Liars and Killers escrita por A Lovely Lonely Girl


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Muito obrigada pelos comentários, vou terminar de responder todos nesse feriado, eu já tinha começado a responder, mas acabei deixando a escrita um pouco de lado e ainda tenho que me preocupar com a escola... MAAS ESTOU DE VOLTA, E O QUE É MELHOR DO QUE UMA VOLTA COM DIREITO A CAPÍTULO NOVO DE LIARS AND KILLERS? SÓ O HENRY. (Espera, quê?)
Desculpem, me apaixonei por um OC. Ou dois né, se contar o Luke também. Ai ai, vida de escritor não é fácil, principalmente quando você acaba se apaixonando pelos seus próprios personagens.
Okay, como vocês viram no capítulo anterior, temos a Dylan e o Luke (seria este um shipp em ascensão?) e neste temos mais um "casalzinho" que desenvolvi recentemente, mas acho que, se der certo, vai ser muito fofo os dois juntos. Ah, dedico o finalzinho do capítulo às #TeamLoki e confesso que eu particularmente surtei na hora em que escrevi. O Loki aqui desenvolvido parece cada vez mais cativante.

*HEY PESSOAL, ESTAMOS A TRÊS CAPÍTULOS DO SEGUNDO TALK SHOW, JÁ PODEM MANDAR UMA PERGUNTA!
É aquele esqueminha: pra mandar a pergunta, só precisa avisar para qual o personagem (ou personagens) é a pergunta. Por ora, vou pedir só uma pergunta, aí conforme for passando os capítulos vou liberando mais, okay?*



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《Katherine Adams Kohls》

Após mais um dia exaustivo na SHIELD, segui até o banheiro e tentei ficar o mais apresentável possível. Levei uma troca de roupa e coloquei, um jeans e uma blusa preta que deixava os ombros à mostra. Quanto ao meu cabelo, aprimorei um pouco o rabo de cavalo que fiz e então saí do banheiro. Pietro estava esperando por mim.

— Katherine. - Ele disse com seu sotaque característico, e senti que os pelinhos dos meus braços se arrepiaram por baixo da blusa.

— Sim? - Ele parecia levemente preocupado.

— Gostaria de falar com você...

— Estou ouvindo.

— ... Sobre esse amigo intercambista. - O observei por um instante. Sabia que aquilo aconteceria, teria que falar sobre o Loki em algum momento.

— O que tem ele? - Perguntei simulando inocência. Teria que tomar muito cuidado com as palavras.

— Acha que ele tem um bom caráter? - Parei para pensar por um segundo. De certa forma, Loki havia passado por muitas coisas ruins, porém não significava que ele era mau. Era só uma reação a tudo que acontecera em sua vida.

— Acredito que sim.

— Você não o acha meio... Estranho? - Respirei fundo. Sabia que estava preocupado, mas não estava com vontade de responder um interrogatório.

— E quem não é meio estranho, Pietro? Eu conheci há pouco tempo um cara que literalmente vira uma fera quando fica irritado; quer alguém menos estranho que isso? - O platinado se manteve em silêncio, até que seus olhos se fixaram nos meus, e havia uma certa urgência por trás deles.

— Você confia nele? - Paralisei. Havia sido pega de surpresa, de todas as perguntas que imaginei que ele faria, me esqueci da mais importante. Eu confiava no Loki? Ainda era muito cedo para dizer. Ele era o deus da mentira, ninguém em sã consciência confiaria nele. Mas eu não gostaria que alguém me definisse por um rótulo, então tentava não fazer isso, até mesmo com o trapaceiro de olhos verdes hipnóticos. Ainda não estava preparada para responder àquela pergunta sinceramente.

— Confio na Sage. Ela sabe o que está fazendo, jamais abrigaria o maníaco da serra elétrica dentro de casa. - Só um deus assassino com prováveis distúrbios de personalidade.

— Certo. - Ele mantia seus olhos fixos nos meus, como se tentasse arrancar a verdade de mim. Não me importei, estava acostumada a dizer qualquer coisa olhando nos olhos de outra pessoa, era um exercício muito praticado em meu curso de teatro. E também, eu adorava observar de perto a imensidão azul que eram os olhos de Pietro Maximoff. Vi pela minha visão periférica que Steve estava passando por ali, e rapidamente me virei para ele.

— Steve. - Ele se virou para mim. - Aquela carona ainda está de pé? - Ele sorriu.

— Claro. - Voltei a olhar para Pietro.

— Te vejo amanhã. - Comecei a andar, não dando a chance dele dizer mais nada, não estava com cabeça para aturar sermões, muito menos do cara que eu estava gostando. Não queria ter que gostar menos dele, era o que acontecia quando alguém tentava mandar em mim. Eu sabia cuidar de mim mesma. O Capitão educadamente abriu a porta para mim, o que fez um pequeno sorriso surgir em meus lábios e meu mau humor diminuir um pouco. Steve Rogers era um cara das antigas. Tive vontade de rir ao pensar nisso, começamos a andar e depois o loiro se virou para mim. Quando me dei conta, já estávamos em uma garagem, e eu não fazia ideia de como havia parado lá.

— Então, onde você mora? - Parei subitamente de andar quando vi a moto que estava estacionada ali.

— É... Uma Harley-Davidson Street 750. - Não consegui segurar a admiração em minha voz. Rogers ergueu uma sobrancelha sorrindo.

— Gosta de motos, huh?

— Ela foi projetada especificamente para o ambiente urbano e é o primeiro modelo realmente inédito apresentado pela Harley desde que a V-Rod chegou ao mercado. - Eu pareia uma garotinha de cinco anos. Desde o acidente, meus pais nunca mais deixaram que eu encostasse em uma moto, apesar de eu ter dito-lhes milhares de vezes que só houve o acidente porque eu não estava pilotando.

— Bem, acho que isso responde a minha pergunta. - Steve tinha a expressão muito semelhante à minha, nós dois parecíamos ser grandes admiradores de motocicletas. Ele abriu o porta-capacetes, tirou dois e o fechou, entregando um capacete a mim em seguida. Desfiz o rabo de cavalo e coloquei o objeto sem pestanejar, ajustando a regulagem apropriadamente. O loiro colocou o capacete, subiu na moto, colocou a chave e girou, fazendo o motor rugir à vida.

— Steve. - Ronronei, e ele se virou para mim. - Eu... Posso pilotar? - Ele me encarou por um tempo, não o julguei por tê-lo feito, eu teria feito o mesmo se estivesse em seu lugar; mas ansiava pela sensação de liberdade que pilotar uma moto me proporcionava, tanto que tinha a impressão que meus dedos tinham começado a formigar.

— Você sabe pilotar? - Perguntou calmamente. Abri um enorme sorriso e assenti empolgada. O Vingador suspirou, se dando por vencido pela minha expectativa. - Certo. - O loiro pegou minha mochila e colocou em suas costas. Ele desligou a moto e desceu, logo em seguida eu me aproximei toda exaltada e saltitante, o que fez com que Steve risse de leve, subi na moto e liguei, esperando o loiro subir na garupa. Assim que o fez, levantei o pezinho de descanso da moto e segui em direção à saída da garagem.

Quando já estávamos na rua, acelerei e o loiro teve que segurar firme em minha cintura para não cair. Sorri enquanto acelerava e ia costurando pelos carros, meus cabelos ao vento e conseguia sentir em meus ossos que a sensação de voar poderia se tornar verdadeira. Mas claro, era apenas uma ilusão; eu só a deixava se tornar um pouco mais "possível" para mim mesma quando estava em um veículo em alta velocidade (tinha preferência pela moto, pois parecia ser mais... Íntima do que o carro, você conseguia sentir o vento batendo em praticamente todo o corpo).

Queria aproveitar a sensação ao máximo, o que muito felizmente foi possível porque o meu prédio não ficava tão próximo da SHIELD, e o caminho era mais longo para os carros e motos devido às normas de trânsito. Senti o abraço de Steve se apertar um pouco mais nas curvas, mas não me importei pois percebi que ele estava com medo de cair da moto. Meu sorriso parecia estar colado em minha face, sentia aquela liberdade pulsando dentro de mim, provando que aquilo era real. Mas então, chegamos ao prédio.

Havia uma figura ruiva extremamente familiar na calçada, e mais parecia uma super modelo ou uma atriz do que uma pessoa comum. Porém, claro, ela era uma deusa. Parei a moto a alguns metros de Sage, que prontamente se dirigiu até nós, não parecia muito feliz. Steve desceu da moto, abaixei o pezinho de descanso, e assim que tirei o capacete ela me fuzilou com o olhar.

— Uma moto, Katherine? - A ruiva cruzou os braços. - Está tentando se matar? - Steve falou antes de mim:

— Garanto que ela está em segurança, madame. Jamais deixaria que nada acontecesse à Katherine. - Sage o encarou franzindo os lábios, pronta para acabar com ele, mas então Rogers tirou o capacete e dirigiu a ela o seu sorriso perfeito... Que a desestabilizou, porque ele tinha esse efeito nas mulheres. Minha amiga pareceu voltar a si e retornou à sua postura autoritária:

— Quem é você? - Steve estendeu a mão, e não pude deixar de notar que ele a olhava de uma maneira estranha.

— Steve Rogers. - Seu sorriso perfeito parecia ainda mais perfeito pelo brilho em seus olhos ao olhar para Sage. - E a senhorita? - Ela descruzou os braços e o cumprimentou:

— Sage Hollister. - O loiro beijou-lhe a mão, e pude ter uma visão muito, muito rara: Sage estava corando. Fiquei de boca aberta a encarando. Aquilo significava que ela gostava do Steve? Por Freya, eles haviam acabado de se conhecer! Logo o contato entre suas mãos foi suspenso.

— Katherine me falou sobre você. Está organizando a festa, certo?

— Sim, estou. - A ruiva colocou uma mecha de cabelo para trás da orelha sem tirar os olhos dele. Eu ainda estava em choque, parada ao lado da moto, encarando a cena à minha frente. A deusa lhe dirigiu um sorriso animado, e tinha a impressão de ter ouvido Steve arquejar. Sim, Sigyn também conseguia afetar os homens ao seu redor. - Quero fazer algo esplêndido! Será inesquecível. Estou organizando o mais rápido possível, tudo deve estar perfeito. Tudo vai estar perfeito. - Era incrível como seu tom de voz açucarado disfarçava bem sua obsessão com a perfeição e fazia com que ela não parecesse uma maníaca quando falava aquele tipo de coisa. Se fosse outra pessoa falando uma frase como aquela, provavelmente já estaria em um manicômio.

— Não duvido disso, você parece ser bem empenhada e...

— Controladora? - Ela completou com uma sobrancelha arqueada. O Capitão sorriu levemente.

— Eu ia dizer "organizada". - A ruiva piscou espelhando o sorriso de Steve.

— É, isso também. - Os dois ficaram se encarando por alguns segundos, até que Rogers limpou a garganta e começou a falar.

— Eu gostaria de saber... Não teria problema se eu e alguns companheiros fôssemos à festa?

— Não, problema nenhum! - Ela respondeu prontamente, depois tirou seu celular do bolso e olhou para ele. - Vou precisar dos nomes para a lista dos convidados.

— Não tenho todos os nomes aqui agora... Só um minuto. - Ele pegou seu celular, parecia concentrado no aparelho, como se houvesse aprendido a utilizar havia pouco tempo, e mordeu o lábio inferior distraidamente observando a tela. O olhar de Sigyn desceu até os lábios do loiro, se fixou por um momento e depois suas bochechas ficaram rosadas novamente antes da ruiva desviar o olhar. Steve estava digitando, alheio ao que havia acontecido. Respirei fundo contando até dez. Steve estava demorando demais, estava deixando Sage de lado para mexer no celular, e aquilo era um erro grave. Me aproximei dele e tomei o aparelho de suas mãos.

— Hey! - Ele protestou, mas o ignorei. Adicionei o nome de Sage e seu número de celular, em seguida tirei uma foto dela e salvei o contato. Claro, devolvi o celular para ele.

— De nada. Quando souber, ligue para ela. Ou quando quiser só conversar, garanto que ela não vai se importar. - Dei uma piscadinha marota para o loiro.

— Kate! - Suas bochechas estavam em um tom de rosa bem vívido.

— Relaxa, eu já estou subindo. - O loiro me devolveu minha mochila e eu lhe devolvi o capacete. - Obrigada. Até mais, Steve. - Dei um beijinho em sua bochecha e entrei no prédio, deixando os dois anciãos conversarem. Será que o Steve ficaria traumatizado se descobrisse que ela era uns mil anos mais velha que ele? Esperava sinceramente que não porque Sigyn parecia ter gostado dele. Nunca a havia visto ruborizar daquela maneira. Segui até o elevador, pressionei o botão, as portas se abriram no mesmo segundo, entrei, pressionei o botão do meu andar e as portas logo se fecharam, o elevador começou a subir. Respirei fundo sentindo a exaustão tomando conta de meu ser, porém tinha que me manter disposta, já que havia combinado com o Luke que ele também participaria da sessão cinema que aconteceria naquela noite. Foi a forma que tentei me redimir com ele, já que me sentia culpada por deixá-lo de lado. Claro que não poderia contar para ele sobre o Loki... Mas gostaria que pudesse. Ele era o meu melhor amigo, sabia todos os meus segredos, e me sentia péssima por mentir para ele.

Por um momento me peguei pensando na pergunta de Pietro. "Você confia nele?". Me sentia incomodada pela pergunta e frustrada por não saber a resposta. Eu conhecia suas habilidades e sua figura de deus, mas me senti como se houvesse fracassado por não me atentar ao seu ser ou a quem ele realmente era. Me sentia culpada por não tentar conhecê-lo. Sabia que só depois que o fizesse poderia decidir se Loki era confiável.

As portas do elevador se abriram e pulei de susto ao dar de cara com uma figura de capa negra à minha frente, suas roupas eram estranhas. Respirei fundo já imaginando do que se se tratava. Já estava pronta para aquilo, de qualquer maneira. Eles haviam descoberto e foram capturar o deus.

— Olha, eu não estou envolvida em nada do que ele aprontou, fui obrigada a não contar a ninguém que ele estava aqui... - Saí do elevador, estranhando a ausência de guardas. Meu coração se apertou. Eles teriam feito daquilo uma caça ao invés de uma captura? Eu havia chegado tarde demais? Me virei para o ser de capa preta. - Ele está...? - Engoli em seco, sem conseguir pronunciar a última palavra. A criatura abaixou o capuz revelando uma ruiva estonteante de grandes olhos claros com um olhar curioso direcionado a mim.

— Você se preocupa com ele. - Aquilo era uma afirmação, mas ela parecia genuinamente surpresa. Não lhe respondi, apenas dei-lhe as costas e corri para a porta do apartamento, a destranquei o mais rápido possível e abri, adentrando o local e observando em volta. Tudo estava em seu devido lugar, porém a ausência de Loki fazia com que o aperto em meu peito não aliviasse. Não o vi na sala de estar, na área da cozinha ou na varanda, então segui até os quartos, estava prestes a girar a maçaneta do quarto de Sigyn quando vi que havia uma fresta aberta na porta. Engoli em seco e paralisei, em seguida ouvi a voz do deus chegar à mim.

— Me diga. Você deve obedecer às minhas ordens. - Ordenava ele.

— Lamento muito, Alteza. - A voz de uma mulher lhe respondeu. Congelei. Com quem Loki estava falando? Movida pela curiosidade, me agachei ficando de joelhos no chão e espiei pela fresta. A mulher era uma ruiva mais velha do que a qual havia visto no corredor, mas as características físicas indicavam que elas eram irmãs. As roupas também eram iguais. - Não posso lhe revelar o que deseja saber. O futuro ainda não é certo...

— Não me venha com desculpas! - O moreno gritou, andando de um lado para o outro, parecia bem perturbado.

— Tudo o que posso lhe dizer é que o seu destino e o da mortal estão entrelaçados. - Ela disse em uma voz calma. Loki se virou para ela com uma expressão ferina.

— Você está me escondendo o que desejo saber. - O deus se aproximou dela e sibilou. - Me diga o que sabe, norna. - Ela negou com a cabeça, sem se abalar.

— Não posso. Ela foi bem clara quanto ao que isso acarretaria. Só lhe revelarei o essencial. - Ele semicerrou os olhos para a ruiva:

— "Ela"? Quem é "ela"? - A norna franziu os lábios.

— Terá que descobrir sozinho, Alteza. - Ele parecia ser capaz de torturá-la sozinho para conseguir as respostas que queria, porém um instante depois fechou os olhos e cruzou os braços, respirou fundo abrindo as pálpebras e a encarou.

— "Ela" é uma feiticeira poderosa, eu presumo. - Ele especulou, e a norna assentiu.

— Está correto. - Loki colocou seus braços para trás de suas costas e começou a andar rondando a criatura, deixando sua postura impecável e seu olhar superior intimidá-la. Porém, parecia que a mulher ali não se afetara.

— É Amora mais uma vez? Não suportou ser rejeitada e agora quer se vingar de mim? Ou Hela, talvez? Enviei-lhe a alma do rei de Jothumhein. Não é o suficiente?

— Ambas possuem habilidades notáveis em feitiçaria, porém sinto informá-lo que não se trata de nenhuma delas. Além disso, Amora está ocupada demais procurando formas de aumentar seu poder e Hela não enxergou sua vingança pessoal contra seu pai biológico como um presente.

"Pai biológico?". Loki era filho de um Jotun? Ele era o herdeiro do trono de Jotunheim? Arregalei os olhos. Minha cabeça estava girando, sabia que teria que conversar com o deus futuramente.

— A quem você está servindo, lady Skuld? - Seu tom de voz era perigoso. A ruiva abaixou sua cabeça perante ele.

— Não sou uma lady, milorde. Sabes muito bem disso. E já lhe disse que não posso lhe contar. Sempre fui fiel a ti, e acredite quando digo que apenas zelo pelo vosso bem. - Só um instante depois entendi do que aquilo se tratava. Loki contava com o auxílio das nornas do tempo, Urd (a norna do passado), Verdandi (a norna do presente), e Skuld (a norna do futuro), a última se encontrava no mesmo quarto que o deus da mentira. Ele queria saber mais sobre o futuro. O moreno ficou em silêncio por um momento, em seguida lançou um olhar penetrante à ruiva.

— Por que afirma que o meu destino está entrelaçado ao da mortal?

— Ela possui as respostas que tanto procura. A garota sabe o caminho. - A norna afirmou com certo orgulho na voz.

— E como sugere que eu chegue às respostas que procuro? - O deus estava irritado. - Não consigo entrar na mente dela. - Ela ergueu uma sobrancelha, como se dissesse que Loki havia acabado de dizer a resposta que procurava. A compreensão iluminou seus olhos verdes. - Teremos que descobrir juntos. Por isso nossos destinos estão entrelaçados. - Ela meneou a cabeça, concordando:

— Exatamente. Mas é mais do que isso, Alteza. — Um olhar curioso surgiu em sua face ao observar Skuld novamente.- Katherine Kohls é a vossa chance de redenção. - Senti toda a cor deixando meu rosto. "A mortal" era eu? Eles estavam realmente se referindo a mim? De repente, a ruiva do corredor surgiu no quarto, com um sorriso maroto em seus lábios.

— Verdandi? — Skuld perguntou. - O que está fazendo aqui? - O sorriso da norna do presente aumentou e os acontecimentos seguintes foram muito rápidos. Verdandi desapareceu, apareceu bem ao meu lado e abriu a porta, Loki se virou para mim e uma expressão severa cobriu seu rosto. Engoli em seco. Eu estava muito ferrada. Seus olhos verdes faiscavam ao me observar de maneira rígida, e senti meu estômago se embrulhar pelo nervosismo. Verdandi tinha um sorrisinho em seus lábios, e Skuld respirou fundo. A mais velha se aproximou de mim, estendeu a mão e sorriu docemente.

— Deixe-me ajudá-la, senhorita Kohls. - Seus dedos eram finos e pálidos, ela parecia cansada. Aceitei a ajuda e coloquei minha mão sobre a sua, um calafrio desceu pela minha espinha assim que o fiz. Finalmente desviei meu olhar de Loki, levemente temerosa pelo que aconteceria quando retornasse a encará-lo.

— Norna Skuld. - Murmurei fazendo uma pequena reverência. - É uma honra poder conhecê-la. - Lhe dirigi um sorriso sincero, a norna segurou minha mão entre as suas e sorriu amplamente para mim, o que deixou um pouco mais evidentes algumas rugas e marcas de expressão que ela possuía.

— Digo-lhe o mesmo, minha querida. Estás destinada a tanto! Se ao menos soubesse... - Ela suspirou e afagou minha mão.

— A senhora podia me contar. - Olhei no fundo dos olhos dela, eram bem brilhantes e esperançosos. Skuld sorriu tristemente.

— Ah, acredite, eu gostaria muito. Mas ainda não estás pronta para o que tenho a dizer. - A ruiva parecia realmente perturbada por não poder me proporcionar as respostas que eu procurava, ou pelo menos, por ainda não poder. Lhe dirigi o que esperava ser um sorriso tranquilizador e compreensivo para mascarar meu leve desapontamento por não conseguir uma resposta; em seguida coloquei minha mão sobre as suas e disse:

— Está tudo bem, não precisa se cobrar tanto por isso. Sei que vai me dizer quando for a hora certa. - Seus olhos se encheram de lágrimas, e eu não a culpava por aquilo. Loki apenas a cobrava e a ordenava que lhe desse respostas, provavelmente nunca a havia tratado como uma pessoa de verdade, nunca considerara seus sentimentos. E também, o deus não parecia ser muito paciente.

— M-Muito obrigada por compreender, senhorita Kohls. - Ela apertou minhas mãos e em seguida as soltou.

— Pode me chamar de Katherine, norna Skuld. - Estava realmente tentando tranquilizá-la, havia simpatizado com aquela mulher. - Ou Kate. - Acrescentei rapidamente. Ela sorriu amplamente, conseguia ouvir Verdandi cochichando algo para Loki, porém estava focada em Skuld. A norna mais velha ficou séria e se virou para sua irmã:

— Verdandi, temos que ir embora. O amigo de Katherine está a caminho. - Estava bem óbvio que Verdandi não queria ir. Skuld sibilou. - Imediatamente.

— Acompanho vocês até a porta. - Disse calmamente com um sorriso fofinho.

— Creio que eu deva fazer o mesmo. - O tom na voz de Loki fez com que um calafrio descesse pela minha espinha. Verdandi se virou e saiu do quarto, Skuld foi logo atrás dela, me apressei em alcançá-las para que não ficasse para trás (e também, eu estava com um pouco de medo do Loki). Fiquei à frente delas e abri a porta, sorrindo.

— Muito obrigada por virem! Skuld, não vire uma estranha, volte para nos visitar logo! Podemos tomar um chá qualquer dia. - Foi então que eu notei que estava igualzinha à minha mãe, mas não me importei. - Você também, Verdandi. - Ela me dirigiu um olhar de desprezo, como se eu fosse um inseto; ignorei e sorri para Skuld, já que havia simpatizado com a norna do futuro logo de cara. - Tragam a Urd também, será um prazer poder conversar com vocês. - Skuld sorriu:

— Claro. Muito obrigada, Katherine. Nos vemos em breve. - Ela acenou, quando as duas nornas já estavam fora do apartamento, então acenei de volta e fechei a porta com um suspiro. Não queria levar um sermão. Continuei encarando a porta por um longo tempo.

— Katherine. - Loki chamou, mas não o respondi. Eu não queria levar um sermão, não era mais uma criança. Porém, claro, era dessa forma que ele me via; para ele, eu não passava de uma criança. - Katherine. - Chamou novamente, em um tom um pouco mais ameaçador. Me virei e o encarei, antes que ele pudesse falar qualquer coisa, o interrompi:

— Eu pensei que você estivesse morto. Por isso fiz o que fiz. -  Comecei a andar em direção aos quartos, quando ele segurou o meu braço para me impedir; parei de andar no mesmo instante.

— Explique-se, por favor.

— Verdandi estava perto do elevador quando eu cheguei neste andar. Como não sabia quem ela era, presumi que estava aqui para te capturar, mas quando notei a ausência de guardas... Achei que a captura havia se tornado uma caçada. - O observei por cima do ombro. - Sim, eu ouvi a conversa. Foi bom ter feito isso, porque se você resolvesse me contar eu não acreditaria. - Seus olhos estavam fixos nos meus. Retirei suavemente a sua mão de meu braço, senti um choque passar pelo meu corpo quando nossas peles se encostaram; porém me mantive firme. Fiquei de frente para o deus. - Agora eu sei a verdade. Eu... Tenho um propósito. - Franzi o cenho com aquelas palavras e voltei a encará-lo. - Vou tentar te ajudar. Mas para isso, vamos ter que começar a ser honestos um com o outro. Sem mentiras. E... Vou ter que te ensinar algumas coisas sobre Midgard, você tem que parecer humano.

— Que absurdo. - Ele resmungou, se sentindo ofendido.

— É temporário, Loki. Só enquanto você estiver se escondendo aqui. - Seus olhos verdes começaram a faiscar ao olhar para mim.

— Por que vai me ajudar?

— Quero que você me prometa uma coisa. - Olhei no fundo de seus olhos.

— Estou ouvindo.

— Quando terminarmos tudo o que envolve nós dois... Quando conseguirmos a sua redenção... Quero que desapareça completamente da minha vida. Quero que seja como se você nunca houvesse estado nela em nenhum momento. - Loki não pareceu se afetar de nenhuma maneira, ele se manteve sério e inexpressivo enquanto eu falava. No fim, apenas assentiu levemente, tomou minha mão e beijou o dorso, seus olhos se abriram, revelando suas orbes verdes hipnóticas e um sorriso sexy surgiu em seus lábios:

— Tem a minha palavra de que satisfarei seus desejos, Katherine. - Ronronou, sua voz era tão sedosa, suave e rouca... Parecia o tipo de murmúrio dirigido a uma amante. Não consegui não ruborizar, o modo como pronunciou o meu nome, parecia saborear cada sílaba, cada letra; meu coração se acelerou dentro do meu peito e continuou acelerando progressivamente enquanto me sentia cada vez mais atraída pela criatura à minha frente. Loki não havia soltado a minha mão, sentia o choque pelo toque de nossas peles me preenchendo completamente; as batidas do meu coração estavam descompassadas e minha respiração estava irregular. Seus olhos estavam fixos nos meus, como se ele quisesse descobrir todos os meus segredos e desejos mais profundos ao mesmo tempo em que se controlava para não usar sua magia com essa finalidade, já que esta me feria. Estávamos hipnotizados e absortos um pelo outro, parecia que finalmente podíamos tentar nos compreendermos e nos entendermos...

Mas então, a campainha tocou.


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Notas finais do capítulo

*HEY PESSOAL, ESTAMOS A TRÊS CAPÍTULOS DO SEGUNDO TALK SHOW, JÁ PODEM MANDAR UMA PERGUNTA!
É aquele esqueminha: pra mandar a pergunta, só precisa avisar para qual o personagem (ou personagens) é a pergunta. Por ora, vou pedir só uma pergunta, aí conforme for passando os capítulos vou liberando mais, okay?*

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