senhor dos anéis é bem mais a minha praia. Ok, isso soou muito nerd. Cochichei de volta.

Nisso nos começamos a rir. E o professor nos fez uma careta.

– querem compartilhar com a turma o motivo da piada?

– não senhor.

– perdão senhor.

E o professor voltou a explicar algo sobre girondinos e jacobinos, não que eu tenha prestado muita atenção.

– Wen, estava pensando, você gosta de videogame?

– você estava pensando no que eu gosto? Menino estranho.

– não claro que não! Idiota! Eu estava pensando se você não quer jogar vídeo game comigo hoje. Já que a Olivia furou com você.

– Ah entendi! Você ta me zoando!

– não! Olha eu sei que nunca fui muito legal com você e com o Charlie. Mas eu não sou esse playboyzinho de merda que vocês acham que eu sou. E não é por que eu jogo futebol, malho e sempre tenho garotas atrás de mim que eu seja diferente de vocês.

Eu não consegui projetar uma frase completa por um tempo. Aquilo era um pedido de desculpa? Meio convencido não acham? Ok. Estava na hora de superarmos as diferença. Se ele se permitiu superar eu também poderia.

– tudo bem eu vou a sua casa hoje. Que horas?

– pode ser as quatro? Tenho dever pra fazer.

– claro assim eu faço o meu também.

Na verdade eu já tinha feito a maioria, porém não era uma boa hora para pagar de CDF.

As duas últimas aulas eram de literatura. Eu tinha essas aulas com o Charlie e a Olivia. Era estranho, antes da detenção estávamos nos esbarrando sempre e nem nos notávamos. Quer dizer eu sempre notei a Olivia mas isso não vem ao caso , não é?

Sentei no fundo junto a Charlie. Olivia entrou pouco tempo depois sorriu e acenou para nós! Mas optou por sentar na primeira carteira junto a uma garota de mechas verdes. Jessey era o nome dela. Era a aula favorita de Olivia e eu me limitava a olha- lá escrevendo.

Fazia em média uns 30 minutos que a professora tinha começado a falar , e eu não havia anotado nem uma palavra, quando Charlie resolveu me cutucar.

– mano! Acorda! Levei um tapa.

– oi - respondi entorpecido.

– para de babar em cima da garota e chama logo ela para sair.

– não estava babando.

– não? Você petrificou na mesma posição a uns 13 minutos e mal piscava! Eu estava começando a me assustar.

– como você é exagerado !

– está estampado na sua cara, mano! Não lute contra esse sentimento!

– isso parece conselho de avó !

– então ousa o vovô aqui. Por que se não você vai acabar rodando que nem eu.

– você já esqueceu a Mo?

– na boa? Não sei. Eu não fico mais olhando pra ela, nem penso tanto nela. Acho que finalmente estou nos vendo apenas como amigo. Porém o Scott as vezes me faz questionar tal decisão.

– como assim?

– ah cara, parece que ele sempre é o melhor. Não é ciúme, só não fecho com ele.

– eu me sinto assim também. Mas ele está mostrando outro lado. Quem sabe não é só implicância nossa? Ele até me convidou para ir lá hoje. E ele disse também que quer provar pra gente que ele não é esse "playboyzinho de merda" que agente acha. Apesar de se afirmar bastante pra isso. Por que não vem comigo?

– que bom que ele sabe o que agente pensa. Não sou tão amigável como você, talvez na próxima. A melação dele não vai colar tão cedo comigo.

– você que sabe!

Comecei a escrever a matéria, afinal não podia passar a aula toda sem fazer nada.

Sidney não estava em casa e nem o meu pai.

– bom tarde pequeno Wen! Vai almoçar? Perguntou Antônia, ela havia sido minha babá desde que nasci, agora cuidava de Manuela e da casa. Era uma mulher doce e afetuosa.

– sim, Antônia obrigada.

Tirei um cochilo após o almoço, adiante alguns trabalhos e toquei um pouco de gaita. Sim eu toco gaita também!

Cheguei à casa de Scott no horário marcado. Uma empregada me atendeu, era gentil e parecia minha falecida tia Leopolda, gordinha feito ela.

A casa dele era aconchegante, não era grande,mas era tudo muito bem decorado e ajeitado. Michele a tal empregada me mostrou o caminho até o quarto de Scott. Me surpreendi com o que eu encontrei. Nada de pôsteres de mulheres, carros ou jogadores de futebol. Havia prateleiras com livros, uma escrivaninha onde ele estava sentado, algumas fotos nas paredes e é claro várias guitarras enfileiradas.

– oi

– oi cara! Senta aí. Apontou para a cama.

– terminou o dever?

– quase na verdade, faltam três exercícios de cálculo que eu não consigo!

– me deixa ver!

Eram de logaritmo, não era tão difícil como parecia ser. Só faltava jeito.

– meu você é bom nisso!

– é , eu curto bastante logaritmo.

– você não é desse mundo! Quem gosta disso?

– que isso! Não é tão difícil, é só praticar.

– nem praticando, nem nascendo de novo vou gostar desse treco. Mas pelo menos agora eu entendo alguma coisa.

Valeu.

– vamos jogar então?

Passamos o resto da tarde e o começo da noite jogando. Até que com toda minha imbecilidade perguntei quem eram aquelas pessoas nas fotos.

Aí ele começou a me explicar, em uma foto estava ele uma mulher muito parecida com ele e um rapaz um pouco mais velho, que descobri ser sua mãe e seu tio que morava com eles .

Os pais de Scott eram separados o que nos leva a outra foto, a dele com o pai sozinho. E por último uma terceira, mais antiga, na qual há dois dele, o pai e a mãe.

E passei o fim do dia, ouvindo sobre a morte dolorosa de seu irmão gêmeo, Jason, por afogamento aos sete anos. Depois disso a família não aguentou o e os pais se separaram. O pai vem o ver uma vez por ano.

Contei para ele a minha história também, sobre minha mãe nos abandonar, e sumir no mundo sem olhar para trás,quando eu tinha nove anos, sobre a Sidney e sobre a Manu.

No fim eu descobri que todos nós temos problemas, por mais que a vida dos outros pareça perfeita. Ele podia ter aquele jeito confiante, mas no fim ele também tem seus pesares.

No outro dia de manhã acordei atrasado como sempre. Cheguei a aula já havia começado. Perdi meu primeiro tempo e acabei indo parar na biblioteca, comecei a fazer o trabalho de literatura.

– olá. Sorriu Sofia. Nós fazíamos aula de espanhol juntos. Ela era uma boa amiga.

– oi, tudo bem?

– bem e você?

– ótimo! Sorri.

– e toda essa loucura de música? Deve ser super divertido não é?

– é muito! Bem que você disse! Uma loucura! Em um dia sou estudante normal , no outro astro do rock teen. É ...confuso.

– eu posso imaginar. A escola toda só fala de vocês. Não ! Você não tem noção! sabe a Andy da nossa aula de espanhol?

– aquela morena que riu de mim aquele dia na apresentação. Ela meio que te odeia Né?

– ela mesma! Mas eu não ligo, falam mal de mim desde a primeira série.

– vai ver por que você sempre foi inteligente. As pessoas tem inveja.

– ah, nada haver, só sou esforçada. Falou o "A"!

Rimos.

– tá , mais o que tem ela?

– ela magicamente virou sua fã número um! Disse até que vocês tinham tido um lance, a alguns anos atrás.

Eu gargalhava. O que as pessoas não faziam por fama. Ela ria também. Ficamos jogando conversa fora até o sinal bater.

– viu você não fazia parte do clube de matemática? Eu estava com eles ontem e não te vi.

– eu ainda faço, mas estou atarefada nesse começo de ano. Clube de ciência, física aplicada, jornal da escola, ecologia e grêmio estudantil. Eu estou organizando o baile da escola, se você tiver alguma sugestão, por favor, me avise, se não o tema vai acabar sendo anos 90 de novo!

Ela falava meio rápido quando estava ansiosa, o que me fez rir. Despedimo-nos.

Próxima aula: sociologia, hoje haveria debate. Era só torcer para não ser escolhido. Eu sempre me atrapalhava.

Minha aula de piano voou e quando dei por mim estava de volta em casa. Tomei um belo banho, tentando inutilmente relaxar. Fitei me frente ao espelho. Não era o garoto mais lindo do mundo, mas estava apresentável. Relembrei a cena do convite me minhas bochechas voltaram ao estágio vermelho de sempre. Afinal o que ela queria? Amizade ? As imagens da nossa briga me vieram à cabeça. “Eu entrei por sua causa!" ela gritava. Isso quer dizer que ela gostava de mim certo? Mas e se não fosse? Eu ia ficar constrangido, e ia acabar saindo da banda!

Por que tinha que me convidar para jantar? Ou será que não foi um convite? Talvez ela só esteja sendo legal! Talvez ela só pensou que assim poderíamos trabalhar mais.

Ok, Wen concentra! Seja lá o que ela estiver pensando você está atrasado!

Passei em frente a uma floricultura, havia lindos buques de rosas na vitrine. Entrei sem pensar muito na loja. A atendente me olhou sorrindo. Pera o que eu estava fazendo?

Aquilo não era um encontro e mesmo que fosse, era super cafona levar flores não era? Sai correndo sem dizer uma palavra.

Ah !! Grande merda minha cabeça!

Já sei! Vou levar algo para sobremesa, nada mais educado não? Havia uma Carlo's Banken caminho. Optei por comprar uma caixa com seis cupcakes , um de cada sabor. Tubo bem que foi metade da minha mesada, mas vale o sacrifício não?

Agora não tinha mais volta! Pare de suar Wen! Seja profissional e amigável! Você está aqui a trabalho! Nem esses comandos de autoajuda funcionaram, toquei a campainha vacilante.