A Lenda do Anel escrita por Iany


Capítulo 6
Capítulo 05- Sonho




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Capítulo 5- Sonho

Pouco tempo depois de sair correndo da sala percebi dois problemas: eu estava perdida, estava chorando.

Talvez houvesse uma simples explicação para o primeiro, afinal havia muito tempo desde que eu visitara o castelo pela última vez. Mas o segundo não havia um motivo ou uma explicação plausível para tal ato.

Com certeza eu estava parecendo com uma tudo, menos uma dama. Meu cabelo se prendia ao meu rosto enquanto eu corria. Minha face estava molhada e meus lábios escorregadios, e provavelmente vermelhos. Não ligava mais para o meu vestido, ou o salto, que, alias, me incomodava muito.

O mais inteligente a se fazer era seguir o som da música, que poderia ser ouvir em todos os cantos do castelo.

A comemoração, tal que não merece esse nome, pois ainda não havia nada ao que comemorar, ainda estava cheia de damas, duques, nobres e camponeses do reino. As criadas se movimentavam com graciosidade e um sorriso, que com certeza era forçado, no rosto.

Foi fácil encontrar meus pais, pois ambos estavam na mesa da família real, rindo e conversando animadamente. Sequei minhas lágrimas e fui o mais graciosa possível para a mesa.

– Mãe – chamei – poderia trocar uma prosa com você?! – Minha mãe se virou e entendeu a urgência em minha voz, assim como em minha aparência.

– Sim, sim – apressou-se ela. Depois de me conduzir pela multidão, fomos para o jardim, que ainda estava calmo. Tentei tirar as imagens que a pouco presenciara, mas tal ato foi impossível ao encontrar o olhar da ‘dama’ que tornou tal coisa real. Tratei de desviar o mais rápido possível e me sentei em um banco. Minha mãe fez o mesmo e se aconchegou ao meu lado.

– Então – começou ela, acariciando meu cabelo – o que aconteceu, minha filha?

– Posso ir embora mãe?! – pergunto com o fio de voz que ainda me resta. Ela suspira e continua a caricia.

– Sophie, sei que anseias para ir embora ...

– E livrar-me desses sapatos – acrescentei

– ... mas, o Rei nos convidou a passar uma temporada no castelo. Sabes que se não o fizermos seria um grande desrespeito a Vossa Majestade. – Olho-a, incrédula.

– Mas mãe, – começo eu, com a melhor voz convincente que tenho – tu me prometes-te ir embora hoje, logo assim que o dia avançar e o baile acabar. Agora estás a me dizer que passaremos uma temporada nesse lugar?! – pergunto fazendo bico. Ela assente e abre a boca para continuar, mas eu continuo a falar – Isto com certeza não era nosso acordo! O palácio é um lugar incrivelmente magnifico, mas não é nossa casa! – argumento. Minha mãe pressiona seus lábios em minha cabeça, e fica assim por algum tempo.

– Eu sei que não desejas ficar aqui Sophie, mas não seria certo contrariar as vontades do Rei. Me desculpe meu amor, mas teremos que ficar mais um tempo aqui. Prometo que vou recompensá-la. – Suspiro. Se voltar contra o Rei não adiantaria nada. Assinto, assinando minha sentencia de morte pelas próximas semanas. Minha mãe se levanta – Bom, acho melhor irmos lá para dentro. O príncipe logo escolherá sua noiva, e você, por mais que não queira, é uma candidata ao cargo. Então Sophie ...

– Mãe, posso ir deitar-me?! – A interrompo - Estou realmente cansada. O vestido, apesar de ser encantador, está ficando pesado por conta da crinolina. O espartilho está começando a me incomodar. – Acrescento. Minha mãe me olha atentamente, provavelmente pensando em que problema se meteu, e depois assente. Dou-lhe um beijo na bochecha e a abraço. Ela retribui, me apertando muito, aliás.

– Irei pedir permissão para que seus aposentos sejam arrumados. – Ela sorri para mim e depois voltamos novamente para o salão do baile. Foi fácil arrumar um quarto para mim, pois o Rei decidiu que minha família habitaria o mesmo andar da família Real, e que meu quarto, por mais que eu tivesse implorado do contrário, ficaria ao lado de Charles.

Uma criada me acompanhou até os “meus” aposentos e o fez ficar mais confortável, se isso fosse possível. O quarto era, com certeza, muito maior do que o meu. Uma cama dossel, gigante por sinal, ocupava a maior parte do quarto, por se localizar no centro. Um lustre pendia do teto, formando formas que eu não conseguia distinguir. No teto, desenhos foram pintados, tratando diversas imagens, conhecidas e desconhecidas por mim.

Havia uma porta, que dava para a sacada do quarto, que graças a Deus, era de frente para o magnifico jardim. Infelizmente, como o salão de baile tinha acesso ao jardim, ainda dava para escutar a música, e algumas conversas. Não arrume problemas, pensei. Apenas deite e esqueça o dia de hoje. Decidi fazer o que minha consciência aconselhava.

A criada ajudou-me a despir-me e a me banhar, apesar de eu ter dito que conseguia fazer isso sozinha. Depois desfez o penteado do meu cabelo e me preparou para dormir. Assim que dispensei seus serviços, deitei-me e fechei os olhos. Pronta para esquecer o que ocorrera hoje.

Pena que falar, ou pensar, era mais fácil do que fazer.

Logo assim que fechei os olhos, mergulhei em um sonho completamente diferente dos que já tive.

Eu me encontrava deitada em um lindo jardim, olhando para o céu. Em minha volta não existia ruídos, somente o som das folhas balançando ...

O céu estava brilhante, como se, me chamando para tocá-lo, acaricia-lo. O sol brilhava mais que o normal, passando de amarelo para laranja, depois um vermelho alaranjado e amarelo novamente, e depois repetindo seu curso.

A paz reinava, e então senti alguém deitar-se ao meu lado. Viro o rosto e deparo-me com lindos olhos castanhos, hipnotizantes, atrativos, e um sorriso surge aos meus lábios quase que imediatamente. Meus olhos descem mais um pouco, e deparo-me com os lábios mais lindos e rosados que já vi, também formando um sorriso.

Ao concentrar-me mais no rosto percebo quem é seu dono, e por mais que queira afastar-me não consigo. Sua energia puxa a minha, sua respiração controla a minha, seus lábios me atraem. Por mais que eu queira me afastar meu corpo não corresponde aos meus comandos, e, parecem querer aproximar-se.

Consigo ouvir sua respiração em meus rosto, seu hálito, quando abre a boca, faz com que eu fique arrepiada, e ao perceber isso seu sorriso aumenta.

O espaço vai se tornando menor conforme ele se aproxima, e quando eu percebo sua boca já está colada na minha. Meu corpo não me obedece, mas corresponde ao beijo. Quando nossas línguas entram em contato sinto um calor percorrer meu corpo. E então .... eu acordo.

Estou ofegante, suando, e segurando a cama como se dependesse disso para poder viver. Então lembro de seu gosto, sua língua acariciando a minha ... balanço a cabeça, pretendendo esquecer-me de tudo.

– Foi só um sonho – tento convencer-me – Só um sonho – repito. Mas não consigo apagar seu gosto, seu cheiro ... – Só um sonho ...

E quando deito-me novamente lembro de seus lábios nos meus, seu cheiros, seu perfume ...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo, espero que continuem acompanhando e espero, realmente, que vocês comentem!!
Gostaram?!
Comentem!!!
Beijinhos ♥♥



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