Nossa Amável Justiça Vingativa escrita por Fada Dos Tomates


Capítulo 18
A Verdadeira Força


Notas iniciais do capítulo

Ciaoo!!!
Vou demorar um pouco pra postar o próximo (não me entendam mal, tenho tantas fics pra atualizar T.T >o<)
Espero que gostem do cap, hum, tem um pouco de luta dessa vez :3



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“O que aconteceu comigo?” Ora, o que aconteceu comigo? Fiquei vagando por aí sem rumo, esqueci onde fica o mar Mediterrâneo (de burra) e finalmente encontrei esperança.

— K-Kori! – recobro a consciência correndo voando diretamente a seus braços.

Ele havia morrido. Eu não sabia o que fazer. Se ele tivesse nunca aparecido eu estaria morta? Ou pior?

— Que bom! – exclamo chorando ao agarrá-lo mais forte.

— Aff, por que todo mundo gosta desse cara! – reclama Sapphire.

— Hikari! Você está bem! E tem asas! – ele me beija admirado – Estamos vivos!

— Mas é claro que vocês estão! – Riki rosna como se tivéssemos o xingado – Kami não deixaria os “principais” morrerem assim, né?

— Riki... – murmura Kori.

Riki só coloca a mão no ombro dele e pronuncia.

— Meus parabéns.

Quando estou prestes a perguntar o que está havendo aqui, Kori aponta discretamente para o lado, então entendo tudo. Entendo Riki em todos os aspectos, eu já perdi meu amor, porque ele não era importante para Kami. É assim que ela faz. Descarta as cartas que julga inúteis pra si e nos quebra assim, em milhões de pedacinhos. Será que não vai me tirar Kori também?

Este medo em meu coração me dá mais medo. Kami pode estar ouvindo meus pensamentos e tendo essa ideia terrível. Mas não posso controlar o que penso. Não posso fugir de um Deus, da história em que estou sendo escrita.

O abraço quente e um pouco desesperador de Kori logo acaba.

Um som horrível e cortante fere nossos ouvidos. Passa tão rápido, mas quase me ensurdece.

— O que foi isso? – pergunta Sapphire irritada – Um garoto fazendo...

— Não brinque, sua estúpida! – Tsumi aparece do nada na nuvem de poeira que levanta – É óbvio que Kami está querendo brincar conosco, nos enganar!

— Achamos que vocês tivessem morrido – diz Kori.

— O mesmo de vocês – fala Gekkou sendo puxado por uma coleira por Tsumi. Será que ele gosta disso?

— Algum sinal de Aika ou Johann? – questiono, eles negam.

Minha amiga. Ela era minha amiga, até que começou a me odiar. Por casa do Kori? Será que ela morreu?

O chão começa a tremer de novo, nos assombrando, tentamos nos equilibrar no meio da poeira levantada, não conseguimos ver nada. Tento me agarrar em alguma coisa pra não me dar mal, mas não acho nada. Onde estão todos? Cadê o Kori? Eu não quero ficar sozinha...

Sozinha eu tenho medo... Com medo eu tenho raiva... Eu não quero ficar sozinha de novo.

“Você não está sozinha” a voz zombeteira de Kami ecoa “Você tem os mortos... os mortos que nunca te deixarão... aqueles que se sacrificaram, os que você matou, os que você esqueceu”

Medo.

Eu esqueci? Esqueci das pessoas que amava? Aqueles que morreram... Por minha causa.

Eu os matei?

— Cale-se! – me agarro a minha katana pra poder escapar do medo em mim. Sei que é ela que está colocando esses pensamentos em minha mente pra me assombrar.

“Você os matou... Nightmare”

— Cala a boca! – não me aguento e começo a enlouquecer, batendo num tipo de parece invisível com minha espada que nem uma louca – Me deixa sair!

Só há um tipo de névoa laranja em volta, quase rosa. Não consigo fugir. Estou presa, presa no medo.

“Presa aos mortos”

— Ah! – berro tentando não sentir medo, mas é inevitável.

Meu rosto. Bem ali. Consigo ver meu rosto no monte de névoa rosada em volta.

Essa pessoa que era ninguém... Mas na verdade era um pesadelo da humanidade. Uma máquina de matar, um monstro, um demônio.

Matei tanta gente. E simplesmente esqueci.

Mas não quero mais isso. Quero salvar as pessoas! Quero esquecer esse pesadelo e não as pessoas que morreram!

Ela sorri, com seus olhos assustadoramente amarelados, olhos de sapo. Eu não perdoarei esse sorriso podre. Ela matou todos que eu amava!

Pego minha espada, trêmula. Mas não vou ter medo. Eu prometi pra tanta gente, gente que se sacrificou por mim. E pra que eles não sejam esquecidos, devo lutar.

Corro e ataco a sombra por cima no meio da névoa espessa, ela será esquecida, eles não.

O sorriso ergue as mãos em uma espada negra igual a minha, protegendo-se.

— Foi com esta mesma espada que a Morte perdeu de mim, sabia? – conta com seus dentes cortantes indo morder minha mão.

Cerro os dentes e chuto seu queixo antes que ela o faça.

Sem esperar, aproveitando os milésimos de segundo que ela está atordoada, ataco o mais rápido que posso. Nightmare desvia e me dá um soco no nariz sem que eu possa revidar. Cambaleio e por algum milagre caio no chão desviando de um golpe fatal (erros às vezes até que ajudam, não é?).

E me defendo de sua espada tentando me atacar por cima.

Assustador, estar cara a cara comigo mesma, não, com um demônio de mim mesma.

— Talvez eu esteja pegando leve demais – supõe ela.

Chuto seu estomago pra que saia de cima de mim e tento golpeá-la.

Nightmare desvia e vai pra trás de mim rapidamente, dando-me uma chicotada com a espada em minhas costas. A dor me faz cair no chão rolando longe.

Sem nem dar tempo pra eu pensar ou me recuperar, ela me segura pelo braço arranhando com suas unhas enormes e me joga numa parede invisível bruscamente. Faço uma careta de dor, tremendo e pensando se me quebrei, não tenho nem um segundo pra descansar e Nightmare me dá um chute horroroso nas costelas.

Não consigo nem gritar de dor, sangue sai de minha boca, afogando-me.

Não posso vencê-la.

— É hilário, não é? – ri de mim segurando meu couro cabeludo – Você não é forte o suficiente pra vencer de si mesma. Vencer seu passado.

Grunho tentando empurrá-la, mas estou fraca. Por que não consigo vencer eu mesma?

Sua face cadavérica e assustadora parece comigo, mas é só mal, só há um poço de sangue em sua boca vermelha, olhos de uma gato assassino. Será que isso não é uma... máscara?

Ela lambe os lábios enquanto aproxima as unhas compridas e cortantes de meus olhos.

— Esses olhos não lhe pertencem, sabe? São meus olhos – diz.

Me sinto fervente, como se pegasse fogo, não sei se é a dor, o medo ou a pena.

Estou com pena dela. Eu era assim? Tão... artificial. Isso não era realmente o que eu queria. Eu só queria fugir... fugir inocentemente das criticas, do medo, da ignorância, do pecado desses adultos, dos sorrisos dos monstros.

— Não consigo – murmuro.

— Exatamente, você não consegue me vencer – fala ela feliz como uma criança ganhando um presente.

— Uma criança... – repito fracamente – Não consigo... odiar uma criança...

— Criança?! Do que você está falando? – caçoa apertando meu pescoço de brincadeira.

— Ugh – seguro sua mão, soltando gemidos, tentando fazê-la parar – Você... é só uma humana.

— Cala a boca! Sua anjinha suja! – aperta meu pescoço mais forte, agora com raiva, batendo minha cabeça na parede ao me sacudir – Eu sou Deus! Sou o Deus da Morte! O Deus dos Pesadelos! O Deus do Caos e da Destruição! Sou...

— Tão sozinha – completo chorando, aproximando minha mão de seu rosto.

— Sua... – ela me sacode de novo, com muita raiva... com muito medo da verdade.

— Você é tão miserável...

— Cale-se! – pega sua espada, pronta pra me matar, pra se tornar Nightmare pra sempre. Mas sei, que sempre haverá a Hikari.

— Nós somos a mesma pessoa! – digo tentando segurar a katana entre minhas mãos que parecem pegar fogo de tanto que dói, mas não desistirei, não desistirei de mim mesma, dos que se sacrificaram, pra não serem esquecidos – Você e eu, sempre seremos a Hikari!

Seu rosto confuso parece tão suave agora. Tao cheio de medo, dúvida e ternura.

— Pessoas assim só podem ser dignas de pena – faço quase deixando espaçar a espada de minhas mãos ensanguentadas, mas ela já está hesitando – Você é tão triste.

— Cale-se – isso soa mais como um sussurro, um sussurro de medo – Sou um monstro, ninguém deve ter pena de mim, muito menos eu mesma!

— Então seja forte Hikari, enfrente essa tristeza, essa raiva – já não me dói mais nada, percebi, eu era a garota que tentava matar a si mesma. Eu era a Nightmare, mas também a Hikari. Sou as duas. Isso é confuso, mas pego fogo.

A dor se esvaiu, a espada em minhas mãos caiu no chão desaparecendo na névoa, não há mais medo ou ódio, ou solidão.

— Os mortos não serão esquecidos – decide a Hikari.

— Eu não quero ser esquecida – digo caída em meu próprio colo.

— Você não será, se vencer a escuridão de si mesma, pode vencer a dos outros. E ninguém esquecerá de você. Seja forte – fala ela calmamente enquanto a névoa se dissipa.

— O que é força?

— É dar o melhor de si, enfrentando os sentimentos ruins, força é isso, e muito mais que isso.

Eu e eu mesma. No meio de uma névoa rosa. Dois olhos amarelos de gato superando o medo de si mesmas. É meio estranho. Eu sou as duas. O pesadelo e a luz. Isso sou eu.

Não há luz sem trevas.

E agora sei o que é ser forte. Eu pego fogo. E vou ensinar Kami a verdadeira força também.


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Notas finais do capítulo

Hikari é a nova Katniss kkkk Sóq mais diva -u-
Até o próximo gatinhas e lobinhos!
Addio!
~chuu



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