A Seleção da Herdeira escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 34
Desculpe | A Elite


Notas iniciais do capítulo

*entrando com um sorrisão, arrasando, com um coroa brilhante* E AIIIIIII, PESSOAL!
Hoje é o lindo dia 28/03, meu aniversário, e não há melhor dia para atualizar, no finalzinho de Março, um mês super de boas! ♥ ♥ ♥
Gostaria de agradecer imensamente pelos comentários do capítulo anterior, com todo o coração, com todo o amor, com toda a sinceridade! Isso é especial demais, e por inúmeras vezes eu penso em desistir, porém os comentários me dão forças para poder vir aqui e fazer as coisas acontecerem!
Espero que gostem deste novo capítulo, pessoal! Escrevi com muito amor e carinho!!!!!



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O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício.

Martin Luther King

 

— Ai, Senhor, mas que dor nas costas — Blane disse, esfregando os olhos, com o rosto marcado pelo travesseiro quando o despertador tocou às 07h para o café da manhã real. Achei incomum os trigêmeos não estarem presentes, mas no segundo seguinte, eles entraram rindo, conversando despreocupados, já que somos amigos, mas levaram um susto ao ver todo mundo aqui.

— Céus, mas que horas são? Eu estou com... — Gale parou para pensar, depois de um longo suspiro, continuando deitado. — Fome.

A gente riu.

— Calem a boca, demônios, que eu quero dormir! — Cato murmurou. — Troços.

— Bom dia também, vossa excelência — Calvin caçoou, bocejando, dando um tapa carinhoso no ombro do amigo.

— Vai pro inferno — rebateu Cato.

— O que você tem de boa aparência tem de mal humor, hein? Nossa, ignorante — Blane disse.

— Gente, me desculpem, mas perdemos alguma coisa? — Stefan perguntou, confuso, como as irmãs.

Tossi, me virando para o outro lado, abraçando meu travesseiro, tentando voltar a dormir. Odeio ter meu sono interrompido, e se querem que alguém fale, não contem comigo. Não tenho absolutamente nada haver com isso.

— Fizemos uma festa para animar o Peeta e geral se conhecer melhor — Calvin respondeu, em mais um bocejo. Estou tão imerso no sono ainda, que nem para bocejar eu tenho forças.

— Ah, mas que horas foram dormir? Estão com os rostos até abatidos de sono, com exceção do Peeta, que nem levantou ainda! — Julia reclamou. — Precisam se aprontar para o café da manhã agora mesmo! Urgentemente!

Em um estalar, todo mundo estava levantando, até eu, mesmo que aos tropeços, cada um buscando o que precisa para tomar banho. Como somos atualmente cinco, e são quatro quartos por zona, Cato foi com Blane para seu quarto, enquanto Gale foi para o dele, e Calvin tomar banho no quarto que pertencia a David.

Fui todo avoado para o banheiro depois de pegar uma roupa de esporte fino, enquanto meus criados riam, e eu xingava palavras muito feias.

— Mas que falta de vergonha na cara essa gente, chega de supetão, só para podermos nos arrumar, absurdo... inúteis! Custava ter aparecido aqui mais cedo?!

Tomei um banho rápido, mas o suficiente para ficar com essência de pêssego, porque eu sem querer em um momento de raiva não consegui deixar na água normal e morna, e por ter somente por touch, e por ter gritado um "só falta agora cair água com essência de pêssego!", daí só sai água com essência de pêssego. Eu pensei que ia odiar, mas até que sinceramente eu tenho gostado demais.

Gale usa com essência de baunilha, mas o outro pessoal aí eu já não sei, porque eles se lembram de usar perfume. Comigo não é assim. Ou eu tomo banho ou eu passo perfume. Não consigo lembrar dos dois.

Vesti uma calça preta, e uma camisa social azul, dobrando até os cotovelos, mas sem querer tomei banho por completo, daí infelizmente meus cabelos "cachearam".

— Ah, caguei pra isso, vai ficar assim mesmo — murmurei, saindo apressado, mas Stefan segurou meu braço, com um sorrisinho maldoso. — Que isso aí?

Perguntei, fazendo referência ao sorriso descarado dele.

— Simples: a princesa quer que você vá ao quarto andar. Quarto dela.

Senti minhas bochechas queimarem e meu coração desenfreou de uma maneira tão intensa, que por um instante pensei que fosse morrer.

— Olha como ele fica constrangido! — Layla notou, sorrindo. — Vai lá, é só subir, mas precisa mostrar seu relógio. Tenha cuidado, porque não é tão direto assim o acesso até lá em cima, só pessoas autorizadas, e faltando um degrau para chegar no "vão" para chegar até lá, pare. Porque tem uma proteção transparente, que causa choques. Um guarda vai estar lá, obviamente, daí vai fazer um reconhecimento facial, então você segue até a penúltima porta no lado direito. Tem uma rosa branca entalhada na porta, não tem erro.

Assenti, saindo do quarto, sem encontrar com os moleques, que com certeza passaram feito vultos por aí, enquanto quando cheguei nas escadas, subi degraus infinitos, pois subi, subi, subi, e subi! Até que parei no terceiro andar ainda!

Quando cheguei ao quarto andar, sentia o suor na nuca, e minha respiração ofegante. Só não estou um caco maior porque vim devagarinho, ou já estava estirado em um desses degraus.

— Oi... a princesa... chamou... — falei, sem ar, mostrando o relógio para os guardas, que riram, aparentando cientes.

— Por que não pegou o elevador? — O soldado escuro perguntou, enquanto o outro cuidava rapidamente do procedimento para que eu passe pela escada sem morrer pela parede de proteção.

— Hein?! Tem um elevador?!

— Como acha que o rei e sua família estão sempre rapidamente em diversos lugares? O elevador se move na vertical e horizontal. Deveria experimentar da próxima vez, vai parecer menos cansado — aconselharam.

— Ok, vou tentar — falei, suspirando, normalizando um pouco a minha respiração, quando quase imperceptivelmente as portas quase transparentes deslizaram para cima, e eu pude passar. — Obrigado.

— Boa sorte — disseram, sorrindo. Eu tenho a leve impressão de que as pessoas por aqui gostam mesmo de mim.

Sorri, e só continuei pelo imenso corredor.

Fui andando na direção do quarto da Katniss, mas não deu tempo de chegar lá, pois logo ela estava abrindo a porta, sorrindo, com um vestido verde claro com gola polo que ia até quatro dedos acima do joelho, mais ou menos. Até chega a ser estranho, vê-la assim, tão suave.

— Bom dia, Peeta — ela desejou, vindo para o meu lado, aos passos rápidos, mas continuou a nos levar para uma porta ao lado da sua. — Estou aborrecida, afinal, você parece que cresceu uns três dedos desde que estivemos tão perto assim.

Sorri, mas estava me sentindo muito nervoso. Meu estômago dá voltas e voltas. Tenho as desculpas na ponta da língua, e as lágrimas de arrependimento por ter me ausentado por tanto.

— Todo mundo tem dito isso, mas vai saber, não é mesmo? — falei. — Meu pai é da altura do seu.

— Papai tem 1,87... você teve ter 1,80, ou 1,78. Eu tenho 1,75, e me sinto aborrecida, por querer ser mais alta! Como se sente vendo o mundo do alto?

Ri, balançando a cabeça em negativa.

— Meu Deus, Katniss, que assunto interessante, hein? — ela sorriu, mas corou.

— Foi mal, é que eu não gosto muito assim de ficar sozinha com as pessoas que eu realmente considero! Por aqui, por favor.

Abriu a porta ao lado da sua, mas pediu para que eu entrasse primeiro, mas ainda estávamos de mãos dadas, sem querer. Não fui eu quem soltou, e nem ela. Permanecemos de mãos dadas.

— Nossa, que quarto gigante! — exclamei, deixando ela ficar bem ao meu lado, enquanto a mesma sorria, enquanto eu observava tudo, atentamente.

O quarto é uns cinco do meu, mas as coisas aqui estão vazias, tudo em tons de branco, cinza e preto. Embora não tenha nada que diga que tem alguém que dorme aqui, parece de um garoto, ou homem, pelas coisas extremamente neutras e bem discretas, diferente do que é um destinado a uma garota ou mulher. Sei disso porque já me perdi com Finnick, e acabamos chegando em uma área para as visitas de damas.

— Gostou? — Katniss perguntou, indo para se sentar na cama, e eu fiz o mesmo, ainda impressionado com o tamanho do ambiente. Assenti, embora ache desnecessário todo esse tamanho.

— É bem legal. Aqui cabe umas dez casas minhas! — ela riu, balançando a cabeça.

— Fico muito feliz que você tenha gostado. Poderá decorar como quiser, afinal, é seu.

Franzi o cenho, olhando para seu rosto passivo, confuso.

— Hein?

— Essa é a suite do príncipe, Peeta. E você só será coroado Rei Consorte depois que completarmos 21 anos, ou seja, em três anos. Até lá, continuaremos como príncipes. Nos casaremos em Janeiro mesmo, mas isso é outra conversa. Só preciso saber se gostou, afinal, vai passar três anos aqui, e indo para o meu, pois logo ali — apontou para uma porta bem simples, quase imperceptível, no canto do quarto. — é uma porta que dá acesso imediato no meu quarto. Eu vou adorar visitas suas, mas não fique preocupado ou tímido, pois também me dá acesso ao seu quarto.

Estou desconsertado.

Mas completamente bem. E feliz.

Não consegui deixar de sorrir.

— Então quer dizer que...

Ela riu, se levantando, me puxando pela mão, mostrando todo o quarto, explicando que é aqui que todos os príncipes dormem.

— Meu pai foi o último a "morar" aqui — explicou. — Mas o próximo será você. Quando formos coroados, iremos para outra suítes, que ficam do outro lado, enquanto meus pais irão para uma casa fora do palácio. Eu vou ir para a suíte da Rainha, e você para a do Rei. É duas vezes maior que esta. Possui dois esconderijos, e uma cama gigantesca! Assim como também tem uma porta de acesso ao quarto do outro, mas é mais discreto. É dentro de um closet. Você vai gostar!

Sorri, acompanhando-a. Mostrou-me o closet desse quarto, o banheiro, que parecia que tinha uma piscina, pois a banheira do meu quarto já é grande, mas assim, em comparação com esta, não é nem o box. A neutralidade estava por todo o lugar, principalmente em uma estante com livros polidos, muito bem arrumados.

— Puxe o terceiro livro da última fileira, da esquerda para a direita — pediu, sorrindo, como se tivesse algo super surpresa.

Fiz o que me fora pedido, mas não consegui puxar o livro todo. Era só uma espécie de alavanca, que fez a prateleira ir pra trás, sem mover um livro, em um movimento depressa, revelando um elevador, que se abriu, revelando um Finnick pálido.

— Nossa, cara, meu Deus! Isso subiu tão rápido que eu nem tive tempo de me despedir da An! — ele reclamou, cruzando os braços, olhando para Katniss que riu, então ela fez um gesto indicando minha presença, fazendo ele rir. — E aí, seu sem gracinha, tudo bem?

Em um acordo silencioso e sem olhares, Katniss e eu soltamos nossas mãos lentamente, mesmo sem sentir, para eu poder dar um abraço no meu amigo. Podia estar com jeans gastos e uma blusa branca simples, mas o sonso ainda se lembra de passar perfume.

— Nossa, seu lixo! Eu pensei que você estava morto! — exclamei, já partindo para os xingamentos.

— Entendo a emoção de vocês, mas vocês tem dez minutos. Estarei te esperando lá fora, Peeta. Finn, já sabe onde pegar o remédio — ela me deu um beijo na bochecha, e deu um abraço no  outro loiro, retirando-se do quarto.

— Ah... — fez uma careta. — Nós também pensamos que estávamos mortos. Íamos para o Panamá, acredita?

Fiquei boquiaberto, convidando-o a se sentar em uma das poltronas que tinha ali, e eu me sentei de frente para ele, com uma mesinha entre nós, onde estava uma sacola com remédios e dois copos com uma garrafa d'água. Eu sabia que era justamente para nós dois.

Finn pegou a bolsa, e eu enchi o copo para nós dois. Meu amigo parecia um pouco cansado, mas nunca o vi com os olhos tão brilhantes.

Contou que Katniss se submeteu a torturas sérias justamente para poder manter ele e Annie vivos, e secretamente com um secretário ela trocou o nome dele e de Annie, assim como o sobrenome, e também mandou outras pessoas que tinham origem do Panamá para irem no lugar deles.

Contou-me que começou a trabalhar uma semana depois do ocorrido, enquanto Annie ainda ficou de cama, mas ela está bem agora, e ambos trabalham pela noite e madrugada, pois são horários que definitivamente não correm o risco de serem reconhecidos pela rainha ou pelo próprio rei. Ele deixou a barba crescer, e realmente ficou legalzinho nele.

— Está horrível — falei, em uma mentira, mas ele sabia da verdade. Ele sorriu.

— Eu deveria ser modelo, e o Cato não! Mas eu não fico deprimido. Katniss vai assumir em três anos, e quando isso acontecer, até lá eu consigo juntar dinheiro para comprar a minha carta de condução para o Distrito Quatro, novamente. Bem, isso com o salário da Annie, porque o meu vai ser todo direcionado para o bebê e...

— Oi?! Finnick! Que negócio é esse de bebê?! — perguntei, arregalando um pouco os olhos. Temos apenas mais dois minutos, de acordo com o relógio na parede.

— Ah... — ele ficou roxo de vergonha. — Annie está grávida de quatro semanas, descobrimos semana passada, por causa de alguns exames que a Katniss conseguiu para ela, que estava ficando cada dia pior. Pensamos que ela tinha adquirido uma infecção ou virose séria, mas aí ela descobriu que está grávida.

Mesmo que aparentemente sem jeito em me dar a notícia, meu amigo não para de sorrir, e eu só estou refletindo isso. Não consigo descrever o amor de irmão que sinto pelo Finn. É como se fosse Stuart me contando que vai ser pai, daqui há uns bons vinte ou trinta anos, claro.

— Céus, Finnick! Vocês não poderiam ter esperado mais três anos! — comecei a brigar, então, tirando o sorriso, dando um tapa forte no braço dele. — Olha a responsabilidade, seu ridículo! Ai meu Deus! Você é tão irresponsável! Tão babaca! E agora?!

Ele riu, balançando a cabeça.

— Peeta, quando duas pessoas se amam e estão casadas, mesmo que em segredo, esse amor precisa ser demonstrado de outras maneiras. Não tinha razão pela qual esperarmos mais. Eu a amo com toda a minha vida, e na vida depois dessa e da outra. Não consigo imaginar a minha vida ao lado de uma outra mulher que não seja Annie. Sem contar que depois que acontece, não dá vontade de fazer outra coisa. Ela mesmo me disse isso, mas se isso sair daqui, Peeta, eu juro que eu te mato!

Senti que fiquei com uma leve cara de paisagem, como se estivesse nas aulas de geografia, ou de geometria, com várias formas geométricas etc.

— O que isso significa? — perguntei, perdido, com toda a sinceridade.

Ele riu. Mas riu muito. Ele se curvou, e riu mais, enquanto eu ri também, mas sem entender a razão do riso.

— Rapaz, como a Katniss vai ter trabalho com você... como você é inocente! Gale não pode nem sonhar que eu disse uma coisa dessas. Peeta, quando você casar, na mesma noite, vai saber o que estou dizendo. Até lá, vê se tenta descobrir, e casa com a Katniss, porque vocês dois da forma mais completa possível serão o melhor casal real que esse país já viu.

Revirei meus olhos, fingindo tédio.

— Vai se ferrar, Finnick. Ainda estou sem acreditar que você vai ser pai! Sinto pena do seu filho, com uma pessoa dissimulada como você! Pelo menos ele terá a Annie!

— Assim você fere os meus sentimentos profundos, Peeta! Por favor! — Ri, balançando a cabeça.

Contei um pouco sobre como foi a noite de ontem, e ele pareceu feliz, mesmo que não tenha participado.

— Ah, mas não fico pra baixo pois a minha noite foi tão animada quanto. Na verdade, até mais animada que a de vocês! — comentou, com uma expressão de maldade, enquanto eu mais uma vez continuei com a minha cara de paisagem. Não entendo absolutamente nada.

— Pode parar com essas insinuações, fazendo o favor? — pedi, fingindo irritação.

— Ata! A Katniss me contou, seu sem graça, da casa na árvore! Ela me contou tudo! Você não é tão puro assim, e só te digo uma coisa: está perdendo tempo! Ela ama você, e você tem ela refletida em seus olhos!

Senti minhas bochechas querem esquentar, mas eu sabia que com Finnick eu podia falar.

— Mas Finnick, para com essas coisas, porque eu não faço ideia do que acontece depois, ou no dia seguinte — falei, suspirando, desviando o olhar de seus olhos verdes.

— Olha, sei bem sobre o que está falando, mesmo que você mesmo não saiba exatamente do que se trata. Não trate como se ela soubesse muito, ou você pouco. As coisas nessa hora acontecem, Peeta. Quando você casar com ela, vai saber exatamente o que fazer, e como levar seu casamento em diante. Tudo tem um tempo, e se de vocês ainda não aconteceu, é porque não é a hora. Eu e Annie nos casamos sozinhos, com um Bíblia e sussurros no meu quarto, mas só três semanas depois a Katniss indiretamente regularizou a situação. Você e ela ainda tem tempo. Enquanto isso, siga meu conselho: demonstre o quanto a ama. Seja através de atitudes, seja através de palavras. Só deixe-a saber o quanto você sente, cara. Você não sabe nem da metade do que eu sei sobre o que acontece naquele escritório.

Infelizmente nosso tempo se acabou, passando como se fosse um minuto, mas eu o agradeci imensamente. Ele me agradeceu, no final, pelo o que fiz com ele e Annie, no dia da condenação, mas eu o disse que havia sido pago com sua conversa, e realmente foi, mesmo que eu nunca tenha esperado algo em troca, e sim por simplesmente acreditar que é o certo a se fazer pelos nossos amigos.

Nos abraçamos apertado mais uma vez, como irmãos, e quando ele entrou no elevador escondido, e viu Katniss, que tinha aberto a porta, piscou, de maneira engraçada, fazendo nós três rirmos. Foi a prova definitiva que eu sequer esperava para saber que Finnick é uma pessoa que eu posso confiar a minha vida, e só vou perdê-la quando ele mesmo se for.

Em um piscar de olhos, a prateleira voltou para o lugar, e o quarto ficou silencioso de novo, mas senti braços pardos cobrirem minha cintura por trás, cheio de carinho. Uma certa morena deitou a cabeça nas minhas costas, e eu sorri, entrelaçando suas mãos nas minhas, levando até meus lábios, descansando ali um beijo.

— Obrigado — foi o que eu disse, me virando, para olhá-la nos olhos, em seus lindos olhos cinzas.

— Ah, não foi por nada. Só gostaria de ter feito isso antes e — não permiti que completasse, terminado a distância entre nós com um beijo cheio de saudade.

Parecia até que era o primeiro, porque começou tímido, mas então entramos em um ritmo só nosso. Nos aproximei mais, tirando alguns fios de seu pescoço, beijando também, mas sem alguma outra intenção. Eu só queria beijá-la, e demonstrar através disso o quanto eu senti falta, e do quanto eu foi um grande estúpido.

— Me perdoe, eu não deveria ter dito aquelas coisas e — desta vez ela quem me cortou, me beijando, sendo correspondida imediatamente. — Obrigado.

Ela sorriu, com o batom um pouco borrado, mas não parecia incomodar-se com isso.

— Peeta, eu quem te peço perdão. Sei que meus segredos e os de Finn e Annie estão a salvos com você. Você tinha o direito de saber. Eu quem tive muito medo.

Não consegui dizer muita coisa, além de que eu senti falta dela. E realmente senti, de modo que meus olhos chegavam a ficar marejados. Como eu a... ah!

A puxei para meu colo, como uma alavanca, fazendo ela gargalhar gostosamente em meus ouvidos, enquanto seus braços estavam ao redor do meu pescoço e as pernas ao redor da minha cintura. Não tinha maldade. Só tinha um abraço.

— Como senti sua falta — murmurei, entre mais um beijo, abrindo com relutância os olhos para encarar a tempestade de seus olhos grandes e carinhosos. — Eu fui tão estúpido. Desculpe, desculpe, desculpe...

Cada pedido de desculpas era um beijo, e quase senti as minhas lágrimas virem, assim como as dela, por essa estranha sincronia que descobrimos ter.

— Não precisa se desculpar, eu... eu... — parecia querer dizer alguma coisa, ofegante, mas eu a deixei ainda mais ofegante, sentindo seu sabor de chocolate, com um sorriso da minha parte. Sei o que ela quer dizer, estranhamente, mas sinto medo e receio de ouvir.

— Shhhh... — pedi, colocando uma mecha de seus cabelos compridos detrás de uma orelha. — Acho melhor sairmos. Podem sugerir coisas feias ao nosso respeito.

Brinquei, e ela sorriu.

— Antes estivéssemos! — ri, colocando-a no chão, depois que beijei sua mão de novo, e saímos de dedos entrelaçados. Puxou-me para um banco fino, e se sentiu, conduzindo-me para fazer o mesmo.

Ela fez uma expressão um pouco séria, mudando um pouco a atmosfera vamos-nos-casar-e-herdar-uma-monarquia, para uma de o-assunto-é-sério-pra valer.

Katniss deu um suspiro, e tomou minha mão com as suas, e então deu um pequeno sorriso, olhando nos meus olhos.

— Peeta, sei o quão difícil é estar aqui. Você me deu as provas de como é difícil naquela nossa discussão na casa da árvore, e nenhuma de nossas palavras conseguem sair da minha cabeça. Sei que da sua também não... — disse. — Nossas ideologias são semelhantes, isso é claro, mas não temos o mesmo plano para colocar em prática. Durante esse tempo, fiquei pensando em palavras que eu poderia tê-lo dito, assim como ter segurado minha língua sobre a sua mãe e a doença... — ela corou, um pouco envergonhada, enquanto eu estava quase fazendo para ela o meu pedido de desculpas, ou melhor, pedido de perdão. Os pedidos dentro do quarto foram somente palavras soltas, mas exigem um texto imenso. — Você está sempre certo.  Suas atitudes são exatamente as que eu deveria tomar, mas eu não tomo porque eu sou covarde, medrosa. Você tem todo o meu apoio para defender o que quiser, desde que seja certo. Isso tem feito os conselheiros despertarem sobre.

Pensei em suas palavras por pelo menos um minuto, olhando para meus pés, para nossas mãos — sentindo o quanto isso sos certo na minha cabeça —, então, quando me dei conta, estava falando.

— Eu peço perdão para você, agora falando muito sério, por ter te achado uma insensível, mesmo depois de tudo o que me fez, provando ser milhões de vezes melhor do que eu poderia imaginar para você ser, fazendo isso milhares de vezes, e mesmo assim eu quebrei o seu coração. Me perdoe, você não sabe o quão mal eu me senti na última semana... — era como se aos poucos, conforme eu falava, o vazio que jazia em meu peito diminuísse. Lembro dos beijos agora trocados na sala, e meu coração está em paz, mas Katniss merece uma explicação completa, o que me faz me sentir melhor ainda. — Coloquei em risco a minha vida, eu sei, e assim como a de toda minha família e a sua também. Eu não ainda não me arrependo pelo o que fiz, mas me sinto horrivelmente culpado por ter feito você sofrer, mesmo sem saber, e por ter te dado as costas quando você falou para eu ficar contigo, mesmo que você tenha falado mal da minha mãe, eu te irritei, e te deixei furiosa. Me perdoe, por favor, e...

Antes que eu terminasse, ela me surpreendeu, beijando-me, tocando em meu rosto, e em menos de um segundo, quem olhava, nem poderia desconfiar que foi indiretamente roubado, pois eu a correspondi com tudo o que eu sentia. Saudade, principalmente, pois ela havia se tornando uma das pessoas mais próximas da minha vida em um piscar de olhos, em um espaço de meses que Delly precisou de anos.

E no meio desse beijo, têm-se amor. Têm-se admiração. Têm-se paixão.

— Mas eu vou continuar te assustando se eu ver alguma coisa errada eu saber que posso tentar fazer alguma coisa para mudar isso, está me ouvindo? — sussurrei, com uma mão em sua nuca, emaranhada em seus cabelos soltos até as costas, depois que me envolveu em um abraço apertado. Não pude evitar de sentir seu perfume de flores adocicado na curva de seu pescoço, mantendo meus olhos fechados. Eu nunca vou enjoar deste perfume.

— Se o governo for de vidro, quero que seja você a pessoa que vá quebrar tudo. Não me decepcione, Peeta. Você não sabe o quão difícil é te defender — sussurrou, mas em um tom muito preocupado comigo.

— Deixa que eu cuido de mim, você tem que cuidar de si mesma... está mais magra — notei, e me afastei, olhando para o seu rosto, fazendo carinho em sua bochecha esquerda, para onde ela inclinava o rosto, serenamente.

Eu ouvia um irritante "click" de longe, sabendo que fotos minhas e de Katniss nos beijando de frente a uma larga janela no andar do quarto dela sairá em todas as revistas, assim como nossa proximidade agora, comigo fazendo carinho em sua bochecha, e a outra mão em sua cintura, também fazendo um carinho, com meus olhos dentro dos olhos dela.

— Eu cuido o máximo que posso... juro. Você e sua vida me preocupam muito, muito mesmo, Peeta — ela disse, baixo.

— Mas a sua também me importa, e me importa demais, você não faz ideia do quanto estraga meu dia quando não abre um sorriso. Sei que há algo que quer me contar, e quero que saiba que não há quaisquer razão de ter vergonha ou medo de me contar — inclinei-me um pouco, selando nossos lábios mais uma vez, de forma demorada, ouvindo somente o barulho do meu coração acelerado no peito. — Sério.

— Um dia eu conto... — garantiu, com um sorriso torto. — Infelizmente eu preciso ir, mas quero que apresente algo bem incrível amanhã, e dê o que falar, mas por favor, pense em sua família, seus amigos...

— ...e em você — completei, sorrindo, quando nos soltamos, mas eu poderia ficar ao seu lado por um dia inteiro.

Ela sorriu também, solta, fazendo duas covinhas ao lado da boca aparecer, destacando suas pintinhas.

— Isso aí, boa sorte amanhã.

— Você também.

Desejei, e com mais um beijo, nos separamos, mas bem devagar, sentindo tudo, seguindo em direções opostas, sorrindo. Só Deus nesse momento poderia tirar essa felicidade que jorrou dentro de mim nesse momento, e algo me diz que Ele vai me deixar com esse sentimento maravilhoso até amanhã, que será um grande, grande dia!


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Notas finais do capítulo

Eu gostei demais mesmo de escrever deste capítulo, demais mesmo, sendo até mesmo um dos meus favoritos de toda a história. Pessoal, uma excelente notícia: temos mais trÊs capítulos nesta segunda fase A Elite, então, começará A Escolha, que levará,talvez, a mesma quantidade que A Elite, porém não posso dar certeza,, por enquanto. Eu calculo aí mais pelo menos cinco-seis meses de fic!
Pessoal, espero que tenham gostado!
Não tenho o próximo escrito, mas deixo um trecho:
Música - I Knew You were trouble
trecho - "Respirei fundo, então disse, com seriedade e convicção: - É preciso eliminar os Distritos para que finalmente nos vejamos como pessoas e não como números."
Vai dar o que falar, claro, e eu estou animadísssima para escrever e para ler o que vocês acham sobre como será! Não teremos briga, mas sim um clima meio tenso porém muito bonito entre os dois em dois capítulos. Muitas surpresas vindo por aí na história!
Um milhão de beijos, e peço perdão por toda essa demora, galera... a situação está bem perturbada, mas a gente tem que continuar seguindo, ficar parado só atrasa mais!
A Paz a todos, e agradeço mais uma vez por tudo! Forte abraço! ♥ Voltarei o mais rápido possível!!!!!
28/03/2017