Desde o último retorno de Zeref a Alvarez, ele parecia estar perdido em seus pensamentos. Ele ficava horas e horas sozinho em uma sala, cercado por papéis.

O mago negro estava, na verdade, preparando uma coisa para a última luta. Havia uma pessoa que merecia respostas. Respostas que Zeref possuía, mas que faltava a ele a coragem de dá-las pessoalmente a seu irmão.

Aquela era a razão que ele estava trancado naquela sala. Ele não queria interrupções. E foi assim que um destacamento especial de cartas veio a ser. Cartas entre os dois irmãos, o imperador e o dragon slayer. Cartas cheias de palavras que Zeref desejava dizer.

Para o meu querido Natsu,

De Zeref.

Essas palavras contam um lado da história que eu desejava revelar, mas não tinha a coragem para fazer. Você pode até estranhar o fato de eu estar compartilhando isso com você, mas você merece saber. Isso tem a ver com o seu passado também.

Você pode até reclamar dizendo que eu não sou “querido” para você, mas eu me importo muito contigo. Se não me importasse, eu não teria ido ao ponto que fui...

Eu deveria começar essa história pelo início dos inícios, como dois irmãos vieram a ser.

Tudo começou por volta de 400 anos atrás (uma das desvantagens de ser imortal é que se perde a noção do tempo muito facilmente), em uma época que os dragões ainda estavam por aí tratando humanos como seres inferiores.

Havia um garoto que amava e sua família. Aquela época era dura, mas mesmo assim aquela pequena família, o pai, a mãe e o menino que se parecia tanto com sua mãe encontraram a felicidade de alguma maneira.

E grandes notícias logo chegaram a eles. A família iria crescer. O pai estava muito feliz por saber que teria mais um filho e o menino estava empolgado em saber que ganharia um irmão mais novo.

Ele ficava com frequência ao redor de sua mãe, cuidando dela e de seu irmão mais novo. O menino prometeu que cuidaria do mais novo, já que ele era o irmão mais velho.

Eu ainda me lembro do dia em que você nasceu, Natsu. Era o primeiro dia do verão. Nossa mãe estava cansada, mas com um sorriso em seu rosto. Nosso pai estava derramando lágrimas de alegria, porque pelo menos o segundo filho se parecia com ele. Eu estava admirado, eu queria te segurar, mas não sabia como. Nossa mãe me disse como fazer e me encorajou. Eu sou grato por ela ter feito isso.

Não demorou muito para as notícias se espalharem. Nossa família era bem conhecida na cidadezinha em que vivíamos e algumas pessoas vieram nos visitar.

Aquele dia foi o início, mas ainda há tanto que eu quero, não, necessito te dizer irmão. Pois esse é um longo conto e eu espero que você não fique entediado pelas minhas palavras.