I Of the Storm escrita por fleur


Capítulo 1
É assim que se começa sua vida?


Notas iniciais do capítulo

OIOIOIOIOI! ♥33333 Eu amo One Piece, nada mais a declarar.
Mentira.
Muito bem, como vão vocês? Eu tô sofrendo uma rejeição amorosa, mas acho que vou ficar bem. Enfim, a fic é centrada no Usopp e já perceberam que quase não tem universo alternativo? Ainda mais uma de adolescentes pirados?



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“Ãh, oi. Eu não sei bem como começa um jornal. Não, eu não sou gay e não, isso não é um diário. Diário é coisa de menininha de colegial que perdeu o namorado para a melhor amiga e eu, o grande Usopp, dono de uma das maiores empresas do mundo, não faço diários. Faço jornais. Meus jornais. Falou? Falou. Na verdade, a psicóloga vai ler isso, jornal, então desculpa. Já comecei meio torto, desculpa aí psicóloga.

Bom, jornal, eu passei numa faculdade. GABARITEI, COLEGA! Mas não sei como começar. Eu sou o nerd esquisitão de afro da turma desde que eu tinha dez anos, entende? As coisas não são fáceis para nerds esquisitões com afros, então o “não sei como começar” significa que não sei o que vou fazer quando eu entrar na sala e todos me olharem. Me olharem porque sou incrível, claro. Mas as pessoas se sentem intimidadas com o meu jeito perfeito e acham isso esquisitão e nerd. Posso fazer nada.Principalmente agora que entrei no meio do ano. Legal. Mal cheguei e já comecei a me foder.

Mas é isso, jornal. Boa sorte aí, obrigado e de nada.”

.

Usopp derrubou o celular de volta ao colo, olhando a cidade através do vidro do carro. A música alternativa tocava alegremente nos fones azuis, as luzes da cidade passavam como flashes, acompanhando somente os carros que trajavam na mesma velocidade que o de seus pais. Seus pais... Qual o melhor sinônimo para eles? Babacas? Ignorantes? Pais?

– E então eu vi o quanto seria idiota deixar aqueles caras tomarem uma decisão tão fútil assim por mim. – a voz de seu pai ecoou com um orgulho abafado pelo som de seu fone. Hm, fútil é um bom sinônimo. O que ele estava fazendo mesmo? Ah sim, formulando uma resposta para a questão da psicóloga dessa semana.

“Se tentasse utilizar suas mentiras como história de vida, como seriam? Elas batem com a vida que deseja?”

Ah, vamos. Usopp não é louco. Tá na cara que ele só tenta aparecer um pouco, mesmo que isso indique a depressão controlada e um caso de mitomania. Mas é natural. As causas são as mais simples possíveis: uma vida cheia de mudanças, pais que o ignoram e tomam decisões absurdas por ele, falta de amigos e talvez falta de vergonha na cara. Mas quem é ele para negar o grande Yasopp? O fundador de uma das maiores empresas construtoras do universo? Quem é ele por passar por cima da autoridade de uma das mulheres mais incríveis de todo o mundo da arte? Quem é ele para passar por cima do sobrenome de seus pais? Ninguém! Ele só tem uma casa e olha lá. Já tem vinte anos, está mais que na hora de desbundar das asas do seu papai, como seu pai havia dito. Mas tudo bem. Iria arrumar alguma companheira de quarto que soubesse cozinhar e pronto! Vida feita! Seu pai não teria o que reclamar. Mas é bom começar com o pé direito, não? Continuar ganhando comida grátis por um tempo é uma coisa muito boa, principalmente roupa lavada. Ah, pelo amor de Deus! Ele só tem vinte anos!

– O que acha, filho? – Yanchiba disse, com as tatuagens mais lindas que podia ter criado em seus ombros. Usopp amava a arte da mãe.

– Sobre o quê, mãe? – largou os fones no colo e olhou quase interessado.

– Usarmos seu quarto como meu ateliê! Claro! Você vai morar na faculdade, não? É idiotice colocarmos suas coisas. Principalmente com você indo para lá amanhã. - Yasopp sorriu ao ver a animação da esposa. Olhou pelo retrovisor, encarando o filho com o típico não estrague isso, idiota.

– Eu tenho alguma escolha? – respondeu de mal grado, olhando o olhar frio do retrovisor.

– Não é assim, querido. Eu só acho que você não precisa. – Yanchiba respondeu, levantando levemente a voz.

Como se eu não fosse precisar do meu quarto.

É, não via a hora de conhecer a nova faculdade e quem sabe, sua nova parceira cozinheira.

Murmurou um hm qualquer e voltou a ouvir a música aleatória que estava tocando nos fones. A cidade lá fora se tornou um borrão colorido e molhado. Aproveitou a chuva para poder curtir seu momento de ódio e frustração nas letras embargadas da música.

.

– Não enrola nesse chuveiro, moleque! – ouviu Yasopp gritar e bater na porta. Iria responder se não estivesse ocupado demais olhando o próprio cabelo molhado.

Ele molhado era melhor que seco.

Mas ele amava o cabelo seco também.

Mas solto e molhado era muito melhor.

As tatuagens em contraste com a pele morena escura e os cabelos modelados e revoltados nos ombros. Os cílios largos, os olhos amendoados claros, os lábios carnudos e escuros. Se acharia incrível se não tivesse tantos problemas. Problemas mentais, entende? Era vítima de uma doença terrível, pior que câncer. Ok, era só uma crise de identidade causada por dificuldades da adolescência chamada de mitomania. Que porra é essa? Quando um cara conta coisas demais que escapam da realidade, sabe? Mas não que Usopp fosse um mentiroso fofoqueiro descarado, ele só ultrapassava alguns limites de vez em quando, mas sequer percebia. É natural como a luz do planeta que se chocará com a terra amanhã, sacou?

Suspirou e desligou a ducha, vestindo um roupão e enrolando uma toalha ao cabelo. Deslizou para a cozinha, pegando um saco de salgados e olhou em volta. As luzes do escritório estavam acesas e dava muito bem para ouvir os gritos do seu pai pelo telefone. Sua mãe estava em algum canto por aí, bem longe de toda a gritaria que pudesse atrapalhar toda a sua arte. Abrindo o pacote e mastigando algumas batatas, rastejou para o ex quarto.

.

Estava quase apagando quando ouviu o celular vibrar ao lado. Tirou-o da pelúcia do spiderman e encarou a mensagem do único colega babaca que ainda tinha conseguido ter feito nessa cidade. Só não pergunte como. Estava ali há quase seis meses e a única vez que saiu foi para ir à loja de gamers do lado de um restaurante e acabou inventando uma história tão grande quando foi tentar sair sem pagar que o loiro com carinha de Justin Bieber genérico deu-lhe uma surra tão forte que ele precisou tentar se vingar. Era uma questão de honra, porra! É assim que amizades começam: com grandes surras e vinganças por honra. Ou pelo menos foi assim que a deles começou.

Você tá’ na minha sala, sabia otário? 4A, terceiro andar à direita. Não se perde ou vou quebrar sua cara. Mas acho que o monitor já vai fazer isso por mim. Ele é um cretino sabichão, mas nós damos um jeito nele caso você entre em merda. Te vejo lá, puto.”

Respondeu um "cala a boca, otário" antes de perder o interesse e ver TV até ficar com sono, escovar os dentes e cair na cama.

Pelo menos amanhã a vida seria menos tediosa, certo?


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Notas finais do capítulo

Esse é só o prólogo, juro. Eu achei uma boa ideia para fanfic, mas preciso da opinião alheia. O que acham?